Escolas gerenciadas: planos de desenvolvimento e projetos político -pedagógicos em debate

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Francielle de Camargo Ghellere

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Estágio de docência

Mestrado em Educação

Disciplina Obrigatória

Francielle de Camargo Ghellere

FONSECA, Marília; TOSCHI, Mirza Seabra; OLIVEIRA, João Ferreira de. (Orgs.). Escolas gerenciadas: planos de desenvolvimento e projetos político -pedagógicos em debate. Goiânia: Editora da UCG, 2004.

TEXTO

Educação, gestão e organização escolar:

concepções e tendências atuais

Prof. Dr. João Ferreira de OliveiraPossui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás - UFG (1989), Mestrado em Educação pela UFG (1994) e Doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2000). Atualmente é professor adjunto da UFG e Coordenador do Programa de Pós-graduação em Educação da UFG. É, também, Coordenador do Gt Políticas de Educação Superior da Anped e Diretor de Pesquisa da Anpae.

Profª Drª Marília Fonseca

Possui graduação em Licenciatura em Letras mestrado em Educação pela Universidade de Brasília(1977) e doutorado em Ciênciasda Educação- Universitede Paris V(RenéDescartes) (1992). Atualmente é professora colaboradora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.

Profª Drª Mirza Seabra Toschi Possui graduação em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero

(1981), graduação em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia de Passos (1988), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Goiás (1993) e doutorado em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (1999). Atualmente é docente de ensino superior da Universidade Estadual de Goiás e responsável pela coordenadoria de apoio do docente/proacad do Centro Universitário de Anápolis.

Sobre os autores

Desenvolvimento da gestão educacional

A partir do século XX houve uma reformulação aos apelos feitos em nome da eficiência e da eficácia educacional.

É preciso compor uma nova cultura na escola ancorada por estratégias de descentralização, autonomia e liderança no contexto escolar (autogestão).

Desempenho escolar Multiplicam-se as propostas de avaliação do

desempenho escolar.

O caminho para a qualidade (matéria da revista Nova escola). No Pisa (sigla em inglês para o Programa Internacional de Avaliação

Comparada, aplicado em 57 países), por exemplo, é gritante a diferença entre as notas de nossos estudantes em relação à média da OCDE, o grupo que reúne as 30 nações mais desenvolvidas do mundo

As quatro lições da qualidade (receita)

1 SELECIONAR SEMPRE OS MELHORES PROFESSORES

2 CUIDAR DA FORMAÇÃO DOCENTE 3 NÃO DEIXAR NENHUM ALUNO PARA TRÁS

Em decorrência dessas novas exigências, ganha força a visão de que é preciso compor uma nova cultura na escola.

Mudanças que vêm de fora para dentro da escola e que se limitam a normatizar a ação dos profissionais e a padronizar processos e produtos do ensino.

A reação dos professores a tais projetos, é uma forma de resistência a mudança.

Para tanto, citam exemplos de “experiências induzidas” no espaço escolar.

A cultura descentralizante Constituição da República Federativa do

Brasil de 1988

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

CAPÍTULO IIIDA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO

DESPORTOSeção I

DA EDUCAÇÃO

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

A cultura descentralizante A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(BRASIL, 1996).

TÍTULO IIDos Princípios e Fins da Educação Nacional

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo

para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da

legislação dos sistemas de ensino;

A cultura descentralizante Plano Nacional de educação

Estabelece como pilar da gestão democrática a autonomia escolar, mediante a descentralização do financiamento da educação.

Recomendação de rende mínima para a melhoria da qualidade do ensino.

Plano Nacional de educação

2. OBJETIVOS E PRIORIDADES

“Considerando que os recursos financeiros são limitados e que a capacidade para responder ao desafio de oferecer uma educação compatível(...)” (BRASIL, 2001).

“Desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino (..).

Projeto Político Pedagógico da escola (Inciso I, Art. 3).

Promover a participação da comunidade na gestão das escolas, universalizando, em dois anos,

a instituição de conselhos escolares ou órgãos equivalentes (BRASIL, 2001, p. 20).

Gestão e autonomia escolarNo campo operacional (ação)

Programa dinheiro direto na escola (PDDE)

Outras de origem internacional, implementada por meio de acordos de co-financiamento entre Banco Mundial e governo brasileiro, como o projeto Pró-Qualidade e o Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundescola), desenvolvido em alguns estados.

Programa Fundo de Fortalecimento da Escola Fundescola Acordo assinado entre Brasil e o Banco

Mundial, em 1998. Voltado para as gestão das escolas

fundamentais dos estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Objetivo:promover um conjunto de ações para a melhoria da qualidade das escolas do ensino fundamental, ampliando a permanência das crianças nas escolas públicas, assim como a escolaridade nessas regiões do país.

Programa Fundo de Fortalecimento da Escola Fundescola

Estratégias: aperfeiçoar o trabalho escolar, elevar o grau de conhecimento e o compromisso de diretores, professores e outros funcionários da escola, com os resultados educacionais, melhorar as condições de ensino e estimular o acompanhamento dos pais na aprendizagem de seus filho.

Programa Fundo de Fortalecimento da Escola Fundescola Proposta concebida no âmbito da “gestão

democrática” centrada em uma concepção generalista e eficientista, como instrumento legal para a organização do trabalho escolar (autonomia garantida por um fundo repassado à escola)

Ação modernizadora com reforma e inovação Mudanças ocorridas na escola, partem da

sociedade (Reforma do Estado). Na escola, muitas dessas mudanças

prestam-se apenas a modernizar a escola, mas não diluem o conservadorismo das concepções sobre o ensino e a aprendizagem e nem sobre o aluno (visam metas)

Reformas causam resistências por parte dos professores, contrapondo ao modelo funcionalista das reformas.

Bases ideológicas da gestão democrática Conjunto de projetos implementados,

sobretudo, na década de 1990, mostra a coexistência de uma pluralidade de proposta voltadas para gestão da escola pública.

Todo processo de mudança necessita de reflexão crítica e continuada, para não se transformar em prática irrealista, sem vínculo com as finalidades da ação e com a identidade escolar.