Post on 22-Apr-2015
Equipe:
Eratóstenes Lima
Michelle Borba
Priscila Oliveira
Vitor Sales
Programa de Pós-Graduação em
Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental
Disciplinas: Ecologia de Populações e Ecologia de Comunidades
Professores:Eduardo Mariano NetoMauro Ramalho
Salvador, 05 de agosto de 2013
Problema 1
Sobre-exploração das piraíbas
Objetivo
Propor um modelo generalizado de
manejo para exploração sustentável de
populações de bagres – piraíba na
Amazônia com o intuito de reverter os
efeitos da sobre-exploração.
Evidências do Problema
• Produção anual caiu de 4000 t (em 1983) para valores insignificantes no ano de 2000 (Petrere et al. 2004)
• Ocorrência de colapso populacional inferido do afunilamento na diversidade genética (Huergo et. al. 2011)
Fonte: PETRERE ET AL. 2004
Fonte: JOSÉ DANIEL DA SILVA, 2009.
Nome comum Nome científico Captura (%)2006
Captura (%)2007
Filhote/Piraiba Brachyplatystoma filamentosum
2,82 1,6
Valores (%) relativos a captura, nomes comuns, espécies e famílias desembarcadas no município de Couto de Magalhães nos anos de 2006 e 2007.
Brachyplatystoma filamentosum (Lichtenstein, 1819) Kumakuma
Nome popular: Bagre, Piraíba Brachyplatystoma capapretum Lundberg & Akama,
2005Nome popular: Piraíba Negra
Alimentam-se de peixes Adultos começam a se
reproduzir quando alcançam 6-10 anos
Maior bagre de água doce, alcançando cerca de 2,4 m e 130 kg
Carne de alta qualidade para consumo humano
Ameaçado devido a super-exploração
Brachyplatystoma filamentosum Fonte: www.fishbase.org
Fonte: www.fishbase.orgEspinhel Fonte: marbrasil.org
Típicos peixes da família pimelodidaeFonte: www.fishbase.org
Associados ao estuário, onde crescem, e nas cabeceiras do Rio Amazonas, onde se reproduzem Capturados com rede e espinhel
Fonte: Petrere et al. 2004
Histórico de vida
• Os padrões de fecundidade e sobrevivência determinam a distribuição e abundância das espécies no espaço e no tempo.
• As espécies que passam parte de suas vidas em um hábitat (ou região) e parte em outro podem ser afetadas seriamente pelas atividades humanas que influenciam sua capacidade de deslocamento entre eles.
BEGON, 2005. Ecologia de indivíduos a ecossistemas.
Segundo Petrere (2004) existe uma relação entre a sazonalidade e a captura de piraíbas na Colômbia.
Período de seca (Janeiro a Março)- A captura é intensa, o arpão é o principal petrecho;- Captura proibida;- Alta disponibilidade de piraíbas nos tributários.
Período em que a água esta se elevando (Abril a Junho)- Quando o peixe é escasso e difícil de capturar, devido sua dispersão na várzea;- As piraíbas permanecem no principal canal e provavelmente migram rio abaixo;- Durante esse período, todos os tipos de redes são utilizados.
Período de cheia (Final de Junho ao meio de Setembro)- Quando o nível de água chega ao máximo;- Captura ainda é difícil;- As piraíbas continuam migrando rio abaixo ou procurando abrigos demersais.
Período em que o rio está secando (Meio de Setembro ao Final de Dezembro)- Quando o nível de água está decrescendo;- As piraíbas migram da várzea até os tributários através do canal principal;- Ocorre um aumento nas taxas de captura;- Diversas técnicas são implantadas durante esse período.
Segundo Petrere (2004) existe uma relação entre a sazonalidade e a captura de piraíbas na Colômbia.
Fonte: PETRERE ET AL. 2004
Segundo a CBD (Convention on Biological Diversity) de 1993, em seu art. 2°, uso sustentável é definido por:
O uso de componentes da diversidade biológica em um sentido em que a taxa de utilização não leve a longo prazo o declínio da diversidade biológica, enquanto a manutenção é potencial para encontro das necessidades e aspirações das presentes e futuras gerações.
O extrativismo é sustentável quando a utilização e/ou colheita de recursos não exceder a produção.
O tamanho da colheita irá depender das metas da gestão dos recursos para a produção.
Ex: Maximização da produção, maximização da receita, minimização de probabilidade de exaurir recursos ou a conservação dos recursos naturais.
Fonte: WEINBAUM ET AL. 2013
Segundo Cerdeira et al. (1997) e Batista et al. (2004), apud Santos e Santos (2005)
As taxas de consumo de pescado na Amazônia são as maiores do mundo;
Média estimada em 135 kg/ ano/pessoa;
Constitui a principal fonte de proteínas para as populações humanas residentes.
Fonte: Begon, 2005. Ecologia de indivíduos a ecossistemas.
PORTARIA CONJUNTA NATURATINS/IBAMAn.º 001/2007, de 23 maio de 2007.
Dispõe sobre a proibição de captura e transporte das espécies de peixes que especifica e dá outras providências.
•Art. 1º. - Proibir em todo o Estado do Tocantins, por tempo indeterminado, em todas as modalidades de pesca, a captura, o transporte e a comercialização.
A melhor posição entre dois extremos precisa combinar aspectos biológicos (bem-estar da população explorada), econômicos (lucro resultante da atividade) e sociais (níveis de emprego, manutenção de comunidades tradicionais e seus estilos de vida).
A produção aumenta com o tamanho da população explorada, o nível de esforço de captura e a eficiência de captura.
BEGON, 2005. Ecologia de indivíduos a ecossistemas.
As informações empíricas e teóricas são incorporadas para refletir a dinâmica da estrutura populacional, o que permite estimar a produção e resposta da população a diferentes estratégias de exploração.
O risco associado à cota fixa (número fixo de indivíduos removidos durante um dado período) pode ser reduzido se houver uma regulamentação do esforço de captura.
BEGON, 2005. Ecologia de indivíduos a ecossistemas.
Propostas de Solução
Identificação do Panorama Atual
Levantamento da densidade populacional, através de campanhas de coleta e monitoramento nos rios da bacia Amazônica
Levantamento da dinâmica pesqueira, através de entrevistas com os pescadores da região
Levantamento da dinâmica comercial, através de entrevistas nos principais mercados da região.
Propostas de Solução
Cotas de Exploração
Regulamentação do esforço de pesca: proibição da rede de arrasto
Defeso
Propostas de Solução
Modelos para Determinação da Cota de Exploração
• Modelo completo, utilizando matriz de transição para construção de uma projeção do comportamento dessa população ao longo do tempo (vetores), à medida que valores de cota são pré-estipulados para o grupo considerado mais sensível.
Vetores com a projeção da população no tempo:
Grupo A – QtdAGrupo B – QtdBGrupo C – QtdCGrupo D – QtdD
Quantidade por grupo.
Os grupos representam:
A – Ovos e larvasB – Indivíduos de até 20cmC – Indivíduos de até 1,5mD – Indivíduos acima de 1,5m
Vetor 1
QtdA1QtdB1QtdC1QtdD1
QtdA2QtdB2QtdC2QtdD2
QtdANQtdBNQtdCNQtdDN
Vetor 2 Vetor 3 Vetor 4
1 ano
1 ano
Ano N
L1 – NR 0 0 0L2 – R12 NR 0 0L3 – 0 R23 NR 0L4 – 0 0 R34 NR
Matriz de Transição
Onde a L1 da Matriz, multiplicada pela coluna Vetor 1, fornece QtdA1; a L2 da Matriz, multiplicada pela Vetor 1, fornece QtdB2... Seguindo este procedimento, conseguimos utilizar a matriz de transição, multiplicando os vetores seguintes, para estabelecer o comportamento temporal da população.
Grupo sensível *
* Juvenis são pescados em grande quantidade ao se encaminhar para o local de desova.
Curva sigmóide – podemos obter a representação dos dados dos vetores 1, 2, 3, N, através de uma curva sigmóide, que representa o comportamento de crescimento da população até se aproximar da capacidade de suporte do ambiente.
Podemos, através dela, inferir o ponto ótimo de exploração do recurso, que corresponde ao ponto com a maior taxa de recrutamento e, portanto, melhor recuperação da população.
Propostas de Solução
Propostas de Solução
X
Y
Referências Bibliográficas
Santos, G.M., Santos, A. C. M. Sustentabilidade da pesca na Amazônia, 2005. DOSSIÊ AMAZÔNIA BRASILEIRA II. Estud. av. vol.19 no.54 São Paulo.
Da Silva, J.D. 2009. Gestão local e conservação dos recursos pesqueiros no município de Couto de Magalhães (To), região do médio rio Araguaia.
Huergo, J. M., Filgueiras-Souza, R. J., Batista, J. S. & Formiga-Aquino, Q. Molecular genetics as a tool for fisheries management in the Brazilian Amazon: Piraíba (Brachyplatystoma filamentosum and Brachyplatystoma capapretum) (Siluriformes: Pimelodidae) in white-water rivers. Pan-American Journal of Aquatic Sciences, 6(4): 280-289.
Michael Begon,Colin R. Townsend, John L. Harper. 2006. Ecologia de indivíduos a ecossistemas; 4ª edição; Artmed.
Petrere, M.; Barthem, R.B.; Córdoba, E.A.; Gómez, B.C. 2004. Review of the large catfish fisheries in the upper Amazon and the stock depletion of piraı´ba (Brachyplatystoma filamentosum Lichtenstein). Reviews in Fish Biology and Fisheries;14: 403–414.
PORTARIA CONJUNTA NATURATINS/IBAMA N.º 001/2007, de 23 maio de 2007 Weinbaum, K. Z.; Brashares, J. S.; Golden, C. D.; Wayne, M. G. 2013. Searching for
sustaintability: are assessments of wildlife harvests behind the time?. Ecology Letters; 16:99-111.
Fishbase. Disponível em: www.fishbase.org Acessado em: 31/07/2013 às 20:00