Epistemologia da Ciencia de Huberto Maturana e Francisco Varela

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS – MESTRADO PROFISSIONAL

EPISTEMOLOGIA DA CIÊNCIAHumberto Maturana e Francisco Varela

Alexandre SilvaAdnaldo BrilhanteFernando PedrosoQuintino Braga

BibliografiaHumberto Matura Romencín

Nascido em 14 de Setembro de 1928, na cidade de Santiago no Chile. Terminou seus estudos no Liceu Manuel de Salas em 1947, no ano posterior começou seu curso de Medicina na Universidade do Chile. Em 1954 ingressou na University College of London (graças a uma bolsa da fundação Rockefeller) para estudar anatomia. Em 1958 recebeu o titulo de Doutor (Ph.D.) em biologia na Universidade de Harvard. Em seguida fez pós-doutorado em neurofisiologia no

M.I.T. onde registrando pela primeira vez, juntamente com Jerome Lettvin, a atividade da célula direcional de um órgão sensor, ganhando uma indicação ao prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia. Em 1960 retornou a Universidade do Chile, para atuar como professor do departamento de Biologia, onde leciona até hoje. Em 1990 recebeu da Universidade livre de Bruxelas o titulo de Doutor Honoris Causa, sendo que em 1994 ganhou o prêmio nacional em ciências no Chile.

Bibliografia Francisco Javier Varela GarciaNasceu em 7 de Setembro de 1946 na

cidade de Santiago no Chile. Depois de completar o ensino secundário no Liceu Alemão de Santiago (1951-1963), como seu mentor Humberto Maturana, Varela estudou medicina primeiro, em seguida biologia na Universidade do Chile, em seguida, fez um doutorado em biologia na Universidade de Harvard. Sua tese, defendida em 1970, e supervisionada por Torsten Wiesel, foi intitulado de “Insetos de Retinas: processamento de informação no olho composto”.Após o golpe militar de 1973 liderada por Augusto Pinochet,

Varela e sua família vão para um exílio de 7 anos nos EUA antes de retornar ao Chile para se tornar um professor de biologia. Varela se tornou um budista tibetano na década de 1970. Em 1986, se estabeleceu na França, onde primeiro ensinou ciência cognitiva e depois epistemologia na École Polytechnique, mais tarde neurociência na Universidade de Paris. De 1988 até sua morte, liderou um grupo de pesquisa no CNRS (Centre National de Recherche Scientifique). Morreu em 2001, em Paris de hepatite C, depois de ter escrito um relato de seu transplante hepático 1998. Varela teve quatro filhos incluindo a atriz, porta-voz do ambiente e modelo Leonor Varela.

Que Classe de Sistema é um ser vivo?

Ideia Inicial

Autopoiese

Biologia do Conhecer

Definição de Autopoieses: Origem grega: Auto = a próprio; Poiesis = Criação.

Um ser vivo (ser humano) é um sistema autopoiético, que se autoproduz.

Para Maturana não é o externo que determina a experiência, o cérebro funciona com relações internas.

Maturana e Varela não se preocuparam em centrar-se nas características materiais do seres vivos, mas fixam a atenção na organização e estrutura.

Organização É o conjunto de relações que

devem existir ou que tem que existir para que determinada coisa exista,

Refere-se às relações que definem o sistema (identidade),

Não há referencias dos componentes,

Invariante.

Estrutura

Refere-se aos componentes, mas as relações entre eles que constituem o sistema particular.

A estrutura deve satisfazer as relações da organização.

Organização autopoieses

Maturana e Varela propõem que o traço característico do ser vivo é que, em sentido material, produzem a si mesmo de maneira constante e cíclica.

Autopoieses é uma definição recursiva da organização dos seres vivos, não se trata de uma estrutura que explica a fenomenologia própria e sim a estrutura que determina uma estrutura que determina...

Os sistemas autopoieticos são:Autônomos,Tem Individualidade, Não tem entradas e nem saídas (podem receber perturbação).

Organização autopoieses

Para Maturana e Varela o dinamismo próprio do processo de autopoiese que implica em uma permanente renovação dos componentes, ou seja, uma permanente mudança estrutural. A história das mudanças eles chamam de Ontogenia.

Ainda existe uma congruência estrutural mínima entre o ser vivo e o meio, do qual depende a existência do primeiro. Isto seria o determinismo estrutural.

Domínios Autopoieticos Domínio de Mudança de Estado

Domínio de Mudança Destrutiva

Domínio de interações Perturbadoras

Domínio de interações Destrutivas

O ser vivo é um sistema dinâmico que sua estrutura está mudando constantemente, que por sua vez, implica na variação constante destes domínios.

Um sistema autopoiético que implica a autopoiese das unidades autopoiéticas que o geraram é um sistema autopoiético de ordem superior.

Ilusão e Percepção

Maturana chama atenção para o fato que na experiência humana, não há distnção entre a ilusão e a percepeção.

Verdade e Erro

Quando digo: “Eu menti”. Estou dizendo que: “No momento em que eu disse o que disse, sabia que o que eu disse não era válido”.

Contudo quando digo: “Eu errei”. Estou dizendo que: “No momento em que disse o que disse, tinha motivos para pensar que o que eu dizia era válido”.

Explicações

Para Maturana e Varela é necessário explicar o conhecedor que é o ser humano, sendo um sistema autopoiético.

Sistema Que Funciona Com Correlações Internas Que Produz Sua Própria Organização Através Da Produção De Seus Próprios Componentes.

A ideia de Maturana e Varela é explicar o observador e o observar. Mas eles chamam atenção que o explicar é uma operação distinta da experiência.

Uma coisa é a experiência e outra é a explicação da experiência.

ExplicaçõesO explicar é uma reformulação da experiência que se quer explicar, mas nem toda reformulação da experiência e uma explicação. A explicação é a reformulação da experiência aceita por um observador.

A explicação se da na linguagem. Para Maturana e Varela o ser humano existem na linguagem, sendo a nossa condição inicial. Contudo, a validação da explicação depende de quem à aceita. Existem varias forma de explicar, como varias formas de aceitar a explicação.

Explicações

O cientista

O cientista tem o prazer de explicar. O que define o cientista é o modo de explicar e o critério de aceitação da explicação que usa.

A vida cotidiana esta ligada a ciência. Para Maturana e Varela a ciência é a glorificação da vida cotidiana.

Os cientistas são pessoas que tem paixão em explicar, de uma única forma e usando um único critério de validação.

Dois modos de aceitar explicações (Reformulações da experiência).

Objetividade sem parênteses: A existência é independe do observador. É possível distinguir entre ilusão e percepção porque se admite referencia a algo independe do observador.

Objetividade entre parênteses: a existência depende do observador. O observador não pode distinguir entre ilusão e percepção, qualquer afirmação cognitiva sua é válida no contexto das coerências que a constituem como válidas.

RealidadeNo caminho explicativo da objetividade sem parênteses, a realidade independe do observador, o qual tem acesso privilegiado, que serve para fazer afirmações de obediência, ou seja, “é assim”, “é independente de mim ou de ti” portanto deve ser aceita.

A realidade no caminho da objetividade entre parênteses é um argumento explicativo. Há tantas realidades, todas diferentes mas legitimas, tantos domínios, tantas reformulações da experiência.

Emoções

Emoções são disposições corporais dinâmicas que especificam os domínios de ações que os animais (os seres humanos em particular) operam em um dado instante.

Na vida cotidiana queremos que o outro faça o que queremos. Argumentamos que “ele” tem que fazer o que queremos porque é “racional e objetivo”.

A emoção não entra na validação das explicações cientificas, mas o que é explicado surge através do emocional, explicando o que se quer explicar. Sendo que a objetividade e a universalidade da ciência são afirmações morais.

Mapa conceitual acerca do Explicar na perspectiva de Maturana e Varela

Ciência

O cientista já esta na experiência de observar quando começa a observar o que quer observar para explicar o que quer explicar.

Para Maturana e Varela a ciência é uma atividade humana cotidiana, com um domínio explicativo particular que é o critério de validação de explicações que os cientistas usam.

O CRITÉRIO DE VALIDAÇÃO DAS EXPLICAÇÕES CIENTÍFICAS

Ter o fenômeno a explicar

Ter a hipótese explicativa

Satisfazer a dedução

Realizar o experimento

Finalizando

O observador, o cientista, aquele que produz o seu próprio conhecimento. O que observa o fenômeno e explica da forma com a qual quer explicar.

A ciência sendo a glorificação do cotidiano.

Aqueles que observam o observador observando.

Referências Bibliográficas MARIOTTI, H. – Autopoiese, Cultura e Sociedade. Pluriversu – Complexidade, Política e Cultura. Texto datado de 1999. Disponível em: www.geocities.com/pluriversu - Acesso: 03/07/2010.

MATURANA, H.R. & VARELA, F.J – A Árvore do Conhecimento: as bases Biológicas da compreensão humana. Tradução; Humberto Mariotti e Lia Diskin. São Paulo, Pala Athenas, 2001;

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FimMUITO

OBRIGADO!

MUITO OBRIGADO!