Post on 30-Jun-2015
Fundamentos de Enfermagem II
O Processo de Enfermagem
Grupo 4
Definição de processo de enfermagem
Objectivos
Evolução histórica
Etapas do processo de enfermagem:
- Avaliação inicial
- Diagnóstico
- Planeamento
- Execução
- Avaliação
Definição de processo de enfermagem
Instrumento que promove o desenvolvimento num estilo
de pensamento, que favorece as tomadas de decisão em
enfermagem. Este estilo de pensamento orienta os julgamentos
clínicos indispensáveis que se baseia num conjunto de
perguntas- respostas que permitirá ao enfermeiro chegar a uma
conclusão (diagnóstico).
Prevê que os cuidados estabelecidos por parte do
enfermeiro sejam orientados na avaliação do paciente e nos
dados fornecidos, para que o diagnóstico seja identificado.
É apenas um instrumento, como tal, pode ser bem ou
mal utilizado. A qualidade e o sucesso do seu uso depende de
quem o utiliza e do contexto onde é empregado.
O processo de enfermagem apenas guia e orienta o
pensamento.
Objectivos do processo de enfermagem:
Manutenção da saúde;
Prevenção da doença;
Promoção da recuperação;
Restabelecimento do bem estar e plena actividade;
Apoio na morte serena.
Evolução histórica do Processo de Enfermagem
1950 1960 1970 1980 1990
Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração
Publicação do Standards of Nursing Practise – processo de enfermagem em 5 etapas
1973
Novo modelo do processo de enfermagem ( The OPT Model)
Aparecimento da ideia de processo de enfermagem
Primeira Geração do processo de enfermagem:
1950-1970
Processo de Enfermagem em 4 fases: - Avaliação inicial
- Planeamento
- Intervenção
- Avaliação
Estrutura para organizar o pensamento, no sentido de que os problemas dos doentes
fossem identificados e solucionados;
Necessidades de cuidado dos pacientes relacionavam-se, predominantemente, a
determinadas condições fisiopatológicas;
Processo instalado no ensino, identificação dos problemas com base na avaliação do
doente
Segunda Geração do processo de enfermagem:
1970-1990
Inclusão da fase de diagnóstico no processo de enfermagem
Processo de enfermagem em 5 fases: - Avaliação inicial
- Diagnóstico
- Planeamento
- Intervenção
- Avaliação
Utilização de raciocínio clínico
Interpretações mais complexas dos dados obtidos nas avaliações
Diagnósticos considerados na formação e na prática clínica do enfermeiro
1973- ANA ( American Nurses Association) publicou o Standars of Nursing Practise
- Criação da primeira listagem de diagnóstico de enfermagem
Terceira Geração do processo de enfermagem:
De 1990 até aos dias de hoje
ANA salientou a ênfase para os resultados e problemas dos cuidados de
enfermagem
Proposta de um novo modelo de processo de enfermagem ( OPT Model- The
Outcome-Present State- Test Model)
Processo de enfermagem com participação de cliente, carácter dinâmico e
processos de pensamento
Avaliação inicial
Processo sistemático, organizado e continuo de colheita de dados, a partir de diversas fontes.
1. Para que serve a colheita de dados?
2. Como/Quando são recolhidos esses dados?
3. Que tipos de dados são recolhidos?
4. Quais são as suas fontes?
5. Onde são armazenadas as informações?
6. O que influencia a natureza da base de dados?
Diagnóstico
É indispensável e de alto nível intelectual;
Aplicado a todos os tipos de doentes;
Culmina a fase de avaliação inicial que é
fulcral no processo de enfermagem;
Diagnóstico Médico Diagnóstico de Enfermagem
Utilizam os mesmos métodos;
Necessitam de competências semelhantes;
Mas …
Diferenciam-se no seu fulcro
NANDA – Organização formada nos anos 80 para promover a educação relativa aos diagnósticos de enfermagem.
Três tipos de diagnóstico: Reais, alto-risco e bem estar;
Adoptou o conceito real de diagnóstico de enfermagem (anos 90);
Diagnóstico de Enfermagem
Decisão clínica acerca das respostas do individuo, família ou
comunidade.
Base para a selecção das intervenções de Enfermagem.
Processo de Diagnóstico:
Precede de uma avaliação inicial
Recolha de informação sobre a pessoa;
Contribui para organizar os dados;
1ª etapa – Análise e interpretação;
2ª etapa – Realização e validação das inferências;
3ª etapa – Comparação de dados e conjuntos de dados com
as características definidoras;
4ª etapa – Identificação de padrões relacionados;
5ª etapa – Registo do diagnóstico de Enfermagem.
Padrões de Resposta Humana:
Sistema de classificação que ordenasse e agrupasse os
diagnósticos;
Taxonomia 1(posteriormente Taxonomia IR) – 7ª Conferencia
da NANDA;
Taxonomia 2 – Já está elaborada mas ainda não foi publicada
(1990 - 1992);
Padrões funcionais de Saúde
Majory Gordon, anos 80;
da taxonomia IR;
Diagnósticos de Enfermagem Reais
1ª parte – resposta humana – sempre que possível da
listagem da NANDA;
2ª parte – Factor relacionado;
3ª parte – Características definidoras pertinentes;
Programa PES – Problema, etiologia e sinais sintomas
Diagnósticos de Enfermagem de Alto- risco
Decisão clínica de que o individuo é mais vulnerável ao
desenvolvimento de determinado problema;
Factores de Risco.
Diagnósticos de Bem - estar
Decisão clínica acerca das respostas do individuo;
Promoção da Saúde e prevenção da doença;
Decisão clínica acerca do doente quando este está em fase de
transição;
Orientações para redigir um diagnóstico
Focar a resposta do individuo e não as necessidades deste;
“Relacionado com” em vez de “devido a”;
Usar os termos legalmente aceites;
Não fazer juízos de valor;
Evitar a inversão dos componentes do diagnóstico ;
Evitar o uso de dados únicos no primeiro componente de diagnóstico;
As duas partes do diagnóstico não devem ter o mesmo significado;
Expressar o factor relcionado em termos que possa ser mudado;
Forma clara e concisa;
Problemas protocolados
Certas complicações fisiológicas que os enfermeiros observam
regularmente para detectar o respectivo inicio e evolução.
• Implicações do diagnóstico de Enfermagem:
Aspectos legais do diagnóstico de Enfermagem;
• Pensamento crítico e erros no processo de diagnóstico
• Implicações do diagnóstico de enfermagem para a prática de enfermagem
PLANEAMENTO
“O trágico na vida não é o objectivo inatingível. Trágico é não ter um objectivo a atingir.”
Benjamim Mays
PLANEAMENTO
4 Finalidades:
Estabelecer prioridades;
Determinar os resultados esperados e estabelecer limites temporais para
o seu cumprimento;
Identificar as intervenções (planos de acção);
Registar o plano de cuidados.
1. Estabelecer Prioridades
Distinguem-se 3 tipos de diagnósticos de enfermagem:Diagnósticos de enfermagem
de alta prioridade
Ameaçam a vida e requerem acção imediata
de média prioridadeNão ameaçam directamente a vida da pessoa
mas podem desencadear problemas de saúde físicos e mentais
de baixa prioridade
Exigem um mínimo de assistência
2. Determinar os resultados esperados
Resultados esperados: Correspondem a descrições concretas do tipo de comportamento que a pessoa adoptará se o plano de cuidados for bem sucedido.
Resultados esperadosRealistas
Aceitáveis
Congruentes
2. Estabelecer limites temporais
Os Limites temporais:
Motivam as pessoas a esforçarem-se;
Dão sentido às intervenções de enfermagem;
Proporcionam o sentimento de realização (ao utente e ao enfermeiro);
Dão ritmo aos cuidados de enfermagem;
Assinalam ao enfermeiro o momento da avaliação do cumprimento do resultado
esperado.
3. Identificar planos de intervenção
As intervenções em enfermagem centram-se na ajuda às pessoas para que elas se adaptem bem aos problemas e atinjam resultados esperados.
Intervenções em enfermagem
Independentes(com iniciativa própria)
Interdependentes(existe colaboração com outros membros da equipa de saúde)
4. Registar o plano de cuidados de enfermagem
O que são os planos de acção/cuidados em enfermagem ?
Referem-se a planos escritos que incluem os diagnósticos de enfermagem, os resultados esperados e as intervenções de enfermagem.
Modelos mais frequentes de planos de cuidados:
Planos de cuidados de enfermagem para estudantes;
Planos de cuidados de enfermagem desenvolvidos individualmente;
Planos de cuidados de enfermagem padronizados;
Orientações práticas;
Planos de cuidados de gestão de caso ou protocolos;
Planos de cuidados de enfermagem computarizados.
Plano de cuidados de enfermagem desenvolvido individualmente
Método mais antigo e tradicional;
Centra-se em necessidades especificas da pessoa e devem ser actualizados
sempre que a situação da pessoa muda;
Vantagens Desvantagens
Individualização Se não for actualizado não reflecte com rigor os problemas do individuo
Elevado gasto de tempo no seu processo de elaboração
Exemplo de um plano de cuidados de enfermagem desenvolvido individualmente
Plano de cuidados de enfermagem padronizados
Elaborados comercialmente ou por uma determinada instituição de saúde;
Orientam os cuidados de enfermagem para pessoas com diagnóstico
específico;
São escritos à maquina, impressos e duplicados e disponibilizados nas unidades
de saúde adequadas.
Vantagens Desvantagens
Ajuda os profissionais devido ao realce dado às intervenções de rotina Podem ser exaustivos
Pequena quantidade de redacção necessária ao preenchimento das
intervenções de rotinaRequerem muito tempo de leitura
Não são individualizados
Exemplo de um plano de cuidados de enfermagem padronizado
Execução
Fase de execução
Competências cognitivas
Utilizadas para dar resposta às
necessidades do utente
Competências interpessoais Utilizadas quando se
interage com o utente, pessoas significativas e
outros profissionais de saúde
Competências técnicas
Utilizadas sempre que se manipula
qualquer equipamento, na
preparação de medicação, …
COMPETÊNCIAS COGNITIVAS
Incluem:
Resolução de problemas;
Tomada de decisão;
Pensamento crítico;
Inovação.
Exemplo: Devido à necessidade de transportar o utente da cama para a cadeira, o enfermeiro repara que não possui força suficiente para movê-lo sozinho. Assim, com o intuito de resolver o problema, o enfermeiro solicita a ajuda de outro profissional ou o equipamento necessário à mobilização do utente.
COMPETÊNCIAS INTERPESSOAIS
Incluem:
Comunicação verbal e não-verbal;
Ensino;
Aconselhamento;
Orientação dos cuidados.
Exemplo: O doente sente-se inquieto e com algumas incertezas face ao tratamento. Perante isto, o enfermeiro prontifica-se a esclarecê-lo, o que, geralmente, confere ao utente mais tranquilidade.
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS
Incluem:
Preparação e ajuste de equipamento;
Preparação e distribuição de medicação;
Fazer camas;
Mudança de pensos;
...
Exemplos:
O enfermeiro prepara uma injecção;
O enfermeiro faz a mudança de um penso;
Responsabilidades na execução dos cuidados de enfermagem
1. REVISÃO DAS INTERVENÇÕES PLANEADAS VISANDO A SUA ADEQUAÇÃO
As competências cognitivas usam-se para escolher as intervenções adequadas. O desenvolvimento de um
plano de acção envolve dois passos:
Definição de intervenções
Relembrar formas que foram utilizadas, no passado, em
diagnósticos de enfermagem semelhantes e a procura do
aconselhamento por parte de peritos são duas formas de
desenvolver intervenções.
Selecção da melhor intervenção
É realizado um exame sistemático às opções disponíveis
colocando-se questões e procurando, para as mesmas,
respostas objectivas.
Os enfermeiros usam 6 critérios para seleccionar as intervenções (Bulechek e McCloskey):
1. Resultado esperado pelo doente
Identificar uma intervenção que facilite a aproximação do utente ao resultado esperado.
2. Características do diagnóstico de enfermagem
Facilitar a progressão do indivíduo em direcção ao resultado esperado.
3. Investigação associada às intervenções
Os investigadores de enfermagem produzem trabalhos que validam e orientam a prática de enfermagem.
4. Possibilidade de execução de intervenções com sucesso
É necessário ter em conta o plano global dos cuidados e ainda, considerar a disponibilidade de recursos.
5. Aceitação das intervenções pelo utente
O utente necessita de informação de modo a fazer uma escolha esclarecida entre diversas opções.
6. Competências do enfermeiro
Os conhecimentos, experiência e capacidades do enfermeiro influenciará a escolha das intervenções.
2. CALENDARIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS INTERVENÇÕES
Calendarizar e coordenar os cuidados de enfermagem requer capacidade de gestão do
tempo.
03/03/08 Horas Actividade a realizar
9h Pequeno-almoço
9:30h Administração da medicação
10h Saída da cama para a cadeira
12h Regresso à cama
12:30h Almoço
… …
3. COLABORAÇÃO COM OUTROS MEMBROS DA EQUIPA
A comunicação e colaboração entre os membros de uma equipa é fundamental;
A colaboração com outros profissionais de enfermagem melhora a qualidade dos cuidados
de enfermagem e, um dos contributos mais relevantes é o do enfermeiro especialista.
4. SUPERVISÃO E DELEGAÇÃO DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM A OUTROS MEMBROS DA EQUIPA
O enfermeiro tem em conta diversos factores quando delega funções:
1. A complexidade da situação do indivíduo e das necessidades em cuidados de enfermagem;
2. A estabilidade do estado de saúde da pessoa;
3. A complexidade da avaliação inicial necessária para cuidar correctamente da pessoa, incluindo o conhecimento e capacidades necessárias à equipa de enfermagem para completar a avaliação;
4. O tipo de tecnologia ou equipamento utilizado na prestação de cuidados de enfermagem;
5. O grau de supervisão necessário à equipa de enfermagem tendo por base níveis de competência;
6. A possibilidade de supervisão.
Os enfermeiros utilizam intervenções independentes, interdependentes e dependentes para prestar
cuidados de cuidados de enfermagem directos;
5. PRESTAÇÃO DIRECTA DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM
INTERVENÇÕES DEPENDENTESAcções de enfermagem que
têm por base prescrições médicas.
Ex.: administração de medicação
Em certas circunstâncias existem prescrições padronizadas que orientam os cuidados aos utentes;
Tanto as actividades dependentes com as prescrições padronizadas devem ser cuidadosamente
avaliadas para garantir a sua adequação à pessoa.
6. ACONSELHAMENTO
As capacidades de aconselhamento são usadas para ajudar as pessoas na adaptação à
doença e às questões de desenvolvimento.
7. ENVOLVIMENTO DO UTENTE NOS CUIDADOS DE SAÚDE
Os utentes e os membros da família têm o direito de ser informados e envolvidos na
prestação dos cuidados de enfermagem.
8. ENSINO AO UTENTE E FAMÍLIA
O ensino é uma parte fundamental na execução do plano de cuidados e da promoção da
mudança.
O encaminhamento deve ser realizado de forma pensada e cuidadosa.
9. ENCAMINHAMENTO PARA OUTROS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
10. REGISTO DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM PRESTADOS
A informação registada no processo clínico inclui dados, observações, intervenções e a
avaliação da eficácia dos cuidados. Este registo acontece durante e após a execução dos
cuidados.
Avaliação
Processo contínuo que ocorre de forma constante ao longo da
interacção com o utente.
Identificar as respostas do utente aos cuidados de
enfermagem.
Determinar se o utente atingiu os resultados inscritos no plano
de cuidados.
Decidir sobre o grau de resultados atingidos e acerca da
continuação, modificação ou interrupção do plano de
cuidados.
Etapa 1: Resultados esperados do utente
referência aos resultados esperados para posterior comparação
com o estado actual do utente.
Etapa 2: Avalia a situação do utente e compara os resultados reais e os
esperados
recolha de dados;
avaliação das respostas fisiológicas e comportamentais do utente;
avaliação do plano de cuidados.
Etapa 3: Resume os resultados de avaliação
resumo dos dados do processo de avaliação através da
determinação do grau de resolução dos objectivos
determinados numa fase inicial.
Etapa 4: Identificar as razões de insucesso em atingir os resultados
esperados
exemplos: avaliação inicial errada e incompleta, intervenções
inadequadas, atitudes não cooperativas, conflitos entre as
pessoas envolvidas, execução errada ou inadequada ao plano…
Etapas 5: Adoptar medidas correctivas necessárias à
modificação do plano de cuidados
quando e como modificar o plano de cuidados.
Etapa 6: Registar o balanço entre os resultados atingidos e as
modificações do plano de cuidados
notas de evolução;
alteração do plano.
Avaliação
Processos por má prática
Avaliação do desempenho
Investigação em enfermagem
Avaliação dos diagnósticos de enfermagem
Avaliação dos resultados
Avaliação das intervenções de enfermagem
Melhoria da qualidade
Certificação da qualidade e desempenho individual
Melhoria da qualidade e trabalho de equipa
Identificação das necessidades dos consumidores internos e externos