Post on 28-Mar-2016
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&tc e tal... Nº 1
Jornal Escolar da Escola Secundária de Silves
Directores: 10º H1 e biblioteca escolar
Azahar
Crias de lince ibérico nascidas no centro de Silves no domingo de Páscoa não sobrevivem
As primeiras crias de lince ibérico geradas em
cativeiro em Silves nasceram no passado Domingo de
Páscoa no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico. As crias são filhas de
Azahar, uma das fêmeas reintroduzidas em Portugal através do Centro de
Reprodução do Parque Natural de Donãna. O nascimento destas crias, tão pouco
tempo depois da chegada da mãe, auspicia sucesso para o projecto de Silves e
comprova que as condições da região são propícias para o felino mais
ameaçado do mundo. No entanto, por motivos ainda desconhecidos,
surgiram complicações que afectaram a viabilidade das crias de lince.
valter hugo mãe em Silves
Concerto na Sala do Aluno
pág. 10
Este é o novo jornal da Escola
Secundária de Silves.
O jornal nasceu de uma iniciativa
da turma H1 do 10º ano e da
biblioteca escolar e pretende dar
voz aos projectos da comunidade
escolar e ser um espaço de escrita
e divulgação.
O jornal conta com o apoio da
Fundação Jack Petchey.
Todos aqueles que desejem
colaborar no nosso jornal podem
enviar os seus artigos e sugestões
para o nosso mail ou contactar a
equipa de redacção.
etcetaljornal@gmail.com
Aceitamos colaboradores!
Projecto L.E.R……….
Bullying na escola…….
Semana da leitura……
Tecnologia…………..
Desporto…………….
E muito mais…
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Projecto L.E.R. Palavrastemporarias.blogspot.com
O Projecto LER (Leitura, Escrita e Representação) nasceu da vontade de alguns
professores da ESCOLA SECUNDÁRIA DE SILVES como resposta à necessidade, manifestada
por alguns alunos, de ir para além do que é possível fazer nas aulas de Português. Assim, as
professoras Carla Rosete, Esmeralda Alves, Irene Ferreira e Maria José Afonso lançaram-se
nesta aventura que agitou a escola com encontros com escritores, clubes de teatro e de
jornalismo, actividades de leitura e escrita…
A biblioteca escolar tem novidades para ti….
Procura-as no expositor ou na montra do corredor
Apresenta as tuas sugestões
Bibliotecaess.wordpress.com
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Juntaponto : Uma iniciativa dos alunos da Escola Secundária de Silves
Alunos da Escola Secundária de Silves introduziram o
sistema Junta Ponto que consiste na atribuição de pontos
aquando da entrega de manuais escolares que vão poder
ser trocados posteriormente por livros do ano lectivo
seguinte.
A ideia nasceu nas aulas de Área de Projecto e teve a
adesão da professora Paula Torres. Inicialmente, os alunos
criaram um blog de divulgação que suscitou o interesse da
empresa fornecedora do programa informático que gere
todo o sistema.
O projecto será concretizado no próximo ano
lectivo, estando neste momento já operacional. Os alunos
poderão começar a dirigir-se à biblioteca para trocar
manuais escolares adoptados pela escola e que já não
sejam necessários ( por exemplo, os dos anos anteriores)
pelos pontos necessários para obterem os manuais do
próximo ano lectivo.
Podem contactar e obter esclarecimentos na biblioteca da escola ou pelo e-mail do projecto:
recolha.escolar@gmail.com.
BULLYING NA ESCOLA
Realizou-se na Escola Secundária de Silves uma palestra sobre o
fenómeno do bullying.
A iniciativa partiu das alunas Ana Caeiro, Mafalda Guerreiro e
Joana Guerreiro do 12º H1 que, no âmbito da Área de Projecto ,
propuseram ao professor Paulo Santos alertar e sensibilizar,
despertando consciências, a escola para este problema que se
generalizou em Portugal, em grande parte porque a falta de
debate e informação criaram um silêncio que permite a
disseminação e banalização do fenómeno.
O Auditório encheu no dia 26 de Fevereiro para assistir à
apresentação realizada pela GNR que abordou as causas e
consequências desta violência crescente apontando exemplos
concretos e sugerindo procedimentos a seguir por eventuais
vítimas. Seguidamente, a psicóloga clínica da Clínica Psicomédiva
de Messines, Dra. Helena, comunicou parte da sua experiência
com vítimas e agressores e abriu o debate com os alunos.
A acção de sensibilização prosseguirá com a análise de
inquéritos e filmes sobre o tema.
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“As Escolhas que Posso fazer afectam o Mundo dos que não Podem Escolher.” Organização Ser Humano
De entre os muitos e
diversificados problemas que
assolam Moçambique, a
população sofre com miséria,
com doenças como a malária,
como a SIDA, com habitação
precária ou mesmo sem
qualquer tipo de habitação, com
falta de saneamento básico,
com falta de educação e de
escolas e com um país ainda
radicalmente fragilizado pelo
pós-guerra. A corrupção
espalha-se por todos os sistemas
do país.
Moçambique é o quarto país com
menor índice de
desenvolvimento. Nada se faz
para mudar o actual estado do
país; mas as mansões de luxo
continuam a proliferar. Também
é o quinto país com mais
população subnutrida.
“54%, ou seja, mais de
metade do total da população,
têm uma dieta deficiente.”
É um dos países em que as doenças
como a SIDA e malária chegam a
atingir entre 13 a 18% dos
moçambicanos; e mesmo as doenças
mais comuns são causa de muitos
óbitos. Existe uma falta de médicos.
“Só existe um médico
para cada 30.800
pessoas.”
Para além disso, os investimentos
feitos na saúde são ridiculamente
baixos.
É quase impossível imaginar
dois mundos tão diferentes
a poucos metros de
distância.
O que é que correu mal em
Moçambique para que o
fosso entre os ricos e pobres
se tornasse tão profundo?
“O pior pecado contra
os nossos
semelhantes não é o
de odiá-los, mas de
ser indiferentes para
com eles.” George Bernard
Shaw
As coordenadoras do
projecto “Ser Pai Protector”
agradecem a todos os que
têm contribuído para a
melhoria das condições de
vida das crianças
apadrinhadas.
Vocês fazem a diferença.
Muito obrigada.
Marina, Márcia e Cláudia
(12º H2)
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Memórias
Perdidos em Nova Deli Só o extremo calor e humidade, temperados
com muito espanto e cansaço, mitigavam a excitação de estarem noutro continente com uma cultura tão exoticamente
diferente. Apesar de tudo, havia sempre uma espécie de torpor, do primeiro ao último dia, se excluirmos, é claro, Caxemira e Goa, sítios onde ... mas isso é outra
história. Nesta, Era uma vez cinco amigos a meio do primeiro dia de viagem à Índia. Tiveram até que reaprender a atravessar uma rua, não havia pausas,
passadeiras ou semáforos que travassem o fluxo contínuo de pessoas, animais e toda a espécie de veículos com ar dos anos cinquenta.
Depois de instalados, combinaram uma ida
à estação central dos caminhos-de-ferro. Decidiram
pelos riquechós, verdadeiras maravilhas a pedal com “chauffeur”, que permitem observar de forma altaneira, chegar a qualquer lado e servir de guia para o que
pretendessem. Assim se fizessem entender os nossos amigos e conseguissem ultrapassar a fase do regateio. As estações são microcosmos deste
subcontinente. Vivem, até serem expulsos pelos bambus da polícia, famílias inteiras enjeitadas do mundo rural, os mais sortudos irão saldar o seu
sangue, suor e músculos. Passavam milhares de trabalhadores apressados, estudantes com os seus impecáveis uniformes à inglesa, carregadores trajados
com fardas vermelhas e, de repente, o Becas, quase pisando um esguio embrulho enrolado num sari, salta e repara numas pernas escanzeladas. Fica imóvel, o
que fazer? A senhora esquelética não deixa adivinhar, viva? Olha em redor, ninguém repara ou quer saber. Uma criança olha-o com uns faróis imensos e
serenos, está a bebericar, com as pequenas mãos em concha, uma interminável aguadilha onde um farelo faz as honras de alimento. O pai e a mãe observam-
no impavidamente famintos - Mundo de cão! - pensou o Becas, devia comprar umas chapatis!
O Francisco e a Raquel tinham vindo noutro
riquechó e nunca mais chegavam, procuraram-nos por toda a parte e nem sinal deles, começava a anoitecer - será seguro? perguntou o Zé, ninguém dos presentes
sabia - o melhor é irmos andando. Pelo caminho o apocalipse tranquilo. Famílias inteiras transformavam todos os passeios em lares, acomodam-se nos seus
plásticos estendidos, cozinham com esterco de vaca seco, comiam, lavavam-se pudicamente com uma arte de séculos. Riquechós parados abrigavam os
intocáveis, estes veículos são o seu universo de sobrevivência, dão-lhes de comer em troca de esforços sobre-humanos, dão-lhes abrigo em troca de
um desconforto que obriga a pender pernas e dobrar troncos para dormir - Porque é que estes tipos não nos assaltam, murmurou a Elizabete, temos mais
dinheiro no bolço do que devem ganhar num ano - apressem o passo.
Nada, no hotel nem sombra deles, os três
amigos pressentiam os maiores receios. Procuraram no guia o capítulo sobre segurança em Velha Deli, não
aconselhava andar à noite, a não ser nos bairros... o que fazer? - Vamos à polícia? Questionam o
José e o Becas em uníssono - já não morremos hoje! Vamos? - O dono do hotel gesticulava barrando a porta de saída - not safe , not safe. Explicaram a
situação e receberam indicações do caminho a tomar para a esquadra. Não havia qualquer tipo de diálogo, cada um perdia-se em receios e angustias, ainda
ontem estavam à mesma hora no aeroporto de Lisboa, e hoje, um turbilhão.
Finalmente, na estação da policia, a velha máquina de escrever ia registando, pausadamente, as respostas a um interminável e inverosímil
interrogatório, nomes, idades, ascendentes, profissões de cada um dos presentes...e um rol de minudências sem fim. Duas das paredes desbotadas tinham
embutidas selas medievais, seis jaulas desumanamente porcas, escuras e bolorentas. Alguns braços estendiam-se para além dos ferros, já na
penumbra os rostos. Ainda não tinham aprofundado ao que vinham, quando entrou outro polícia com um intocável* pelo colarinho, algum dinheiro passou do
bolso roto para o da farda, com indicações para o miserável se acocorar ali perto.
Enquanto prosseguia o infindável
matraquear da máquina de escrever, o pequeno intocável, de joelhos, inclinando-se e baloiçando-se com as mãos em reza, iniciava um murmurinho
lamentoso, ininterrupto, repetitivo e desesperadamente enervante. Subitamente, um balde de plástico voou na direcção da mesa e roçou o ombro
da Elisabete. O suplicante intocável tinha-se revoltado, quem sabe devido a toda uma vida de humilhações, ou talvez, simplesmente, tivesse os filhos com fome à
espera. Imediatamente, como uma mola, o policia ergueu-se, a cadeira tombou e explodiram pontapés por todo o corpo, uma régua larga e maciça
complementava o trabalho, outros policias vieram-se inteirar e massacrar sem piedade. O corpo, já imóvel, era sacudido por golpes cada vez mais espaçados.
Retomado o interrogatório, as respostas do grupo de amigos redobraram de prontidão, o medo sobrepôs-se a qualquer demonstração de indignação.
- Aquele animal queria saber a história da nossa vida para quê? Questionou o Zé, ao mesmo tempo, a Elizabete e o Becas transvazavam o
turbilhão anteriormente contido - Se o balde não me tivesse tocado talvez não o matassem! Caraças! Não durava dois dias! Porque é que o estúpido do intocável
não ficou quieto quando lhe mandaram? Como é que aquele imbecil não obedeceu? Viram os das jaulas? Nem mexeram. E agora? O Francisco e a Raquel? O
resto do caminho foi feito em silencio, cada um perdido na nébula angustiante dos seus pensamentos - Quando chove como é que dorme esta gente? -
ninguém respondeu ao Becas . Acordado o mais que ensonado empregado,
foram direitos ao quarto dos amigos desaparecidos,
bateram repetidamente, e a voz irritada do Francisco balbuciou - estamos a dormir, onde é que se
meteram? Vocês são malucos? Pensam
que estamos em Portugal? Os três amigos atónitos mas aliviados concordaram em matá-los só amanhã, por hoje chegava. Felizmente ninguém tinha
desaparecido!
A ruela empedrada abraça os laranjas
peregrinos e os brancos sujos enlutados, em fila desordenada as duas fundem-se, desagregam-se intermitentemente, as cores orgulhosas e as de
miséria coçada salpicam aqui e acolá, transpira uma
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tensão densa, húmida, quente e silenciosa. Dois
caçadores de emoções visuais aguardam o momento - o corpo enfaixado, a derradeira peregrinação para quem vai no humilde
palanque de bambu. Pousada na pedra a máquina dispara sozinha, proezas do selft time, fulgurante, destaca-se da massa
humana um jovem determinado, tiraram uma fotografia! , um ou dois rostos parecem sair do torpor e lançam um olhar nada tranquilizador,
não! não tirámos! nem mexemos na máquina, um tiraram ainda mais alto belisca a solenidade do momento e apavora os prevaricadores, vamos conversar para outra rua, diz um dos
apavorados enquanto enlaça de forma amigável os ombros do jovem, por ali conversamos calmamente, enquanto caminham o rapaz olha para a fila que
segue o defundo e sugere baixinho, 20 dólares, por
vinte vão sem serem linchados, é barato, parece ainda
mais nervoso que os caçadores, vinte, só vinte... não pagamos... 10 dólares, ainda posso gritar, a família e amigos
do corpo preste a cremar tinham desaparecido.
* Intocável: abaixo de todas
as castas do hinduísmo, por nascimento são o conjunto de pessoas classificadas de impuras, com profissões
consideradas indignas (contacto com fezes, sangue…). São cerca de 30
milhões. Se um intocável obedecer aos rituais da sua gente e cumprir os princípios religiosos (Karma) pode
reencarnar numa casta superior, pior reencarnação que intocável só nascer animal.
Orlando Dionísio
na Escola Secundária de Silves
Pelo segundo ano consecutivo, a Associação Médica
Internacional, presidida pelo Dr. Fernando Nobre,
respondeu afirmativamente ao convite da nossa
escola e compareceu para uma acção de
sensibilização/informação/debate sobre os valores
da cidadania e da solidariedade.
A biblioteca recomenda os livros de Fernando Nobre,
nomeadamente «Gritos contra a indiferença».
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Desporto: No passado dia 2 de Março de 2010
realizou-se no Pavilhão da Escola Secundária de
Silves o Torneio de Ténis de Mesa 2010, organizado
pela turma do 11ºano do Curso Tecnológico de
Desporto. A Actividade decorreu no âmbito da
disciplina tecnológica do Curso que visa a preparação
dos nossos alunos para o mercado de trabalho
inserido no contexto da Organização Desportiva. A
actividade esteve inserida também no âmbito do
Troféu Espírito Desportivo promovido pela Câmara
Municipal de Silves e apoiado pela Escola Secundária
de Silves.
A actividade teve uma grande adesão por
parte da comunidade escolar, tendo-se registado a
participação de 113 alunos alunos, sendo 87
Masculinos e 26 Femininos.
O Torneio iniciou-se às 8.30 da manhã com
as provas de singulares masculinos, que
durou até às 12.45. A continuação do
Torneio deu-se pela 13.30 com a prova de
singulares femininos, após uma breve pausa
de almoço. De seguida foram disputadas as
provas de Pares Masculinos (26 pares
inscritos) e Pares Femininos (8 pares
inscritos), em simultâneo, que ditaram o fim
do Torneio às 16.40.
Diogo Santos
Vencedor De Singulares Masculinos: Edgar Santos,
P11ER
Vencedora de Singulares Femininos: Elina Moreira,
11ºD1
Vencedores de Pares Masculinos: Diogo Moedas e
Thomas Rávera, 11ºN1
Vencedoras de Pares Femininos: Anabela Baião e
Elina Moreira, 11ºD1
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Semana da leitura
11 a 22 de Março
Concurso de leitura em voz
alta
Integrado na semana da leitura, decorreu, no dia
17 de Março, o concurso de leitura em voz alta
no auditório. Participaram trinta e oito alunos.
O júri foi constituído pelo poeta Manuel Neto dos
Santos, por Dra. Maria José Mackaij,
responsável pela Biblioteca Municipal de Silves,
pelos professores Augusto Marcelino, Isa
Vicente, António Baeta, e por Inácia Duarte,
funcionária na biblioteca da escola.
Vencedores:
Catarina Cruz ( leu Vasco Gato)
Laura Alves ( leu Jorge de Sena)
Paula Silveira ( leu Paulo Condessa)
Feira do livro
Outras actividades pontuaram a semana da
leitura tais como a feira do livro, a leitura de
poesia à comunidade, a distribuição de
guloseimas e pergaminhos poéticos.
Premiados da fase escolar:
Inês Mendes
André Neves
Mécia Miguel
Book crossing na biblioteca
Procura na biblioteca ( área de leitura informal) livros
assinalados com o autocolante identificativo. Leva-o
para passear e relata as aventuras que viveram juntos
no blogue bibliotecaess.wordpress.com
Feira do livro no átrio da escola
A outra face da lua
Na semana da leitura, Paulo Pires, animador da Biblioteca
Municipal de Silves, protagonizou sessões de leitura em sala de
aula a todas as turmas da escola. Os alunos aplaudiram a já
familiar irreverência e bom humor das sessões de promoção da
leitura de Paulo Pires.
A escola agradece a disponibilidade e cooperação de todos os
professores e alunos que aderiram com tanta simpatia a esta
divulgação da poesia.
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Escritores na escola
Miguel Real
O Auditório da Escola Secundária de Silves
encheu para ouvir o célebre escritor,
professor e ensaísta Miguel Real, autor de vasta
obra literária de cariz por vezes histórico ou
biográfico. Depois de dez anos a investigar a
vida e obra de Padre António Vieira, o
"imperador da língua portuguesa", Miguel Real
publicou O sal da Terra, ficção em torno das
polémicas da vida desta figura das letras
portuguesas.
E
É indiscutível a importância humanística, cívica
e literária do homem que melhor personificou o
confronto entre as apetências vis puramente
materialistas dos homens e os desígnios
magnânimos da nação e da humanidade. Hoje
seriam necessários, sem dúvida, outros
Antónios Vieiras. É essa a mensagem que se
pretendeu evidenciar aos alunos, reforçando os
conteúdos dados em aula, evocando aspectos
menos explorados e bastante polémicos, como
a vertente messiânica e oculta do famoso
jesuíta do século XVII.
Miguel Real, autor do Sal da Terra, publicado
em 2008, destacou ainda os ardis diplomatas e
políticos que transparecem nas inúmeras cartas
que o Padre António Vieira redigiu em prol
da grandeza nacional e do justo equilíbrio entre
os poderes e saberes de um mundo já
multicultural, prenúncio da nossa actual
conjuntura.
Escritores na escola
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valter hugo mãe e outras
minúsculas
3 de Dezembro de 2009
valter hugo mãe foi recebido em Silves por
um espectáculo criado pelos alunos em parceria com
os responsáveis pelo projecto L.E.R. e a Associação
de Estudantes. A sala do aluno foi pequena para
acolher tantos espectadores que foram surpreendidos
pela versatilidade e dinâmica das acções
desenvolvidas pelos alunos. O escritor respondeu ao
apelo e cantou músicas do grupo Governo, criado em
conjunto com músicos dos Mão Morta.
Graças ao empenho de todos os que se quiseram
associar a esta iniciativa, bastaram três ensaios para afinar os diálogos entre música e poemas pré-seleccionados, que se aproximavam das preferências
temáticas dos jovens, nomeadamente por uma certa visão nocturna da existência. A título de exemplo, foram abordadas as indefinições do ser – “o rapaz
dotado de três mortes”; a autocrítica de feição sarcástico-humorista – “gordo e careca” – ou o flagelo da necessária sedução do outro que, não raras vezes,
leva a uma auto-mutilação psíquica ou física – “poema feio”. Outros textos mereceram uma dramatização mais completa como a do paradigmático poema
narrativo “hoje vou moderar uma/conversa com adolfo luxúria canibal”, que suscitou o apelo colectivo a um “quotidiano mais amoroso”.
Todas as composições musicais que serviram de fundo e acompanhamento à leitura expressiva foram
da autoria dos alunos João Brito (guitarra) e Rafael
Lima (djambé). Noutro registo, mais afro-sensual, dois dos elementos do grupo Seven Minds – Patrícia e
Rafaela – recriaram musical e textualmente duas composições de
valter hugo mãe, ecoando o refrão “meu amor inventado/ainda
assim tanto demoras”.
Num estilo
descontraído, o escritor, poeta e cantor foi respondendo a
questões que procuraram evidenciar as suas opções de escrita e de modus vivendi,
intervaladamente
ilustradas pelas leituras expressivas e musicadas dos alunos.
No final, a voz plangente de valter hugo mãe surpreendeu
ao interpretar o tema “meio bicho e fogo” dos Governo, com acompanhamento musical de João Brito, Rafael Lima e Paulo Pires
Paulo Condessa
Louco-Homem-Gramático
Quinta-feira,11 de Março
O “louco homem gramático” é, nas palavras do poeta Paulo Condessa, um
“esquisito espectáculo poético alfabético”. Numa loucura organizada, um
homem tenta fazer um espectáculo de amor e poesia, brincando com a
língua e a gramática.
Este espectáculo procura desenvolver o sentido crítico a partir do sentido
lúdico e humorístico, associando assim a leitura a prazer e diversão.
Os alunos e professores da Escola Secundária de Silves aplaudiram este
espectáculo francamente original, abandonando com relutância o auditório
quando a sessão terminou.
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O teu rosto à minha espera, o teu rosto
a sorrir para os meus olhos, existe um
trovão de céu sobre a montanha.
As tuas mãos são finas e claras, vês-me
sorrir, brisas incendeiam o mundo,
respiro a luz sobre as folhas da olaia.
Entro nos corredores de outubro para
encontrar um abraço nos teus olhos,
este dia será sempre hoje na memória.
Hoje compreendo os rios. a idade das
rochas diz-me palavras profundas,
hoje tenho o teu rosto dentro de mim. José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"
(escolhido por Anabela L.)
José Luís Peixoto
Bibliografia
Nasceu em 1974, em
Galveias (Portalegre). É
licenciado em Línguas e
Literaturas Modernas (Inglês e
Alemão) pela Universidade
Nova de Lisboa. Publicou,
durante vários anos, textos de
poesia e prosa no suplemento
DN Jovem. Foi, durante alguns
anos, professor do ensino
secundário.
Em Outubro de 2000
publicou, na Temas e Debates,
o seu primeiro romance,
Nenhum Olhar, que lhe valeu
de imediato um largo
reconhecimento da crítica. E
em 2001 foi lançado o livro de
poesia A Criança em Ruínas,
que também foi um êxito.
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Leituras Enki Bilal O Grupo de Francês com o apoio
precioso do nosso assistente Alexandre Manuel, levou a cabo a divulgação do autor francês de BD Enki Bilal. Trata-se de uma obra contemporânea e original, muito apreciada na actualidade sobretudo pela sua beleza plástica e ambiente surreal. "Enki Bilal (baptizado como Enes Bilalović) é um cineasta, desenhista e roteirista de histórias em quadrinhos francês. Nasceu em Belgrado, Sérvia (antiga Iugoslávia), em 7 de outubro de 1951, e mudou-se para Paris com nove anos de idade. Aos 14, conhece René Goscinny, e, encorajado, resolve tornar-se desenhista de quadradinhos. Começa a trabalhar na revista Pilote, e publica a sua primeira história, Le Bol Maudit, em 1972. A partir de 1975, começou a colaborar com o roteirista Pierre Christin numa série de histórias, de teor surreal e sombrio, às vezes enveredando pela ficção científica." (In
Wikipédia). Cada desenho seu é pintado numa grande tela, posteriormente reduzida, de forma a formar as tiras que irão compor a sua BD. Unindo sempre a ficção e a política, a história passa-se num mundo conturbado do futuro próximo. O desenho agitado e nada comportado deste Bilal dos dias actuais, transparece na trama que tem como inspiração a guerra da Bósnia e lembra o mundo de Blade Runner: Le Sommeil du Monstre (O Sono do Monstro), primeiro volume de uma nova trilogia de um estilo de banda desenhada que conquistou o público português, e que o autor apelida de “ficção prospectiva”, 32 Décembre (32 de Dezembro) e Rendez-Vous à Paris (Encontro em Paris). Enki Bilal é um grande artista, ainda pouco conhecido em Portugal, que com a sua visão de um futuro caótico, perturbador e sombrio, nos mostra um dos muitos caminhos que a BD pode trilhar. A nossa Escola adquiriu para a Biblioteca alguns álbuns deste autor e o filme "Les Immortels", que estarão disponíveis para todos os que quiserem conhecer melhor Enki Bilal.
Ester Pinto
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Tecnologia
«Relógio-telemóvel» Vem aí o primeiro relógio que também é um telemóvel. Com ecrã táctil e vídeo
também disponível, a nova aposta da LG apareceu no mercado no final de 2009.
O relógio-telemóvel LG-GD910 tem ainda capacidade para reconhecer vozes e o utilizador poderá navegar na net
3G e fazer downloads.
O ecrã táctil tem uma pequena câmara, que permite receber e enviar videochamadas. De resto, o LG-GD910 terá
todas as funcionalidades «normais» de um telemóvel: chamadas, SMS, e-mail, etc.. Mas , apesar de tudo, o relógio-
telemó vel é bastante caro comparando com o preço dos telemóveis normais e dos bons relógios.
Lido na blogosfera «Iniciativas como o
Plano Nacional de Leitura ou as Novas Oportunidades "estão no caminho certo, mas não são suficientes", defendeu Scott
Murray.
No entanto, e apesar destas conclusões, o economista
João Salgueiro (que aparentemente faz doutrina em Portugal, já que foi o único
economista entrevistado. Para quando economistas com ideias do século XXI a serem
entrevistados na TV?), discorda com o estudo, refere mesmo que o país tem "um baixo nível de
literacia e mesmo assim dois terços da economia não reconhece a vantagem" de ter
uma massa laboral com mais competências. Logo conclui que
a literacia não é assim tão
indispensável…
Certamente que João Salgueiro é um dos pioneiros da doutrina de que uma pessoa
pode ter “competências a mais” para um emprego, como se o facto de se saber mais fosse
prejudicial ao trabalho. É claro que para João Salgueiro o problema de Portugal é um
problema de falta de competitividade da nossa economia devido ao excesso
peso Estado e dos direitos dos trabalhadores.
Esta corrente de economistas não consegue
perceber que o mundo muda muito rápido, que daqui a uns anos (poucos) os trabalhadores
manuais (como idealizados no
século XIX) vão ficar reduzidos
ao mínimo, tudo será feito por máquinas e só as pessoas com mais conhecimentos, que consigam adaptar-se a estas
mudanças e que acrescentem algo ao trabalho que fazem é que vão ter sucesso. Portugal
não pode continuar a ser um país de agricultores rurais ou de empregados fabris porque esses
empregos vão acabar.
O problema é que o futuro de Portugal é o presente
dos outros países, o nosso futuro já era, não temos tempo para lá chegar, temos que
conseguir adaptar-nos aos padrões dos outros e esses não esperam por nós.
A educação é a arma
do futuro e o futuro já cá está.»
publicado por Bruno César reactor4.blog.sapo.pt
Momentos hilariantes na net
Hilariante, como sempre, o youtube! Já viram a apresentação de book, o rival do Ipad?
Não precisa de bateria, é leve, fácil de transportar, ecológico porque não consome energia e
tem acessórios impressionantes como o marcador que permite saber sempre em que páginas
deixámos a leitura. Genial!
Como não podia deixar de ser, lá teremos de pagar o acesso ao Youtube… Felizmente é barato
( para quem não passa lá os dias…)
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Fundação Jack Petchey
O objectivo da Fundação Jack Petchey é o de ajudar a desenvolver o potencial dos
jovens entre os 11 e 25 anos , em particular os que estão a enfrentar as dificuldades do
Século XXI.
Premiados Jack Petchey 2010 ( até ao momento…)
( e os senhores que se seguem…)
Diogo Santos conquista o 2º lugar na final do
concurso Speak Out
No dia 17 de Março realizou-se no
Auditório da Câmara Municipal de
Albufeira a final do Concurso Speak
Out dinamizado pela Fundação
Jack Petchey. Estiveram presentes
dois finalistas da Escola Secundária
de Silves, Diogo Santos e Laura
Alves, assim como dois
representantes do Agrupamento
Garcia Domingues, a Laryssa e o Apolino. A grande
vencedora foi Maria Sebrancia, da Escola Professora
Diamantina Negrão, seleccionada pelo júri presidido pelo Director Regional de Educação, Dr. Luís
Correia.
O Diogo “brilhou” pela sua simpatia e espontaneidade tendo conseguido forte adesão do público.