Post on 29-Jun-2015
PRÁTICA DO TODO E DAS PARTES
Fábio R F Gomes
Teoria da prática partes versus todo (Naylor e Briggs, 1962 e 1963). Complexidade e organização fornece uma base para tomada de decisão:
Complexidade:
Refere-se ao número de componentes ou quantidade de partes;
Teoria da prática partes versus todo (Naylor e Briggs, 1962 e 1963). Complexidade e organização fornece uma base para tomada de decisão:
Organização:
Que é determinada pela relação entre os componentes;
O QUE É PARTE?
O QUE É PARTE?
ORGANIZAÇÃO DA TAREFA
COMPLEXIDADE DA TAREFA
ALTA
ALTA
MÉDIA
MÉDIA BAIXA
BAIXA
método do todo
método das partes
combinação parte / todo
Prática do todo e prática das partes: (Singer, 1980)
OUTRAS CARACTERÍSTICAS DA HABILIDADE
DISCRETA
SERIADA
Magill (1989), devem haver habilidades que estejam em estágios intermediários de um continuum, em que a combinação dos tipos de prática pode ser mais eficiente.
Não é fácil tomar a decisão, pois existe alguns grupos intermediários:
Fracionamento;
Segmentação;
Simplificação.
Wightman & Lintern (1985) em Magill (2000) e Park, Wilde e Shea (2004).
PÚBLIO e TANI (1993)
Aprendizagem das habilidades motoras da ginástica olímpica
Investigaram a prática por partes e pelo todo no aprendizado de uma seqüência de movimentos da ginástica olímpica.
Dois experimentos fizeram parte desse estudo:
Experimento 1:
Grupo por partes (GP): A; B; C; D; A+B+C+D
Grupo por combinação (GC): A; A+B; C; A+B+C; D; A+B+C+D
Grupo por adição (GA): A; A+B; A+B+C; A+B+C+D
Experimento 2
Grupo do todo (GT): A+B+C+D
Grupo por adição (GA): A; A+B; A+B+C; A+B+C+D
Experimento 1: GP > GC e ao GA Experimento 2: GA < GT
Resultados
MURRAY (1981)
Efeito do método de treinamento do todo e partes na transferência de aprendizagem
Investigar o treinamento por partes e pelo todo e verificar a transferência de aprendizagem em relação: queda, desempenho na luta, competição, conhecimento da técnica.
GT e GP Método da Simplificação
Os grupos foram equivalentes estatisticamente.
O professor deve decidir como aprender observando o grupo em que vai trabalhar, por que a prática do todo oferece mais riscos para acidentes no Zempo-Kaiten Ukemi (queda para frente com rolamento).
FOCO:
ESPECIFICIDADE DO CONTEXTO
E A
APRENDIZAGEM DOS GOLPES DO JUDÔ
LUTA DE JUDÔ
Aprendizagem dos golpes de Judô:
Uchi-komi
situação de luta
Ambiente Estável
Ambiente Instável
GOMES, MEIRA Jr, FRANCHINI, TANI (2002)
Especificidade de prática na aquisição do golpe de judô O soto gari
Resultados e Conclusões
A condição de prática cujas características são similares à luta de judô
(grupo movimento) proporcionou desempenho superior nos testes.
Todos os golpes de Nague-waza no Judô são divididos em três partes:
1º Kuzushi: Desequilíbrio;
2º Tsukuri: Encaixe ou preparação;
3º Kake: Ataque ou finalização.
O kuzushi é fundamental para o sucesso do golpe
Processo ensino-aprendizagem tradicional
Somente o tsukuri e kake são realmente utilizados, o kuzushi não é
enfatizado
Apesar dos instrutores entenderem que ele esteja implícito nesse tipo
de prática
Deixar o oponente desequilibrado é primordial para o sucesso das partes
subseqüentes do golpe executado (ADNET, 1993; FRANCHINI, 2001;
GOMES, MEIRA JR, BASSO, FRANCHINI e TANI, 2005)
FALSO KUZUSHI
TAREFA MOTORA EFEITO +
GOMES, MEIRA Jr, BASSO, FRANCHINI, TANI (2005)
Análise do kuzushi na aprendizagem do golpe
o soto gari: Tradicional X Movimento
Conclusões
O kuzushi não foi aprendido:
Tarefa motora
e
Efeito
Que tipo de prática proporciona uma aprendizagem mais eficaz do
kuzushi nos golpes de Judô?
PROBLEMA
Prática partes versus todo (Naylor e Briggs, 1963)
Complexidade e organização fornecem uma base para tomada de decisão:
PARTES PROGRESSIVAS OU ADIÇÃO
OBJETIVO
Investigar a aprendizagem do kuzushi nos golpes de Judô o soto gari e
tai otoshi, comparando a prática tradicional em dois ambientes (ESTÁVEL
e INSTÁVEL) com a prática que envolve preparação (deslocamentos) para
o kuzushi.
A aquisição dos golpes ocorreu em quatro condições:
• GTE, Grupo tradicional (uchi-komi parado);
• GPPP, Grupo por partes progressivas (adição) com
preparação.
• GTMP, Grupo do todo com preparação;
• GTM, Grupo tradicional (uchi-komi em
movimento);
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
o soto gari e tai otoshi
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
o soto gari e tai otoshi
1ª sessão: Pré-teste, 3 tentativas;
2ª até 5ª sessão: Aquisição, 40 tentativas;
5ª sessão: teste final, 3 tentativas;
6ª sessão: teste de retenção, 3 tentativas;
Total de 6 sessões experimentais:
1º Kuzushi ( Tarefa motora e Efeito)
Em cada item atribuiu-se notas 0 (zero) e 1 (um) em cada tentativa, assim
totalizando de 0 (zero) a 3 (três) pontos
2º Configuração total do golpe (Desempenho)
As notas variaram de 2 (dois) e 8 (oito) em cada tentativa, assim totalizando de 6
(seis) a 24 (vinte e quatro) pontos
Foram analisadas as somatórias das três tentativas executadas nos testes
filmados, duas listas de checagem para cada golpe:
ANÁLISE DE DADOS
o soto gari e tai otoshi
Golpe de Ashi-waza
Queda rasa ou baixa;
Não envolve giro (golpe frontal);
Muito utilizado na iniciação;
O soto gari
Experimento 1
METODOLOGIA
Participantes: 62 crianças;
Faixa etária: (9,19 anos de idade, e ±1,41 de desvio padrão);
Sujeitos inexperientes;
Foram distribuídos aleatóriamente nos grupos experimentais;
Instrução e prática para 5 sujeitos ao mesmo tempo;
Teste de retenção um dia após à última sessão.
METODOLOGIA
Experimento 1 o soto gari
RESULTADOS
Na Configuração total do golpe e Tarefa motora todos os grupos
apresentaram diferença do pré-teste para o pós-teste e o teste de retenção;
No Efeito somente o grupo GTE não apresentou diferença entre as três fases
do experimento.
Intra-grupo
Experimento 1 o soto gari
Inter-grupo
Não houve diferença entre os grupos em nenhuma das fases do
experimento, e em nenhum dos tipos de avaliações.
Experimento 1 o soto gari
RESULTADOS
DISCUSSÃO
O GTE não aprendeu o item Efeito do kuzushi. Aprendizagem da forma do
movimento do golpe e não sua função;
Notas em patamar baixo;
Sujeitos não tinham nenhum tipo de experiência anterior com o Judô;
Estágios inicias de aprendizagem;
Experimento 1 o soto gari
Tai otoshi
Experimento 2
Golpe com giro usando um desequilíbrio
comum a vários golpes;
Não carrega o uke nas costas.
Golpe de Te-waza.
METODOLOGIA
METODOLOGIA
Experimento 2 tai otoshi
Participantes: 32 crianças;
Faixa etária: (8,63 anos de idade, e ±0,99 de desvio padrão);
Sujeitos experientes em golpes com giro;
Foram distribuídos nos grupos experimentais à partir dos escores obtidos no
pré-teste;
Instrução e prática para 1 sujeito de cada vez;
Teste de retenção dois dias após à última sessão.
Na Configuração total do golpe e Tarefa motora todos os grupos
apresentaram diferença do pré-teste para o pós-teste e o teste de retenção;
Intra-grupo
Experimento 2 tai otoshi
RESULTADOS
O grupo GTMP apresentou diferença do pré-teste para o pós-teste e
o teste de retenção;
Já os grupos GTM e GPPP apresentaram diferença somente do pré-
teste para o pós-teste;
O GTE não apresentou diferença entre as três fases do experimento.
Efeito
Experimento 2 tai otoshi
RESULTADOS
Intra-grupo
Experimento 2 tai otoshi
RESULTADOS
Inter-grupo
Configuração total do golpe
GTMP > GTE e GTM no pós teste
GTMP > GTE, GTM e GPPP no teste de retenção
Experimento 2 tai otoshi
RESULTADOS
Tarefa motora
Efeito
Inter-grupo
Não houve diferença
GTMP > GTE no pós teste
GTMP > GTE, GTM e GPPP no teste retenção
DISCUSSÃO
O GTMP foi superior aos outros grupos na Configuração total do
golpe e Efeito do kuzushi;
Igualdade dos grupos na Tarefa motora;
Somente o GTE não aprendeu o Efeito do Kuzushi.
Experimento 2 tai otoshi
DISCUSSÃO GERAL
Em ambos experimentos todos aprenderam, porém em patamares diferentes;
GTE não apresentou diferença no Efeito do kuzushi;
Todos os grupos aprenderam a Tarefa motora;
CONCLUSÕES
Maior instabilidade gera melhor qualidade na
aprendizagem do kuzushi nos golpes em
comparação à prática tradicional;
O uchikomi parado sem a projeção do
oponente, proporciona melhora somente na
forma do movimento.
OBRIGADO