Post on 10-Dec-2018
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
265
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TRILHAS ECOLÓGICAS: O CAMINHAR PARA UM
FUTURO CONSCIENTE E SUSTENTÁVEL ECOLOGICAL AND ENVIRONMENTAL EDUCATION TRACKS: THE PATH TO A
FUTURE CONSCIOUS AND SUSTAINABLE
Rafael Luiz Faria dos Santos – rafael.luiz91@yahoo.com.br Rita de Cassia de Almeida – rcalmeida45@gmail.com
RESUMO
O presente trabalho discorre sobre a importância da Educação Ambiental em Trilhas Ecológicas como ferramenta de conscientização para os alunos do ensino infantil e fundamental das escolas municipais, estaduais e particulares do município de Lins.. Plantas nativas e exóticas, assim como o contraste entre a área urbana e natural, boas maneiras da pratica de sustentabilidade e mudanças de hábito no dia-dia são assuntos presentes nessas trilhas realizadas nas dependências do Novo Horto Municipal de Lins. O principal objetivo da trilha é despertar a consciência nos alunos e visitantes do Horto sobre a importância do meio ambiente em suas vidas e, além disso, discutir que assim como qualquer outro ser vivo, o homem faz parte do ciclo natural e com pequenas mudanças de atitude pode-se viver em um meio totalmente equilibrado. Por fim, este artigo conclui que uma maneira eficaz de trabalhar com a EA com crianças é usar como ferramenta a trilha ecológica, especialmente a interpretativa.
Palavras-chaves: Trilhas Ecológicas. Sustentabilidade. Educação Ambiental. Novo Horto Municipal de Lins.
ABSTRACT
This paper discusses the importance of Environmental Education in Ecological Trails awareness as a tool for students of early childhood education and basic municipal schools, state and private in Lins. Native and exotic plants, as well as the contrast between urban and natural manners of practicing sustainability and lifestyle changes on present-day issues in these trails are conducted on the premises of the Novo Horto Municipal de Lins. The main objective of the trail is to raise awareness among students and visitors to the Horto on the importance of the environment in their lives and, moreover, argue that just like any other living being, mans is part of the natural cycle and with small changes attitude can live in a totally balanced. Finally, this article concludes that an effective way of working with children with EA as a tool is to use the eco-trail, especially the interpretation.
Keywords: Ecological Trails. Sustainability. Environmental Education. Novo Horto Municipal de Lins.
INTRODUÇÃO
Atualmente as questões ambientais são um dos principais assuntos
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
266
discutidos mundialmente. As ações antrópicas ao longo dos anos são os principais
vilões dessa problemática tão ampla que interfere em questões econômicas, sociais
e políticas. O homem não foi capaz de caminhar ao lado dos passos galgados pela
tecnologia que evoluiu vertiginosamente, fazendo refém o seu próprio criador. Nessa
onda, os recursos naturais também se tornaram vitimas do aprimoramento
tecnológico. A sociedade perde o bom e velho costume e as boas maneiras de
respeitar o meio ambiente e fica cada vez mais exigente e obcecada com bens
materiais. Essa exigência da sociedade requer a extração abusiva desses recursos
não se restringe apenas isso, o mundo hoje suporta sete bilhões de pessoas (ONU
2011) e obter recursos para suprir toda população está entrando num processo que
requer atenção, visto que estes estão se esgotando aos poucos.
Desastres ambientais cada vez mais constantes, atingindo a população em
uma proporção cada vez mais assustadora, é a única reação que a natureza dá em
resposta no meio de tanto descaso. Riqueza e luxo são o que muitos querem e nada
disso pode ser conquistado sem que haja poder sobre recursos. Mas a natureza
reage à ausência de equilíbrio e não escolhe suas vitimas, todos se tornam alvo
fácil.
Mas parte dos desastres ambientais pode ser evitada se algumas atitudes
fossem praticadas com maior cautela. Nos dias de hoje é cada vez mais difícil de
encontrar várias espécies de animais e plantas, vitimas do desequilíbrio ambiental. A
falta de conhecimento sobre o meio ambiente é um dos principais fatores dessa
desordem ambiental e a busca de uma melhor qualidade de vida em harmonia com
a natureza torna-se imprescindível. Por meio do conceito de sustentabilidade, que
busca suprir as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade
das gerações futuras (SACHS, 2000), a Educação Ambiental (EA) entra como
aliada, ou vice versa. Educar não restringe apenas as crianças e jovens que ocupam
as carteiras de colégios, mas também a toda sociedade.
Uma ferramenta diferenciada que coloca em pratica o conhecimento
ambiental é colocada em prática por meio de trilhas ecológicas, especialmente
direcionadas a crianças e jovens. E esse trabalho é realizado no Novo Horto
Municipal de Lins/SP há quatro anos, no Centro de Educação Ambiental (CEA) que
trabalha com esses e outros projetos no intuito de sensibilizar essa geração que é
responsável pelo futuro do planeta.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
267
Neste artigo discute-se a importância da trilha como ferramenta para a EA, a
partir da experiência do trabalho voluntário no CEA, descrevendo experiências e
sensações que ao longo de semanas foram observados por meio de trilhas
realizadas com crianças entre 03 a 13 anos de idade, monitorados sempre de uma
especialista no assunto e de seus professores.
1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AS TRILHAS ECOLÓGICAS COMO
FERRAMENTA DE APRENDIZADO
As trilhas ecológicas podem se distinguir em interpretativas ou cênicas, de
acordo com Lima (1998 apud IKEMOTO et.al., 2009) “Trilhas de interpretação de
caráter educativo consistem em instrumentais pedagógicos, podendo ser: (1) auto
interpretativa ou auto guiada; (2) monitorada simples e guiada; (3) com
monitoramento/guia associado a outras programações. O percurso deve ser de curta
distância, onde buscamos otimizar a compreensão das características naturais e/ou
construídas da sequencia paisagística determinada pelo traçado [...].” (LIMA, 1998
apud IKEMOTO et.al., 2009, p.41).
Portanto, para um melhor aproveitamento da trilha, os trajetos não muito
longos e explicações objetivas fazem com que esta se torne interessante, prendendo
a atenção dos visitantes e tirando dúvidas necessárias para seu conhecimento. O
que pode mudar em uma trilha, é o modo em que ela é passada aos visitantes,
podendo ser realizada com crianças a partir de 04 a 06 anos e até com adultos. Para
isso, um roteiro da trilha deve ser feito antes revendo seu conteúdo e adequando
para respectivos públicos.
A Educação Ambiental instituída em LEI Nº9. 795 27 de abril de 1999 e
sancionada pelo então presidente da república Fernando Henrique Cardoso, diz:
“Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de
uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Art.
2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal. Art. 3o Como
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
268
parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental
[...].” (MMA, 27 de Abril de 1999)
Sendo assim, a EA sempre deve estar presente em todo o ciclo educacional,
já que é de direito de todos terem um ensino de qualidade em diferentes âmbitos.
Mais do que isso, a EA tem como objetivo revelar a importância do convívio
equilibrado entre o homem e meio ambiente, levando-o a entender de que ele faz
parte de todo processo ecológico e que revendo hábitos pode-se conviver em
constante harmonia com a natureza, por meio de atitudes sustentáveis. E é assim
que a trilha ecológica torna-se ferramenta para que os educadores ambientais levem
os seus visitantes a pensar sobre seu papel na natureza.
Da teoria a pratica, a EA possibilita ao participante de suas atividades a rever
conceitos e resgatar suas boas maneiras e comportamentos sobre a natureza. Hoje
isso é possível por meio de atitudes sustentáveis, praticadas com maior dimensão
em empresas e indústrias, mas que por meio de algumas adaptações podem ser
aderidas pela sociedade em seu dia-dia, atitudes estas que vão desde o fechar de
uma torneira a escovar os dentes até a separação correta dos resíduos domiciliares.
A trilha não se resume em conhecer a natureza e seus elementos físicos e
biológicos, mas também em levar aos participantes a consciência do impacto de
atitudes que tem importantes reflexos no equilíbrio ambiental.
Logo, discute-se aqui o papel de trilhas ecológicas no âmbito da EA e como
esta importante ferramenta pode ajudar nos conceitos sobre natureza e o papel da
sociedade sobre ela.
2 ORIGEM DO COMPOR / COORDENADORIA DE POLÍTICA RURAL E MEIO
AMBIENTE
O Novo Horto Municipal de Lins tem uma área verde de 10.000 m² e foi por
um bom tempo um Zoológico com diversas espécies de animais exóticos e nativos,
mas que devido à falta de estrutura do local o horto foi extinto e por alguns anos
ficou desativado.
Em 2008, a Coordenadoria de Política Rural e Meio Ambiente (COMPOR),
instalou suas dependências dentro do antigo zoológico, dando inicio a suas
atividades voltadas às questões ambientais atendendo o público do município de
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
269
Lins por meio de seus serviços e lá atende a Diretoria de Agronegócios; Diretoria de
Licenciamento Ambiental; Diretoria de Áreas Verdes; Diretoria de Limpeza Pública.
3 NOS PASSOS DA TRILHA
A partir do conhecimento de que Trilhas Ecológicas é uma importante
ferramenta para se aplicar a EA, o Horto Municipal de Lins realiza durante todo o
período letivo e também durante as férias de Julho, trilhas de conscientização
ambiental aos seus visitantes, além de apresentar as diferentes espécies de árvores
nativas e exóticas existentes em seu espaço.
O percurso dura em torno de 40 minutos, acompanhado de lanche no final.
Durante a trilha interpretativa são feitas paradas em diferentes pontos, a fim de que
o visitante conheça algumas espécies de árvores endêmicas e exóticas,
diferenciando-as e esclarecendo sua importância ecológica.
Uma grande preocupação é passar essas informações técnicas de forma que
os visitantes entendam sobre o que ali é mostrado. Para isso é feito um roteiro muito
bem elaborado priorizando o conhecimento que os visitantes devem levar na
bagagem.
É importante ressaltar que anteriormente o Horto recebia apenas instituições
do município, mas hoje também recebe instituições pertencentes a outras delegacias
de ensino da região, ampliando a participação de crianças ao Horto.
Há uma enorme diversidade de espécie de árvores no Horto, na tabela a
seguir uma pequena amostra do que se pode lá encontrar, incluindo as principais
árvores mostradas durante a trilha.
NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR ORIGEM Cedrus deodara Cedro Nativa
Tabebuia impetiginosa Ipê-Roxo Nativa Albizia polycephala Anjico Rosa Nativa
Araucaria heterophylla Pinheiro Exótica Eucalyptus spp Eucalipto Exótica
Schizolobium parahybae Guapuruvu Nativa Delonix regia Flamboyant Exótica
Caesalpinia ferrea Pau Ferro Exótica Ormosia arborea Olho de Cabra Nativa
Fonte: Horto
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
270
Grande parte da trilha é realizada em um Parque Linear, mas uma trilha em
especial é feita dentro de um Parque Sensorial onde deficientes visuais plantaram
diversas espécies dentro dessa área e as árvores lá plantadas receberam o nome
de quem plantou em uma placa de identificação. Nessa área são encontradas
apenas espécies nativas e lá é explicada toda sua história, origem e
desenvolvimento.
Um método diferente para ensinar crianças pequenas, ainda no primeiro ciclo
do ensino fundamental é feita com fantoches e ilustrações, uma forma educativa e
direta para conscientizar essas crianças sobre sua importância no papel para manter
um meio ambiente equilibrado. Geralmente, essas crianças têm entre 03 e 06 anos
de idade e essa é uma maneira adequada de fazê-las entender a trilha que é
substituída por outros métodos educativos, mas com o mesmo enfoque.
4 VISÃO DOS ALUNOS SOBRE A TRILHA
Ao entrarem no antigo zoológico, as crianças se deparam com um lugar
aparentemente estranho, ao observarem jaulas de animais durante a trilha,
despertando a curiosidade de casa um deles surgindo perguntas como: “Porque
existe essa ‘gaiola’ aqui? Cadê os bichos?”. O horto tem uma visão daqueles que já
ouviram falar ou já visitaram de hoje ser um lugar abandonado, mas na verdade
antes do Horto tornar-se o COMPOR era um jardim zoológico, mas que devido às
inadequações já citadas no inicio deste artigo, o lugar foi desapropriado.
O contato com a natureza desperta uma sede de conhecer e querer saber
mais, a partir daí surgem inúmeras perguntas muitas delas até mesmo fora do roteiro
da trilha, mas isso demonstra a deficiência do conhecimento básico sobre o meio
ambiente.
Muitas dessas crianças recolhem durante a trilha sementes de algumas
espécies e até mesmo folhagens com características diferentes. É tudo muito
mágico, mesmo que para alguns que ver determinadas espécies não é novidade,
mas quando discutida a sua importância e reprodução acabam se encantando.
É mister ressaltar uma das características da trilha e que é possível detectar
seu resultado imediato. Estar em um lugar bastante arborizado, cheio de vida, faz
surgir uma questão comparativa entre o ambiente em que elas vivem com aquele
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
271
em que elas estão naquele momento. A paz e sossego, o ar puro e limpo, o cantar
dos pássaros, ter contato direto com a natureza e suas belezas são elementos
fundamentais para que elas entendam que isso pode estar em seu dia-dia desde
que haja equilíbrio entre a natureza e as ações antrópicas.
5 O C.E.A. / CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
No CEA pode-se encontrar um acervo bastante interessante em uma
biblioteca ambiental composta de Carpoteca (3), Herbário (2), Xiloteca (5),
Entomológica (1) e Rochas (4), onde também é realizado pesquisas ambientais.
Todo o material é doado por instituições de ensino e outras ligadas ao estudo
ambiental:
Fonte: Site novohorto.org.br
Figura 1: Coleção Entomológica
Fonte: Site novohorto.org.br
Figura 2: Herbário
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
272
Fonte: Site novohorto.org.br
Figura 3: Carpoteca
Fonte: Site novohorto.org.br
Figura 4: Rochas
Fonte: Site novohorto.org.br
Figura 5: Xiloteca
Esse programa de EA por meio da trilha não se restringe apenas aos alunos
que visitam o Horto, mas também a população local. É possível se fazer trilhas
interpretativas com os moradores que por ventura venham a se interessar, do
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
273
mesmo modo em que é realizado com as crianças.
“A Educação Ambiental (EA) surge como resposta à preocupação da
sociedade com o futuro da vida. O processo educativo proposto pela EA objetiva a
formação de sujeitos capazes de compreender o mundo e agir nele de forma crítica
– consciente [...]” (CARVALHO DE LIMA, 2008). E é com essa sociedade que hoje
preocupada com as questões ambientais, busca respostas para como criar novos
hábitos e minimizar seus impactos negativos no meio ambiente.
Um ponto muito interessante nesta trilha, é que se pode ver um contraste entre
a mata e parte da área urbana. Neste trecho avistam-se as margens do Rio
Campestre que corta a cidade e, neste momento, abre-se a oportunidade da
discussão do que é visto ali. Ou seja, as diferentes situações nas margens do rio no
que diz respeito à conservação da mata ciliar e ocupação do espaço. A discussão
gira em torno da degradação da outra margem do rio, evidenciada pelas construções
irregulares e pela falta de vegetação, que pode ocasionar erosões e assoreamento,
consequentemente, a morte do rio. Este espaço aberto possibilita discutir o modo
correto de tratar o meio ambiente com a abordagem de temas como queimadas,
falta de planejamento na área urbana e a disposição do lixo nas margens desse rio.
As crianças compartilham suas experiências sobre o que fazem com o lixo que
produzem, por exemplo. Neste momento, o monitor responsável aborda a
importância das simples praticas que quando mudadas poupam o meio ambiente e a
necessidade de rever os conceitos para a busca de soluções para um futuro
sustentável.
Um dos momentos mais esperados durante a trilha é a visita à árvore símbolo
do nosso país, o quase extinto, Pau-Brasil. A espécie mostrada no horto serve com
lição para essas crianças, já que se encontra doente e aparentemente desgastada,
pois como pesquisas afirmam, o Pau-Brasil é uma árvore bastante exigente com
solo e vegetação e é de difícil cultivo. Sua extração realizada pelos portugueses logo
no inicio do descobrimento, que viram em sua madeira a possibilidade de utilização
de diversas formas. Por exemplo, o seu tronco interior vermelho chamou bastante a
atenção, sendo sua tinta utilizada para tingir diversos tipos de acessórios, inclusive
roupas. Naquela época, abundante na área litorânea do país, hoje uma árvore
símbolo que é quase que uma raridade. Esse exemplo é a lição sobre a
conseqüência da exploração irregular que é feita dos elementos naturais (água, solo,
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
274
flora etc.) sem haver a preocupação em dar continuidade à devida espécie por meio
de um projeto de recomposição. O enfoque de sustentabilidade neste momento é
discutido com as crianças, apesar de ser uma palavra nova para algumas delas,
mas de importante significado.
6 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Nos últimos anos, o mundo tem se voltado para a discussão das questões
ambientais, ainda mais depois da Conferência sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento / ECO-92, realizada no Rio de Janeiro. A ECO-92 teve como
objetivo tratar a conciliação do desenvolvimento socioeconômico com a proteção
dos ecossistemas da terra. Nesta oportunidade o conceito de Sustentabilidade foi
consolidado, já que na conferencia de Estocolmo em 1975 o termo Sustentabilidade
começou a ser gerado.
De acordo com Sachs (2002), define-se por Desenvolvimento Sustentável um
modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as
necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazer suas próprias necessidades.
Portanto, a prática de sustentabilidade reflete em vários aspectos sociais,
políticos e culturais dificultando a sua implantação ou adequação já que implica num
processo em que a mudança de atitudes impostas para uma sociedade que não tem
o conhecimento do quanto é importante uma EA em suas atividades sobre o meio
ambiente.
7 OUTROS TRABALHOS REALIZADOS NO HORTO MUNICIPAL
Além do programa de EA com a trilha interpretativa o Horto também leva à
comunidade a possibilidade do plantio de árvores por meio da distribuição de mudas
nativas. A maior expectativa no momento é a inauguração do “Borboletário” (espaço
destinado à criação e reprodução de borboletas), que deve ocorrer em breve e
estará aberto a visitações ao público. Fora isso, no horto também é possível realizar
pedidos de poda das árvores, licitações de licenciamento ambiental.
Ações como ECO-enduro uma ação ambiental realizada em comemoração ao
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
275
dia da árvore, interage alunos de diversas escolas do município em uma competição
com provas voltadas ao meio ambiente.
Também há o replantio de árvores nativas em margens de rio e recomposição
florestal. Essas iniciativas recebem apoio de empresas privadas do município e da
Prefeitura Municipal de Lins.
O horto terá sempre espaço para os estudantes que queiram ter experiência
prática na área ambiental, por meio do trabalho voluntário. Esta é uma oportunidade
de um grande aprendizado e para aqueles que ainda não definiram em que área
ambiental seguir é o momento de se encontrar e desenvolver múltiplos trabalhos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se que a maneira mais simples de trabalhar com a EA com
crianças é usar como ferramenta a trilha ecológica. Trabalho ele todo roteirizado e
muito bem planejado, passando conhecimento e abrindo diversos pontos de
discussão para espelhar a realidade em que essas crianças vivem. O tempo de
voluntariado no Horto Municipal, trabalhando no CEA foi bastante valioso, pois foi
possível levar conhecimento aos alunos que visitam o horto e dividir novas
experiências.
Como monitor uma das maiores preocupações é deixar a mensagem muito
bem explicita a essas crianças de que a sociedade pode viver em uma em constante
harmonia e equilíbrio com o meio ambiente. Se sabe que para cada instituição que
visita o horto é apenas uma aula prática daquilo que é visto em sala de aula, mas é
também uma valiosa lição de que é possível mudar as atitudes no e sobre o meio
ambiente.
Por fim, entende-se que este é um momento crucial para a sociedade
despertar para a busca de mudanças em suas atitudes diárias, retribuindo de forma
honesta o que a natureza fornece para a sobrevivência da humanidade. Salienta-se
também que esta possibilidade se inicia por meio de práticas sustentáveis, um
processo que permite a utilização os recursos naturais com devida moderação e
sempre pensando naqueles que estão por vir.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
276
REFERÊNCIAS
CARVALHO DE LIMA, Tatianny Danielle. Educação Ambiental e Sociedade. http://www.webartigos.com/artigos/educacao-ambiental-e-a-sociedade/11096/, 2008. Consultado em Novembro de 2011. IKEMOTO, Silvia Maria As trilhas interpretativas e sua relevância para a promoção da conservação: Trilha do Jequitibá, Parque Estadual dos Três Picos (PETP), RJ. 170 170 f. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciência Ambiental), Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008. LIMA, Solange T. Trilhas Interpretativas: a aventura de conhecer a paisagem. Cadernos Paisagens. Rio Claro, Paisagem 3, n.3, p. 39-44, maio de 1998. SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2002. http://www.novohorto.org.br/cea.html. Imagens: Consultado em novembro de 2011. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm. Politica Nacional do Meio Ambiente, Lei Nº 9.795 de 27 de Abril de 1999. Consultado em novembro de 2011.