Post on 10-Sep-2015
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FLORESTA VERDE-ESMERALDA
Jorge Mautner
(2002)
floresta verde-esmeralda
ENSAIOS
I
O auto-intitulado ser humano, que para mim no passa de um
chimpanz avanado, pois a nossa diferena para um chipanz apenas
a de um cromossoma, comeou a pensar, e pensar tambm filosofar,
logo que comeou a sua pica caminhada de ficar ereto.
Para Mircea Eliade, ao inaugura esta nova posio, isto : do andar
de quatro e de ccoras, para um andar de equilibrar-se em dois ps, tudo
mudou, e tudo aconteceu. Ao ver-se de p, num incrvel equilbrio de
malabarista, o chipanz avanado, ou o ser humano se quiserem, inven-
tou a localizao no espao criando um norte-sul-leste-oeste. Junto com
a vertigem do equilibar-se, havia agora uma imaginao de localizar-se
no espao-tempo.
Em seguida disso vejam que curioso: os homens da caverna se re-
nem para uma caada. Depois de caminharem muito para cercar e caar
um urso ou mamute pr-histrico, encontram a sua presa. Acontece que
um dos caadores ficou muito ferido no embate fera e acabou morren-
do. Este fato cria um calafrio de terror em todos os outros caadores que
mais que depressa levam o seu cadver para a caverna de onde partiram,
claro que juntamente com a carne da caa.
O seu corpo ou cadver colocado em um lugar central onde to-
dos o observam, e ao observ-lo os mais variados pensamentos ocorrem.
Ser que morrer dormir? William Shakespeare vai dizer em Hamlet:
Morrer, dormir, talvez sonhar... Pois , e quando vo dormir alguns vo
sonhar com o colega falecido, a ento comeam todas as religies e me-
tempsicoses, e reencarnaes e espiritismos.
Pior, ou melhor ainda, o feiticeiro da tribo pr-histrica tem uma
explicao do porqu o caador fulano de tal morreu. simples, diz ele,
que quando ele foi para a caada no pisou trs vezes com o calcanhar
em cima da folha da rvore sagrada. No importa qual a razo, para cada
tribo, cada feiticeiro, vai ser uma ou outra coisa. Repito, no importa, o
que interessa que esta alegao do feiticeiro vai ser a base de todas as
idias e pensamentos, uma espcie de ncora do absurdo para criar um
jorge mautner
sistema de idias-emoes-imaginaes-pensamentos que vo ser cha-
mados de religio que no toa que em latim religo, isto : do religar-
-se, conectar-se, informar-se, informatizar-se.
Para Martin Heidegger, o maior pensador do sculo XX, que tem
uma fase nazista e a outra democrtica: O Poeta o Porta Estandarte do
Ser. Para Heidegger o espanto vital para filosofar. A previso para o s-
culo XX dele impressionante: no futuro (o que ser talvez desvelado
pela ciberntica) ser um mundo em que todos sero controlados e con-
troladores!!!!
Heidegger tambm anuncia o fim da filosofia. Isto parece ter che-
gado agora, pois as duas escolas filosficas da atualidade so estritamen-
te cientficas e baseadas nas descobertas da gentica e da bio-gentica-
-tecnolgica, so os Deterministas e os Construtivistas. Eles repetem e
refazem Heidegger e ao anunciar que a filosofia morreu, resvalam no
entanto dizendo que os filsofos no morreram. E que a esto agora na
nova funo de serem os inter-relacionadores dos dados de todas as ci-
ncias, com nfase na astronomia e na bio-gentica-tecnolgica que nos
presenteou com a ovelha Dolly.
II
ramos todos primos dos chimpanzs e dos macacos chamados
Rhesus. Segundo uma das teorias mais provveis os continentes estavam
almagamados em um continente s. Durante a sua lenta fragmentao,
isto , a separao do seu nico e imenso corpo chamado de Panga, a
maior parte das florestas existentes cobria a maior parte do territrio em
que viviam vrios animais, entre os quais os nossos primos pulando de
rvore em rvore e a aconteceram eventos espantosos. Descobriu-se re-
centemente que os nossos primos chimpanzs surgiram depois de nos-
sos ancestrais hominides.
Subitamente, um enorme corpo celeste, sem dvida alguma um
enorme asteride, caindo do espao bateu e esbarrou no planeta Terra,
e com isso o surgimento da Lua, que um pedao da nossa Terra que
se espatifou e foi mandada para o espao at o ponto em que a prpria
fora da gravidade de nosso planeta a obrigou a girar em rbita. Os re-
sultados deste tremendo choque foram muitos, mas o principal foi o de
floresta verde-esmeralda
que a imensa floresta original fosse assim rachada ao meio, (talvez quem
sabe por um outro e/ou outros meteoritos e/ou asterides?) provocando
assim a existncia de apenas 50% da floresta original, e o restante trans-
formado em uma imensa pradaria semi-desrtica.
Foi a que comeou a nossa histria, enquanto uma parte de nos-
sos primos chipanzs e primos rhesus continuaram a se balanar nas
rvores, os nossos ancestrais longnquos comearam a caminhar pelo
imenso e novo semi-deserto que acabara de surgir. Era incmodo, adqui-
rir a posio ereta, e a tarefa mais dura e que dura at hoje a de manter
a espinha reta e ereta como fala, canta, poetisa e profetiza o meu amigo
Walter Franco.
Na pr-histria, nossos ancestrais conviveram durante algum tem-
po com o homem de Neanderthal, que foi eliminado por nossos ances-
trais. Dizem que ele era mais inteligente que nossos antepassados, e no
entanto desapareceu. Dizem tambm que a nossa superioridade, ape-
sar de possuirmos inteligncia, esta inteligncia era bem menor que a
do homem de Neanderthal, que possua um crnio enorme, como isto
aconteceu???? provvel que este fato se deve em primeiro lugar ao fator
da fala humana.
De acordo com descobertas recentes esta capacidade de falar de-
senvolveu-se por causa da fofoca. Imaginem, um bando de ancestrais
nossos, mulheres principalmente, porque os homens em sua maioria
deviam estar naquele momento, naquela caada narrada no primeiro
captulo; estas mulheres arrancando piolhos dos cabelos de suas compa-
nheiras, inventaram a fofoca.
Tambm descobrimos que entre os gatos e os seres humanos exis-
te um cromossoma-gentico igual que o cromossoma Y responsvel
pela sensualidade. por isso que dizemos: que gata, que gato, e no que
cachorro, que cachorra, quando nos referimos sensualidade!!!!
III
Na chamada poca pr-histrica existia este famoso homem de
Neanderthal, que desapareceu muito provavelmente massacrado pelos
outros Hominides avanados, dos quais somos descendentes. Este cha-
mado homem de Neanderthal, segundo a lenda e estudos recentes nos
jorge mautner
indicam, possua uma ndole mais pacfica do que belicosa, e era mais
forte e mais inteligente do que os nossos ancestrais pr-histricos que o
eliminaram.
Como possua um crnio muito maior que o nosso, deduz-se que
era mais inteligente que nossos ancestrais, que possuam crnios meno-
res. Mas como o que importa na natureza no so os derrotados, mas sim
os vitoriosos e sobreviventes na fatal guerra da sobrevivncia, os belico-
sos e menos inteligentes o eliminaram.
Quando digo que nossos ancestrais eram mais inteligentes refiro-
-me a uma inteligncia que constituda de tcnicas; ou seja, de conhe-
cimentos. Valho-me da descrio explicativa que Bertrand Russel deu
sobre as diferenas entre sabedoria e conhecimento. Ambas so inteli-
gncias inteligentes. Mas, sempre de acordo com Bertrand Russel, a di-
ferena entre sabedoria e conhecimento a seguinte: Sabedoria o que
chamamos de cultura que rene todas as informaes apreendidas du-
rante todos os milnios que nos antecederam, ela inclui emoo, poesia,
cincia, esttica, etc. O conhecimento so os dados tcnicos e cientficos,
ou seja as techns que fazem a histria avanar e mudar. Por exemplo,
sabedoria o que humildemente faz o contedo de toda a minha obra,
ela eterna por isto aquela afirmao to irnica e verdadeira milenar e
proverbial que diz: Os sbios sempre falaram as mesmas coisas e o resto
do mundo nunca os escutou. O conhecimento o seu oposto, aquilo
que faz a humanidade avanar atravs das invenes prticas, e que atin-
giram nesta passagem para o ano 2000 a supremacia do poder, por causa
da automao, da ciberntica, da biogentica atual que concretamente
aponta para o fim das doenas atravs da operao denominada genoma
para, partir da, criarmos a vida eterna.
De acordo com as mais novas teorias, principalmente as do pen-
sador Derrida, no existem mais nem classes sociais, nem camponeses,
nem operrios, nem burgueses, e pasmem, nem sequer indivduos, exis-
tem apenas atores e atrizes que mudam seus papis vrias vezes durante
o dia e a noite.
O ator, ou a atriz, ao acordarem representam o papel de pai ou
me, ao se olharem no espelho, j ensaiam o papel seguinte de se trans-
formarem em trabalhadores, comerciantes, ou mdicos, e mesmo a em
cada instante do ator Jorge Mautner como escritor ele atua em diversos
floresta verde-esmeralda
papis. Como sendo escritor, por exemplo, ao escrever um livro ele um
tipo de escritor, ao tentar vender um livro para um editor ele se torna
o personagem com outro papel, ao falar com um crtico, ao falar com
a mdia ele representa sub-papis do ator escritor. Exemplifico: ao dar
entrevistas a um jornalista amigo ele uma pessoa, ao dar entrevista a
um jornalista neutro ele outra, mais ainda, ao dar entrevista para uma
rdio ele faz um papel bem diferente do que se estivesse na TV. E mesmo
a existem sub-representaes dependendo da direo ideolgica e mer-
cadolgica de cada emissora. Ao almoar dependendo do restaurante ou
quem sabe com quem almoa, ou mesmo sozinho h vrios papis talvez
porque a cincia atual descobriu que temos vrios crebros que fingem
ser um s.
De acordo com as novas teorias histricas, o duvidoso avano his-
trico da raa chamada humana no se deve tanto aos efeitos das revolu-
es, dos sindicatos, das religies, das idias, portanto da antiga sabedo-
ria, mas justamente e to somente apenas por causa das invenes e das
mquinas, isto , das tcnicas do conhecimento!!!!
IV
Foi assim que na aurora da histria, quando o chimpanz avan-
ado do qual descendemos inventou quatro coisas: a domesticao do
fogo, o arco e flecha, a arte das pinturas das cavernas, e a domesticao
dos ces. Isto mudou brutalmente toda a sua sabedoria, e portanto toda
a sua histria. O prximo salto foi a inveno do governo, da roda e da es-
crita que aconteceram na Sumria da chamada civilizao sumero-arca-
diana aonde existia a mitolgica cidade de Ur. Os chimpanzs avanados
at ento eram caadores, carnvoros e herbvoros, que viviam em tribos
de variados costumes, crenas e imaginaes, mais ou menos como os
nossos indgenas que chamavam o nosso pas-continente de Pindorama.
Existiam lugares que eram pontos de reunies epordicas, muito
provavelmente por razes e motivaes religiosas que poderamos cha-
mar de pr-cidades ritualsticas transitrias.
Como os chipanzs avanados tinham que enfrentar (ironicamen-
te para muitos de ns isto continua a mesma coisa) muitas dificuldades
cruciais: arranjar comida todos os dias, fugir das feras, manter o fogo ace-
jorge mautner
so, etc e finalmente o problema maior de terem que viver quase como os
outros animais, lutando pela vida dia e noite, deram o salto seguinte e
foi a fundao das primeiras cidades aonde se inventou a escrita, a roda
e o governo. Nesta poca, as grandes figuras foram os engenheiros das
guas, os construtores de reservatrios, os arquitetos de armazns para
armazenar cereais. Foi isso que forou o surgimento da escrita.
V
A escrita, a roda e o governo surgiram com os sumrios, da civiliza-
o sumero-arcadiana. A cidade de Ur a grande cidade-me onde tudo
isto se deu. O prximo passo, segundo Arnold Toynbee, em seu magistral
livro A Me Terra, especifica que a partir de Ur, que o incio de nossa e
da vossa civilizao, no existiam grandes diferenas sociais, materiais
de posse e de riqueza. Foi to somente e apenas com o surgimento da
metalurgia, que se estabeleceram as diferenas sociais. O primeiro metal
a ser fundido foi o cobre, em seguida o bronze e logo depois o ferro. Foi
a, especificamente com a metalurgia do ferro que se estabeleceram as
diferenas entre ricos e pobres cada vez mais acentuadamente at hoje,
num mundo em que a injustia social como no Brasil, na ndia, em
Nairobe e em Jacasta um abismo quese intransponvel e um desafio para
a pretendida paz mundial, direitos humanos, politicamente correto e a
democracia mundial neste umbral deste ltimo ano que nos separa entre
o sculo XX e o sculo XXI.
Para Karl Jaspers, fenomenlogo cristo da Alemanha ps-nazista,
esta passagem se caracteriza por duas grandes tarefas a saber:
I pelo estudo e meditao
II pelo filosofar e pelo espantoso pensar sobre trs fenmenos:
a bomba atmica
Friedrich W. Nietzsche
E finalmente, absolutamente, irresvalavelmente sobre Jesus de
Nazar
Thimothy Leary, antes de morrer e/ou matar-se, tomando vrias
doses de drogas alucingenas e sendo televisionado em seu ato final, ter-
minal, fatal, cabal afirmou que: o prximo milnio ser caracterizado,
no tanto pela ciberntica, pela conquista do espao, pela biogentica
floresta verde-esmeralda
tecnolgica que comporta a operao genoma ou pela geometria, ma-
temtica, astronomia, astrofsica do tomo, da fibra ptica, do raio laser,
da realidade virtual, da fsica e do pensar katico e fractal como o ser
pelo grupos de mtua ajuda!!!! Que so todos derivados daquela tenta-
tiva herica, definitiva, katica e irresvalvel de dois mdicos, um deles
psiquiatra o outro clnico geral, que padecendo da doena de adico e
do vcio do alcoolismo e das drogas inventaram na dcada de 1940 o A.
A. A. e o N.A.
Alm do j citado Timothy Leary, o papa Joo Paulo II, h pouco
tempo atrs, surpreendentemente afirmou a mesma coisa. claro que
eu, Jorge Mautner, no s tambm o afirmo, confirmo, reafirmo e firmo
a mesma necessidade como sendo o caminho para a libertao, desde
de 1958 atravs de toda a minha obra escrita, cantada, pintada e vivida.
maravilhoso saber que nos USA acabam de ser criados grupos que se
chamam de Normais Annimos. Por que? Ora porque: mesmo no sen-
do alcolatra, viciado, drogado, doente, adicto, ou choclatra, ou doente
obsessivo e compulsivo de qualquer outra adico obsessiva como por
exemplo o de gastar dinheiro demais, ou o de ser sexlatra, como parece
ser o caso de Bill Clinton, do filho de Kirk Douglas, tambm ator como
o pai Michael Douglas, ou qualquer outra anormalidade prejudicial que
possa existir tamanha a certeza de melhoria de vida, de prazer, de felici-
dade, de sucesso, de amor, de amizade, de iluminao, de serenidade, de
criatividade que esta inveno destes dois fantsticos, eternos, moder-
nos e irresvalveis mdicos norte-americanos fabricaram ao criarem o
A.A.A. e o N.A. que at mesmo os saudveis, os sadios, os corretos, os no
doentes, esto se organizando em grupos que se intitularam de Normais
Annimos, que so grupos de mtua ajuda para serem mais amigos,
mais amantes, mais realizados, mais serenos em direo ao III Milnio.
VI
Sempre quis conhecer Tihuanako, cidade perdida na selva, onde
tudo parece que se perde nas entranhas da prpria Me Terra. Tenho so-
nhos recorrentes que me lembram sem cessar como pavorosa, mara-
vilhosa, medonha e sublime a natureza desta natureza que parece como
a realeza de uma majestade h muito tempo desaparecida. s vezes ao
jorge mautner
escrever isto sinto um antigo terror muito anterior aos astecas, toltecas,
maias e incas e de todos os aborgenes de todas as tribos que desde a
pr-histria habitam este continente que um pas, nao, emoo da
raiz mais antiga que se tem notcia; falo dos mistrios de Tihuanako, que
lugar mais misterioso ser este????
Atualmente, se acredita que Tihuanako seja Atlntida, e por que????
Eis porque: at recentemente acreditava-se que a cidade mais antiga fos-
se a cidade de Ur. Esta cidade, oficialmente a mais antiga da civilizao,
tem 7000 anos. Acontece porm que por causa das pesquisas que se ser-
vem de tecnologias muito recentes, como por exemplo o teste radioativo
atmico atravs do elemento chamado Carbono 14, e tambm por causa
de escavaes minuciosas de uma arqueologia katica e fractal, eletr-
nica e virtual descobriu-se que Tihuanako tem mais de 14.000 anos de
existncia. E por que Tihuanako Atlntida???? porque um fato estarre-
cedor foi descoberto simultaneamente a esta constatao de datas, das
escavaes sistemticas de arquelogos, principalmente alemes, que
cada vez mais se convencem que a descrio que nos dada pelos relatos
de Herdoto, que coincide com a descrio de Tihuanako, ficaram estar-
recidos, espantados, deslumbrados e aterrorizados ao constatar, atravs
de testes biogentico-tecnolgicos de exames minuciosos do DNA e RNA
feitas em mmias chinesas milenares, assim como em mmias egpcias
dos faras do Egito, do baixo, alto, mdio imprio das esfinges seja em Te-
bas, Luxor, Karnak, Memphis, e no famoso, misterioso, potico, enigm-
tico Vale dos Reis, a presena de coca e de tabaco nestas mmias egpcias
e chinesas.
A concluso bvia, havia uma intensa, imensa, constante e abun-
dante comunicao com esta Tihuanako, situada no meio das Amricas,
quase em seu ponto central, e isto coincide mais uma vez com as des-
cries de Herdoto sobre uma civilizao que seria Atlntida. Sabe-se
hoje, que Tihuanako deve ter no mnimo de 12 a 13 mil anos de idade,
sendo que a cidade at hoje considerada a mais antiga, que a cidade de
Ur, possui no mximo 7.000 anos de idade. Esta cidade de Tihuanako
construda de uma maneira to impressionante, que at hoje, enquanto
escrevo estas linhas, permanece quase absolutamente intacta, a ponto
de suas muralhas de pedras, perfeitamente encaixadas uma nas outros,
no permitirem sequer a introduo ou a passagem da mais fina das agu-
floresta verde-esmeralda
lhas. digno de nota o fato de que todas as construes do Imprio Inca,
estejam quase em runas, enquanto Tihuanako, que mais antiga do que
o prprio Imprio Inca, esteja com suas construes quase que intactas.
digno tambm de nota, falar tambm um pouquinho sobre a
sagrada lagoa de Titicaca, que parece ser a maior aglomerao de gua
doce que forma uma imensa lagoa, de guas geladas e que de to imensa
que , faz com que no se enxergue a outra margem, nas altitudes da
Cordilheira dos Andes. Dizem que os espanhis ao pilharem, dizimarem,
massacrarem, e genocidarem o Imprio de Atauapa, afundaram neste
lago Titicaca, que na verdade de um tamanho amaznico, ocenico,
imenso, monumental, e que igual ao rio Amazonas tem a caracterstica
de no se poder enxergar a outra margem e de ser to profundo, este lago,
que em suas profundidades sub-aquticas, geladssimas, escurssimas,
enigmticas e lendrias habitarem seres de uma fauna exclusiva, origi-
nal, diferente e inrtigante, como por exemplo sapos gigantescos, peixes
desconhecidos, plantas subaquticas, que talvez curem a Aids, o cncer,
a doena de Parkinson, o mal de Alzeimer, sentem pousadas nas profun-
das areias de sua superfcie do lago gigantesco e gelado, em suas lamas,
lodos, terras que constituem o seu solo, solo este que ningum ainda viu,
nem tocou, nem pesquisou, nem constatou, toneladas e mais toneladas
de incontveis objetos fabricados e constitudos do mais puro ouro que
os espanhis, numa atitude talvez de esbanjamento, mas mais provavel-
mente numa atitude de cautela, talvez at mesmo com a inteno de es-
conder e de ocultar como o mais oculto dos segredos, quem sabe at de
sua prpria majestade, o rei da Espanha, uma verdadeira estrada, ou me-
lhor ainda, vrias avenidas, ou quem sabe at a prpria totalidade desse
solo sagrado e profanado dos incas, com ouro, prata, cobre, esmeraldas,
e guas marinhas para toda a eternidade mergulhadas ali.
Machu Picchu um outro lugar sagrado, cujos escombros, nos
fazem ficar imaginando como era extraordinrio este imprio inca, que
tambm fabricou e construiu a impressionante Estrada do Sol, que ia da
Patagnia, atravessando vales, desertos, montanhas, selvas, e cordilhei-
ras chegava at as regies que hoje constituem o Peru e a Colombia. Por
falar em Macchu Picchu, meu amigo Jos Roberto Aguilar me contou que
quando l esteve ficou to boquiaberto que mal conseguiu pensar, ra-
ciocinar, enterder ou explicar. Apenas sentiu o silncio como quem v a
jorge mautner
imensido do mistrio daquela pedra negra em forma de um cubo acha-
tado do filme 2001 uma Odissia no Espao, de Stanley Kubrick, e que
de acordo com a cincia mais recente a composio, isto , o aspecto,
a substncia, a forma e o contedo de 99,999 elevado potncia qua-
se do infinito da chamada matria porosa, escura, negra, da qual todo o
nosso universo surgiu, e que como em um nico e medinico gesto, ato,
milagre ou verso, Deus ou o acaso, ou Sat, ou o absurdo sem nome nem
sobrenome, criou a primeira fasca, chama, fogo, labareda que chamada
de Big Bang comeou, iniciou, principiou, determinou o momento do
nascimento do surgimento de tudo o que somos e no somos ao mesmo
tempo-espao, ao mesmo espao-tempo.
Graas ao genial invento da tekhn, da atual ciberntica atmica,
eletrnica, Katica, fractal, o super telescpio Hubble nos enviou recen-
temente atravs de seus complicados, geniais, avanados e abismais pro-
cessos de inter-relacionamento regidos por relaes de harmonia cons-
truda por noes, aplicaes de teorias e imaginaes de equilbrios em
movimento velocidade da luz, num processo de simultaneidades de
realidades reais e realidades virtuais de manipulaes fractais, ps-Eins-
teinianas, colocando espelhos, refletores, supertelescpios aclopados a
supermicroscpios por sua vez aclopados a vrios computadores de l-
timas geraes, fibras pticas, energia nuclear, energia solar, radiaes
e irradiaes de magnetismos de todos os tipos, fotografias, imagens,
sons, vibraes e sensibilidades j mais anteriormente conhecidas que
merecem o mais elogioso adjetivo do meu conhecimento de escritor e
poeta, pensador e profeta que eu conheo, e que o mesmo adjetivo
com o qual Hesodo em seu mortal e imortal, eterno, moderno poema
dos poemas escrito mais ou menos quinhentos anos antes de Cristo,
intitulado Teogonia dos Deuses sada o Monte Olimpo com o adje-
tivo: irresvalvel; pois bem este Hubble irresvalvel, eterno, moderno,
espantoso, registrou, captou, fotografou, recoheceu, a data do primeiro
instante da fasca to infinitamente pequena e microscpica, perante
a imensido gigantesca e macrocsmica da escurido da noite eterna
da matria porosa, rochosa, negra, e quase absoluta e infinita em ta-
manho, extenso, densidade, e tamanho, com a data de mais ou menos
15 bilhes de anos-luz atrs. Mas pasme, querido leitor, querida leitora
quase logo em seguida o mesmo Hubble irresvalvel constatou a pre-
floresta verde-esmeralda
sena de uma estrela muito mais antiga, isto , de quase mais ou menos
17 bilhes de anos-luz atrs!!!!
Como que pode????
VII
A cincia fractal, katica, atual, cabal, declara: Existem vrios cre-
bros que fingem ser um s. Antes desta afirmao cientfica, muitos poe-
tas, profetas, mdicos, e gnios de vrias culturas haviam constatado que
possumos pelo menos trs crebros!!!! De rptil, que o primeiro, aonde
batem, se refletem, se registram, em suma so captadas: a telepatia (que
para alguns cientistas no existe), o sexo, as drogas e a msica. O segun-
do crebro seria o do mamfero, que capta, recebe, registra, e absorve e
tambm demonstra, s vezes com dor, outras com prazer, com horror e
com amor, as emoes do cime, raiva, dio, amor, paixo, agressivida-
de, compulso, obsesso, as chamadas emoes, pulses, pulsaes, e
impulsos dos mamferos, enfim, a plenitude do imprio da adrenalina
que provoca todos estes altos e baixos e que tem a cor vermelha e que
fabricada por 70% deste dito segundo crebro de mamfero, sendo que
os outros restantes 30% do crebro fabricam o seu contrrio, isto , fabri-
cam estes outros 30% dos nossos crebros pelo menos trs substncias
que tendo a cor azulada e que caindo em forma de gotas azuladas, em
cima desta adrenalina de cor avermelhada, produzida e fabricada pelos
restantes 70% dos nossos crebros, tem capacidade de ao cair em cima
desta verdadeira lava vulcnica de brasa e agressividade da adrenalina,
ao cair em cima desta como se fossem azuladas e geladas gotas azuis de
uma chuva no interior dos nossos nervos, veias, artrias, e glndulas di-
luir esta adrenalina e introduzir o contrrio de sua agressividade medi-
da como gotas azuladas desta chuva interior constituda ela endorfina,
pela serotonina, e pela dopamina transforma o mar de larva da agressivi-
dade adrenalnica em serenas, relaxadas, calmssimas, e tranqilssimas
sensaes de sonolncia, prazer, ccegas, e sensualidades.
A razo desta adrenalina ser to importante, a ponto de 70% dos
nossos crebros que fingem ser um s a fabricarem com tal intensidade
surge sem dvida do fato de que, na nossa pr-histria (e at hoje!!!!) a
natureza nos ter colocado sempre em segundos prontos para possuirmos
jorge mautner
toda esta adrenalina que provoca impulso de plena agressividade para:
quando formos desafiados por exemplo por uma fera selvagem, possuir-
mos fora suficiente ou para massacr-la, ou para termos fora para fu-
girmos dela com toda a intensidade, fora, agressividade, vontade!!!!
O terceiro crebro seria um crebro racional que me faz, e faz a
ns todos, raciocinar, pensar, escrever (inclusive este texto!!!!), verbalizar,
e que fez surgir e surgiu com a civilizao. Este terceiro crebro nesta
diviso clssica, o menor de todos em tamanho, mas talvez o maior
de todos em fora de vontade, poder, potncia, e tambm em tirania, e
situa-se quase bem no frontispcio de nossa testa, e que sendo o menor,
o mais recente, o supremo racionalizador, e a mutao mais avanada da
gentica do auto-denominado ser humano, como j o disse, tem a ten-
dncia de querer dominar os outros dois.
Eu descrevi acima a viso cientfica que perdurou at recentemen-
te. Hoje em dia, como j disse, sabe-se que temos vrios crebros que
fingem ser um s, e penso que estes vrios crebros que fingem ser um
s tm cada um destes crebros sub-divididos em: um crebro de rptil,
depois um crebro de mamfero, e por fim um terceiro crebro racional!!!!
Os poetas como Fernando Pessoa j sabiam que possuam no m-
nimo quatro crebros com no mnimo quatro personalidades diferentes.
Na religio do Candombl tambm temos as quatro cabeas. No Taos-
mo, no Budismo-zen, na Cabala com os alquimistas, tambm notamos
esta conscincia. E acontece tambm que a cincia atual ps-Einsteinia-
nas, quntica, katica e fractal tambm pensa em quatro simultaneida-
des enfim simultneas:
Em primeiro lugar, existiu o Big Bang e comeou o universo. Em
segundo lugar no existiu o Big Bang e comeou o universo. Em terceiro
lugar existiu o Big Bang e no comeou nenhum universo. E em quarto
lugar no existiu Big Bang nem comeou nenhum universo!!!!
VIII
SOBRE A TEORIA DO BIG BANG
Um dos astrnomos mais famosos, colega do no menos famoso
Stephen Hawkings, o gnio paraplgico, que mais pesquisou, filosofou,
pensou e escreveu sobre os chamados buracos negros, afirmando que
floresta verde-esmeralda
a misso futura da raa humana decifrar estes buracos negros, caiu na
mais profunda depresso inexplicvel. A depresso chegou a tal ponto
que o referido astrnomo foi obrigado a deitar-se na cama durante um
ms e meio quase que totalmente imobilizado, petrificado, inerte, esqui-
zofrenizado.
Foi quando ouviu o insistente tilintar do telefone que o obrigou a
acordar e a responder ao convite sbito e imperativo de comparecer na
noite do dia seguinte em uma conferncia internacional de astrnomos
da elite cientfica atual da qual este cientista faz parte, na cidade de G-
nova, na Itlia, e aonde deveria expor em 30 minutos a sua mais nova
teoria!!!!
O referido cientista ao desligar o telefone colocou as mos na ca-
bea e pensou: Meu Deus!!!! Qual ser esta teoria cuja exposio dure
mais ou menos 30 minutos de palestra e de apresentao que poderia eu
inventar???? Em seguida, para sua total surpresa criou a mais surpreen-
dente teoria sobre o mistrio do Big Bang!!!!
Antes de descrever a sua surpreendente teoria, cumpre informar
aos queridos leitores e s queridas leitoras, que a teoria dominante e una-
nimamente endossada pela maioria dos astrnomos era, ou ainda , a de
que o Big Bang era um s; e que tudo isto estava relacionado com uma
outra teoria primordial, complexa, misteriosa e paradoxal chamada de:
Teoria das Cordas soltas no pr-Universo, e toda esta situao destas
cordas soltas situar-se-ia ao lado da prpria criao do tempo-espao.
O motivo destas super e macro complicaes e complexidades deriva do
fato de que at ento os cientistas astronmicos, obedecendo s leis e
teorias da matemtica, geometria, fsica quntica e astronomia celeste,
tudo isto permeado pelos clculos katicos e fractais, teimavam e tei-
mam em explicar tudo a partir deste primeiro (e para estes e ou estas
cientistas nico) fogo da fasca, da exploso deste Big Bang que criou a
existncia do Universo, da matria, da luz, da energia, do espao e do
tempo, dos buracos negros, das fontes de gigantescas cachoeiras de gua
do tamanho das estrelas no Universo do mais do que enigmtico e su-
permisterioso berrio de estrelas (alis, reproduzido em imagens irres-
valveis pelo irresvalvel supertelescpio Hubble), dos meteoritos, dos
planetas, dos asterides do Universo paralelo, das galxias, dos quasares,
das nebulosas, dos cometas (cuja cabea constitudo de uma argamas-
jorge mautner
sa de gases incandescentes, e que puxam uma imensa cauda de cometa,
e que constituda por milhes e quatrilhes de litros de H2O, isto , de
gua em forma de gelo viajando pelo universo) etc. em uma teoria cada
vez mais complexa, paradoxal, absurda e quase enlouquecedora.
O leitor e/ou leitora podem conferir isto ao se referirem s 4 si-
multaneidades, j explicada no captulo e/ou fragmento anterior acerca
deste Big Bang.
A coisa se complicou, ou melhor dizendo se complica mais ain-
da em direo do infinito, no s pelas contnuas especulaes tericas,
mas tambm pela simultnea informao astronmica e concreta do rei-
nado da prtica atravs dos mais recentes dados e descobertas feitas pelo
supertelescpio-satlite, quase milagroso, mas sem dvida irresvalvel
chamado Hubble e como j dissemos, ao datar o Big Bang em mais ou
menos 15 bilhes de anos-luz atrs, logo em seguida registrou a existn-
cia de uma estrela muito mais antiga!!!! Como que pode???? Uma estrela
fulgurante mais antiga do que o seu prprio universo????
Pois bem, em mais ou menos meia hora, nosso amigo astrnomo
genial inventou a seguinte teoria:
Existiram vrios, inmeros, diversos e muitos Big Bangs e assim
portanto tambm existiram vrios, inmeros, diferentes e muitos Uni-
versos!!!!
como se fossem vrios instantes de fascas brotando da imensi-
do da negra matria misteriosa e porosa, produzindo assim universos,
anti-universos, sub-universos, universos paralelos, universos mltiplos,
mais ou menos parecidos e/ou semelhantes a bolhas de sabo, que ora
se chocam, ora correm paralelos, ora se interpenetram, ou ento ainda se
afastam , se retraem, explodem, implodem e se interpenetram em todas
as direes, uns com os outros!!!!
medida que o referido e genial cientista-astronmico formula-
va e fabricava esta mais recente teoria das teorias, comeava a sentir-se
cada vez melhor, melhor, melhor, e melhor!!!!
Segundo e de acordo com afirmaes literais declaradas pela tele-
viso a cabo, ouvidas por mim algumas noites atrs, ele disse: Nunca
mais, a partir deste momento, eu senti qualquer espcie de depresso.
Pensando bem, eu acho que o que me acometeu no foi nenhuma de-
presso, doena, pessimismo, esquizofrenia. Tenho a certeza de que o
floresta verde-esmeralda
que comigo aconteceu foi o espantoso fato de eu ter cado para dentro
de uma fenda do universo, do cosmos, do espao-tempo e/ou tempo-
-espao. E foi to somente, e apenas, de eu formular esta teoria sobre os
mltiplos Big Bangs que eu pude sair da fenda e emergir em plenitude,
com a velocidade da luz em direo vida, numa espcie de ressurreio
provocada ao inventar esta teoria das teorias!!!!
IX
Agora se realiza a profecia de Martin Heidegger que diz: No futuro
o ser talvez ser desvelado atravs da ciberntica num planeta em que
todos sero controlados e controladores.
Ele tambm anuncia que o poeta o porta estandarte do ser. E que
tambm o ser para a morte. Foi nazista e democrata, e sua discpula foi
Hannah Arendt.
Segundo Hannah Arendt, Heidegger representava a consumao
e a realizao do ideal do pensador (no filsofo, isso era por demais in-
ferior) aristocrtico seguindo o arqutipo de Herclito, que na verdade
at mais atual que Heidegger, Hannah, Arendt, e todos ns. Por que????
Porque quando Herclito colocou o fogo da paixo como o logos
do universo e o colocou no corao do chamado ser humano, concebeu
em plenitude de todos os espaos e tempos a presente e futura quarta
dimenso do Kaos.
Herclito nos recomenda: a esquecer o nome daquele que sabe o
caminho. Prega a unidade dos opostos e a imagem de todas as contradi-
es provocando uma estranha harmonia dissonante entre por exemplo:
a guerra e a paz, o frio e o calor, o fogo e o gelo, numa espcie de taosmo
pr-socrtico aonde o Yin e o Yang criavam o caminho do meio (seria o
Tao) atravs da imagem das tenses do arco e da lira.
Herclito tambm afirmou que o fogo csmico instalado e pulsan-
te dentro do corao do auto-proclamado ser humano, cujo ser est em
permanente abertura em direo ao devir de todas as possibilidades, e
no aquele mesmo Ser para a morte, cercado de terror, pavor, horror e
angstia, que determina dentro da mais rgida determinao e ao mes-
mo tempo-espao a mais fecunda liberdade, isto , a superao no s
do materialismo e do idealismo assim como a superao definitiva da
jorge mautner
relao sujeito-objeto; a sua trajetria do nascimento at a morte, deste
auto-proclamado ser humano, que para Konrad Lorenz no passa de um
chipanz degenerado, e que para mim o glorioso chipanz avanado.
Heidegger no o chama de ser humano, em seu lugar coloca a letra X,
designativa de todos os mistrios e anti-mistrios.
No -toa que a fenomenologia criada pelos geniais judeus ale-
mes Edmund Husserl e Max Scheler tem como sua 1a lei, pasmem, a
lei principal da chamada Apodikta, e toda a sua ontologia so parentes e
talvez irms gmeas da teologia medieval, isto , aquele pensamento ori-
ginrio da mais densa noite da Idade Mdia, que diz que tudo empatia.
Por isto, a primeira lei que a primeira impresso de tudo aque-
la que vale. No existe conhecimento neutro, nem objetivo, nem existe
pensamento que no seja comandado pela emoo, de todas as paixes
dos vrios crebros que ns temos e que fingem ser um s, segundo os
dados mais recentes da cincia e da tekhn katica atuais. Portanto, tudo
empatia. Isto , ou voc sente amor e simpatia por algum ou algo, isto
: qualquer fenmeno, ou ento dio e antipatia, e tudo primeira vista,
contrariando todos os racionalismos anteriores, de Aristteles, Descar-
tes, Kant e at do prprio Hegel, que foi o primeiro do Ocidente a falar
da fenomenologia do esprito; ensinamentos que em parte o filsofo ale-
mo, que entre outras coisas afirmava: se uma flor atravessar o caminho
do Estado, o Estado tem todo o direito e at mesmo o dever de esmag-
-la., fazem parte das idias que Hegel aprendeu em parte com o alqui-
mista e pensador Avicena, e que mais de um sculo antes tinha criado,
durante a plenitude do maior Renascimento mulumano, que produziu
outros geniais alquimistas, a literatura das Mil e uma noites de Bagd,
durante o mximo esplendor, repito, desta cultura inventada por Mao-
m, durante o Califado de Bagd, a teoria e os pensamentos filosficos da
chamada dialtica da Histria.
Classicamente, os discpulos de Hegel, so como ele pr-feno-
menlogos e de acordo com a classificao da tradio clssica da His-
tria da Filosofia, so a saber: os hegelianos de esquerda: Marx, Engels
e Bachoffen, e os da direita (tambm chamados de dialticos trgicos)
que so Kierkegaard, Friedrich Nietzsche. Na verdade o pai de todos foi
Arthur Schopenhauer, que assombrou o pensamento europeu, e que
desde ento nos influencia cada vez mais, ao misturar e recriar Schope-
floresta verde-esmeralda
nhauerianamente toda a novidade da cultura hindu (do bramanismo ao
budismo) com a assombrosa descoberta at hoje mal digerida por parte
dos idealistas, pela obra com o vigor de terremoto de Charles Darwin, A
origem das espcies.
Entre outras coisas Schopenhauer afirma: o ser humano infeliz
solteiro, o ser humano infeliz casado, ele sempre infeliz. Tudo do-
minado pela vontade. Alis, este o ttulo do seu li-vro, bblia oculta da
pr-fenomenologia e que se chama O mundo como vontade e represen-
tao.
O que esta vontade? Em sua essncia poderamos reduzi-la a
vontade imperativa da reproduo da espcie. Mais forte do que tudo,
mais forte do que todos, fora que ousa desafiar a morte, isto , o sexo.
Para Arthur Schopenhauer esta vontade maior quanto mais o
ser ignorar o saber artificial da cultura ( claro que Sigmund Freud be-
beu destas fontes, alis, Freud ao ser perguntado o que ele pensava so-
bre Friedrich Nietzsche (e bom lembrar e notar que o prprio Friedrich
Nietzsche considerava Arthur Schopenhauer o seu mestre), afirmava (ou
mentia) ao dizer que: Nunca li Nietzsche, quando comeo a l-lo tenho
medo de cair no abismo), e por isso para Schopenhauer o sbio quanto
mais sbio fosse, menos vontade possua.
Schopenhauer criou o chamado pessimismo existencial filosfico.
E F. Netzsche seu mais fervoroso discpulo auto-declarado transformou
esse pessimismo num pessimismo de fora, ao afirmar que o nascimen-
to da tragdia se dava pelo ser da msica, e que: Somente quem tiver o
Kaos dentro de si poder dar luz estrela bailarina, tambm notria
a meditao de Friedrich Nietzsche logo no incio do Nascimento da
Tragdia Atravs do Esprito da Msica em que ele nos faz penetrar no
enigma criativo e supremo da cultura helnica afirmando que os helenos
conseguiram manter o seu equilbrio, retirando dos abismos da destrui-
o e da morte num mergulho quase fatal para arrancar destes abismos
das trevas que nos cercam antes do nascimento, durante toda a nossa
vida e depois da nossa morte as estrelas fulgurantes das jias mais lindas
da afirmao da vida, logo aps o mergulho na morte transformando-a
em fora vital. Eis o Pessimismo da Fora. bom lembrar que F. Nietzs-
che nesta investigao katica pelos labirintos dos mistrios das paixes,
nos mostra o fato de que, ao contrrio dos helenos, outras civilizaes
jorge mautner
geniais, notveis, mergulharam demasiadamente nos oceanos de Hades,
nos abismos dos niilismos e das mortes e a sucumbiram, e que so, estas
culturas, entre outras, a dos Maias que subitamente abandonaram suas
cidades, que eram construdas no meio das densas florestas da Centro-
-Amrica e que viviam na mais densa atmosfera de uma religio que exi-
gia sacrifcios humanos como os Astecas, sem explicao; assim como os
etruscos, que semelhante aos maias e aos astecas e religio dos drudas,
viviam sob o signo da religio da morte, e que segundo Mircea Eliade
executavam sacrifcios humanos sob a forma de combates individuais
com lutas de boxe at a morte, entre dois guerreiros nus, cujas sepulturas
previamente escavadas, esperavam pelo menos o corpo de um cadver,
para a realizao plena do ritual.
No -toa que ecoam nestes pensamentos a presena no como
um simples eco, mas como presena escandalosa e tonitruante de duas
frases lapidares da ancestral obra chamada de Upani-shade, que , se-
gundo a opinio da maior parte dos historiadores, o mais antigo livro da
humanidade e que principia com a frase: Tudo sofrimento e a segun-
da frase que : Difcil andar sobre o aguado fio da navalha, e mais
difcil ainda dizem os sbios o caminho da salvao.
Mais uma vez o episdio narrado por F. Nietzsche no Nascimen-
to da Tragdia Atravs do Esprito da Msica e que nos relata como o
centauro Sileno, que um dos mestres de Dionsius, reage quando se v
aprisionado pelas redes de uma armadilha preparada por um rei mui-
to curioso, e que ao aprisionar o centauro lhe pergunta: O que seria a
melhor coisa que poderia acontecer para mim? O centauro emite uma
gargalhada demonaca e diz: Duas coisas; a primeira era voc nunca ter
nascido, e a segunda voc morrer agora mesmo!!!!.
Mas voltando a Arthur Schopenhauer bom relembrar que ele ini-
cia a campanha contra a mulher achando-a inferior. Isto vai ser reprodu-
zido por Friedrich Nietzsche quando diz: Vais ver uma mulher? No se
esquea do chicote. Isto lastimvel, mas devemos compreender esta
afirmao como uma fraqueza, um erro, uma ignorncia, o medo justa-
mente da superioridade da mulher. Mas voltarei ao assunto oportuna-
mente num captulo especial.
bom lembrar que Arthur Schopenhauer tambm dizia que: At
aos trinta e sete anos a vi-da era maravilhosa, mas aos trinta e sete quan-
floresta verde-esmeralda
do se chega ao topo da ladeira s nos resta a descida inexorvel. E para
arrematar ele dizia que o otimismo no mximo no passava de uma ironia.
interessante notar que Nietszche, o profeta anunciador de Za-
ratustra ao mesmo tempo que atacava o cristianismo, terminou seus l-
timos dias de vida na Itlia, semi-enlouquecido pela sfilis, que naquela
poca no tinha cura, antes do aparecimento do eterno, moderno, imor-
tal, irresvalvel francs universal Lus Pasteur, que iria inventar a micro-
biologia e a partir da todas as vacinas salvadoras. F. Nietzsche, que ha-
via se dedicado com fervor religioso ao esmagamento da moral crist
qual ele acusava de ter corrompido toda a humanidade, durante estes
trgicos e reveladores, espantosos e terminais instantes de sua existn-
cia fulgurante escrevendo sua obra tambm eterna, moderna, imortal,
irresvalvel contra o cristianismo, nos deixou duas espantosas vises que
revelam, com a clareza do sol do meio-dia de todos os meio-dias a prova
de sua total, absoluta, integral, irresvalvel converso ao cristianismo.
A primeira cena se passa na Itlia, quando segundo relatos e teste-
munhas que assistiram a es-ta cena nos informam que ao ver um cavalo,
sendo chibateado pelo seu proprietrio, que numa ati-tude genuinamen-
te pag, anti-crist, anti-piedosa (notem bem, querido leitor, querida lei-
tora, que esta piedade fora combatida e atacada e acusada de ser o pon-
to central da corrupo que o cris-tianismo de Jesus de Nazar pregava
como um dos fundamentos da f crist antepondo esta piedade a uma
atitude de sadismo pago acima do bem e do mal) chicoteava, torturava,
machucava e fazia sofrer num verdadeiro sadismo pago e bem acima do
bem e do mal, aquele pobre animal, s porque enfraquecido aquele ca-
valinho, parente distante dos centauros, no conseguia mais puxar uma
pesadssima carroa ladeira acima. Ao assistir essa terrvel cena, eis que
o profeta de Zaratustra no vacila um s instante e corre em direo do
torturado cavalinho e abraando-o comea a chorar com lgrimas, como
se fosse ele, o profeta de Zaratustra um cristo, uma mulher, um piedoso
ser daqueles que seguem Jesus de Nazar que acreditam no Deus invis-
vel cujo nome Aten e que acredita no amor absoluto, no perdo eter-
no, na ressurreio permanente. bom lembrar que quem vai efetuar a
conciliao entre Nietzsche e Jesus de Nazar vai ser o fenomenlogo K.
Jaspers. Alm dele seguem-se Gabriel Marcel, Carlo Cocciole, Pier Paolo
Pasolini e, naturalmente, eu, Jorge Mautner.
jorge mautner
O outro episdio tambm esclarecedor. F. Nietzsche havia se
apaixonado h muito tempo pela sobrinha do genial e ao mesmo tempo
canalha pr-inventor do nazismo Richard Wagner. Pois bem, no ltimo
acesso de loucura F. Nietszche escreve um bilhete para o seu amor impos-
svel Cosima Wagner, a quem nesta ltima mensagem por escrito o nosso
querido profeta a chama e a denomina pelo nome de Ariadne. Notem
bem, como at mesmo nos estertores finais de sua abismal existncia e
loucura ocasionada pela sfilis permanece, talvez como um tmido raio
de sol, a clareza de sua genial superconscincia ao cham-la de Ariadne,
pois ele sabe mais do que ningum que est enredado nos labirintos do
Minotauro de Creta. O bilhete diz o seguinte: Ariadne, eu te amo. Assina-
do: o Crucificado!!!! Parece ou fica bem claro que ele se torna um segui-
dor, no s de Jesus de Nazar, mas at mesmo de So Paulo: De que me
adiantaria conhecer e falar todas as lnguas do mundo e ser possuidor do
conhecimento de todas as cincias se eu no tivesse caridade.
Antes destes dois episdios Nietszche proclamava que: A alegria
anseia a eternidade. E tambm: somente aquele que tiver o caos den-
tro de si poder dar luz grande estrela bailarina. E tambm: Os fortes,
quando tomam veneno, o veneno s os torna mais fortes. Alm disso,
foi o primeiro pensador que previu a total privatizao do mundo atu-
al globalizado, aps a queda do Muro de Berlim, a imploso da Unio
Sovitica e a sua surpreendente para no dizer escandalosa converso
ao inimigo, isto , pela primeira vez na histria um inimigo mortal se
auto-destri, implode e no s no ataca o seu inimigo ocasionando
aquela terrvel terceira guerra mundial nuclear que todos temiam, mas
ao contrrio se auto-aniquila como estrutura socialista da ditadura do
proletariado e quer e se transforma em um pas democrtico, capitalis-
ta e portanto aliado ao seu mais ferrenho ex-inimigo que foram os USA.
At mesmo a China comunista suspende parte de seu comportamento
de ditadura do proletariado comunista, no s se tornando, esta China,
do eterno imprio celestial em scia de primeira preferncia com os USA,
como declara: Um governo e dois sistemas. E tambm, mais espantoso
ainda que: Tornar-se rico glorioso. Esta previso de Nietszche sobre
a inevitvel privatizao do mundo est escrita no seu livro entitulado
Humano, Demasiadamente Humano. Se o querido leitor e/ou querida
leitora quiserem conferir, trechos dessa citao foram reproduzidos num
floresta verde-esmeralda
recente trabalho da minha querida amiga Scarlet Moon, em seu maravi-
lhoso livro entitulado: Areias Escaldantes, no captulo especial, com fo-
tografia e tudo dedicado minha pessoa e ao meu irmo, companheiro,
camarada, parceiro Nelson Jacobina Rocha Pires.
Mas voltemos Idade Mdia, que nos lembra Jacob Boehme que
dizia que: O que est dentro do crculo tambm est fora do crculo.
Tanto este Jacob Boehme, assim como outro gnio irresvalvel, como ele,
chamado Meister Eckhart tm sua representao imagtica nas pinturas
eternas, modernas, imortais de autoria de Bosch.
Na fenomenologia a primeira impresso de tudo que vale. A
segunda lei da fenomenologia que tudo sucede ao mesmo tempo. A
terceira lei da fenomenologia a de que no existe julgamento, razo,
iluminao, compreenso de todos os fenmenos que nos cercam, que
no seja absolutamente apaixonada. No existe portanto, nem objetivi-
dade, nem neutralidade, nem lgica gelada, nem pensamentos desapai-
xonados, existe apenas ou antipatia ou simpatia. Isto , tudo primeira
vista, tudo ao mesmo tempo e tudo apaixonado e apaixonadamente
paixo apaixonada. As bases destas definies e anti-definies esto
expostas em todo trabalho dos criadores da fenomenologia, que so os
eternos, modernos, imortais, irresvalveis autores, professores, pensado-
res, iluminados judeus alemes universais, katicos Edmund Husserl e
Max Scheler, e em especial sobre este assunto de antipatia ou simpatia,
de dio ou amor, de adorar ou detestar, de simpatizar ou antipatizar
primeira vista se deve em especial a obra de Max Scheler, em forma e
contedo especial no livro sobre a empatia.
X
Para Martim Heidegger sua recomendao final a que mergulhe-
mos dentro de ns mesmos, nos infinitos universos interiores de nos-
so abismo pessoal e que tenhamos uma relao potica com as coisas.
No -toa que a grande proposta da descoberta do outro venha de uma
mulher, e que esta mulher ex-dscipula e ex-amante de M. Heiddeger
Hannah Arendt.
Para mim os fundamentos do sculo XXI passam pela liderana
das mulheres no planeta. tambm importante ler e meditar sobre o
jorge mautner
principal trabalho de H. Arendt intitulado As Origens do Totalitarismo.
Importantes so tambm os livros e a obra, os pensamentos e as infor-
maes do historiador e romancista Robert Graves. Principalmente em
seu livro intitulado A Deusa Branca no qual ele nos conta e nos revela
que nas cerimnias dionisacas alm de vinho consumiam-se cogumelos
alucignicos, tambm ele o primeiro historiador que se torna roman-
cista sem alterar as verdades histricas magistralmente nos dois livros
intitulados Eu, Claudius Imperador e Eu, Claudius e Messalina. Mas
o mais importante trabalho dele o de demonstrar que toda a cultura
helnica foi inventada pelas mulheres em Creta.
Recomendo a leitura desta sua obra-prima que se apresenta na
forma e contedo de um dicionrio sobre a mitologia grega no qual cada
mito descrito de maneira sucinta e em seguida cada mito interpretado
seguindo e obedecendo, descobrindo e esclarecendo a sua eterna, mo-
derna, imortal, irresvalvel teoria, que como j vimos afirma, reafirma,
confirma, informa que foram as mulheres da ilha de Creta, possivelmen-
te descendentes ltimas e nicas de Atlanta naufragadas e de sua cultura
magistral aonde as mulheres dominavam literalmente os homens, no
s na cultura, na religio, na poltica e na ao, constituindo um quase
absoluto matriarcado no apenas lendrio, mas sim na prtica real in-
ventaram toda a cultura helnica posterior.
XI
AMAZNIA EM PERIGO!!!!
Comeo este captulo com a frase bombstica do vice-presidente
dos USA Al Gore, que disse: Os brasileiros que nos perdoem, mas a Ama-
znia de todos ns!
Durante os meus anos de exlio que se iniciaram em 1965 (anos an-
tes do AI-5) tendo eu ido para em Washington D.C. e depois ter ido morar
em New York, foi l que espantados os meus olhos se aregalaram ao ler a
manchete de uma famosa revista de esquerda de l dos USA, que dizia:
Amazonas, a nossa ltima fronteira!
Recentemente o ex-ministro Jarbas Passarinho do glorioso exrci-
to nacional, escreveu um formidvel e espantoso artigo no jornal O Es-
tado de So Paulo, artigo este cuja importncia reputo ser tamanha, que
floresta verde-esmeralda
sinto-me na obrigao de relat-la aos meus queridos leitores e leitoras.
Neste artigo o ilustre general e pensador afirma, com toda a razo, que a
partir da nova definio dada por Tony Blair, primeiro ministro da Ingla-
terra, estamos beira de um grande perigo. Pois, Tony Blair, falando em
nome da OTAN para os jornalistas de todo o planeta, sobre como a OTAN
define o novo conceito de autonomia relativa, e que a substituta esta
nova definio da antiga definio (at hoje vigente pelo que me consta
pelas leis do direito internacional e sacramentada pelas Naes Unidas,
a ONU) de soberania nacional absoluta, esta foi abolida!!!!
Foi durante o bombardeio da Iugoslvia, cujo pomo de discrida
desencadeador foi a cidade de Kosovo, e na qual se deu pela primeira vez
na Histria uma guerra com batalhas nas quais s um lado (o lado da Sr-
via ou Iugoslvia reduzida) que sofreu baixas, sendo que o outro lado
(por parte dos combatentes da OTAN) no houve nenhuma baixa; que
surgiu esta nova e estarrecedora (talvez libertadora? quem sabe?) defi-
nio das definies como lei geral regulamentadora das relaes entre
as naes e a extenso de suas soberanias nacionais, que repito, at ento
eram absolutas-sacrossantas-intocveis-irresvalveis!!!!
Segundo os termos dessa nova definio, qualquer pas (de pre-
ferncia claro os membros efetivos super-desenvolvidos da OTAN sob
comando mal-disfarado dos USA, a nica super-potncia-atmica-es-
telar do planeta) qualquer pas perde direito sua autonomia nacional
absoluta quando (sempre pelo julgamento e critrios dos membros da
OTAN) comete ou parece cometer atos de terrorismo, que ameacem ou-
tros pases, vizinhos ou no; e tambm quando comete atos de genocdio
e tambm atos que levem destruio catastrfica da natureza, e que
assim procedendo (sempre seguindo o pensamento e critrios de julga-
mento da OTAN) possa prejudicar outros pases, vizinhos ou no, ter o
mesmo destino da Iugoslvia de Slubodan Milosevich!!!!
Jarbas Passarinho, a quem j combati em outras ocasies na hist-
ria do passado, mas a quem atualmente e principalmente nesta questo
aqui alevantada apoio integralmente, indaga, neste seu artigo, qual ser o
prximo parecer e julgamento por parte dos pases da OTAN sob a gide
dos USA, se por exemplo a nao indgena dos Yanomami estiver sendo
genocidada, ou ainda se por hiptese as queimadas devastadores da flora
e da fauna amaznica continuassem a dizimar a floresta verde-esmeral-
jorge mautner
da, o maior pulmo do planeta ainda existente, provocando assim alte-
raes no volume lquido do maior rio do planeta que o rio Amazonas,
e portanto desta maneira ameaando concreta e diretamente o territrio
de terras roubadas ao mar e que formam mais da metade da Holanda,
provocando assim a sua inundao!!!! O que acontecer? Pergunta o ge-
neral, pergunto eu, perguntamos todos ns!!!!
Alm disso, ainda h a agravante (tanto para o bem assim como
para o mal, como em tudo, ou quase quase tudo) na posio e declarao
dos meus simpaticssimos colegas e amigos do Greenpeace, que decre-
taram como princpio de ttica e estratgia e como misso principal para
todo o sculo XXI, a tarefa e a misso de ficarem de olho no Amazonas!!!!
Conclua o leitor e a leitora que me lem e so to queridos e que-
ridas para mim, pois no apenas gostam de ler o que escrevo mas que ao
comprarem meus livros e meus discos e minhas pinturas me possibilitam
viver, comer, e escrever, compor mais e pintar mais, qual ser o compor-
tamento correto para todos ns, pois esse assunto deste captulo-artigo
ainda dar muito pano pra manga!!!!
Um dos outros aspectos estarrecedores e maravilhosos deste novo
mundo do prximo milnio que a democracia e a liberdade venceram
em escala inaudita, sendo no entanto necessrio criar agora as funda-
es da nova esquerda.
Seno vejamos: o sculo XX foi dos USA. Foram eles que venceram
a primeira e a segunda guerra mundiais. Porm o mais impressionante
foi a imploso da URSS. Foi a primeira vez nesta Histria do chipanz
avanado em que uma guerra mundial (que iria ser atmica e univer-
sal) acabou com a espantosa imploso do adversrio, que no apenas
implodiu assim como quer ser e se transformar no que , ou era, o seu
adversrio, de imediato tornar-se capitalista e liberal como os USA, sem
sequer ter desejado esperar a transio proposta por Gorbatchev que foi
atropelado historicamente. O outro adversria da guerra fria a China Co-
munista a despeito de ter adotado um espcie de NEP (Nova Economia
Poltica) inventada por Bukharin e que na poca na dcada dos trinta ha-
via salvo a economia sovitica atravs desta NEP que Lenin ideologica-
mente havia defendido no seu clebre livro Um passo para a frente dois
para trs, com a diferena de que no caso atual da China Comunista foi
adotada esta NEP por tempo indeterminado. Se a imploso e a converso
floresta verde-esmeralda
total ao inimigo por parte da URSS impressionante talvez a postura da
China atual o seja mais ainda apesar dela manter toda uma fachada-es-
trutura-forma-ideologia comunista no que tange liberdade e aos direi-
tos humanos, torna-se a scia e parceira primeira e referencial dos USA,
e declara absolutamente em tom taoista e ciberntico que ela a China
atual : um governo e dois sistemas. E de que: tornar-se rico glorioso.
Alm disso, caro leitor, cara leitora, meditem sobre o seguinte:
a primeira vez na Histria que durante a guerra da Iugoslvia, levada e
efetuada a cabo pela nova doutrina de Tony Blair de autonomia relati-
va sobre a qual j falamos no captulo sobre a Amaznia em perigo, em
que foram atingidos mortalmente mais ou menos cinqenta mil solda-
dos srvios, e pasmem, nenhum soldado da OTAN, nenhum soldado da
OTAN ficou sequer ferido.
XII
Caetano Dionisius e Joo Gilberto Apolo
Sobre o manifesto anti-tropicalista do Tom Z a minha opinio a
seguinte: em primeiro lugar no acho que o manifesto seja anti-tropica-
lista. Para mim apenas uma maneira de constatao por parte do Tom
Z de que o tropicalismo em si muito dionisaco e a bossa-nova muito
apolnea.
O tropicalismo seria uma espcie de arte conceitual e fortemente
crtica e principalmente Dionisaca obedecendo esta definio aos cri-
trios estticos lanados por Friedrich Nietzsche em seu primeiro livro
intitulado: O nascimento da tragdia atravs do ser da msica no qual o
criador de Zaratustra anuncia a existncia de uma arte dionisaca (princi-
palmente centrada no teatro trgico, na dana, na msica) e de uma arte
apolnea (principalmente centrada na escultura e na pintura).
A meu ver o tropicalismo parente do dadasmo de Tristan Tzara
e do surrealismo. um liquidificador democrtico anarquista de todas
as tendncias e por isto mortal e imortal, e principalmente humano
demasiadamente humano. A bossa-nova por sua vez um movimento
esttico no qual a forma e a aparncia tm a maior importncia. Se eu
fosse caricaturizar e radicalizar eu diria que o tropicalismo contedo e
representao do burburinho do mundo como Exu do candombl, e a
jorge mautner
bossa-nova o contedo da forma, a predominncia dela e o contedo
da abstrao da serenidade e da felicidade imaginada.
O tropicalismo seria Herclito que diz que Tudo movimento. E
a bossa-nova seria Parmnides que disse que: Tudo parado. E ambos
tm razo segundo nos explica Martin Heidegger em seu livro sobre este
assunto.
Para mim, tanto a bossa-nova quanto o tropicalismo so o Brasil-
-Universal cuja cultura assombrar o mundo neste sculo vindouro. Eu
na poca do surgimento da bossa-nova escrevi no meu livro primeiro
Deus da Chuva e da Morte, escrito de 1956 a 1958 e publicado em 1962
que a bossa nova cometia o extremo pecado de ter preconceitos aparthei-
dianos contra a msica por eles desdenhosamente chamada de brega,
e eu defendi ento como at hoje o fao toda a chamada msica brega
principalmente a genial msica caipira (que mais tarde transformou-se
em formosa msica sertaneja) afirmando que esta msica caipira era (e
para mim ainda o e ser) no apenas igual em beleza e importncia
bossa-nova, mas superior a ela!!!!
Estas afirmaes so permanentes em toda a minha obra escrita,
musical e recentemente Caetano Veloso em uma entrevista as repetiu em
um tom aonde a admirao se encontrava com o espanto. Acho racional-
mente a bossa-nova de nvel igual em importncia Histrica, apesar de sua
alma preconceituosa, ao tropicalismo, porm o meu corao no pra de
gritar: Viva Nelson Gonalves, viva Cauby Peixoto, viva Aracy de Almeida,
viva Isaura Garcia, viva Adoniram Barbosa, viva Alvarenga e Ranchinho,
viva Inezita Barroso, viva Luiz Gonzaga, viva Jackson do Pandeiro, viva La-
martine Babo, viva Adelino Moreira, viva Lupiscinio Rodrigues!!!!
Mas o mais impressionante disso que Caetano Veloso o lder do
tropicalismo ama absolutamente o lder da bossa-nova. E tem mais: para
Caetano Veloso o seu dolo maior Joo Gilberto. Alis no meu livro Pan-
fletos da Nova Era eu descrevo Joo Gilberto como um iluminado, quase
Buda.
XIII
Este livro um manifesto do Brasil do Sculo XXI! Eu sempre afir-
mei desde meus primeiros escritos que datam de 1956-57-58 e que re-
floresta verde-esmeralda
dundaram em meu primeiro livro, prmio Jabuti de 1962 intitulado Deus
da Chuva e da Morte que do Brasil nascer a Nova Coisa, a Nova Era!
At Gilberto Freyre os intelectuais, ou intelligentzia, ou burritzia
como dizia Oswald de Andrade, sofriam de complexo de inferioridade
perante a cultura europia. Com Gilberto Freyre atingimos a igualdade.
Mas comigo, eu declaro a superioridade desta irresvalvel cultura que
misturou muito mais do que os USA suas culturas brancas, indgenas e
negras, tanto na super-estrutura das culturas brancas, indgenas e ne-
gras, tanto na super-estrutura das culturas assim como na infra-estrutura
da gentica misturando as raas como ningum, coisa que nenhum pas
jamais o fez at hoje!
No h vingana mais doce e mais democrtica e mais positiva
como quer Alain Tourraine e mais existencial e vital do que esta para um
escritor-pensador-compositor-poeta como eu que nasceu nessa terra da
nao-emoo! PAS CONTINENTE, tendo a conscincia de ter escapa-
do da morte certa deste modo, espcie de real ressurreio, nos campos
de concentrao nazistas de Buchenwald, Sobibor, Maidanek, Treblinka,
Dachau, Auschwitz!!!!
E tambm a surpresa-serena-doce-vingana, quase perdo, de res-
ponder ao nazismo que o Ser Superir no o ser da pureza racial, mas
como nos informa-ensina-descobre as cincias katicas e fractais atuais
que o ser mais misturado.
XIV
Quando digo que a cultura brasileira ser a estrela guia do sculo
XXI baseio-me em fatos que j esto acontecendo. Nos USA os historia-
dores estremecem sob o impacto de uma descoberta: a cultura latino-
-americana est dominando gradativamente os USA. Atravs de sua
culinria, hbitos, gestos, maneira de fazer o amor e de amar, msicas,
poemas, literatura, cinema, padro de beleza, etc. O maior fenmeno
pop atual Rick Martin, porto-riquenho que canta em ingls e espanhol.
O curioso que at hoje todas as culturas foram absorvidas pelo chama-
do melting pot norte-americano. A cultura irlandesa, japonesa, chinesa,
portuguesa, inglesa, alem, grega, espanhola, etc., todas as etnias e cul-
turas deixaram de ser elas mesmas e se integraram na atmosfera norte-
jorge mautner
-americana dominante do melting pot dos USA. Isto , tornaram-se mais
norte-americanas do que portadoras de sua cultura original. A coisa mu-
dou porm e os historiadores j designam a futura histria dos USA para
este sculo XXI como possuindo a caracterstica da nfase da cultura lati-
no-americana. Segundo meu amigo Otaviano de Fiore isto talvez se deva
ao fato de que pela primeira vez na histria do planeta um pas tenha
entrado em fase de tamanho e imenso lazer e tempo para aproveitar a
vida sem precisar trabalhar criando assim a necessidade de uma cultura
que propiciasse estas condies em plenitude. E qual das culturas a mais
capacitada em devaneios, romances, vadiagem filosfica e no filosfi-
ca do que a cultura latino-americana? E quando tiverem descoberto esta
latino-americanidade em plenitude o passo seguinte para os norte-ame-
ricanos e o mundo ser o de conhecer a quintessncia de tudo isto, de
toda esta capacidade de aproveitar a vida executando todos os desejos
sexuais e metafsicos possveis, dentro do maior prazer e lazer, e a ento,
nem preciso dizer, estamos ns, a cultura do tropicalismo de Pindorama
para todo o sculo XXI!!!!
No -toa que Gilberto Gil j considerado como um Chuck Ber-
ry do Brasil-Universal e Caetano Veloso um dos maiores poetas do scu-
lo, e que o tropicalismo de ambos considerada pelo New York Timas o
movimento mais importante cultural deste sculo!!!! E mais ainda para o
sculo seguinte, o XXI!!!!
Viva a democracia universal. E tenhamos conscincia de que en-
quanto existirem Michael Jackson e Madonna a nossa liberdade estar
garantida. Tanto sexual quanto social. E que no entanto a tarefa mais im-
portante para ns brasileiros a de iniciar uma campanha de revoluo
cultural pacfica no Brasil e que todos comecem a aprender a ler e escre-
ver, a escrever e ler. Nada melhor do que encerrar por aqui este texto com
os versos de Jackson do Pandeiro a respeito: B com a be-ab, b com e
be-eb, b com i be-ibi, b com be-ob, vam estud que melh, vam
estud que melh!!!!
XV
Para se comear a querer entender o prximo milnio penso eu
que s h uma maneira: a maneira fenomenolgica. Sim, apenas pelo
floresta verde-esmeralda
mtodo criado por Edmund Husserl e Max Sheller, cujos discpulos mais
famosos foram, entre outros, Martin Heidegger (que considerado pe-
los mais recentes historiadores e pensadores como tendo sido o maior
pensador do sculo XX), Jean Paul Sartre (cujo trabalho maior foi o de
conectar ou ligar a fenomenologia de Husserl e de Max Sheller com o
marxismo revolucionrio), Merleau-Ponty (que interliga a fenomenolo-
gia com a linguagem simblica e portanto arquetipal).
Com Gaston Bachelard a fenomenologia se enriquece ainda mais
pois as duas referncias de Gaston Bachelard so Freud e Albert Einstein.
Para Gaston Bachelard tanto Heidegger quanto Sartre se equivocam ao
afirmar o destino trgico do ser humano. Para Bachelard, tanto na obra
de Heidegger O Ser e o Tempo assim como na de Sartre O Ser e o Nada
o ser que est dentro do ente que est sempre espera de ser desvelado
movimenta-se num espao-tempo sempre trgico e terrvel, aonde o ser
para a morte e est em seu verdadeiro estado de autenticidade somente
quando est mergulhado no maior terror, angstia, desespero. Isto lem-
bra muito todos os pr-fenomenlogos que so Soren Kierkegaard, Frie-
drich Nietzsche, entre outros. Pois bem, para Gaston Bachelard, ambos,
Heidegger e Sartre se equivocam pois o ser angustiado o ser velado pelo
caracterstico da adolescncia. Para Gaston Bachelard o ser verdadeiro
a ser desvelado, fundado em criana at os sete anos de idade, que ao
contrrio de ser trgico vive feliz rodeado pelos seus seres protetores.
Portanto uma fenomenologia otimista esta do Gaston Bachelard em
comparao trgica de Sartre e Heidegger.
Minha inteno aqui no a de dar uma longa e detalhada aula
sobre a fenomenologia, mas no posso deixar de citar pela importncia
de suas diferentes tendncias e misturas: Albert Camus (a conscincia do
absurdo permanente e do niilismo revolucionrio terrorista), Franz Fa-
non (que ao misturar Nietzsche com Marx e a fenomenologia de Husserl
e Max Scheler foi a matriz ideolgica no s do regime poltico da Arglia
atual como de quase todos os terrorismos contemporneos do Al Fatah
at os terroristas tipo Unabomber e o milionrio saudita Bin Laden), Karl
Jaspers (que acrescentou a Husserl e Max Sheller a meditao sobre Niet-
zsche, a bomba atmica e Jesus de Nazar!)
No poderia esquecer meu descobridor junto com Paulo Bonfim,
como escritor e pensador e que foi o mestre de Oswald de Andrade, cujo
jorge mautner
nome Vicente Ferreira da Silva, um dos maiores pensadores do Brasil.
Claro que a sua fenomenologia como a minha inclui a antropofagia.
Mas pela importncia da mulher neste terceiro milnio acho que
as duas maiores pensadoras e fenomenlogas so: Simone de Beauvoir
e Hannah Arendt. A primeira amante e discpula de Sartre. A segunda
amante e discpula de Martin Heidegger. Eu diria que grande seno at a
maior parte das respostas-perguntas sobre a razo do terceiro milnio e o
prprio terceiro milnio esto nas entranhas das obras destas duas pen-
sadoras. claro, incluindo os pensamentos da minha obra pois ela indica
a importncia absoluta da cultura criada por ns neste Brasil-Universal.