Post on 10-Feb-2019
ESTUDO DA ALTERAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE UM PISO REVESTIDO COM O CALCÁRIO
CONHECIDO COMERCIALMENTE COMO “MÁRMORE PERLINO BIANCO”
1R. E.C. da Silva, 1R. C. C. Ribeiro
1. Coordenação de Apoio Tecnológico a Micro e Pequenas Empresas – CATE, Centro de Tecnologia Mineral –
Cetem, Av. Pedro Calmon, 900, Ilha da Cidade Universitária, Rio de Janeiro – RJ,
INTRODUÇÃO O exemplo que estudamos refere-se a patologias
que afetaram um piso revestido com o calcário “Perlino Bianco”, assentado em uma varanda, e que apresentou várias patologias em um curto espaço de tempo.
A equipe do CETEM ensaiou duas amostras, uma do material são, e outra do material alterado, retirado diretamente do piso da varanda.
OBJETIVOS Caracterizar o material e suas patologias, a fim de
esclarecer o motivo de sua ocorrência.
RESULTADOS Na petrografia pode-se observar que a rocha é
um calcário fossilífero, com estilólitos. O fato de ser um calcário, e não um mármore já é um indicativo da relativa fragilidade do material. Os estilólitos da rocha representam os locais preferenciais para reações de oxidação por ser uma zona de fraqueza e possuir muscovita, que tem ferro em sua composição.
RESULTADOS
Contato irregular argamassa/contrapiso (luz transmitida e luz polarizada, aumento de 2,5x).
RESULTADOS Índices Físicos (ABNT NBR 15845:2010)
Densidade Aparente (g/
cm3)
Porosidade (%)
Abs. d'água (%)
2,560 2,4 0,94 2,550 2,5 0,81 2,555 2,4 1,04 2,557 2,3 0,91 2,570 2,1 1,06
Média 2,558 2,3 0,95
RESULTADOS Análise Química (FRX)
% SiO2 0,20 CaO 55,36 Fe2O3 0,04 MgO 0,40 Na2O 0,02 Al2O3 0,10 PF 41,9
DISCUSSÕES A rocha é um calcário fossilífero, com estilólitos. O fato
de ser um calcário, e não um mármore já é um indicativo da relativa fragilidade do material. Os estilólitos da rocha representam os locais preferenciais para reações de oxidação por ser uma zona de fraqueza e possuir muscovita, que tem ferro em sua composição.
Os valores altos da porosidade (2,3%) e da absorção de água (0,95%) são indicativos de maior facilidade de percolação de fluidos, e consequentemente alteração dos minerais.
DISCUSSÕES O DRX indica que a rocha antes de ser assentada possui os
minerais calcita e muscovita, e na amostra assentada possui calcita, muscovita e gipso, indicando que houve alteração da calcita por reação com produto ácido. O gipso é o material pulverulento indicado na figura, onde são indicadas as patologias. O DRX do contra piso indicou a presença de saponita, mineral de alteração da mica.
O MEV/EDS da amostra retirada do piso (mossa), que partiu exatamente no veio estilolítico, indica haver contaminação desse veio por elementos estranhos à rocha, como chumbo, cobre e enxofre. Esses elementos não ocorrem normalmente na rocha. Eles podem ter sido carreados por capilaridade a partir do contrapiso e/ou argamassa.
CONCLUSÕES De todas as observações acima se pode concluir que a rocha
sofreu um processo de alteração, que visualmente é um material pulverulento de cor esbranquiçada, presente no piso, identificado pela difração de raios-x como GIPSO (ou gesso).
A estrutura do piso, formada por contra piso, argamassa e ladrilho, fornecem algumas características que podem gerar problemas. Segundo informações, o contra piso é de vermiculita. Sobre ele foi colocada a argamassa que possui certa quantidade de água, e pode ter descido e preenchido parte dos espaços vazios. Esta água, dependendo do grau de acidez do material, reage com as micas, gerando outro mineral de alteração (saponita), e esse material pode ser carreado por capilaridade ascendente para os veios estilolíticos e rejuntes entre os ladrilhos, provocando reações de alteração, liberação e mobilização do ferro, gerando manchamentos e mossas.