Post on 08-Jul-2015
Maria Blandina MartinsMaria Isabel Figueiredo
Sofia Francisco22 de Outubro de 2009
É-nos apresentada a expressão oral, a par com a compreensão oral, como uma competência específica implicada nas actividades linguísticas que se processam no modo oral e esta é-nos definida como a capacidade para produzir sequências fónicas dotadas de significado e conformes à gramática da língua.
Esta competência implica a mobilização de saberes linguísticos e sociais e pressupõe uma atitude cooperativa na interacção comunicativa, bem como o conhecimento dos papéis desempenhados pelos falantes em cada tipo de situação.
Envolve o planeamento do que se pretende dizer, a
formatação linguística do enunciado e a execução
articulatória do mesmo.
Ao entrar na escola, a criança possui um desenvolvimento linguístico que lhe permite interagir com sucesso na conversa espontânea, competindo à escola proporcionar aprendizagens conducentes a uma expressão fluente e adequada nos géneros formais e públicos do oral, que se caracterize por um vocabulário preciso e diversificado e por uma progressiva complexidade sintáctica.
O aluno deve ser preparado para se exprimir em Português
padrão nas situações que o exigem: para pedir e dar
informações em contexto formal, para defender um ponto de
vista, para participar construtivamente num debate, etc.
Aprender a exprimir-se oralmente é também aprender a
reflectir sobres os vários géneros do oral, a conhecer as regras
sociais que os regulam, a prever as reacções dos
interlocutores e a reformular o seu discurso em função das
mesmas, a construir estratégias para informar, persuadir,
explicar, argumentar com sucesso.
Compete à escola adoptar uma pedagogia do oral que
proporcione ao aluno um saber-fazer de ordem linguística,
cognitiva e social que lhe permita exprimir as suas
interrogações e os seus pontos de vista considerando o
contexto, as reacções dos seus interlocutores, as suas
expectativas e valores, e ter uma imagem de si próprio que o
faça sentir-se um interlocutor de pleno direito.
No 1º ciclo e de acordo com o desdobramento em 2 etapas e numa
lógica de complementaridade, situações de comunicação oral informais
evoluem para situações progressivamente mais formais.
No 2º ciclo estabilizam-se e consolidam-se as aprendizagens realizadas
no 1ºciclo, de forma a garantir a adequação de comportamentos verbais
e não verbais em situações de comunicação informais e com algum grau
de formalização/complexidade.
No 3º ciclo, em estreita articulação entre as actividades de compreensão
e expressão, alarga-se o reportório linguístico e reforçam-se a
compreensão dos mecanismos e estratégias de produção oral,
desenvolvendo uma maior confiança e autonomia .
Conclusão
De acordo com o princípio da progressão constatam-se os seguintes objectivos de desenvolvimento:
1º ciclo Alargamento da expressão
oral em Português
padrão.
2º ciclo
Domínio
progressivo de
géneros formais
e públicos do
oral.
3º ciclo
Fluência e
adequação da
expressão oral
em contextos
formais.
É importante que os alunos aprofundem a consciência da acção
realizada através da fala, que implica o conhecimento das
especificidades do oral e das convenções que regulam esta
modalidade de comunicação, em termos linguístico - discursivos,
retóricos e contextuais.
O 2º Ciclo consubstancia-se num momento de transição do 1º Ciclo,
com a consolidação das competências desenvolvidas nesta valência
de ensino, para o 3º Ciclo, em que o grau de alargamento e
aprofundamento se torna gradualmente mais exigente.