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TERESA ELISA SOUSA DA SILVA

DESENVOLVIMENTO DE BANANA (Musa spp. cv

Prata) DESIDRATADA CROCANTE:

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E

ACEITAÇÃO PELO CONSUMIDOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciência de Alimentos. Orientador: David Lee Nelson Co-orientadora: Accácia Júlia Guimarães Pereira

Faculdade de Farmácia da UFMG Belo Horizonte, MG

2009

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2

3

Dedico este trabalho aos meus amores, àqueles

que estiveram sempre comigo, apoiando e

incentivando-me em todos os momentos: meus

pais Erivaldo e Elizabete e meu irmão Erick, que

mesmo de longe estavam perto; e meu namorado

Vinícius, pelo companheirismo e carinho de todos

os dias.

4

AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo

fomento com o financiamento do trabalho.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo

apoio com o bolsa de estudos concedida.

À Fundação Ezequiel Dias (FUNED) pela permissão da realização de análises

bromatológicas e pela oportunidade da vivência.

À Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC) pela concessão do espaço

para realização das análises microbiológicas.

Ao Colégio Técnico da UFMG (COLTEC) pela permissividade para utilização do

laboratório de Mecânica.

5

AGRADECIMENTOS PESSOAIS

Primeiramente a Deus, pela proteção e iluminação nos caminhos que venho

percorrendo durante toda a minha vida.

Aos meus pais, Erivaldo e Elizabete, pelo amor incondicional.

Ao meu irmão Erick que, mesmo de longe, transmitiu muito carinho e confiança

no meu trabalho.

Ao meu namorado Vinícius por suas palavras e atitudes de afeto, por ser

também minha família e amigos em Belo Horizonte.

Ao Professor Doutor David Lee Nelson, meu querido orientador, pela disposição

de sempre e por todos os ensinamentos.

À Professora Accácia Júlia Guimarães Pereira pelo apoio e incentivo valiosos.

Aos meus queridos colegas, estagiários do laboratório de Química de Alimentos

da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (Isabela, Marina,

Jéssica, Nathália, Luís e Laíse), pela contribuição com o trabalho.

À Professora Doutora Lúcia Helena Laboissière pelas considerações.

Aos professores da Pós-Graduação em Ciência de Alimentos pelos

ensinamentos, em especial ao Virgílio, Evelyn e Roberto.

Aos meus familiares e amigos que, mesmo distantes, demonstraram apoio e

cuidados preciosos, em especial a minha avó Fátima, e tios Alexandre e Margarete.

À Mariane, Marcella, Laura, Ana Paula e Ana Carolina pelo carinho e

convivência.

Às colegas do mestrado pela amizade.

A todos que, de uma maneira ou outra, contribuíram para a realização deste

trabalho.

6

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ..................................................................................... 9

LISTA DE FIGURAS .................................................................................... 10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................... 11

RESUMO ..................................................................................................... 12

ABSTRACT .................................................................................................. 13

1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 14

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................... 16

2.1 BANANA ............................................................................................................. 16

2.1.1 HISTÓRICO................................................................................................... 16

2.1.2 CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA....................................................................... 16

2.1.3 VARIEDADES ............................................................................................... 17

2.1.4 ASPECTOS MORFOLÓGICOS E DE CULTIVO........................................... 20

2.1.5 ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO ........................................................ 21

2.1.6 TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOQUÍMICAS NO

AMADURECIMENTO ............................................................................................. 22

2.1.7 CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO ......................................................... 25

2.1.8 ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO....................................................................... 26

2.1.9 COMPOSIÇÃO QUÍMICA E VALOR NUTRICIONAL .................................... 27

2.1.10 ASPECTOS DE COMERCIALIZAÇÃO ....................................................... 29

2.2 DESIDRATAÇÃO DE ALIMENTOS .................................................................... 30

2.2.1 PARÂMETROS DO PROCESSO .................................................................. 31

2.2.2 EQUIPAMENTOS .......................................................................................... 34

2.2.3 MICROONDAS .............................................................................................. 36

2.2.4 SECAGEM DE FRUTAS ............................................................................... 39

2.2.4.1 Secagem de banana.............................................................................. 40

2.2.4.1.1 ―Crisps‖ de banana ........................................................................... 42

2.2.5 PARÂMETROS DE QUALIDADE DO PRODUTO NA SECAGEM ................ 44

2.2.6 INDÚSTRIA DE ALIMENTOS PRONTOS PARA O CONSUMO, DO TIPO

―SNACKS‖ .............................................................................................................. 46

2.3 TEXTURA DE ALIMENTOS ................................................................................ 47

2.3.1 TEXTURA SENSORIAL ................................................................................ 47

2.3.2 TEXTURA INSTRUMENTAL ......................................................................... 48

2.3.3 CORRELAÇÃO ENTRE TEXTURAS SENSORIAL E INSTRUMENTAL ....... 49

2.4 ANÁLISE SENSORIAL ....................................................................................... 50

3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................ 52

3.1 MATERIAL .......................................................................................................... 52

3.1.1 MATÉRIA-PRIMA .......................................................................................... 52

3.1.2 VIDRARIAS, REAGENTES, UTENSÍLIOS E EQUIPAMENTOS ................... 52

7

3.2 MÉTODOS ........................................................................................................... 53

3.2.1 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO DE BANANA CROCANTE

DESIDRATADA ...................................................................................................... 53

3.2.1.1 Ensaios preliminares ............................................................................ 54

3.2.1.1.1 Teste sensorial piloto........................................................................ 55

3.2.1.2 Desenvolvimento do produto final ...................................................... 56

3.2.2 DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE SECAGEM ......................................... 60

3.2.3 ENCOLHIMENTO DO PRODUTO FINAL ..................................................... 60

3.2.4 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA MATÉRIA-PRIMA E DO PRODUTO

FINAL ..................................................................................................................... 60

3.2.5 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DO PRODUTO FINAL .................................. 62

3.2.6 TEXTURA INSTRUMENTAL ......................................................................... 62

3.2.7 ANÁLISE SENSORIAL .................................................................................. 63

3.2.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................... 64

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................ 65

4.1 ENSAIOS PRELIMINARES ................................................................................. 65

4.2 TESTE SENSORIAL PILOTO ............................................................................. 66

4.3 RENDIMENTO DA FRUTA .................................................................................. 69

4.4 DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE SECAGEM .............................................. 70

4.5 ENCOLHIMENTO DOS PRODUTOS DE BANANA DESIDRATADA CROCANTE

................................................................................................................................... 73

4.6 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA ........................................................................... 74

4.7 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA ............................................................................ 77

4.8 TEXTURA INSTRUMENTAL ............................................................................... 78

4.9 ANÁLISE SENSORIAL ....................................................................................... 79

4.9.1 APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO PARA CARACTERIZAÇÃO DA

POPULAÇÃO DE PROVADORES E SUGESTÃO DO NOME PARA O PRODUTO

DESENVOLVIDO ................................................................................................... 79

4.9.2 TESTE DE AVALIAÇÃO SENSORIAL DOS PRODUTOS DE BANANA

DESIDRATADA CROCANTE ................................................................................. 79

5. CONCLUSÕES........................................................................................ 81

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 82

APÊNDICES ................................................................................................ 98

APÊNDICE A

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) .......................................... 99

APÊNDICE B

Questionário do Teste Sensorial .......................................................................... 101

APÊNDICE C

Ficha de Análise Sensorial .................................................................................... 103

APÊNDICE D

8

Dados da análise de textura instrumental do produto final ............................... 105

D.1 DADOS DE FORÇA (g) ................................................................................. 105

D.1.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DE FORÇA ............................... 105

D.2 DADOS DO NÚMERO DE PICOS PRINCIPAIS ........................................... 106

D.2.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO NÚMERO DE PICOS

PRINCIPAIS...................................................................................................... 106

D.3 GRÁFICOS DO TESTE DE TEXTURA ......................................................... 107

D.3.1 AMOSTRA 317 ........................................................................................ 107

D.3.2 AMOSTRA 429 ........................................................................................ 107

D.3.3 AMOSTRA 578 ........................................................................................ 108

APÊNDICE E

Dados do teste da análise sensorial .................................................................... 109

E.1 DADOS DO ATRIBUTO “APARÊNCIA” ...................................................... 109

E.1.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO ATRIBUTO ―APARÊNCIA‖ . 109

E.2 DADOS DO ATRIBUTO “DUREZA” ............................................................. 111

E.2.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO ATRIBUTO ―DUREZA‖ ....... 111

E.3 DADOS DO ATRIBUTO “CROCÂNCIA” ...................................................... 113

E.3.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO ATRIBUTO ―CROCÂNCIA‖ . 113

E.4 DADOS DO ATRIBUTO “SABOR” ............................................................... 115

E.4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO ATRIBUTO ―SABOR‖ .......... 115

E.5 DADOS DO ATRIBUTO “INTENÇÃO DE COMPRA” .................................. 117

E.5.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO ATRIBUTO ―INTENÇÃO DE

COMPRA‖ ......................................................................................................... 117

ANEXOS .................................................................................................... 119

ANEXO A ................................................................................................................. 120

9

LISTA DE TABELAS

1 Teores de amido e açúcares durante a evolução de maturação da banana Prata.................................................................................................................... 25

2 Transformações químicas durante a maturação da banana Prata.................................................................................................................... 25

3 Composição química centesimal da polpa de banana Prata madura ―in natura‖.................................................................................................................. 28

4 Seleção de secadores em função das características do produto desidratado.......................................................................................................... 35

5 Codificação das amostras de acordo com o processamento a que foram submetidas........................................................................................................... 56

6 Valores de peso bruto (PB), peso líquido (PL), fator de correção (FC) e índice de aproveitamento para a banana na produção de banana crocante desidratada.......................................................................................................... 69

7 Perda de umidade média para as três amostras, durante 20 horas.................................................................................................................... 70

8 Taxa de encolhimento para os produtos de banana desidratada crocante............................................................................................................... 73

9 Valores percentuais de umidade, cinzas, proteínas, lipídios e carboidratos para a banana ―in natura‖ e os três tipo de banana desidratada crocante............................................................................................................... 74

10 Valores de açúcares redutores, açúcares totais, fibra solúvel, fibra insolúvel e fibra alimentar total para a banana ―in natura‖ e os três tipo de banana desidratada crocante........................................................................................... 75

11 Análise da textura instrumental para os três produtos de banana desidratada crocante............................................................................................................... 77

12 Resultados do teste sensorial para o produto de banana crocante desidratada.......................................................................................................... 78

10

LISTA DE FIGURAS

1 Organização comercial dos cultivares de banana............................................... 19

2 Bananeira............................................................................................................. 20

3 Desenvolvimento da banana partenocárpica – evolução temporal do topo para baixo e da esquerda para a direita...................................................................... 21

4 Morfologia – o nome certo para cada parte da banana....................................... 22

5 Escala de maturação de Von Loesecke.............................................................. 27

6 Curvas típicas de secagem de um sólido úmido................................................. 32

7 Classificação de secadores segundo o modo de operação................................ 35

8 Espectro eletromagnético.................................................................................... 36

9 Diagrama de um sistema genérico de aquecimento por microondas.................. 37

10 Oxidação enzimática de compostos fenólicos pelas polifenol oxidases (PPOs). 44

11 Banana com grau de maturação 3....................................................................... 57

12 Fluxograma de processamento para obtenção do produto de banana

desidratada crocante........................................................................................... 59

13 Fluxograma de processamento para obtenção do produto de banana desidratada crocante (registro fotográfico).......................................................... 59

14 Gráfico com os resultados da análise sensorial do produto de banana

crocante desidratada........................................................................................... 67

15 Perda de umidade em função do tempo, para as três amostras......................... 71

16 Variação da velocidade de perda de umidade em função de tempo................... 71

11

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Aa - Atividade de água

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADQ - Análise Descritiva Quantitativa

ANOVA - Análise de Variância

AOAC - Association of Official Analytical Chemists

CEAGESP - Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo

COLTEC - Colégio Técnico da UFMG

dX/dt - Taxa de secagem

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

F1 - Primeiro ponto de fratura

FAFAR - Faculdade de Farmácia

FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations

FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

FC - Fator de Correção

FDA - Food Drug and Administration

FNB - Food and Nutrition Board

FUMEC - Fundação Mineira de Educação e Cultura

FUNED - Fundação Ezequiel Dias

IA - Ingestão Adequada

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IOM - Institute of Medicine

NEPA - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação

PB - Peso Bruto

PL - Peso Líquido

PPO - Polifenoloxidase

PVC - Policloreto Cloreto de Vinila

RTE - Ready-to-eat

S1 - Inclinação da curva entre o ponto inicial e o primeiro ponto de fratura

S2 - Segundo ponto de fratura

T - Temperatura

t - Tempo de secagem

TACO - Tabela Brasileiro de Composição de Alimentos

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

UNCTAD - United Nations Conference on Trade and Development

USDA - United States Departament of Agriculture

V - Volume aparente

V/V0 -

Taxa de encolhimento

V0 -

Volume aparente inicial

W1 - Área sob a curva região S1

W2 - Área sob a curva região S2

X - Umidade do produto

12

RESUMO

O Brasil é um dos maiores produtores de banana, mas grande parte desta produção é

perdida devido à alta perecibilidade e às condições inadequadas de transporte,

armazenamento e comercialização. O processamento da banana apresenta-se,

portanto, como alternativa importante de aproveitamento da fruta ―in natura‖. Este

trabalho propôs utilizar o processo de secagem convectiva combinado à finalização da

secagem por meio da energia de microondas, com o objetivo de produzir um produto

de banana Prata (Musa spp. cv Prata) crocante e desidratado, com características de

qualidade físico-químicas, microbiológicas e sensoriais. Para isso, foi investigada a

influência do estádio de maturação, dos teores de sólidos solúveis e de macro

nutrientes da fruta in natura, bem como o efeito do processamento sobre um atributo de

qualidade da banana crocante de extrema relevância: texturas instrumental e sensorial.

Foram usados sacarose, sucralose e ciclamato de sódio com sacarina como

edulcorantes. Nos três tipos de produtos desidratados, os resultados da composição

foram: umidade, 5,62-6,66%; cinzas, 1,75-2,01%; proteína, 3,40-3,74%; lipídeos, 0,71-

0,79%; carboidratos, 87,40-87,98%; açúcares redutores, 0,18-0,94%; açúcares totais,

1,54-2,56%; fibra solúvel, 12,38-12,74%; fibra insolúvel, 2,37-2,51%. A amostra que

apresentou o maior grau de crocância foi a com sacarose no teste instrumental. Na

análise sensorial, as avaliações dos três tipos de banana desidratada foram

semelhantes, fornecendo uma nota de aproximadamente seis numa escala hedônica

de nove pontos.

Palavras-chave: banana; secagem; microondas; textura instrumental; avaliação

sensorial.

13

ABSTRACT

Brazil is one of the largest banana producers, but much of this production is lost as a

result of extensive spoilage and inadequate transport, storage and marketing. The

processing of the banana is, therefore, important as an alternative to the use of the fruit

"in natura". This work proposes the use of a convective drying process combined with

the completion of drying by means of microwave energy with the aim of producing a

crunchy, dehydrated product of the Prata variety of banana (Musa spp. Cv Silver) with

physical-chemical, microbiological and sensory quality characteristics. For this reason,

the influence of the maturation stage, the levels of soluble solids and macro nutrients of

the fruit ―in natura‖, as well as the effect of processing on an extremely relevan attribute

of crunchy banana quality - sensory and instrumental texture - was investigated

sucrose, sucralose, and sodium cyclamate with saccharin were employed as

sweeteners. In the three types of dehydrated products, the results of the composition

were: moisture, 5.62-6.66%; ash, 1.75-2.01%; protein, 3.40-3.74%; lipids, 0.71-0.79%;

carbohydrates, 87.40-87.98%; reducing sugars , 0.18-0.94%; total sugar, 1.54-2.56%;

soluble fiber, 12.38-12.74%; insoluble fiber, 2.37-2.51%. The sample that presented the

highest degree of crispness in the instrumental test was that with sucrose. In the

sensory evaluation, the evaluations of three types of dried banana were similar,

obtaining a score of about six on a nine-point hedonic scale.

Keywords: banana; drying; microwave; instrumental texture; sensory evaluation.

14

1. INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de banana. Sua produção ainda

não visa à exportação; o que predomina é o consumo interno na forma de fruta in

natura de mesa e processada. Grande parte desta produção não é aproveitada, sendo

que entre 30 e 40% é perdida em razão da alta perecibilidade da fruta in natura e das

condições inadequadas de transporte, armazenamento e comercialização. Além disso,

em épocas de safra elevada, quando se produz acima da demanda, o mercado não é

capaz de absorver toda a oferta. O processamento da banana por meio de operações

como a secagem a ar quente, apresenta-se, portanto, como alternativa importante de

aproveitamento do excedente da produção, disponibilizando a fruta no mercado

consumidor durante o ano todo.

Consequentemente, novas tecnologias de processamento têm sido

desenvolvidas para assegurar maior tempo de conservação, maior rendimento na

produção e, principalmente, melhor qualidade dos produtos elaborados a partir da fruta

in natura. O processamento também resulta na obtenção de produtos com

características similares às da fruta fresca, com a vantagem de proporcionar maior

praticidade de consumo. Dessa forma, podem-se obter produtos de alto valor agregado

como a banana-passa, farinha de banana, banana chips e a banana crocante (crisp de

banana), a qual se diferencia da anterior por não incluir a fritura em seu

processamento, apresentando menor teor calórico. Tais produtos, consumidos na

forma de snacks ou como ingrediente de cereais matinais, atendem às exigências do

consumidor atual que, cada vez mais, busca praticidade e conveniência no preparo dos

alimentos e, ao mesmo tempo, requer que os mesmos sejam saudáveis com

excelência na qualidade e de baixo custo.

Na obtenção de produtos desidratados, a etapa de secagem constitui a fase

mais crítica, em termos de custo energético. Além disso, o processo que emprega

somente ar quente pode resultar em produtos com qualidade sensorial comprometida.

Em função desses fatores, têm-se buscado combinar dois ou mais métodos de

secagem no intuito de reduzir o tempo total do ciclo de operação e obter produtos de

qualidade superior. Na literatura encontram-se diversos estudos sobre a produção da

banana-passa e banana chips que investigam a cinética de secagem, a otimização dos

parâmetros operacionais e os fenômenos físicos de transferência de calor e massa

envolvidos no processo. No entanto, há poucos estudos com ênfase na obtenção de

um produto crocante que dispensam a etapa de fritura.

15

Por essas razões, o presente trabalho se propõe a utilizar o processo de

secagem convectiva combinado à finalização com energia de microondas, com o

objetivo de produzir um produto desidratado crocante de banana Prata (Musa spp. cv

Prata) com características de qualidade. Para isso, foi investigada a influência do

estádio de maturação, do teor de sólidos solúveis e de macro nutrientes da fruta ―in

natura‖, bem como o efeito do processamento, sobre um atributo de qualidade da

banana crocante de extrema relevância: textura instrumental e sensorial.

Objetivo geral:

Produzir produto de banana (Musa spp. cv Prata) desidratada e crocante com

características de qualidade – físico-químicas, microbiológicas e sensoriais, utilizando-

se do processo de secagem convectiva combinado à finalização com energia de

microondas.

Objetivos específicos:

Avaliar a influência do estádio de maturação da banana ―in natura‖, sobre as

características sensoriais do produto final;

Selecionar o melhor pré-tratamento a ser aplicado na matéria-prima visando à

obtenção de um produto com aparência, sabor e textura adequados;

Ajustar a temperatura do processo de secagem por convecção a ar quente,

combinado ao acabamento com energia de microondas, visando a crocância do

produto final;

Analisar os resultados de textura instrumental e da avaliação sensorial;

correlacionando-os à qualidade do produto final;

Realizar caracterização físico-química da banana fresca e do produto final,

relacionando estes resultados aos dos testes de texturas instrumental e

sensorial;

Pesquisar a qualidade microbiológica do produto final;

Determinar a aceitação pelo consumidor do produto de banana desidratada

crocante.

16

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 BANANA

2.1.1 HISTÓRICO A banana é fruta boa

Comida de gente pobre.

Toda a gente gosta dela,

Quer seja plebeu ou nobre.

(CASCUDO, 2004)

―Fruta pequena e alongada, de casca amarela - quando madura - e polpa firme,

saborosa e perfumada‖ (GOMENSORO, 1999). De acordo com CASCUDO (2004), a

banana é a fruta mais popular do Brasil, ―é a fruta íntima e comum, fiel ao pobre,

saboreada por todas as idades e paladares. Sem trabalho e sem complicações. O mais

fácil descascamento. É um 'engana fome' (...). 'É como banana, dá em todo canto‖.

Consumida desde o período anterior ao aparecimento de Cristo na Terra, sua

existência remonta aos séculos VI e V a.C. a partir de origens malasianas ou indianas.

Há menções á banana em escritos do poeta budista Pali, datadas do século VI a.C.

assim como nos célebres poemas épicos indianos, Mahabharata e Ramayana

(MACHADO, 2007).

Os principais agentes de transplantação da banana para outros continentes a

partir de suas matrizes indianas, chinesas, indonésias e malaias foram os árabes que

levaram essa fruta para a África. O trampolim africano foi importante para que a

banana viesse a percorrer o Oceano Atlântico e migrar para as Américas, onde foram

aclimatadas e adaptadas ainda durante o século XVI, a partir de matrizes trazidas de

outras colônias portuguesas - como os arquipélagos de Cabo Verde, Madeira ou

Açores. Há apenas uma variedade nativa do Brasil, a conhecida banana da Terra

(Musa sapientum), sendo que todas as demais são originárias de países africanos ou

do Extremo Oriente (MACHADO, 2007).

2.1.2 CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

As bananas fazem parte da família Musaceae, pertencem à ordem Scitamineae,

subdivisão Monocotyledoneae e compreende três subfamílias: Musoideae,

Strelitzoideae e Heliconoideae. A primeira compõe-se de dois gêneros: Musa e Ensete

(MEDINA et al., 1985).

O gênero Ensete é formado de sete ou oito espécies de plantas herbáceas

17

monocárpicas, sendo que nenhuma é comestível. Todas as cultivares produtoras de

frutos partenocárpicos, ou seja, frutos comestíveis de polpa abundante e

completamente desprovidos de sementes se filiam ao gênero Musa, que abrange 24 a

30 espécies, geralmente seminíferas (MEDINA et al., 1985).

Considera-se que o gênero Musa é derivado das espécies selvagens Musa

acuminata (AA) e Musa balbisiana (BB). As espécies selvagens produzem frutos que

não são comestíveis por possuírem muitas sementes. No entanto, um acidente

genético criou plantas com três cromossomos ao invés de dois, cujo fruto possui

apenas traços das sementes (PEARCE, 2003). As plantas que produzem frutas

comestíveis, por conseqüência, só se reproduzem assexuadamente, de modo que

todas as bananeiras de uma mesma variedade são geneticamente idênticas. Acredita-

se que há aproximadamente mil variedades de banana espalhadas pelo planeta, as

quais estão subdivididas em cinquenta subgrupos (UNCTAD, 2007).

2.1.3 VARIEDADES

Embora exista um número expressivo de variedades de banana no Brasil restam

poucos cultivares com potencial agronômico para serem usados comercialmente

quando se consideram aspectos como preferência dos consumidores, produtividade,

tolerância a pragas e doenças, resistência à seca, porte e resistência ao frio (ALVES,

1997).

A variedade mais cultivada para fins comerciais no mundo inteiro é a Nanica

(Musa acuminata Colla subgrupo Cavendish), também chamada em terras brasileiras

de banana D‘água, Baé, Anã, Caturra, Cambota e banana da China (MEDINA et. al.

1978; MACHADO, 2007).

Os cultivares mais difundidos no Brasil são: Prata, Pacovan, Prata anã, Maçã,

Mysore, da Terra, d‘Ângola, Nanica, Nanicão e Grande Naine, sendo que a Prata e a

Pacovan respondem por aproximadamente 60% da área cultivada com banana no

território brasileiro (ALVES, 1997).

No Estado de Minas Gerais, assim como no Espírito Santo e no Rio de Janeiro a

produção do cultivar Prata é dominante. Nas regiões Norte e Nordeste, 70% da

produção é do cultivar Prata, 20% do cultivar Maçã e 10% do cultivar da Terra,

enquanto que São Paulo e Santa Catarina possuem pólos de produção de Nanica e

Nanicão (LUCCAS, 1996 citado por RIBEIRO, 2004).

A escolha da variedade da banana depende da preferência do mercado

consumidor e do destino da produção, seja para a indústria ou para o consumo ―in

18

natura‖ (OLIVEIRA, 2007).

Cavendish: Com baixo teor de água, a banana Cavendish possui o sabor

mais doce dentre todas as variedades de banana. Em função das manchas

pretas arredondadas que surgem em sua casca com o amadurecimento, este

tipo de banana, cultivado apenas nas Ilhas Canárias, pode ser facilmente

identificado (JAIGOBIND et al., 2007).

da Terra: Rica em amido, este tipo de banana apresenta o maior tamanho

dentre todas as variedades, podendo chegar a medir 30 cm e pesar 500 g.

Sua casca é amarelo-escura e quando madura, apresenta manchas pretas;

já com relação à polpa, esta possui cor rosada sendo macia e compacta.

Achatada em um dos cantos, a banana da Terra é muito utilizada para a

fritura e muito consumida no Norte e Nordeste brasileiros (JAIGOBIND et al.,

2007).

Gros Michel: Apresenta cultivares com bainhas internas verdes ou rosadas e

frutos cujos atributos são, após o amadurecimento, a cor amarela e brilhante,

o agradável sabor, a polpa consistente e a extremidade em forma de gargalo

de garrafa (EMBRAPA, 2007).

Figo: As cultivares do subgrupo Figo apresentam pseudocaule praticamente

sem manchas, com a base do pecíolo fechada e pigmentação brilhante na

face interna da bráctea masculina (EMBRAPA, 2007).

Macho: Cultivada no México, Honduras, Costa Rica e Equador, esta

variedade de banana pode ser consumida frita, assada ou cozida, sendo

muito popular nos restaurantes destes países, além de também ser utilizada

na alimentação de pássaros. (JAIGOBIND et al., 2007).

Maçã: Com casca fina e de cor amarelo-esverdeada, a banana Maçã tem

formato curvo e polpa branca. Seus tamanhos são bastante variados,

podendo atingir até 15 cm de comprimento. De sabor agradável e com

aproximadamente 15 cachos por penca, esta variedade de banana é muito

consumida no Centro-Sul brasileiro (JAIGOBIND et al., 2007).

Nanica: Esta variedade de banana possui casca fina e cor amarelo-

esverdeada. Cada cacho contém aproximadamente duzentas frutas. A

banana Nanica possui sabor doce, textura macia, e tamanho inferior a 12 cm.

É bastante cultivada no Quênia e na América Latina (JAIGOBIND et al.,

2007).

Ouro: Conhecida também como banana Mosquito, banana Imperador e Inajá,

19

esta variedade é muito produzida e consumida no litoral paulista. Constitui o

menor tipo de banana existente, chegando a medir no máximo 10 cm. Possui

forma cilíndrica, polpa doce e casca fina na cor amarelo-ouro (JAIGOBIND et

al., 2007).

Pacovan: Muito cultivada nas regiões Norte e Nordeste, este tipo de banana

é resultado de uma mutação da banana Prata. Com casca grossa e quinas

acentuadas, a Pacovan é um fruto grande, pesando em média 122 g. Seu

sabor é bastante próximo ao da banana Prata, sendo apenas um pouco

menos acentuado (JAIGOBIND et al., 2007).

Prata: Esta variedade é um pouco menos doce e um pouco maior do que a

Nanica, possuindo até 15 cm de comprimento. Possui casca com cinco

facetas de cor amarelo-esverdeada. Por ter boa consistência, a banana Prata

é indicada para se utilizar na fritura (JAIGOBIND et al., 2007).

São Tomé: De polpa amarelada, sabor pouco apreciado e cheiro muito forte,

a banana São Tomé é mais consumida cozida, frita ou asada. Existem duas

sub-variedades deste tipo de banana, diferenciadas pela cor da casca, que

pode ser amarela ou roxa (JAIGOBIND et al., 2007).

Sapo: Pouco consumida na alimentação humana, a banana Sapo é mais

empregada como alimento de animais domésticos. Trata-se de um fruto

grosso, curto e anguloso, possuindo casca dura e grossa, e polpa de aspecto

rude (JAIGOBIND et al., 2007).

Os grupos comerciais de banana agrupam cultivares de características

semelhantes, como demonstrado na Figura 1 (CEAGESP, 2006).

Figura 1: Organização comercial dos cultivares de banana

Fonte: Adaptado de CEAGESP (2006)

GRUPO VARIETAL GRUPO GENÔMICO CULTIVARES

AAA

AA Ouro

AAB

AAB

Nanica,

Nanicão,

Grand Naine.

Maçã,

Mysore,

Thap Maeo.

Prata,

Prata Anã

(Enxerto),

Pacovan,

Branca.

20

2.1.4 ASPECTOS MORFOLÓGICOS E DE CULTIVO

A bananeira, uma planta tipicamente tropical, é um vegetal herbáceo de porte

gigantesco que apresenta folhas largas e lanceoladas, as quais são suportadas por

fortes pecíolos cavados na parte superior e que se alargam para baixo, formando

grandes estojos encaixados uns nos outros para constituir o tronco. As raízes são

carnosas, compridas, fusiformes e nascem no rizoma.

As flores formam uma espiga terminal, cujo eixo nasce diretamente no cone

vegetativo do rizoma e abre um caminho no meio das bainhas do pseudotronco. As

flores superiores são somente masculinas, ao passo que as inferiores são todas

femininas, ficando aquelas primeiras, em geral, escondidas entre brácteas maiores que

formam um grande botão terminal de forma ovóide e cor púrpura (Figura 2).

Os frutos são originados da inflorescência que surge no eixo da planta, rodeada

primeiramente de um invólucro esverdeado, depois por brácteas vermelho-violácea

carregadas, que expõem, à medida que se desprendem, grupos de flores organizadas

em duas ordens e em número raras vezes maior que vinte. Somente as ordens

colocadas na base da inflorescência e abrigadas pelas primeiras brácteas são férteis,

enquanto as outras são estéreis e caducas (CASTRO, 1923 citado por RIBEIRO,

2004).

A bananeira, por ser uma planta tipicamente tropical, exige calor constante,

precipitações bem distribuídas, elevada umidade e alta luminosidade para o seu bom

desenvolvimento e produção. A faixa de temperatura ótima para o desenvolvimento dos

bananais é de 26 – 28 °C, com mínimas não inferiores a 15 °C e máximas não

superiores a 35 °C. A precipitação efetiva anual ideal é de 1200 - 1800 mm/ano. O

efeito da luminosidade sobre o ciclo vegetativo da bananeira é bastante evidente,

influenciando a duração do ciclo de produção. Em locais de maior luminosidade há uma

redução do ciclo da cultura (EMBRAPA, 2003a).

Figura 2: Bananeira

21

2.1.5 ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO

O fruto de banana é formado por três camadas distintas: o exocarpo, que forma

a casca da fruta; o mesocarpo, uma camada intermediária relativamente grossa; e o

endocarpo, camada interna membranosa que é formada pelos lóculos (MAURO, 1992).

A banana comestível é um fruto partenocárpico, ou seja, que não necessita do

estímulo da polinização. O crescimento do fruto se dá em dois estágios: primeiramente

pelo crescimento para dentro do pericarpo que reveste os lóculos internamente e, em

seguida, pela expansão do eixo floral central da placenta e dos septos. No estágio final,

a cavidade ovariana é substituída por um tecido macio e carnudo, sem que os óvulos

tenham se transformado em sementes. Os óvulos desorganizados podem ser

identificados no fruto maduro como pequenos pontos pretos no interior da parte

comestível (SIMMONDS, 1966 citado por KATEKAWA, 2006).

No fruto maduro, os três lóculos são separados por três septos, os quais

consistem de células parenquimatosas e conjuntos de canais vasculares, atingindo a

quantidade aproximada de cinqüenta células de espessura. Estes canais vasculares

se estendem tangencialmente - perpendicularmente ao eixo do fruto, desde o eixo floral

central até o parênquima externo (RAM et al., 1962 citado por KATEKAWA, 2006). Na

Figura 3 é apresentado um diagrama esquemático da seção transversal do fruto

durante o desenvolvimento.

Figura 3: Desenvolvimento da banana partenocárpica – evolução temporal do topo

para baixo e da esquerda para a direita. Legenda: o – óvulo; oc – cavidade ovariana; vb – aglomerado de canais vasculares; pi – células

iniciadoras da polpa; do – óvulos desorganizados, p – polpa.

Fonte: Adaptado de RAM et al. (1962) citado por KATEKAWA (2006)

22

Externo aos lóculos e aos septos, largo tecido vascular se orienta

longitudinalmente no fruto, onde células de parênquima ocupam o restante do espaço

nessa região. A divisão entre a casca e a polpa não é bem definida, sendo composta

por aproximadamente trinta e uma células fracamente unidas e bolhas de ar. Sendo

que essas bolhas deixam uma impressão na polpa após o descascamento (RAM et al.,

1962 citado por KATEKAWA, 2006).

Figura 4: Morfologia – o nome certo para cada parte da banana Fonte: Adaptado de CEAGESP (2006).

2.1.6 TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOQUÍMICAS NO

AMADURECIMENTO

O mecanismo de amadurecimento dos frutos vem sendo estudado desde o início

do século XX. A teoria vigente até meados da década de 60 considerava o

amadurecimento como um processo predominantemente catabólico, sendo

consequência da diminuição da resistência do fruto a uma série de mudanças de

natureza degenerativa (BLACKMAN & PARIJA, 1928 citado por TUKEY, 1993).

No final da década de 60, pesquisas demonstraram haver síntese organizada de

proteínas e outros compostos durante o amadurecimento de frutos, o que fundamentou

uma nova teoria que trata este período de desenvolvimento do vegetal como um

conjunto de mudanças bem ordenadas, que compreendem tanto processos anabólicos

como catabólicos, catalisados por enzimas específicas sintetizadas durante esta fase

(PURGATTO, 2001).

A proporção na qual ocorrem as transformações na aparência, textura e

23

composição físico-química dos frutos depende da atividade das diferentes enzimas

presentes. Estas, entretanto, são estimuladas ou inibidas pelas condições do ambiente

ao qual o fruto é submetido. Assim, em câmara de maturação, devem ser controlados

os seguintes fatores: temperatura, umidade relativa, tipo de gás ativador de maturação,

presença de ar atmosférico, velocidade de circulação de ar e exaustão (MEDINA et al.,

1985).

Embora estas alterações sejam dependentes da espécie do fruto, estes foram

divididos em dois grandes grupos: climatéricos e não climatéricos (BALDONI &

RUGINI, 2002). De acordo com PURGATTO (2001), tal classificação derivou da

observação do aumento de respiração que certos frutos apresentavam durante a fase

de transição do estádio de maturação verde para maduro. Deste modo, os frutos

climatéricos foram agrupados por apresentarem, caracteristicamente, este pico

respiratório, o mesmo não ocorrendo nos frutos não climatéricos. Como exemplo de

frutos climatéricos podem ser citados a banana, o abacate, a maçã, a pêra, a manga e

o tomate, e dos não climatéricos o morango, a laranja, a uva, o abacaxi e a cereja. O

elevado aumento na produção de etileno – hormônio vegetal que desempenha

importante papel na coordenação dos eventos bioquímicos que regulam o

amadurecimento – é outra característica marcante dos frutos climatéricos, inexistentes

nos frutos não climatéricos.

Sendo assim, os frutos não climatéricos são aqueles em que o nível de etileno

basal é mantido durante toda a fase pós-colheita e os climatéricos aqueles nos quais a

maior parte dos processos bioquímicos relativos ao amadurecimento ocorre a partir da

sinalização promovida pelo etileno após o pico de respiração. A mobilização dos

carboidratos de reserva na forma de amido, ácidos orgânicos ou na própria forma de

sacarose translocada da planta para o fruto, resultando no acúmulo de açúcares, é um

dos principais eventos bioquímicos que ocorre durante esta fase (SEYMOUR, 1993).

Na banana verde, cada uma das células que constituem a polpa possui rígida

membrana, composta principalmente de substâncias insolúveis conhecidas como

protopectinas. Internamente, encontram-se numerosos grãos sólidos de amido.

Durante a maturação, as protopectinas são parcialmente transformadas pela ação de

enzimas, formando pectinas solúveis, responsáveis pelo amolecimento da membrana.

Paralelamente, o amido é transformado em açúcares solúveis, que começam a se

dispersar no interior da célula, formando uma massa semi-sólida. Assim, através

dessas alterações químicas, a banana verde e de estrutura rígida se torna mais macia

e saborosa. A baixa acidez orgânica da banana verde, embora aumente no princípio do

24

processo de maturação, decresce na fruta madura, encontrando-se em maior

quantidade o ácido málico, seguido pelo oxálico, cítrico, acético e butírico (MEDINA et

al., 1985).

A adstringência característica da fruta verde é devida ao tanino livre que se

encontra presente em considerável quantidade na polpa. Durante a maturação do fruto,

este tanino se combina com os açúcares, ou participa do metabolismo da respiração,

com conseqüente decréscimo na adstringência. Os compostos voláteis responsáveis

pelo aroma, como os aldeídos e os álcoois isoamílicos, intensificam-se com o

amadurecimento do fruto, ocorrendo aumento nos os teores de ésteres, sobretudo o

acetato de isopentila (OLIVEIRA, 2007).

O amido, presente em altas concentrações na banana verde (em torno de 20%),

converte-se em açúcares no decorrer da maturação pela ação de um complexo sistema

enzimático. Durante o amadurecimento do fruto, a atividade das α e β-amilases, das

fosforilases e das α-1,4 e α-1,6-glicosidases aumenta, paralelamente à degradação do

amido. Estas enzimas atuam sobre o mesmo substrato, o amido, de maneira diferente,

o que resulta na formação de uma mistura de oligossacarídeos e açúcares solúveis

(ROSSETTO et al., 2004).

A via de síntese da sacarose está razoavelmente estabelecida para a banana. A

sacarose-fosfato-sintase é a enzima-chave na síntese deste composto, com aumento

de atividade e de expressão em paralelo ao acúmulo de sacarose, durante o

amadurecimento do fruto. A participação da sacarose sintase, enzima também capaz

de sintetizar sacarose, está praticamente descartada durante processo uma vez que

sua atividade e sua expressão encontravam-se diminuídas no período de acúmulo de

sacarose (ROSSETTO et al., 2004).

Segundo SALDANHA (1986), há um decréscimo dos carboidratos totais durante

o amadurecimento da banana, devido à utilização de parte da glicose na respiração.

As transformações químicas que ocorrem durante a maturação da banana estão

representadas nas Tabelas 1 e 2.

25

Tabela 1 - Teores de amido e açúcares durante a evolução de maturação da banana

Prata

Fonte: MEDINA et al. (1978)

Tabela 2: Transformações químicas durante a maturação da banana Prata

Grau de maturação

(escala visual)

Sólidos solúveis

(%)

Acidez (ácido málico)

(%)

Amido (%)

Açúcares redutores

(%)

Açúcares não

redutores (%)

Açúcares totais (%)

Muito verde 3,40 0,25 23,30 - - -

Verde 9,00 0,48 19,80 5,40 1,10 6,50

Amarelo-verde 23,50 0,57 7,90 15,60 3,40 18,90

Maduro 26,90 0,67 2,90 15,70 4,70 20,40

Muito maduro 26,00 0,52 0,63 16,20 6,50 22,70

Fonte: SALDANHA (1986).

Legenda: -, informação não disponível

2.1.7 CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO

As frutas climatéricas, como a banana, são colhidas antes do início do

amadurecimento, que somente é atingido após a ocorrência do pico respiratório

climatérico (CHITARRA & CHITARRA, 1994). Em países tropicais, o critério a ser

observado na colheita da banana leva em conta o número de dias do lançamento da

inflorescência até o desenvolvimento fisiológico dos frutos. A tecnologia de cultivo e a

cultivar plantada, juntamente com o clima, o solo e as práticas culturais, determinam o

estado fisiológico da planta (LICHTEMBERG, 1999).

ASPECTO DA FRUTA

1 Fruta verde 21,5 – 19,5 0,1 – 2,0

2 Fruta verde com traços amarelos 19,5 – 16,5 2,0 – 5,0

3 Fruta mais verde que amarela 18,0 – 14,5 3,5 – 7,0

4 Fruta mais amarela que verde 15,0 – 9,0 6,0 – 12,0

5 Fruta amarela, extremidade verde 10,5 – 2,5 10,0 – 18,0

6 Fruta inteiramente amarela 4,0 – 1,0 16,5 – 19,5

7 Fruta amarela com pequenas manchas pardas 2,5 – 1,0 17,5 – 19,0

8 Fruta amarela com grandes manchas pardas 1,5 – 1,0 18,5 – 19,0

AMIDO(%)

AÇÚCARES (%)

26

A colheita requer cuidados especiais para não provocar danos que possam

prejudicar a aparência e a qualidade da fruta (LICHTEMBERG, 1999). A qualidade do

produto final será grandemente influenciada pela qualidade da matéria-prima. As

principais características a serem consideradas são o estágio de maturação, as

condições de sanidade e a uniformidade dos lotes (MEDINA et al., 1985).

A temperatura de armazenamento é um fator diretamente relacionado à

manutenção das características iniciais da banana, uma vez que os processos

fisiológicos e patológicos são função direta desta (RIBEIRO, 2006).

Existe uma temperatura mínima de segurança de armazenamento, abaixo da

qual ocorrerão distúrbios fisiológicos em frutos tropicais. A temperatura mínima tolerada

pela banana varia conforme o cultivar, as condições climáticas de cultivo e a umidade

relativa da câmara. Em conseqüência, a temperatura mínima de segurança situa-se

entre 10 e 14 ºC (BOTREL et al., 2001).

A umidade relativa ideal é outro parâmetro importante a ser controlado no

ambiente de maturação e de refrigeração. A fruta perde umidade constantemente

através da respiração, o que deve ser controlado para evitar o ―murchamento‖ e a

perda excessiva de massa, assim como o enrugamento e a coloração opaca da casca

(BLEINROTH, 1984). Segundo GOTTREICH & HALEVY (1982), a umidade relativa na

câmara de armazenamento da banana deve ser mantida em torno de 85 a 95%.

A maturação da banana pode ser retardada por várias semanas sob atmosfera

controlada, sendo que após a remoção desta condição, os frutos amadurecem

normalmente. Com o objetivo de aumentar o período de conservação, o

armazenamento de bananas em atmosfera controlada é feito em local fechado onde há

baixo teor de oxigênio e alto teor de dióxido de carbono. A vida-útil da banana pode ser

aumentada significativamente quando os frutos são selados em sacos de polietileno.

Apesar da variabilidade existente nas concentrações de gás carbônico presente no

interior das embalagens plásticas, os níveis detectados são ainda toleráveis para os

frutos (ALVES, 1997).

2.1.8 ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO

A principal alteração verificada durante o amadurecimento da banana é o

amarelecimento da casca. A clorofila, que confere a coloração verde à casca do fruto

no estádio pré-climatérico, é rapidamente degradada, sobressaindo os carotenóides,

pigmentos amarelos que caracterizam a banana madura. O grau de coloração da casca

da banana é um importante indicador de sua vida-de-prateleira, sendo frequentemente

27

utilizado como guia para a comercialização do fruto (Figura 5). Desta forma, o estádio

de maturação é caracterizado subjetivamente, em função do grau de coloração da

casca (RIBEIRO, 2006).

Figura 5: Escala de maturação de Von Loesecke

Fonte: CEAGESP (2006).

2.1.9 COMPOSIÇÃO QUÍMICA E VALOR NUTRICIONAL

A banana é componente constante na dieta dos brasileiros, inclusive os de baixa

renda, em virtude de suas características sensoriais agradáveis, seu alto valor nutritivo,

sua praticidade de consumo e seu baixo custo. Uma unidade do fruto pode conter valor

energético de 90 kcal, além de fornecer quantidades significativas de vitaminas A, B e

C, potássio e outros minerais (NEPA, 2006).

Devido ao mais elevado valor calórico e teor de glicídios, a banana é classificada

no grupo das frutas dentro da categoria C, juntamente com a ameixa preta seca, fruta-

do-conde e serigüela, por exemplo (ARAÚJO & GUERRA, 2007).

É fruta indicada para a dieta de crianças e idosos por apresentar textura macia,

baixa acidez e por conter nutrientes prontamente assimiláveis pelo organismo

(EMBRAPA, 2007). Segundo PO (2007), a banana é uma das poucas frutas de baixa

acidez, apresentando pH de aproximadamente 5.0.

Na Tabela são 3 apresentadas as características físicas e a composição química

centesimal média da banana Prata.

1. Totalmente verde 5. Amarelo com ponta verde

2. Verde com traços amarelos 6. Amarelo

3. Mais verde do que amarelo 7. Amarelo com áreas marrons

4. Mais amarelo do que verde

28

Tabela 3: Composição química centesimal da polpa de banana Prata madura ―in

natura‖

Fonte: 1 – NEPA (2006); 2 – USDA (2006); 3 – PHILIPPI (2002). Legenda: Tr (traços)

Contendo elevados teores de potássio e baixos níveis de sódio, a agência

responsável pelo controle de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, a Food

and Drug Administration (FDA), autorizou oficialmente as indústrias fabricante de

produtos a base de bananas a informarem sua habilidade de reduzir o risco de

hipertensão e infarto - ―Dietas contendo alimentos que são boas fontes de potássio e

pobres em sódio podem reduzir o risco de alta pressão sanguínea e infarto‖ (FDA,

2000).

O potássio, principal cátion intracelular do corpo humano, é fundamental para a

função celular normal. Juntamente com o sódio, é importante para a manutenção do

equilíbrio hídrico normal, e, juntamente com o cálcio, participa da regulação da

atividade neuromuscular. A ingestão adequada (IA) – 4,7 g/dia para o adulto (IOM/FNB,

2004) - deve ser suficiente para manter os níveis de pressão sanguínea, reduzir os

efeitos adversos do cloreto de sódio sobre a pressão sanguínea, reduzir o risco de

cálculos renais e, possivelmente diminuir a perda óssea (FRANCESCHINI et al., 2005).

Sendo assim, COSTA & SILVA (2005) ressaltam que dietas ricas em potássio devem

ser incentivadas uma vez que aumentam os benefícios da dieta hipossódica. O

potássio induz à queda da pressão arterial por meio do aumento da natiurese,

diminuição da secreção de renina e norepinefrina e aumento de secreção de

prostaglandinas. Além do efeito anti-hipertensivo, este mineral exerce ação protetora

Umidade Energia Lipídeos Carboidratos Cálcio Magnésio Manganês Fósforo

(%) (kcal) (g) (g) (g) (g) (mg) (mg) (mg) (mg)

1 72,00 98,00 1,30 0,10 26,00 2,00 8,00 26,00 0,42 22,00

2 74,91 89,00 1,09 0,33 22,84 2,60 5,00 27,00 0,27 22,00

3 - 92,00 1,04 0,48 23,40 2,03 6,00 29,00 0,15 20,00

Ferro Sódio Potássio Cobre Zinco

(mg) (mg) (mg) (mg) (mg) (mg) (mg) (mg) (RE) (mg)

1 0,40 Tr 358,00 0,05 0,10 Tr 0,02 0,10 - -

2 0,26 1,00 358,00 0,08 0,15 0,03 0,07 0,37 3,00 8,70

3 0,31 1,00 396,00 0,10 0,16 0,05 0,10 0,58 8,00 9,10

Proteína Fibra

alimentar

Tiamina

*Vit. B1*

Riboflavina

*Vit. B2*

Piridoxina

*Vit. B6*

Vitamina

A

Vitamina

C

29

contra danos cardiovasculares e é usado como medida auxiliar em pacientes

submetidos à terapia com diuréticos.

Além destes benefícios à saúde, WHITMIRE (2002) relata que o conteúdo de

potássio no músculo está relacionado com a massa muscular e armazenamento de

glicogênio.

É sabido que a banana contém triptofano, aminoácido que, quando ingerido,

eleva os níveis de serotonina no organismo, podendo provocar efeitos positivos em

distúrbios do humor, incluindo redução na depressão (SAINIO et al., 1996; PENEDO,

2008). XIAO et al. (1998) encontraram que o consumo de apenas duas unidades de

banana em um dia, durante três dias, eleva o nível de serotonina no sangue em 16%.

2.1.10 ASPECTOS DE COMERCIALIZAÇÃO

Apesar de seu advento tão precoce ao mundo dos alimentos comestíveis

identificados pela humanidade, a banana teve que esperar a chegada do século XIX

para se tornar um produto disponível aos consumidores de todos os paralelos e

meridianos. Sua ascendência tropical a condenou em todos os períodos históricos

anteriores a manter-se afastada dos mais abastados e movimentados mercados

mundiais, particularmente do europeu (MACHADO, 2007).

As possibilidades tecnológicas provenientes da Revolução Industrial permitiram

que, a partir do advento dos trens, cargueiros, automóveis e aviões, as distâncias

diminuíssem consideravelmente e que, como conseqüência disso, alimentos tropicais

(como a banana) pudessem superar fronteiras com suficiente rapidez e em

quantidades cada vez maiores para serem oferecidos em mercados antes

desconhecedores (FLANDRIN, 1998).

A bananicultura tem evoluído consideravelmente nas décadas de 70, 80 e 90,

por ser um dos cultivos perenes de mais rápido retorno do capital investido. Além disso,

apresenta um fluxo contínuo de produção a partir do primeiro ano, o que torna esta

prática muito atraente para os agricultores (ALVES, 1997).

A cultura dessa fruta, que é uma ―commodity‖ mundial, tem produção situada em

quarto lugar depois das culturas de arroz, trigo e milho. Quanto ao volume total da

produção nacional, em 2007 foram produzidas 6.972.408 toneladas da fruta. O Brasil

ocupa a segunda posição do planeta, ficando atrás apenas da Índia, que produziu

21.766.400 toneladas da fruta em 2007, com área plantada de cerca de 508.845 ha

(FAO, 2008).

Nos últimos anos, o Estado de Minas Gerais tem ocupado lugar de destaque

30

entre os principais produtores de banana com Brasil, junto à Bahia, São Paulo, Santa

Catarina, Pará e Ceará (IBGE, 2007).

Além de saboroso alimento, a banana é ainda utilizada em algumas regiões do

planeta de forma praticamente integral, servindo como material de construção, na

confecção de cordas e barbantes, teto para abrigos como choupanas ou cabanas e

ainda fornecendo outros elementos de sua composição como matéria-prima para

atividades humanas - ao cortar-se a ponta do cacho há o fornecimento de água em

quantidade suficiente para matar a sede; o coração da bananeira pode ser usado como

alimento ou como combustível depois de secar ao sol (MACHADO, 2007).

2.2 DESIDRATAÇÃO DE ALIMENTOS

Os novos comportamentos alimentares observados ressaltam que as pessoas

estão dando menos importância às refeições tradicionais e, concomitantemente,

aumentando as preocupações com relação à nutrição e à procura por refeições

equilibradas e saudáveis, embora diminua o tempo disponível para ocupar-se com a

alimentação. Com o surgimento das necessidades de se passar a maior parte do

tempo no trabalho e, por isso, fazer refeições fora de casa, surgiu também a procura

por alimentos prontos e semi-prontos. A rapidez e a facilidade no preparo destes

alimentos foram tidas como grandes vantagens e, assim, houve aumento na demanda.

Com o consumo desses tipos de produtos, os alimentos secos ficaram em segundo

plano, havendo então um desaquecimento deste método de conservação (PARK et al.,

2006).

Atualmente, percebe-se um refortalecimento da secagem de produtos

agropecuários devido à retomada da discussão de recuperação da qualidade de vida,

que insere a importância do preparo de refeições saudáveis, mas com as limitações do

tempo imposto pela vida moderna. Outro fator é a crescente demanda das indústrias

que produzem alimentos chamados de instantâneos (prontos e semi-prontos) que

utilizam alimentos secos como matéria-prima. A facilidade de manuseio e de

armazenamento dos produtos secos também é um importante fator no atual mundo

globalizado. Além disso, os alimentos secos retomam mercado devido ao preço

compatível com os alimentos processados denominados de ―pratos-prontos‖ (PARK et

al., 2006).

31

2.2.1 PARÂMETROS DO PROCESSO

A secagem é uma das operações unitárias mais antigas realizada pelo homem.

Os alimentos são desidratados ou secos objetivando vários propósitos, como por

exemplo: preservação contra deterioração de origem microbiana e/ou bioquímica;

conservação de suas condições durante estocagem; diminuição dos custos e maior

facilidade para acondicionamento, manipulação, armazenamento e transporte do

produto. O princípio desta tecnologia, de maneira simplificada, consiste na remoção de

umidade da matéria-prima por evaporação (PEREIRA, 2007).

A secagem tem a finalidade de eliminar líquido volátil contido em um material

não volátil, através de evaporação; portanto, constitui a operação na qual a atividade

de água de um alimento é reduzida pela remoção da água, através da vaporização. O

tipo de secagem a ser utilizado depende, dentre outros fatores, da matéria-prima a ser

desidratada, da composição físico-química e das características físicas do produto final

desejado (PARK et al., 2006).

As modificações nos conteúdos de umidade e temperatura de material

submetido à secagem são controladas pelas transferências de calor e massa entre a

superfície, o ambiente e o interior, englobando os fenômenos de migração e

evaporação de umidade, sendo acompanhado por mudança de fase. A taxa de

evaporação de água é determinada pelas condições dos parâmetros do processo:

temperatura, umidade, pressão e/ou velocidade do ar. A composição e a estrutura do

alimento também influenciam no movimento da umidade que está sendo removida

(SINGH & HELDMAN, 2001).

Inicialmente, a retirada da umidade ocorre através do fornecimento de calor

latente de evaporação, por fonte de calor, resultando em evaporação de água da

superfície do material para o ar ambiente e na difusão de umidade, que ocorre por

gradiente de concentração entre o interior do alimento e a superfície (AL-DURI & MC

INTYRE, 1992; PARK et al., 1999).

De acordo com PARK et al. (1999), os principais mecanismos de transferência

da massa da água do interior do alimento (sólido) até a superfície são:

Difusão de líquido – a taxa de transferência de umidade é proporcional ao

gradiente de concentração de umidade dentro do produto;

Difusão de vapor - ocorre devido ao gradiente de pressão parcial de vapor,

causado pelo gradiente de temperatura;

Fluxo de líquido e de vapor - ocorrem devido à diferença de pressão total

(causada pela pressão externa), de concentração, capilaridade, encolhimento e

32

altas temperaturas.

No entanto, ainda não se estabeleceu uma única relação teórica que possibilite

generalizações para tratamentos na secagem (PARK et al., 1999).

PARK et al. (1999) ainda relatam que, no caso de secagem utilizando ar quente,

ocorre transferência de calor do ar para o produto sob o efeito da diferença de

temperatura existente entre eles. Simultaneamente, a diferença de pressão parcial de

vapor d´água existente entre o ar e a superfície do produto determina a transferência

de matéria (massa) para o ar na forma de vapor de água. Deste modo, o conteúdo de

umidade do produto (X), a temperatura (T) e a taxa de secagem (dX/dt) podem ser

representados em função do tempo de secagem (t), como mostra a Figura 6.

Figura 6: Curvas típicas de secagem de um sólido úmido Fonte: PARK et al. (1999)

A curva (a) representa a redução no teor de água do produto durante o processo

de secagem - conteúdo de umidade do produto, em relação à evolução do tempo de

secagem (t), ou seja, é a curva obtida ao pesar-se o produto durante a secagem sob

uma determinada condição.

A curva (b) é representativa da velocidade (taxa) de secagem do produto –

variação do conteúdo de umidade do produto em função do tempo, dX/dt;

A curva (c) corresponde à variação da temperatura do produto durante o

processo de secagem – variação da temperatura do produto (T) em relação à evolução

do tempo (t). É a curva obtida medindo-se a temperatura do produto durante a

secagem.

33

Em geral, a operação de secagem consiste de três etapas distintas, as quais são

esquematicamente definidas de acordo com a evolução das transferências de calor e

de massa ao longo do processo:

0) Fase de indução (previamente ao regime operacional) - ocorre no início,

quando o produto se encontra a temperatura inferior à do ar de entrada e,

conseqüentemente, a transferência de massa e a velocidade de secagem são

pequenas, representando uma adaptação do produto às condições do processo;

1) Fase de taxa constante de secagem - a água é evaporada sob a forma de

água livre e as transferências de calor e de massa se compensam: a velocidade de

migração da água do interior do produto para a superfície corresponde à velocidade de

evaporação da água na superfície;

2) Fase de taxa decrescente de secagem - o teor de água na superfície do

produto começa a ser deficiente. A velocidade de secagem diminui, uma vez que torna-

se mais difícil a migração da água residual do interior do produto para a superfície em

função da camada de material desidratado na superfície tornar-se cada vez mais

espessa (PARK et al., 1999).

De acordo com a fonte de energia empregada, os processos de secagem podem

ser enquadrados em dois grupos: secagem natural ou ao sol, e secagem artificial ou

desidratação (BITTENCOURT, 2001).

A secagem natural é de aplicação restrita, apresentando desvantagens em

relação à secagem artificial. Os principais problemas associados à secagem natural

dizem respeito a maior possibilidade de contaminação do produto final, tempo de

secagem variável, heterogeneidade na qualidade do produto final e dependência direta

das condições climáticas. Entretanto, a secagem artificial também apresenta alguns

inconvenientes, como custos totais de secagem mais elevados (gastos com energia e

equipamentos), e exigência de mão-de-obra qualificada e de tecnologia adequada

(FULLER, 1993 citado por BITTENCOURT, 2001).

Em relação aos aspectos nutricionais, o alimento perde umidade, o que resulta

em aumento na concentração dos constituintes no produto desidratada ou seco.

Proteínas, gorduras e carboidratos estão presentes em maiores quantidades por

unidade de massa no produto seco. Pode ocorrer redução no teor de vitaminas, que

são parcialmente oxidadas, como por exemplo, o ácido ascórbico e o caroteno

(DESROSIER & DESROSIER, 1997).

34

2.2.2 EQUIPAMENTOS

Apesar da grande diversidade de equipamentos e da existência de diferentes

classificações na literatura, o sistema de secagem, segundo TRAVAGLINI et al. (1993),

apresenta como componentes principais a fonte de calor e o sistema de aquecimento,

os dispositivos para movimentação do ar, a câmara de secagem e o dispositivo para

controle da operação de secagem. PARK et al. (2006) classificam os secadores de

acordo com o modo de operação de cada equipamento (Figura 7).

De acordo com RAGHAVAN & ORSAT (2006), a seleção de um determinado

secador ou método de secagem depende do tipo e propriedades da matéria-prima, das

características desejáveis no produto desidratado e das restrições nas condições

operacionais, assim como dos custos envolvidos no processo. Na Tabela 4 encontram-

se relacionados alguns tipos de secadores comumente utilizados em escala industrial,

em função das características físicas apresentadas pelos produtos desidratados.

Os secadores do tipo cabine apresentam duas variações: com bandejas fixas e, com

bandejas apoiadas sobre base móvel. Em ambos os casos, são secadores onde a

transferência de calor se dá por convecção forçada de ar quente (COSTA, 2005).

Para LAND (1991, citado por BITTENCOURT, 2001), os secadores de bandejas

apresentam algumas características peculiares, tais como:

Ciclo de secagem entre 5 e 40 horas;

Falta de uniformidade no escoamento do ar, com a conseqüente formação de

zonas de sobreaquecimento;

Temperatura máxima de 200 ºC, em função do material a ser desidratado;

Taxa de recirculação de ar máxima de 80%;

Velocidade de escoamento do ar variável de 0,5 m/s até 3 m/s;

Performance de 0,1 a 1,5 kg de água evaporada por m2.

35

Figura 7: Classificação de secadores segundo o modo de operação Fonte: Adaptado de PARK et al. (2006)

Tabela 4: Seleção de secadores em função das características do produto desidratado

SACADOR

PRODUTOS

Filme Granulares Lama Líquido Lodo ou pasta Pasta compacta Pré-formados Sólido fibroso

Agitado X X X X

Bandeja X X X X X X

Com ar circulante X X X

Esteira X X X X X X X

Fluidizado X X X X

Pneumático X X X X

Rotativo direto X X

Rotativo indireto X X X

Spray X X X

Tambor X X X X

Fonte: Adaptado de PARK et al. (2006)

36

2.2.3 MICROONDAS

A radiação compreende a forma de energia que se propaga em um meio na

forma de ondas eletromagnéticas. Dentro do espectro eletromagnético, representado

na Figura 8, a radiação das microondas é aquela caracterizada pelo intervalo de

freqüências entre 300 MHz e 300 GHz. A propagação das ondas eletromagnéticas se

dá através de objetos e pode apresentar fenômenos de reflexão, transmissão e

absorção. As microondas são refletidas por superfícies metálicas (condutores) e

refratadas por materiais dielétricos (pouco condutores). A propriedade intrínseca mais

importante desta forma de energia para a Tecnologia de Alimentos constitui a absorção

volumétrica por materiais dielétricos, sob a forma de calor (ENGELDER & BUFFLER,

1991; MULLIN, 1995). Esta propriedade resulta em tempos de processamento mais

curtos, maior rendimento do produto final e, usualmente, em qualidade superior à

encontrada mediante técnicas convencionais do processamento térmico

(VADIVAMBAL & JAYAS, 2007).

Figura 8: Espectro eletromagnético

Fonte: DATTA & ANANTHESWARAN (2001)

O sistema de aplicação de energia das microondas é composto basicamente por

componentes de geração da energia a determinada freqüência e de condução da

mesma para um aplicador, a partir do qual a potência pode ser dissipada pelo produto

a ser aquecido (PEREIRA, 2007). Na Figura 9 encontra-se representado esquema de

um sistema genérico de aquecimento por microondas. As principais partes constituintes

deste sistema compreendem:

37

Sistema de geração de microondas - composto pela fonte de alimentação que

fornece as tensões e correntes necessárias para alimentar o gerador de

microondas. O gerador é um oscilador que converte a potência fornecida pela

fonte em energia na freqüência das microondas. As freqüências mais utilizadas

em eletrotermia industrial e doméstica são de 2,45 e 0,915 GHz,

respectivamente, e o oscilador mais usual é o do tipo magnetron.

Sistema de transmissão de microondas - a energia gerada pelo oscilador pode

ser transferida de forma guiada por meio da propagação do campo

eletromagnético em forma de onda eletromagnética por tubos metálicos

altamente condutivos. As ondas são refletidas nas paredes metálicas do guia,

apresentando distribuição dos campos elétricos de maior intensidade no guia e

campo elétrico zero nas paredes.

Sistema de aplicação - o aplicador, normalmente denominado cavidade, é um

volume limitado por paredes metálicas no interior do qual se processa a

interação entre o material dielétrico e a energia de microondas. O campo

elétrico dentro de alguma cavidade apresenta inúmeras reflexões nas paredes

metálicas, de maneira que proporciona propagação de múltiplos modos na

distribuição do campo eletromagnético no interior. Constitui uma das principais

desvantagens do aquecimento por microondas, uma vez que as reflexões

múltiplas produzem interferências, resultando na formação de regiões de

maiores e de menores intensidades de campo eletromagnético no espaço

(PEREIRA, 2007).

Figura 9: Diagrama de um sistema genérico de aquecimento por microondas

Fonte: Adaptado de MARSAIOLI (1991) citado por PEREIRA (2007)

38

As freqüências de microondas normalmente utilizadas no processamento

industrial de alimentos promovem interações entre os constituintes químicos dos

alimentos e o campo eletromagnético, gerando aquecimento instantâneo no interior do

produto. A utilização da energia de microondas, portanto, soluciona alguns dos

problemas enfrentados nos processos de aquecimento convencional, nos quais, a

transferência de calor ocorre por meio da condução de energia da superfície do

material para o seu interior. Por outro lado, as microondas, por meio da fricção

intermolecular causada principalmente por rotação dipolar de moléculas polares, como

a da água, geram calor internamente no produto e conseqüentemente proporcionam

gradiente de calor menos acentuado (CAMPOS, 1986).

O aquecimento por microondas deve-se inicialmente à ruptura das fracas pontes

de hidrogênio associadas à rotação dos dipolos de moléculas de água livre e à

migração eletroforética de sais livres em um campo elétrico de polaridade rapidamente

variável. Desta forma, os constituintes iônicos aquosos e polares dos alimentos, bem

como os constituintes sólidos associados, exercem influência direta sobre como o

aquecimento será conduzido (MARSAIOLI, 1991 citado por PEREIRA, 2007).

Os fenômenos básicos envolvidos no aquecimento por microondas são o

acoplamento da energia de um campo eletromagnético pelo produto e a atenuação da

absorção de energia no interior do mesmo. As características de aquecimento do

material, por sua vez, estão relacionadas não somente às propriedades dielétricas,

como também às propriedades de transmissão peculiares aos processos de

aquecimento dielétrico e às propriedades térmicas e de transporte que afetam as

transferências de calor e massa (PEREIRA, 2007).

Um material dielétrico pode ser definido como aquele que interage com um

campo elétrico por conter portadores de cargas que podem ser deslocados. Como

todos os materiais, o dielétrico compõe-se de um núcleo atômico positivo envolto por

nuvem eletrônica negativa. Assim, quando um campo elétrico externo é aplicado, os

elétrons são levemente deslocados para o núcleo e momentos dipolos são induzidos,

causando o fenômeno conhecido como polarização eletrônica dos materiais. Nos

materiais dielétricos, as cargas locais se movem em resposta a um campo elétrico

aplicado. Os materiais apresentam carga livre e carga ligada e o movimento das cargas

ligadas resulta na polarização das mesmas (THOSTENSON & CHOU, 1999;

MARSAIOLI, 2001).

As propriedades dielétricas são dependentes da freqüência do campo aplicado,

39

da temperatura, da composição e da estrutura do material. Portanto, no caso de

alimentos, essa propriedade é fortemente afetada pelo teor de água e pela estrutura do

material, como porosidade e volume dos poros. A absorção preferencial das

microondas, pelas moléculas de água, promove um aquecimento focalizado, o que

torna a aplicação dessa fonte de energia interessante em processo de secagem de

alimentos, por exemplo (PEREIRA, 2007).

VADIVAMBAL & JAYAS (2007) destacam que o processamento de alimentos

por microondas pode resultar em produtos com melhor sabor, assim como preservar

melhor os nutrientes comparativamente a outros tipos de tratamento térmico,

especialmente por prevenir lixiviação dos nutrientes.

Estudos sobre a desidratação de frutas e hortaliças com aplicação de energia de

microondas têm sido frequentes nos últimos anos. Vários trabalhos tratam dos efeitos

das condições de secagem, incluindo a potência de microondas aplicada, na qualidade

do produto final, avaliada principalmente em termos dos parâmetros cor, porosidade,

encolhimento e capacidade/cinética de reidratação (MASKAN, 2000; SOUSA, 2002;

KHRAISHEH et al., 2004; WANG & XI, 2005).

Vários pesquisadores propuseram combinação de dois métodos de secagem

para compor o processo de secagem global. Durante a fase inicial, a secagem é

conduzida por métodos convencionais de convecção com ar quente e durante o estágio

final, pela aplicação de microondas combinada ou não com convecção (PRABHANJAN

et al., 1995; FENG & TANG, 1998; JUMAH & RAGHAVAN, 2001; SILVA et al., 2006).

2.2.4 SECAGEM DE FRUTAS

Frutas secas e desidratadas são mais concentradas do que qualquer outra forma

de alimentos conservados. São menos custosas para serem produzidas quando

comparadas a outros alimentos, requerem mão-de-obra, equipamento e mínimas

exigências de armazenamento; além de apresentar pequenos custos de distribuição

(DESROSIER & DESROSIER, 1997).

Segundo GREENSMITH (1998), os Estados Unidos são de longe os maiores

produtores de frutas secas. Outros países com exportação substancial são Grécia, Irã,

Turquia, Portugal, Iraque, Algéria, Austrália, Argentina, Egito e África do Sul. A

desidratação de frutas, no Brasil, ganhou impulso nos dez últimos anos com o tomate

seco e vem ganhando força e mercado com as frutas brasileiras (COSTA, 2005).

A desidratação de frutas apresenta grande potencial de crescimento e ainda é

muito pouco explorada empresarialmente no Brasil. Diversos fatores contribuem para

40

esse pequeno mercado, e a oferta de frutas frescas durante o ano todo é o mais

significativo, reduzindo com isso o hábito de se consumir frutas secas ou desidratadas.

Outro fator muito importante é que a produção de frutas secas no Brasil esteve

concentrada, nos últimos anos, principalmente em banana-passa, sendo a produção,

na maioria das vezes, realizada em escala artesanal. Além disso, a falta de marketing

do produto, a pequena atratividade devido à coloração escura e a falta de padrão de

qualidade não permitiram o desenvolvimento deste mercado (MELONI, 2001 citado por

COSTA, 2005). Entretanto, os mesmo autores afirmam que nos últimos anos o

surgimento de equipamentos dimensionados adequadamente para a secagem de

frutas e com custos mais acessíveis vêm permitindo o crescimento do mercado de

frutas secas.

Para se obter um produto final de boa qualidade, é necessário utilizar matérias-

primas adequadas, e métodos e condições de secagem apropriadas uma vez que

podem ocorrer diversas alterações físico-químicas no produto durante o

processamento, como escurecimento, perda de nutrientes e componentes aromáticos,

além da formação de compostos indesejáveis. Um dos principais problemas

associados à desidratação de frutas é o encolhimento, que prejudica a aparência, a

textura e a reidratação do produto final (CARDOSO, 1998).

2.2.4.1 Secagem de banana

Como a banana apresenta grande volume de perdas em toda a cadeia

produtiva, seu aproveitamento agroindustrial é de grande importância para o aumento

da viabilidade econômica de cultivo. Dentre os processos de industrialização, a

desidratação, que se caracteriza pelo baixo investimento inicial, perspectivas de

lucratividade compatível com o investimento e amplo mercado, é o mais indicado tanto

a pequenos quanto a grandes bananicultores (FNP, 1998 citado por BITTENCOURT,

2001).

A secagem de bananas é utilizada não só para fins de preservação, mas

também devido ao valor agregado ao produto seco, como na produção de chips

(DEMIREL & TURHAN, 2003) e banana-passa (NOGUEIRA & PARK, 1992). Secagem

convectiva de bananas e plátanos (Musa AAB) foi utilizada em diversos trabalhos

encontrados na literatura (JOHNSON et al., 1998; QUEIROZ & NEBRA, 2001;

BOUDHRIOUA et al., 2002; DANDAMRONGRAK et al., 2002; LIMA et al., 2002;

DEMIREL & TURHAN, 2003). Referências a outros processos de secagem, como

secagem por microondas (MASKAN, 2000) e de desidratação osmótica (FERNANDES

41

et al., 2006) também foram encontradas.

CHUA et al. (2000) desidrataram fatias de banana em um secador de dois

estágios capaz de controlar passo a passo tanto a temperatura quanto a umidade

absoluta do ar de secagem. Foram testados dois perfis de temperatura com aumento

gradual, e o incremento em cada passo sobre a temperatura média (30 °C) foi de 5 °C.

Os autores observaram que, empregando-se essa técnica de secagem com a

temperatura inicial e o tempo de ciclo apropriado, foi possível reduzir significativamente

o tempo total de secagem necessário para alcançar o teor de umidade do produto

desejável e, ainda, melhorar a sua cor.

NGUYEN & PRICE (2007) também investigaram a influência da temperatura,

umidade relativa e espessura da fatia de banana durante a secagem. A diferença nas

taxas entre bananas de espessuras diferentes mostrou que a secagem desta fruta é

função, principalmente, da transferência interna de umidade no período de taxa

decrescente, no qual a difusividade da água dependeu da temperatura. A umidade

inicial variava entre bananas de diferentes épocas de colheita. Uma diferença muito

grande entre o teor de umidade inicial (acima de 5%) afetou fortemente as taxas de

secagem, efeito que foi observado apenas à baixa temperatura (40°C).

LEITE (2007) estudou o efeito da temperatura de secagem sobre a composição

química, análise sensorial e qualidade microbiológica de bananas secas em uma

câmara de ar forçado sob velocidade do ar constante. Os resultados mostraram que a

secagem não afeta a composição química e os produtos obtidos apresentam boas

condições sanitárias. A avaliação sensorial mostrou que baixas temperaturas de

secagem produzem produtos de melhor aceitação e, nessas condições, a banana

d‘água apresentou uma textura superior à prata.

As mudanças nos componentes aromáticos da banana durante a sua maturação

e a secagem convencional a ar quente foram analisadas por BOUDHRIOUA et al.

(2002), que identificaram doze compostos aromáticos, através de cromatografia

gasosa, na fruta in natura. Destes, sete substâncias foram analisadas durante a

secagem convectiva a 40, 60 e 80°C. Os autores sugeriram que nessa última

temperatura, alguns produtos da reação de Maillard foram desenvolvidos. Por outro

lado, compostos como alguns álcoois reduziram-se drasticamente. Os autores

concluíram que tais mudanças nos componentes aromáticos dependem do conteúdo

de umidade da polpa e da temperatura de secagem.

Um estudo sobre o estágio final da secagem a ar quente e microondas de

bananas desidratadas osmoticamente foi realizado por PEREIRA (2007). Os resultados

42

indicaram que o aumento no potencial das microondas aumenta a taxa de secagem e,

conseqüentemente, diminui o tempo de processamento. A temperatura e a velocidade

do ar também apresentaram efeito positivo sobre o tempo total. Já a qualidade do

produto final não foi fortemente afetada por esses parâmetros do processo; não foram

observados efeitos sobre a cor das bananas secas e sim alguns efeitos em relação à

porosidade e o volume aparente das mesmas.

MUI et al. (2002) estudaram o efeito de secagem por ar e por forno microondas

com vácuo nos componentes de aroma e textura de banana chips. Determinaram que o

uso de microondas a vácuo levou à perda de muitos componentes de aroma e que o

melhor produto em termos de flavor e crocância determinado por análise sensorial foi

obtido com secagem utilizando 90% desidratação no ar e 10% no forno microondas a

vácuo. Num estudo de parâmetros para a preparação de banana chips fritos, DAS

GUPTA et al. (2006) determinaram que uma pré-secagem das fatias de banana antes

da fritura forneceu um produto com qualidades sensoriais piores do que daquelas

amostras que não sofreram a pré-secagem.

2.2.4.1.1 “Crisps” de banana

Com elevada qualidade, os crisps de banana podem ser consumidos como

―snack‖ ou fazer parte de uma refeição matinal. Considerado produto natural, sua

vantagem é que as fatias de banana não são fritas, recebem apenas aplicação de

calor; além disso, são crocantes e conservam o sabor natural da fruta, não contendo

corantes ou aromatizantes. O produto pode ser industrializado também na versão diet

(CAMPOS, 2007).

DEMIREL & TURHAN (2003) secaram fatias de banana para obtenção de chips.

As fatias estavam com 2 mm de espessura e foram desidratadas em secador de

bandeja a temperatura aproximada de 60 ºC (40, 50, 60 e 70 ºC), como sugerido por

BOWREY et al. (1980, citado por DEMIREL & TURHAN, 2003), baseado na aceitação

do consumidor. As amostras foram divididas em 3 grupos, de acordo com o pré-

tratamento: fatias de bananas intactas (fatias não tratadas); fatias mantidas em mistura

a 0,1% de ácido ascórbico/ácido cítrico (1:1) por 1 min (fatias tratadas com ácido); e

fatias mergulhadas em solução de bissulfito de sódio a 1% por 2 min (fatias tratadas

com bissulfito). Sendo que as fatias foram enxaguadas com água destilada por 30 s,

secas com papel toalha e levadas para o experimento. Este pré-tratamento não afetou

o conteúdo de umidade inicial. A coleção de dados terminou quando o conteúdo de

umidade alcançou 0,18 – 0,16 kg água/kg de sólidos secos para uma aceitação de

43

textura, ―chewiness‖ e cor, de acordo com o descrito por BOWREY et al. (1980, citado

por DEMIREL & TURHAN, 2003). A secagem continuou até a amostra alcançar massa

constante para determinar o conteúdo de umidade em equilíbrio a condições

controladas de temperatura e umidade relativa. A umidade relativa do ar na câmara de

secagem foi estimada como 33% a 40 ºC, 18% a 50 ºC, 12% a 60 ºC e 6% a 70 ºC. Os

autores concluíram que diferentes pré-tratamentos influenciam a taxa de secagem de

produtos agrícolas diferentemente, como as propriedades do tecido modificam-se de

um material para outro. Apesar de amostras tratadas com bissulfito secarem mais

rapidamente que as tratadas com ácido, as últimas puderam ser preferidas, desde que

as características de odor do sulfito permaneceram no produto final. A taxa de

secagem de amostras não tratadas aumentou com o aumento da temperatura entre 40

e 70 ºC. A taxa de secagem dos pré-tratamentos aumentou entre 40 e 60 ºC, e

diminuiu a 70 ºC presumivelmente devido à gelatinização do amido na superfície das

fatias de banana.

OLIVEIRA et al. (2007) descreve que a produção de banana desidratada é

processo simples, constituído pelas etapas de limpeza, seleção, descascamento,

branqueamento (opcional), desidratação e embalagem. A desidratação é o estágio que

demanda mais energia e é responsável pelas propriedades físicas e pelos atributos

sensoriais do produto final.

O tratamento de vegetais com a finalidade principal de minimizar o

escurecimento enzimático é denominado branqueamento (SHARMA et al, 2000). De

acordo com ARAÚJO (2004), as reações de escurecimento enzimático ocorrem no

tecido vegetal quando há ruptura da célula e a reação não é controlada. Sendo que a

descoloração é oriunda de reações catalisadas pela enzima polifenol oxidase (PPO), a

qual catalisa a oxidação dos compostos fenólicos, formando a quinona, que

rapidamente se condensa e produz pigmentos escuros insolúveis, denominados

melanoidinas, ou reage não-enzimaticamente com outros compostos fenólicos,

aminoácidos e proteínas formando também melanoidinas.

Três componentes devem estar presentes para que a reação de escurecimento

enzimático ocorra: enzima, substrato e oxigênio. Deste modo, no intuito de prevenir o

escurecimento de frutas e vegetais catalisado pela PPO pode-se lançar mão de

algumas estratégias: inativação térmica pelo uso do calor, embora algumas sejam

relativamente termoestáveis; exclusão ou remoção de um ou ambos os substratos

(oxigênio e fenóis); redução do pH em duas ou mais unidades abaixo do pH ótimo

(~6,0); e, adição de substâncias redutoras que inibem a ação da PPO ou previnam a

44

formação de melanoidina (ARAÚJO, 2004).

Substâncias redutoras, como ácido ascórbico, sulfito e tióis, previnem o

escurecimento pela redução do o-benzoquinona de volta para a forma o-diidroxifenol

ou pela inativação irreversível da PPO. O sulfito, além de atuar como agente redutor,

pode também interagir com a quinona, formando sulfoquinona, ou inibir a enzima

irreversivelmente. Araújo (2004) ainda relata que dentre as substâncias químicas

redutoras de uso mais frequente na indústria de alimentos, o sulfito é o mais utilizado.

Figura 10: Oxidação enzimática de compostos fenólicos pelas polifenol oxidases

(PPOs)

Fonte: Adaptado de ARAÚJO (2004)

Os sulfitos - metabissulfito de sódio, metabissulfito de potássio, metabissulfito de

cálcio, sulfito de sódio, sulfito de cálcio, sulfito de potássio, bissulfito de cálcio, bissulfito

de sódio, bissulfito de potássio – são classificados por BRASIL (1988) como aditivos

alimentares intencionais do tipo conservadores, sendo permitidos nas frutas

dessecadas com limite máximo de tolerância igual a 0,01 g/100g do produto.

2.2.5 PARÂMETROS DE QUALIDADE DO PRODUTO NA SECAGEM

De acordo com PARK et al. (2006), os principais critérios utilizados para a

determinação da qualidade dos alimentos são os critérios de deterioração (origem

biológica, microbiológica, enzimática, mecânica, química e física), e os da composição

(química e nutricional).

Dentre as características utilizadas para descrever alimentos desidratados estão:

atividade de água, deterioração microbiana, reações enzimáticas e não-enzimáticas,

fenômenos físicos e estruturais, destruição de nutrientes, aroma e sabor (BARBOSA-

45

CÁNOVAS & VEGA-MERCADO, 1996).

NIJHUIS et al. (1998) relatam que a qualidade dos alimentos desidratados

depende em parte das mudanças que ocorrem durante o processamento e o

armazenamento. Algumas dessas mudanças envolvem modificações na estrutura física

desses produtos, afetando a textura, o grau de reidratação e a aparência. PEREIRA

(2007) descreve que o tipo do processo de secagem empregado e as condições

operacionais do mesmo interferem nas características do produto seco. A umidade e a

temperatura provocam mudanças estruturais que refletem na forma, na porosidade, no

volume e na densidade do material. Esses dois parâmetros também geram reações de

degradação de nutrientes presentes nos alimentos.

Os alimentos são formados por combinação de diferentes componentes e, por

essa razão, geralmente existem em estado de não-equilíbrio amorfo. Segundo PARK et

al. (2006), materiais amorfos são compostos susceptíveis às mudanças de temperatura

e pressão do ambiente, de modo que pequenas variações nas condições ambientes

podem provocar mudanças de estado em alguns componentes, causando mudanças

estruturais indesejáveis.

A mudança de fase mais comum em alimentos é a transição vítrea, que consiste

em transição de fase de segunda ordem de estado sólido-vítreo para estado semi-

líquido gomoso. A transição vítrea de um composto ocorre a certa temperatura,

denominada temperatura de transição vítrea (Tg), que é variável com a composição do

alimento, principalmente com a umidade. O conhecimento dessa temperatura em

função da concentração de água é de extrema importância na formulação e na

determinação das condições ideais de processamento e armazenagem de alimentos,

de forma a manter a qualidade do produto pelo maior tempo possível (PARK et al,

2006).

Frutas são sistemas sólidos ou semi-sólidos, heterogêneos e que podem ser

consideradas como matriz que contém grandes quantidades de fase líquida. Os bio-

polímeros (amido, pectinas, celulose e etc.) são os elementos estruturais mais comuns

na matriz sólida. A estrutura particular de um material e a característica mecânica de

seus elementos em equilíbrio definem volume, massa e tamanho. Durante a secagem,

quando a água é removida do material, desequilíbrio entre a pressão interna e externa

é produzido e tende a gerar contrações e tensões internas que conduzem ao

encolhimento ou colapso, a alterações de forma e, em alguns casos, a rachaduras do

material (MAYOR & SERENO, 2004).

A temperatura de secagem pode influenciar no encolhimento de maneira que o

46

produto apresenta menor encolhimento quando temperaturas mais altas são utilizadas.

No início da secagem, há formação de uma casca na superfície do material, também

conhecida como endurecimento superficial, a qual determina o tipo e o grau de

encolhimento dos alimentos. Esse fenômeno está relacionado com a transição vítrea

nessa superfície. Sendo assim, quando há formação de casca, significa que o material

da superfície passou do estado ―borrachento‖ para o estado vítreo. Dessa forma, o

encolhimento do material diminui, podendo ocorrer a formação interna de poros ou

bolhas (MAYOR & SERENO, 2004).

A atividade de água (Aa) do alimento é uma das propriedades mais importantes

do processamento, para a conservação e o armazenamento de alimentos. O termo

atividade de água foi introduzido na década de 50 para descrever o estado da água em

produtos alimentícios. Essa definição surgiu porque o estado de ligação da água e os

outros constituintes do alimento determinam o crescimento microbiano, a produção de

toxinas e a ocorrência de reações enzimáticas e não enzimáticas (BARBOSA-

CÁNOVAS & VEGAS-MERCADO, 1996).

Os microorganismos requerem uma atividade de água mínima para o seu

desenvolvimento. O crescimento bacteriano só ocorre em valores de atividade de água

acima de 0,9, as leveduras necessitam de um valor limite de 0,85 para seu crescimento

e os bolores um valor de 0,6. Em geral, o limite de 0,6 é considerado como o limite

mínimo para o crescimento de microorganismos (BOBBIO & BOBBIO, 2001).

O reconhecimento da microestrutura de alimentos está agora sendo reconhecido

como pré-requisito necessário para entender as propriedades. PARK et al. (2006)

relatam que o interesse em descrever, prever e controlar o comportamento de materiais

alimentícios deve estar aliado à importância do verdadeiro reconhecimento da maneira

como os componentes estão organizados, já que existe conexão entre a estrutura e

sua funcionalidade.

De acordo com AGUILERA & STANLEY (1999), define-se como microestrutura

de alimentos a organização dos componentes de alimento e suas interações. Ao sofrer

processamento, a microestrutura do alimento é destruída e reconstituída, o que poderia

ser entendido como uma série de operações de reestruturação e reorganização.

2.2.6 INDÚSTRIA DE ALIMENTOS PRONTOS PARA O CONSUMO, DO TIPO

“SNACKS”

A alimentação constitui uma das atividades humanas mais importante, não

apenas devido a razões biológicas evidentes, mas também por envolver aspectos

47

sociais, psicológicos e econômicos fundamentais na dinâmica da evolução das

sociedades. Os recursos envolvidos em alimentação, em termos de mercado, são

consideráveis, perfazendo montante bastante superior a setores como o

automobilístico, eletrônico ou de armamento (PARK et al., 2006).

Notam-se mudanças expressivas nos padrões de consumo alimentar das

populações urbanas, em dois diferentes sentidos. Num primeiro, há a valorização de

produtos sãos, isentos de resíduos e frescos, que levam à demanda de produtos

―naturais‖. E noutro sentido, desenvolve-se valorização dos aspectos de praticidade e

funcionalidade - rapidez no preparo, longa conservação, adaptabilidade a diversas

necessidades, acessibilidade, informação e diferenciação (PARK et al., 2006).

O alimento do tipo snack é definido como aquele consumido no intervalo das

principais refeições. O mercado mundial é pelo menos o dobro do tamanho do mercado

dos EUA, sendo então estimado em aproximadamente 30 - 35 bilhões de dólares em

vendas anuais (LUSAS & ROONEY, 2001).

Os snacks são desenvolvidos para serem menos perecíveis e com maior apelo

ao consumidor do que os alimentos frescos. Diferentes tipos estão disponíveis no

mercado, tal que a nova geração desta classe de produto se enquadra em categorias

diversas como a de baixo teor de gordura, assado e não frito, à base de arroz / trigo

com alto teor de fibra e com cobertura. Os alimentos prontos para consumo (RTE -

ready-to-eat) têm, geralmente, baixo conteúdo de umidade (MAZUMDER et al., 2007).

Esses produtos incluem biscoitos e cereais expandidos, pipoca, flocos de arroz, milho e

soja com ou sem fritura, batata chips, e muitos outros que poderão ser desenvolvidos

(OLIVEIRA, 2007).

2.3 TEXTURA DE ALIMENTOS

2.3.1 TEXTURA SENSORIAL

Textura é um das quatro características sensoriais de aceitação de alimentos

juntamente com aparência, aroma e sabor, que se associam ao prazer em comer e

induzem o consumidor a decidir pela recompra do produto (BOURNE, 2004).

No contexto industrial, o preditor mais importante da textura de alimentos é o

consumidor, o qual é a melhor fonte de informação em relação à aceitabilidade ou

gosto da textura do produto. No entanto, um consumidor normalmente pode não ser

capaz de dar informação detalhada de vários componentes de textura (BORWANKAR,

1990 citado por OLIVEIRA, 2007).

48

No que diz respeito ao padrão de aceitação de um alimento pelo consumidor

quanto à textura, SZCZESNIAK (2002) menciona que para alguns produtos, como o

queijo tipo cottage, a tolerância pode ser maior, enquanto que para outros produtos,

como a batata frita, a variabilidade deve ser pequena. Em geral, produtos que são

valorizados por sua crocância encontram-se associados a limites estreitos quanto à

textura.

Ainda a mesma autora reporta que as características de textura mais e menos

apreciadas dependem primariamente de fatores fisiológicos e culturais que são comuns

a todos, mas que parecem ter conotações específicas. Líderes na lista das

características mais apreciadas nos EUA estão a crocância e o termo inglês

crunchiness, os quais levam o consumidor a comer mais. Normalmente, as menos

apreciadas são as que tornam o produto difícil de ser controlado e manipulado na boca.

2.3.2 TEXTURA INSTRUMENTAL

BOURNE (2002) define textura como o conjunto de características físicas

formadas a partir dos elementos estruturais do alimento, perceptíveis pelo tato e

relacionadas à deformação, desintegração e fluxo do alimento, sob a aplicação de

força. As medidas são função da massa, tempo e distância.

As propriedades de textura podem ser subdivididas em dois grupos: (1) reologia

– ramo da física que estuda a deformação e o escoamento de materiais; (2) sensação

e toque (haptaesthesis), um ramo da psicologia que descreve a percepção do

comportamento mecânico dos materiais (BOURNE, 2002).

Existem inúmeros instrumentos de medição de força disponíveis, o mais utilizado

é o analisador de textura TA.XT2, o qual mede a força e as propriedades de textura de

produtos alimentícios, através da deformação dos mesmos em várias maneiras e da

medição da força necessária para alcançar a deformação (SHARMA et al., 2000).

WILKINSON et al. (2000) afirmam que os instrumentos de medição de textura

podem ter classificações diversas. Uma das mais antigas é a de Scott-Blair, em 1958,

que divide os testes de textura em fundamentais, empíricos e imitativos. Apesar dos

dois primeiros métodos serem simples, as medidas não são bem definidas e estudos

utilizando essas técnicas geralmente não têm alta correlação com as medidas

sensoriais de textura.

Segundo BOURNE (1978, citado por WILKINSON et al., 2000), a vantagem

significativa dos testes imitativos, nos quais a técnica imita a ação dos dentes e

mandíbulas, é que se correlacionam bem com a situação real de mastigação do

49

alimento.

2.3.3 CORRELAÇÃO ENTRE TEXTURAS SENSORIAL E INSTRUMENTAL

De acordo com OLIVEIRA (2007), a definição de textura sempre gerou

discussões na comunidade científica, porém atualmente há consenso de que ela é

atributo sensorial, ou seja, é sentido e medido por pessoas.

Crocância e crunchiness (ou fraturabilidade) são conceitos muito complexos, que

combinam larga variedade de percepções, como sons, características de fratura,

densidade e geometria. Isso pode explicar a dificuldade encontrada pelos

consumidores e pesquisadores ao tentarem definir e mensurar essas sensações

(FILLION & KILCAST, 2002).

Segundo LABUZA & KATZ (1981, citados por HOFSETZ, 2003), crocância é a

propriedade de textura caracterizada pela ocorrência de várias desintegrações

sucessivas no produto durante sua mastigação. A crocância do produto é função do

teor de umidade adequado, sendo a perda desta característica devida à absorção de

umidade – a água afeta a textura de alimentos secos através do amaciamento e da

plasticização da matriz protéica, o que altera a resistência mecânica do produto.

Originalmente, as medidas de crocância eram executadas em instrumentos

desenvolvidos para a ciência dos materiais, os quais forneciam parâmetros físicos com

significância fundamental em termos de propriedades reológicas. Como a crocância

representa componente detectado com o auxílio sentido da audição, esses parâmetros

não dão a medida direta da crocância, mas podem ser usados como indicadores que

devem ser correlacionados aos dados sensoriais (ROUDAUT et. al., 2002).

MAZUMDER et al. (2007) realizaram testes de compressão uniaxial em snack de

milho de baixa densidade pronto para consumo, obtendo curvas características em

função da deformação produzida. Os autores ressaltaram que um bom indicador da

crocância do produto é o número de picos principais, os quais são sensíveis ao teor de

umidade da amostra principalmente quando este é maior que 4%.

SAKLAR et al. (1999) estudaram a crocância de avelãs torradas por meio de

método instrumental de compressão. Os testes instrumentais foram realizados em um

dispositivo de compressão com registro computadorizado. Foram obtidas curvas típicas

de força-deformação, e analisados os seguintes parâmetros: o primeiro ponto de fratura

(F1), a inclinação da curva entre o ponto inicial e o primeiro ponto de fratura (S1), a

área sob a curva dessa região (W1), o segundo ponto de fratura (S2), a inclinação da

curva entre o primeiro e o segundo ponto de fratura e, a área sob essa região (W2). A

50

avaliação sensorial de textura uma Análise Descritiva Quantitativa (ADQ), cujas

variáveis de resposta foram crocância e fraturabilidade. Os autores concluíram que a

crocância (avaliada sensorialmente) é inversamente correlacionada com F1, S1 e W1,

sendo percebida pela força da mordida, pois os dentes incisivos agem como sonda de

compressão. Por esta razão, o ponto de fratura inicial apresenta correlação significativa

com a crocância. Além disso, à medida que os pontos de fratura nas curvas tornam-se

mais numerosos, a força necessária para a mastigação é reduzida. Em conseqüência,

uma maior sensação de crocância encontrava-se associada a uma menor dureza.

2.4 ANÁLISE SENSORIAL

Análise Sensorial é a disciplina científica utilizada para mostrar, quantificar,

analisar e interpretar reações produzidas pelas características dos alimentos e

materiais, tais como são percebidas pelos órgãos da visão, olfato, gustação, tato e

audição (ABNT, 1993). De acordo com FERREIRA (2000), constitui uma ferramenta

analítica muito importante na indústria de alimentos, pois contribui direta ou

indiretamente para inúmeras atividades, como desenvolvimento de novos produtos,

controle de qualidade, reformulação e redução de custos de produtos, relações entre

condições de processo, ingredientes, aspectos analíticos e sensoriais.

Os testes sensoriais utilizam os órgãos dos sentidos humanos como

―instrumentos de medida‖ e devem ser realizados como garantia da qualidade de

alimentos por representarem uma medida multidimensional integrada e possuírem

importantes vantagens como, por exemplo, determinar a aceitação e a preferência de

um produto por parte dos consumidores (STONE & SIDEL, 1993).

De acordo com LANZILLOTTI & LANZILLOTTI (1999), durante as provas

sensoriais, as respostas dos avaliadores podem estar influenciadas por fatores

psicológicos e assim, produzir falsos resultados. Estes fatores são responsáveis por

alguns erros, tais como:

Erros de expectativa - podem ocorrer quando os avaliadores recebem

demasiada informação sobre a natureza do experimento ou sobre os tipos de

amostras, antes de iniciar a prova. Os avaliadores devem receber somente a

informação que necessitam para realizar seu trabalho e durante o transcurso do

experimento recomenda-se que não discutam suas impressões entre si.

Erros de estimulação - ocorrem quando os avaliadores se vêem influenciados

por diferenças de tamanho, forma, cor dos alimentos apresentados.

51

Erros por contraste - os efeitos de contraste podem afetar os resultados dos

testes sensoriais. Unidades amostrais agradáveis, seguidas pelas

desagradáveis, podem levar a pontuação inferior às primeiras. Não somente a

questão visual, mas os efeitos gustativos e olfativos também podem

comprometer a análise sensorial de determinado produto.

Os métodos aplicados em Análise Sensorial podem ser divididos em

discriminativos, descritivos e afetivos. Os testes afetivos têm como objetivo mensurar a

preferência ou a aceitação de um produto. A preferência é medida por comparação

com um padrão ou entre duas ou mais amostras. A aceitação pode ser medida

individualmente ou simultaneamente para diversos produtos, e seus resultados

comparados. Para testes de aceitação geralmente se utiliza a escala hedônica de nove

pontos, com conceitos variando entre desgostei extremamente e gostei extremamente

ou a escala não-estruturada, composta de uma linha ancorada em seus extremos pelos

temos desgostei extremamente e gostei extremamente (FERREIRA, 2000).

52

3. MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi conduzido nos laboratórios de Tecnologia de Alimentos,

de Química de Alimentos, e de Análise Sensorial da Faculdade de Farmácia (FAFAR)

da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), bem como nos laboratórios de

Bromatologia da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), no de microbiologia da Fundação

Mineira de Educação e Cultura (FUMEC) e no de Mecânica do Colégio Técnico da

UFMG (COLTEC).

3.1 MATERIAL

3.1.1 MATÉRIA-PRIMA

Foram utilizadas bananas Prata - Musa acuminata, subgrupo Cavendish,

variedade Prata - adquiridas no mercado local da cidade de Belo Horizonte.

Na fabricação do produto de banana desidratada crocante, foram utilizados

alguns ingredientes adquiridos no mercado local, com base no menor preço: açúcar de

mesa (sacarose), duas variedades de edulcorante – um à base de sucralose e outro a

base de ciclamato e sacarina sódicas.

3.1.2 VIDRARIAS, REAGENTES, UTENSÍLIOS E EQUIPAMENTOS

Os pesos bruto e líquido das bananas foram mensurados em balança comercial

Marte® A 10K.

Solução de hipoclorito de sódio em água potável a 250 ppm foi utilizada para a

higienização das bananas, em bacia plástica.

Fatiador manual Jolly® Grãn Fino foi utilizado para o corte das bananas.

Para o branqueamento, foram utilizadas solução de bissulfito de sódio (1% p/v).

A secagem das fatias de banana foi realizada em secador com circulação

forçada de ar, modelo M 320 E Fanem®. A umidade no interior foi mensurada por meio

de um analisador de umidade da marca Ohaus, modelo MB 200. Também para a

secagem, foi utilizado forno microondas modelo Interactive Touch On da marca Sharp®.

Para a caracterização química foram utilizadas as seguintes vidrarias: aparelho

extrator Soxhlet, termômetros, balão Kjeldahl, cadinhos de porcelana, cápsulas de

porcelana, pesa filtros, vidros de relógio, provetas, pipetas, frascos Erlenmeyers, funis,

buretas, dessecadores, bastões de vidro, béqueres, cronômetro, balão de destilação e

53

balão coletor para evaporador rotatório, potes de vidro. Os reagentes empregados

foram: hidróxido de sódio, ácido sulfúrico, ácido clorídrico, sulfato de cobre, sulfato de

potássio, dióxido de titânio, zinco em pó, indicador vermelho de metila, iodeto de

mercúrio, acetato de chumbo, acetato de zinco, éter etílico, etanol, ácido acético

glacial, cloreto de cálcio anidro, tampão fosfato pH 6.8, e enzimas (protease e

amilases). Estufa, mufla, chapa elétrica, balança semi-analítica e analítica, agitador

magnético, banho termostatizado, micro-digestor de Kjeldahl, Gerhardt® – modelo

Kjeldaterm, microdistilador para Kjeldahl Tecnal® – modelo TE-036/1, aquecedor para

Soxhlet da marca Quimis®, modelo 308-16, pHmetro Tecnal®, modelo Tec-3mp,

balança analítica Sauter® modelo 414/10 e balança Mettler® - modelo P1210 com

capacidade de 1,2 kg foram os equipamentos/instrumentos utilizados.

A caracterização física foi feita por meio da utilização de balança com precisão

de 0,01 g, da marca Sauter® modelo 414/10, e paquímetro de precisão da marca

Mitutoyo® de 150 mm graduado em 1 mm. O analisador de textura foi do modelo

TA.XT2i da marca Stable Micro Systems®, dotado da sonda P4 (4 mm de diâmetro,

cilíndrico, inoxidável).

Para a caracterização microbiológica, foram utilizados os seguintes materiais:

água peptonada 0,1%; tubos de diluição; pipetas de 1 mL; placas de Petri de 20 x 100

mm; ágar padrão para contagem; ágar soro de laranja; ágar R2A; ágar dicloran rosa de

bengala cloranfenicol; ágar dicloran glicerol 18; ágar extrato de levedura glicose

cloranfenicol; alça de espalhamento; membranas; conjunto de filtração; bomba de

vácuo; pinças; proveta de 100 mL; estufa.

Os testes sensoriais de aceitação foram realizados no laboratório de Análise

Sensorial da Faculdade de Farmácia da UFMG em cabines de prova apropriadas para

este fim. As embalagens plásticas de polietileno para acondicionamento do produto

final foram adquiridas em estabelecimento especializado, e o seu fechamento

(selagem) foi realizado em máquina seladora da marca R. Baião®.

3.2 MÉTODOS

3.2.1 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO DE BANANA CROCANTE

DESIDRATADA

Todas as etapas de produção ocorreram nas dependências dos laboratórios de

Tecnologia de Alimentos da FAFAR/UFMG.

54

3.2.1.1 Ensaios preliminares

Foram testadas várias espécies de banana (Prata, Nanica, da Terra e Pacovã),

em diferentes graus de maturidade classificados na Escala de Von Loesecke

(CEAGESP, 2006) – graus 2, 3, 4, 5 e 6, para cada uma das espécies, de acordo com

o proposto por NGUYEN & PRICE (2007), BAINI & LANGRISH (2008), LEITE et al.

(2007), PEREIRA et al. (2007), FERNANDES et al. (2006), DEMIREL & TURHAN

(2003), BOUDHRIOUA et al. (2002), MASKAN (2000).

O branqueamento térmico foi realizado de acordo com o proposto por RIBEIRO

(2004). As bananas foram fatiadas no sentido longitudinal, com espessura aproximada

de 0,3 cm; mas também no sentido transversal nas espessuras de 1,0 cm, 0,50, 0,40 e

0,20 cm, de acordo com NGUYEN & PRICE (2007); LEITE et al. (2007) e

BOUDHRIOUA et al. (2002); MASKAN (2000); e DEMIREL & TURHAN (2003),

respectivamente, além das espessuras de 0,10 e 0,15 cm. Para o fatiamento, foi

utilizada uma faca de cozinha ou um fatiador manual, tendo optado sempre pelo último

após a sua aquisição.

Para o branqueamento químico foram utilizadas as seguintes soluções: ácido

ascórbico e ácido cítrico (0,10%, 1:1), por um minuto e bissulfito de sódio (1%), por dois

minutos; bissulfito de sódio (0,40%), 40 segundos; ácido cítrico e bissulfito de sódio

(1% e 200 ppm), oito minutos – de acordo com os experimentos realizados por

DEMIREL & TURHAN (2003); RODRIGUEZ-SOSA et al. (1977); SUNTHARALINGAM

& RAVIDRAN (1993).

Após os branqueamentos térmico e químico, também foi testado submeter as

fatias de banana à desidratação osmótica, antes de submetê-las à secagem, em

solução de sacarose à 50 e 70 ºBrix, sob agitação constante, por 30 minutos, 1, 2, 3 e

4 horas, para ambas as soluções. Mas nem todos os testes passaram pela etapa da

desidratação osmótica – possuíram a etapa de imersão das fatias de banana

branqueadas em diversas soluções de sabor doce:

Sacarose: 25, 50 e 75%;

Sorbitol: 25, 50 e 75%;

Sucralose: 25, 50 e 75%;

Aspartame: 25, 50 e 75%;

Ciclamato e Sacarina: 25, 50 e 75%.

Os percentuais das soluções doces a base de edulcorante referem-se ao

55

percentual equivalente à doçura da sacarose, sendo que as mesmas foram preparadas

de acordo com informações contidas no rótulo do produto.

A secagem em estufa com circulação de ar foi realizada a diferentes

temperaturas: 40, 50 e 60 ºC, sendo cada uma destas temperaturas mantidas por

diferentes tempos: 10, 20 e 30 horas. Estes parâmetros foram baseados nos melhores

resultados encontrados por NGUYEN & PRICE (2007), BAINI & LANGRISH (2008),

LEITE et al. (2007), PEREIRA et al. (2007), FERNANDES et al. (2006), DEMIREL &

TURHAN (2003), BOUDHRIOUA et al. (2002).

As fatias de banana foram submetidas à energia microondas logo após os

branqueamentos térmico e químico ou também após a desidratação osmótica, na

tentativa de obter um produto desidratado. Para tanto, aplicou-se energia microondas

nas potências de 100, 90, 80, 70, 60 e 50%. Para cada uma dessas potências, e para

todos os pré-tratamentos, o tempo de exposição foi de 1 minuto, 1 minuto e 10

segundos, 1 minuto e 20 segundos, 1 minuto e 30 segundos, 1 minuto e 40 segundos,

1 minuto e 50 segundos ou 2 minutos. Para todos estes parâmetros, testou-se também

o posicionamento das fatias nas bordas e no centro do prato no interior do

equipamento. É sabido que a potência de 100% do aparelho de microondas utilizado é

igual a 790 Watts.

Como tratamento de acabamento para a finalização da secagem (após retirada

das fatias do interior da estufa com circulação de ar - as que não sofreram desidratação

osmótica) foi testado submetê-las à energia microondas na potência de 50%, durante

os tempos de 1 minuto, 1 minuto e 10 segundos, 1 minuto e 20 segundos, e, 1 minuto e

30 segundos.

Para a seleção dos melhores tratamentos, foram utilizados critérios empíricos

adotados pelos membros da equipe de pesquisadores, principalmente, no que diz

respeito à facilidade de manuseio e parâmetros sensoriais (aparência, dureza,

crocância e sabor).

3.2.1.1.1 Teste sensorial piloto

Após escolha dos melhores tratamentos, foi realizado um piloto de teste

sensorial, com 16 amostras. As quais receberam diferentes números para codificação,

de acordo com as etapas de processamento a que foram submetidas (Tabela 5).

As bananas mais verdes e mais amarelas correspondem a, respectivamente, os

estágios 3 e 4 da Escala de Von Loesecke (CEAGESP, 2006). A solução doce, quando

presente, foi posta em contato com a amostra numa etapa anterior à secagem.

56

A análise sensorial foi planejada em blocos balanceados, completos e

casualizados, com 16 amostras e 48 provadores não treinados. Foi realizado um teste

afetivo, do tipo aceitação, e as amostras foram apresentadas de forma monádica, para

análise de aparência, crocância, dureza e sabor, a partir de escala hedônica

estruturada de nove pontes, variando entre ―desgostei extremamente‖ (1 ponto) e

―gostei extremamente‖ (9 pontos), e para análise da intenção de compra por meio de

uma escala hedônica de cinco pontos, variando entre os extremos ―certamente não

compraria‖ (1 ponto) e ―certamente compraria (5 pontos). Os provadores responderam

a 16 fichas de análise sensorial, uma (01) para cada amostra, bem como a um

questionário.

Os dados obtidos no teste de aceitação foram tabulados no software EpiData,

versão 3.1, e então foram submetidos à ANOVA (análise de variância) e comparados

pelo Teste de Tukey a 95% de confiança.

Tabela 5: Codificação das amostras de acordo com o processamento a que foram

submetidas

AMOSTRAS BANANA

(estágio de maturação) SOLUÇÃO DOCE

FINALIZAÇÃO DA SECAGEM

921

mais verde

-

- 253 açúcar cristal

385 sucralose

479 ciclamato e sacarina

946 -

microondas 214 açúcar cristal

372 sucralose

438 ciclamato e sacarina

569

mais amarela

-

- 613 açúcar cristal

725 sucralose

831 ciclamato e sacarina

586 -

microondas 658 açúcar cristal

794 sucralose

892 ciclamato e sacarina

As três melhores amostras passaram então a receber outra codificação

aleatória, como apresentado (578, 429 e 317), constituindo-se no produto final.

3.2.1.2 Desenvolvimento do produto final

57

Para o desenvolvimento do produto final, as bananas Prata foram classificadas

de acordo com o grau de maturação proposto pela Escala de Von Loesecke

(CEAGESP, 2006), e apenas aquelas pertencentes ao grau de maturação 3 (mais

verde que amarelo) foram selecionadas (Figura 11).

Figura 11: Banana com grau de maturação 3

O processamento foi executado baseado nas etapas propostas por Oliveira et al.

(2007): limpeza, seleção, descascamento, branqueamento, desidratação e

acondicionamento. Todas as etapas foram otimizadas em ensaios preliminares

realizados nos laboratórios de Química e de Tecnologia de Alimentos da FAFAR/UFMG

(item 3.2.1.1). As etapas do processamento encontram-se representadas no

fluxograma da Figura 12, e apresentadas como registro fotográfico na Figura 13.

Todo o processo foi realizado em triplicata, para cada uma das três amostras,

em dias diferentes.

Para verificar as perdas do fruto durante o pré-preparo (higienização,

descascamento e corte), as bananas foram pesadas previamente ao início do

processamento para obtenção do peso bruto (PB) e, posteriormente, para obtenção do

peso líquido (PL – banana sem casca e sem aparas), do fator de correção (FC –

quociente entre PB e PL) e, consequentemente, do percentual de aproveitamento.

A limpeza e a higienização das bananas foi efetuada nos frutos ainda com

cascas e talos íntegros, por meio da lavagem em água corrente e posteriormente pela

imersão em água clorada (250 ppm) durante 15 minutos, e nova lavagem em água

potável corrente para eliminação dos resíduos de cloro, de acordo com LEITE (2004) e

normas correntes da Legislação de Vigilância Sanitária no Brasil, RDC nº 216 (BRASIL,

2004).

Logo após a higienização, as bananas foram submetidas ao branqueamento

térmico, por imersão em água em ebulição por aproximadamente 7 minutos, e depois

então os frutos foram submetidos a choque térmico por meio de imersão imediata em

58

gelo no formato de escamas.

As bananas higienizadas e branqueadas foram descascadas manualmente e

então cortadas transversalmente em fatias de 1,5 mm.

Para o branqueamento químico, as bananas foram submersas em solução de

bissulfito de sódio a 1 % (p/v) por 2 minutos, de acordo com DEMIREL & TURHAN

(2003).

Após o branqueamento químico, as fatias de bananas foram imersas em solução

doce e então receberam um código aleatório de acordo com o tipo de tratamento:

317 - solução de sacarose, 50%;

429 - solução de sucralose, adoçante comercial da marca Linea - 50% de

doçura da sacarose, preparada de acordo com informações contidas no rótulo do

produto;

578 - solução dos edulcorantes artificiais ciclamato e sacarina, adoçante

comercial da marca Zero Cal - 50% de doçura da sacarose, preparada de acordo com

informações contidas no rótulo do produto.

As fatias de bananas preparadas foram dispostas lado a lado, em placas de

alumínio cobertas com uma camada de filme PVC, e então levadas a secagem em

estufa com circulação de ar por aproximadamente 20 horas, à temperatura média de 55

ºC.

Após a secagem, as fatias de banana foram posicionadas horizontalmente, lado

a lado, nas bordas do prato do forno microondas, onde ficaram submetidas à energia

das microondas na potência de 50, que corresponde a 395 Watts, durante 1 minuto

para a finalização da secagem.

Entretanto, antes de serem secas sob microondas, as amostras foram

pulverizadas com essência de banana, na tentativa de maximizar o sabor da fruta

durante os testes sensoriais.

As etapas de pulverização com essência de banana e de finalização da

secagem com energia de microondas foram consideradas como ―etapa de

acabamento‖.

As fatias de banana desidratada crocante foram armazenadas em sacos

espessos de polietileno, com retirada manual do ar ambiente o tanto quanto possível, e

seladas em máquina seladora manual.

59

Figura 12: Fluxograma de

processamento para obtenção do produto de banana desidratada

crocante

Figura 13: Fluxograma de

processamento para obtenção do produto de banana desidratada crocante (registro fotográfico)

60

3.2.2 DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE SECAGEM

A perda de umidade foi mensurada no analisador de umidade, para cada uma

das três amostras (317, 429 e 578), em triplicata, ao mesmo tempo em que ocorria a

secagem do produto final na estufa. A temperatura foi mantida constante em 55 ºC,

como imitação das condições da estufa ventilada, onde ocorreu a secagem das

amostras do produto de banana desidratada crocante.

As amostras fatiadas, branqueadas e tratadas com a solução doce eram

colocadas no analisador de umidade quando a temperatura atingia 55 ºC, onde

permaneciam por 20 horas. A leitura do teor de umidade era verificada a cada 30

minutos.

O teor de umidade verificado foi então subtraído do anterior para obter a perda

de umidade em determinado momento.

A partir da média de cada amostra, obtida por meio da média aritmética dos

resultados, foi construída a curva de secagem em função do tempo e do percentual de

perda de umidade.

3.2.3 ENCOLHIMENTO DO PRODUTO FINAL

Com o auxílio de um paquímetro, foram mensurados o diâmetro e espessura das

fatias de banana desidratada crocante. O erro instrumental foi de 0,05 mm.

Esta medição foi realizada nas dependências do COLTEC/UFMG – Laboratório

de Mecânica.

O encolhimento foi calculado como sendo a relação entre o volume aparente da

amostra seca e o seu volume aparente inicial (V/V0).

PEREIRA (2007) relata que quanto menor o valor de V/V0, mais o material

diminui de volume em relação ao seu volume original, e, conseqüentemente, maior é o

seu encolhimento.

3.2.4 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA MATÉRIA-PRIMA E DO PRODUTO FINAL

Após a preparação da banana Prata para a operação de secagem e início do

processo, parte da massa foi separada para a caracterização química da matéria-

prima. Foram feitas as seguintes determinações:

Açúcares totais e redutores: foram determinados pela metodologia MILLER

(1959), a qual se fundamenta na redução de íons cobre bivalente, em meio

básico, pelos açúcares redutores.

61

Proteínas: foi determinado de acordo com o método micro-Kjedhal (AOAC nº

920.152, 1997), que consiste na determinação do conteúdo de nitrogênio na

matéria orgânica correspondente ao nitrogênio protéico e outros compostos

nitrogenados, como aminas, aminoácidos e outros. O resultado foi

multiplicado pelo fator de conversão ―nitrogênio : proteína‖ estabelecido pela

Legislação Brasileira (BRASIL, 2003), correspondentes a 5,75 para proteínas

vegetais.

Lipídios: a amostra foi previamente dessecada em estufa a 105 ºC, por

aproximadamente 3 horas (RIBEIRO, 2004), e então o teor de lipídios totais

foi determinado pela metodologia de Soxhlet, usando-se como solvente éter

etílico, de acordo com o que preconiza a AOAC (1995).

Cinzas: para esta análise, foram pesadas, aproximadamente, 5 g de amostra

em um cadinho de porcelana previamente aquecido em Bico de Bunsen para

então ser levado à mufla (550°C) por 3 horas e depois novamente pesado

até peso constante (AOAC Nº 940.26, 1997).

Umidade: foi determinada por meio do método de secagem em estufa à

temperatura de 100 – 105 ºC até peso constante, segundo a AOAC (1995).

Carboidratos: o teor de carboidratos foi determinado por diferença, de acordo

com OSBORNE & VOOGT (1978).

Fibras: as análises de solúveis e insolúveis foram realizadas pelo método

enzimático, segundo AOAC (1998) e ASP et al. (1988).

Energia: O valor energético da foi calculado a partir dos fatores de conversão

de Atwater correspondentes para proteínas, lipídios e carboidratos, 4, 9 e 4

kcal/g, respectivamente (OSBORNE & VOOGT, 1978).

As mesmas determinações feitas na fruta também foram feitas para o produto de

banana desidratada crocante.

Todas as determinações de composição química da banana Prata e dos do

62

produto final foram realizadas em triplicata, com os cálculos em base úmida, com

exceção das análises para fibra solúveis e insolúveis, que foram realizadas em

duplicata. O resultado final foi a média aritmética entre as repetições.

As análises foram feitas nos laboratórios de Química de Alimentos, de

Bromatologia e de Microbiologia da FAFAR/UMFG, com exceção das análises de fibras

solúveis e insolúveis, que foram realizadas no laboratório de Bromatologia da FUNED.

3.2.5 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DO PRODUTO FINAL

A caracterização microbiológica foi realizada nas dependências da FUMEC,

mais precisamente no laboratório de microbiologia.

Para verificar a inocuidade, qualidade higiênica do produto, foram realizadas nas

amostras do produto final análises para contagem total de microrganismos aeróbios

mesófilos a 36 ºC, por 48 horas, e pesquisas de bolores e leveduras à temperatura

ambiente durante 72 h.

Os ensaios foram realizados segundo SILVA et al. (2007), em triplicata.

3.2.6 TEXTURA INSTRUMENTAL

Ao final do processo de secagem, as fatias de banana desidratada crocante

foram submetidas à ruptura, a velocidade constante de 1 mm/s (velocidade pré-teste, 1

mm/s; velocidade pós-teste, 10 mm/s; força de gatilho, 10 g; distância, 5 mm), no

texturômetro com precisão de ± 0,005 N, localizado em sala a temperatura ambiente do

laboratório de Química de Alimentos da FAFAR/UFMG.

Após a calibração da força com uma carga de 5 kg, além do estabelecimento

dos parâmetros de teste no software, foram tomadas 10 unidades do produto final, de

cada amostra, e de forma aleatória. Cada uma das fatias foi posicionada, uma de cada

vez, na posição horizontal, no centro da mesa do texturômetro, com o miolo voltado

para fora, de modo que a sonda o rompeu na metade.

Entre os métodos objetivos utilizados para determinar a crocância de alimentos

desidratados, o Método de Bourne citado por JACKSON et al. (1996) foi considerado

satisfatório para determinação da crocância em ―chips‖ de banana. Este método

baseia-se na ruptura destes alimentos ao primeiro esforço, obtendo curvas força versus

distância com nítidos picos de força a partir de testes de penetração

Com os dados de força (g), número de picos principais e área (g/s), foram

plotados gráficos de força versus tempo para cada repetição, e um gráfico contendo as

63

dez repetições e uma média entre elas. Em cada gráfico, dois parâmetros de textura

foram determinados: a dureza (força) e a fraturabilidade (contagem do número de

picos). O valor final considerado para cada ensaio foi a média aritmética entre as dez

repetições.

3.2.7 ANÁLISE SENSORIAL

As análises sensoriais foram realizadas no laboratório de Análise Sensorial da

UFMG, com a colaboração de um painel de 90 provadores não-treinados, sendo estes

voluntários entre funcionários, alunos, prestadores de serviços e visitantes da UFMG.

O número mínimo de provadores para estas análises foi escolhido de acordo

com recomendações da metodologia específica (MACFIE & BRATCHELL, 1989).

A pesquisa foi previamente autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

UFMG (Anexo A).

Os provadores foram orientados sobre a pesquisa e, para participarem do

estudo, leram e assinaram o formulário do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE – Apêndice A), concordando em sua participação.

Os critérios de inclusão para a participação dos analistas sensoriais na pesquisa

foram: indivíduos de 19 a 60 anos, independente de sexo, cor, classes e grupos

sociais, saudáveis e freqüentadores da UFMG (alunos, professores, e/ou servidores)

com o desejo de colaborar com o estudo, e que não possuam alergias/intolerâncias ou

que apresentem quaisquer restrições ao uso do alimento (banana crocante

desidratada). Os critérios de exclusão foram aqueles diferentes dos critérios de

inclusão.

Toda a coleta de dados foi realizada no mesmo dia da Análise Sensorial, que

ocorreu em um único dia, a partir do preenchimento de um questionário (Apêndice B)

para caracterização da população de provadores e sugestão para o nome do produto

de banana desidratada crocante, e também do preenchimento de fichas de análise

sensorial (uma para cada amostra: 317, 429 e 578 – Apêndice C) sobre a aceitação do

produto quanto à impressão global, sabor, crocância e dureza, e também a respeito da

intenção de compra.

As fichas foram elaboradas por meio do teste afetivo de aceitabilidade - escala

hedônica de nove pontos ancorada nos seus extremos com os termos: ―desgostei

extremamente‖ e ―gostei extremamente‖, quanto à aceitação; e escala hedônica de

cinco pontos ancorada nos seus extremos com os termos: ―certamente compraria‖ e

―certamente não compraria‖, para intenção de compra (ANZALDÙA-MORALES, 1994;

64

ARMBRISTER & SETSER, 1994).

As amostras foram apresentadas de forma monádica, em três blocos

casualizados, para avaliação pelo provador.

Os dados obtidos no teste de aceitação foram tabulados no software EpiData,

versão 3.1. O resultado final foi considerado como a média das respostas dadas pelos

90 provadores, a cada um dos parâmetros analisados.

3.2.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA

As diferenças estatísticas entre as amostras foram determinadas pelas análises

de variância (ANOVA) com comparação de médias pelo teste de Tukey ao nível de 5%

de probabilidade.

65

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 ENSAIOS PRELIMINARES

Para o estabelecimento da melhor metodologia experimental foram testados

diversos parâmetros de processamento como condições de branqueamento e

secagem, compreendendo a secagem osmótica, a secagem em estufa ventilada em

diferentes combinações de tempo e temperatura bem como o emprego da banana em

diferentes estágios de maturação e cortadas em fatias com variadas espessuras. Os

resultados preliminares indicaram as condições descritas a seguir: a variedade Prata,

apresentando graus de maturação 3 e 4 de acordo com a Escala de Von Loesecke

(CEAGESP, 2006), cortadas em fatias de 1,5 mm no sentido transversal com o auxílio

de um fatiador manual, foi a condição da matéria-prima selecionada como a que melhor

atendia aos critérios de fácil manuseio e melhores sabor e textura.

O branqueamento químico realizado com solução de bissulfito de sódio a 1%

(p/v), durante oito minutos (DEMIREL & TURHAN, 2003), foi o que proporcionou menor

sabor residual e não houve a visualização de cor escura no produto, por pelo menos

seis meses de armazenamento. As fatias que foram submetidas à desidratação

osmótica não apresentaram resultados satisfatórios para nenhuma das concentrações,

em nenhum dos tratamentos térmicos. O produto final apresentava-se borrachento e

com aparência de caramelizado. Para a produção de banana-passa e outros produtos

desidratados em que a crocância não é um fator determinante da qualidade a

desidratação osmótica ‗pode produzir bons resultados como relatado por SANKAT et

al. (1996). A realização de desidratação osmótica com soluções de açúcares promove

uma redução na difusão de água, o que significa uma redução na taxa de secagem,

mas promove uma melhoria na textura e na cor da fruta seca (SANKAT et al., 1996;

ARAÚJO, 2000; FERNANDES et al., 2006). A época de colheita influencia de forma

marcante a cinética de secagem, em razão da variação no conteúdo de umidade inicial,

ao passo que a influência do grau de maturação das frutas não é muito grande

(NGUYEN & PRICE, 2007). Pré-tratamentos, como branqueamento, resfriamento e

congelamento, também podem ser aplicados para melhorar a taxa de secagem de

banana (DANDAMRONGRAK et al., 2002).

As soluções de sacarose, de sucralose e de ciclamato e sacarina na

concentração de 50% para a sacarose e de 50% de doçura em relação à sacarose

para os edulcorantes, foram as que permitiram melhor sabor doce, bem como uma

manutenção do sabor da fruta em relação aos demais (sorbitol e aspartame). Quanto

66

aos parâmetros de secagem em estufa ventilada, o binômio ―tempo x temperatura‖

igual a ―20 horas x 50 ºC‖ foi o que permitiu o melhor desenvolvimento de um produto

crocante.

A secagem somente sob energia de microondas não apresentou bons resultados

para nenhum dos parâmetros testados, pois as fatias de banana espalhavam-se pelo

prato do aparelho, resultando em produtos com qualidade não uniforme, com alguns

produtos queimados e excessivamente duros. Entretanto, a finalização da secagem

com energia de microondas após a secagem com corrente de ar quente proporcionou a

obtenção de um produto mais adequado com grau de umidade aceitável e

características sensoriais agradáveis, o que foi constatado pela degustação sensorial.

Com base nestes resultados preliminares foi estabelecida a metodologia que foi

seguida nos testes experimentais resumidos na Tabela 5 do capítulo de Material e

Métodos.

4.2 TESTE SENSORIAL PILOTO

Os resultados sensoriais obtidos no teste sensorial piloto para a análise das 16

primeiras amostras com os tratamentos pré-selecionados resumidos na Tabela 5 do

capítulo Material e Métodos, em que foram analisados os atributos de aparência,

dureza, crocância e sabor são apresentados na Figura 14. Nesta figura os números

apresentados no círculo exterior representam o número das amostras enquanto as

notas dos atributos sensoriais são apresentadas radialmente. De acordo com os quatro

parâmetros da análise sensorial –- as amostras 438 (banana mais verde, com

tratamento com ciclamato e sacarina, secagem finalizada em microondas), 372

(banana mais verde, com tratamento com sucralose e sacarina, secagem finalizada em

microondas) e 214 (banana mais verde, com tratamento com açúcar cristal, secagem

finalizada em microondas) apresentaram melhores resultados quanto aos atributos

sensoriais de aparência, dureza, crocância e sabor.

Pelos dados da Figura 14 verifica-se que o produto elaborado a partir de banana

mais verde e com a secagem finalizada em microondas apresentou melhor

desempenho que o produto elaborado com banana mais amarela e sem a finalização

da secagem em microondas.

67

Figura 14: Gráfico com os resultados da análise sensorial do produto de banana

crocante desidratada

A utilização de microondas soluciona alguns dos problemas enfrentados nos

processos de aquecimento convencional. Neste último, a transferência de calor ocorre

por meio da condução de energia da superfície do material para o seu interior. Por

outro lado, as microondas, por meio da fricção intermolecular causada principalmente

por rotação dipolar de moléculas polares, geram calor internamente ao material. Dessa

forma, proporciona gradiente de calor menos acentuado e temperatura mais uniforme

através de todo o material e as condições convectivas externas provenientes do ar

aquecido são necessárias apenas para o arraste do vapor de água gerado

internamente (CAMPOS, 1986). O gradiente térmico e de umidade estão na mesma

direção. Portanto, a secagem por microondas é rápida, mais uniforme (em termos da

absorção diferenciada pelas regiões mais úmidas) e eficiente energeticamente, em

comparação ao processo convencional; a remoção de umidade é acelerada, uma vez

que a água presente é o principal componente responsável pela geração de calor

interna. Há de se levar em consideração também que, quando da utilização do

processamento por microondas em comparação ao processo convencional de

secagem, para a mesma eficiência energética, é suficiente que apenas 20 a 35% do

espaço físico seja destinado a equipamentos (METAXAS & MEREDITH, 1983;

MARSAIOLI, 1991; MASKAN, 2000).

Estes resultados preliminares concordam parcialmente com dados encontrados

na literatura. DEMIREL & TURHAN (2003) agregaram valor à banana Dwarf Cavendish

plantada na Turquia através da sua secagem a ar quente com a temperatura variando

de 40°C a 70°C até a obtenção de banana crocante, comparando-a com a Gros Michel

68

e observando o efeito de pré-tratamentos sobre o escurecimento da fruta. Os autores

concluíram que as duas variedades não exibiram uma diferença qualitativa e

quantitativa significativa durante a secagem, mas considerando as suas dimensões, a

Gros Michel produziu snacks mais aceitáveis devido ao menor encolhimento. Nos

ensaios em que as amostras foram pré-tratadas, a taxa de secagem elevou-se no

intervalo de temperatura entre 40 e 60 °C. O tratamento com bissulfito deixou um

cheiro característico no produto final, apesar das amostras tratadas com essa

substância terem secado mais rápido. A resistência interna à transferência de umidade

controlou a secagem das amostras e esta ocorreu em dois períodos a taxas diferentes.

Os pré-tratamentos dados a dois grupos de amostras, o primeiro mantido em uma

mistura de 0,1% de ácido ascórbico/ ácido cítrico (1:1) durante um minuto, e o segundo

mergulhado em uma solução de bissulfito de sódio (1%) por dois minutos, reduziram a

taxa de secagem na temperatura de 70 °C devido ao endurecimento e gelatinização do

amido na superfície das fatias de banana.

CHUA et al. (2000) desidrataram fatias de banana em um secador de dois

estágios capaz de controlar passo a passo tanto a temperatura quanto a umidade

absoluta do ar de secagem. Foram testados dois perfis de temperatura com aumento

gradual, e o incremento em cada passo sobre a temperatura média (30°C) foi de 5°C.

Os autores observaram que, empregando-se essa técnica de secagem com a

temperatura inicial e o tempo de ciclo apropriado, foi possível reduzir significativamente

o tempo total de secagem necessário para alcançar o teor de umidade do produto

desejável e, ainda, melhorar a sua cor.

NGUYEN & PRICE (2007) também investigaram a influência da temperatura,

umidade relativa e espessura da fatia de banana durante a secagem. A diferença nas

taxas entre bananas de espessuras diferentes mostrou que a secagem desta fruta é

função, principalmente, da transferência interna de umidade no período de taxa

decrescente, no qual a difusividade da água dependeu da temperatura. A umidade

inicial variava entre bananas de diferentes épocas de colheita. Uma diferença muito

grande entre o teor de umidade inicial (acima de 5%) afetou fortemente as taxas de

secagem, efeito que foi observado apenas à baixa temperatura (40 °C).

LEITE, MANCINI e BORGES (2007) estudaram o efeito da temperatura de

secagem sobre a composição química, análise sensorial e qualidade microbiológica de

bananas secas em uma câmara de ar forçado sob velocidade do ar constante. Os

resultados mostraram que a secagem não afeta a composição química e os produtos

obtidos apresentam boas condições sanitárias. A avaliação sensorial mostrou que

69

baixas temperaturas de secagem produzem produtos de melhor aceitação e, nessas

condições, a banana d‘água apresentou uma textura superior à prata.

4.3 RENDIMENTO DA FRUTA

O índice de aproveitamento das bananas pode ser avaliado usando-se os

parâmetros peso bruto (PB), peso líquido (PL), fator de correção (FC) como

apresentado na Tabela 6. Durante o corte das bananas em fatias, percebeu-se que

havia maior desperdício quando as frutas apresentavam maior curvatura. Foi então que

surgiu a necessidade de se encontrar o FC médio para uma posterior reprodução do

experimento, no intuito de se conhecer a real quantidade de banana a ser adquirida.

ARAÚJO et al. (2008) relatam que um dos índices utilizados para

acompanhamento do desperdício de alimentos é o FC, também conhecido como

indicador de parte comestível ou fator de perda. O FC é um índice imprescindível para

definir a quantidade de alimentos a ser comprada, considerando o que será perdido ao

longo da preparação, da limpeza, da subdivisão.

Considerando-se o FC da banana apenas pelo desperdício da casca, ARAÚJO &

GUERRA (2007) definem índice igual a 1,55 para a banana Prata. No experimento, o

valor foi maior porque houve desperdício também das extremidades e de outras partes

que não facilitavam o fatiamento – por exemplo, no ponto de curvatura da banana. É o

que mostra a Tabela 6: quanto maior a curvatura da fruta, maior o FC e, portanto,

menor o seu percentual de aproveitamento.

Tabela 6: Valores de peso bruto (PB), peso líquido (PL), fator de correção (FC) e índice

de aproveitamento para a banana na produção de banana crocante desidratada

BANANA PB (g)

APÓS BRANQUEAMENTO

TÉRMICO (g)

PESO DAS CASCAS

(g)

POLPA DESCARTADA

(g) FC

PL (g)

APROVEITAMENTO (%)

Pequena curvatura 76,40 76,80 28,90 16,70 2,46 31,20 41

Curvatura média 82,30 86,50 32,40 21,00 2,61 33,10 38

Grande curvatura 87,00 87,60 36,80 22,30 3,07 28,50 33

MÉDIA 81,90 83,63 32,70 20,00 2,72 30,93 37

70

4.4 DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE SECAGEM

Apesar da verificação de teor de umidade no decorrer das 20 horas à temperatura

constante de 55 ºC ter ocorrido a cada 30 minutos, não houve variação significativa

dentro de uma (1) hora completa, por isso os dados estão apresentados por hora. A

Tabela 7 mostra que entre a primeira e a segunda hora as três amostras apresentaram

comportamento diferentes de secagem; entretanto, não houve variação significativa na

perda de umidade final entre as amostras 578 e 429, as quais apresentaram maior

percentual de perda (85,3% e 86,6%) em comparação com a amostra 317 (69,4%).

Verifica-se na Figura 15 que os percentuais de perda de umidade foram

menores para as amostras contendo sacarose. Esta tendência é explicada pela maior

concentração de sólidos solúveis. Como relatam MAURO & MENEGALLI (1995) e

ARAÚJO (2000), a difusividade da água diminui com o incremento da concentração da

solução.

Tabela 7: Perda de umidade média para as três amostras, durante 20 horas

TEMPO (h)

Perda de umidade média (%)

CICLAMATO E SACARINA

(578)

SUCRALOSE (429)

SACAROSE (317)

0 0,0 a 0,0 a 0,0 a

1 41,3 a 36,4 b 34,4 c

2 66,9 a 61,6 b 54,3 b

3 74,7 a 73,0 a 60,0 b

4 79,2 a 81,2 a 62,6 b

5 80,7 a 82,9 a 64,5 b

6 81,3 a 84,1 a 65,4 b

7 82,2 a 84,5 a 66,3 b

8 82,6 a 85,1 a 66,6 b

9 82,9 a 85,2 a 67,2 b

10 83,5 a 85,5 a 67,5 b

11 83,8 a 85,8 a 67,9 b

12 83,8 a 86,0 a 68,2 b

13 84,2 a 86,2 a 68,4 b

14 84,4 a 86,5 a 68,6 b

15 84,6 a 86,6 a 68,7 b

16 84,7 a 86,6 a 68,9 b

17 84,9 a 86,6 a 69,0 b

18 84,9 a 86,6 a 69,3 b

19 85,3 a 86,6 a 69,4 b

20 85,3 a 86,6 a 69,4 b

Legenda: Médias seguidas por letras distintas na linha diferem pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade

71

Figura 15: Perda de umidade em função do tempo, para as três amostras.

Figura 16: Variação da velocidade de perda de umidade em função de tempo.

A secagem de banana por convecção a ar quente tem sido amplamente estudada

ao longo dos anos por parte da comunidade científica. De acordo com alguns autores,

a curva de taxa de secagem de banana apresenta dois períodos de taxa de secagem

decrescentes, com umidade crítica de transição próxima de 0,4 kg/kg. Comparada a

outras frutas, a banana apresenta uma secagem mais lenta, provavelmente pela sua

composição físico-química e estrutural (SANKAT et al., 1996; DEMIREL & TURHAN,

2003; BAINI & LANGRISH, 2007). O tempo de secagem da banana, até a obtenção da

umidade de equilíbrio, pode chegar até 30 horas, mesmo para temperaturas de 70°C,

72

que é uma temperatura limite para a secagem dessa fruta. Para a secagem em

temperaturas inferiores, o tempo do processo pode chegar a 120 horas (LIMA et al.,

2002).

Segundo HABER PÉREZ (1998), a incorporação do estudo de transferência de

calor aos modelos de secagem constitui-se numa possibilidade de se avaliar com maior

clareza os mecanismos responsáveis pela migração de umidade no interior dos sólidos.

Este autor estudou teoricamente o fenômeno de transferência de calor por difusão

durante a secagem de banana do cultivar nanicão, para diferentes condições. Neste

trabalho, constatou-se que o modelo difusivo para cilindro finito com difusividade

variável representou muito bem o comportamento da temperatura no centro da banana

durante o tempo total de secagem.

A secagem convencional de alimentos apresenta três fases: indução, período de

taxa constante e período de taxa decrescente. No entanto, em alguns casos o terceiro

período pode apresentar dois períodos de taxa decrescente. A aplicação de

microondas apresenta diferença quanto à aceleração da secagem nos períodos de taxa

decrescente, provocando um aquecimento volumétrico em materiais dielétricos e são

absorvidas mais intensamente nas regiões mais úmidas em comparação às regiões

mais secas. Dessa forma, o gradiente de temperatura convencional é invertido, de

forma que o centro apresenta temperaturas mais altas que a superfície. Esse efeito

acelera a transferência de massa devido ao aumento da pressão interna causada por

uma maior taxa de evaporação de água livre no interior do produto (ERLE, 2005).

As mudanças nos componentes aromáticos da banana durante a sua maturação e

a secagem convencional a ar quente foram analisadas por BOUDHRIOUA et al. (2002),

que identificaram doze compostos aromáticos, através de cromatografia gasosa, na

fruta in natura. Destes, sete substâncias foram analisadas durante a secagem

convectiva a 40, 60 e 80 °C. Os autores sugeriram que nessa última temperatura,

alguns produtos da reação de Maillard foram desenvolvidos. Por outro lado, compostos

como alguns alcoóis reduziram se drasticamente. Os autores concluíram que tais

mudanças nos componentes aromáticos dependem do conteúdo de umidade da polpa

e da temperatura de secagem. Um estudo sobre o estágio final da secagem a ar

quente e microondas de bananas também desidratadas osmoticamente foi realizado

por PEREIRA et al. (2007).

Os resultados indicaram que um aumento no potencial das microondas aumenta a

taxa de secagem e, conseqüentemente, diminui o tempo de processamento. A

temperatura e a velocidade do ar também apresentaram um efeito positivo sobre o

73

tempo total. Já a qualidade do produto final não foi fortemente afetada por esses

parâmetros do processo; não foram observados efeitos sobre a cor das bananas secas

e sim alguns efeitos em relação à porosidade e o volume aparente das mesmas.

4.5 ENCOLHIMENTO DOS PRODUTOS DE BANANA DESIDRATADA CROCANTE

De acordo com a Tabela 8, observa-se nos produtos finais que a amostra 317, a

qual contém sacarose em sua composição, apresentou menor encolhimento em

comparação às duas outras amostras (429 e 578), que não continham sacarose em

sua formulação; entretanto, as taxas de encolhimentos não diferem estatisticamente

entre si. O menor encolhimento pode ser justificado pela maior concentração de sólidos

solúveis, como descrito por PEREIRA (2007), que observou em suas amostras de

banana com maior teor de sólidos solúveis, uma menor taxa de encolhimento em

comparação com àquelas que não sofreram pré-tratamento em solução de sacarose.

Tabela 8: Taxa de encolhimento para os produtos de banana desidratada crocante

PARÂMETROS 317 429 578

Inicial Final Inicial Final Inicial Final

Diâmetro médio (mm) 25,933 19,022 25,617 18,244 24,772 18,239

Espessura média (mm) 1,880 1,550 1,825 1,510 1,960 1,475

Volume aparente (mm3) 992,531 440,275 940,108 394,555 944,182 385,175

Encolhimento (V/V0) 0,444a 0,420a 0,408a

Legenda: Médias seguidas por letras iguais na linha não diferem pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade

Legenda: inicial (fatias de banana "in natura"); final (produto de banana crocante desidratada)

Fórmula matemática para o cálculo do volume aparente: V = A x e

Os valores médios para diâmetro e espessura foram obtidos da média aritmética entre dez repetições, para cada um.

Erros instrumental: 0,05 mm.

De acordo com o trabalho realizado por KHRAISHEH et al. (2004), produtos ricos

em amido secos com a aplicação de microondas apresentam menor encolhimento

volumétrico em relação ao produto seco com ar quente. No entanto, embora a cinética

de secagem seja bastante acelerada com a aplicação de potências de microondas

elevadas, o produto seco apresenta maior encolhimento em relação à aplicação de

potências menores (RAGHAVAN & SILVEIRA, 2001).

74

4.6 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA

As Tabelas 9 e 10 apresentam os valores obtidos na determinação da

composição química para a banana ―in natura‖ e para os três produtos de banana

crocante desidratada (317, 429 e 578). Observa-se que, todos os sólidos totais não-

lipídicos presentes na banana ―in natura‖ concentraram-se no produto final, com

exceção dos açúcares totais.

Essa menor concentração de açúcares totais pode ser devido à lixiviação

durante o tratamento com solução de bissulfito e com as soluções doces, o que não é

valido para a amostra 317, já que a mesma foi posta em contato cm solução de

sacarose, tendo, possivelmente, absorvido o soluto da solução por diferença de

gradiente osmótica. Os valores na banana ―in natura‖ para umidade, cinzas,

carboidratos, energia e fibras, são semelhantes àqueles encontrados na TACO –

Tabela Brasileiro de Composição de Alimentos (NEPA, 2006).

Enquanto que os valores para proteínas, tanto na composição da fruta como na

dos produtos, é semelhante ao encontrado por JACOBS (1951) na banana madura

seca (3,6%). O percentual lipídico, tanto para a fruta como para o produto final parecem

semelhantes, e, quanto aos valores mais próximos encontrados na literatura, se

assemelham àquele descrito por CIQUAL & CNEVA et al. (1993), que descrevem valor

centesimal igual a 1,0 para a banana seca.

Tabela 9: Valores percentuais de umidade, cinzas, proteínas, lipídios e carboidratos

para a banana ―in natura‖ e os três tipo de banana desidratada crocante

AMOSTRA UMIDADE CINZAS PROTEÍNAS LIPÍDIOS CARBOIDRATOS ENERGIA

% D.P. % D.P. % D.P. % D.P. % D.P. % D.P.

Banana "in natura" 73,54 0,25 1,07 0,01 3,51 0,15 0,73 0,13 21,15 0,14 105 1,49

317 6,66 0,07 1,75 0,43 3,40 0,22 0,79 0,19 87,40 0,27 370 2,44

429 5,75 0,04 1,89 0,61 3,67 0,83 0,71 0,19 87,98 1,45 373 2,49

578 5,63 0,20 2,01 0,02 3,74 0,37 0,77 0,06 87,85 0,49 373 1,87

Banana, prata, crua*

71,9 - 0,8 - 1,3 - 0,1 - 26 - 98 -

* Fonte: NEPA (2006)

Legenda: D.P. (Desvio Padrão); C. V. (Coeficiente de Variância).

75

Tabela 10: Valores de açúcares redutores, açúcares totais, fibra solúvel, fibra insolúvel

e fibra alimentar total para a banana ―in natura‖ e os três tipo de banana desidratada crocante

AMOSTRA

AÇÚCARES REDUTORES

AÇÚCARES TOTAIS

FIBRA SOLÚVEL

FIBRA INSOLÚVEL

FIBRA ALIMENTAR

TOTAL

% % % D.P. % D.P. % D.P.

Banana "in natura" 0,03 2,58 0,41 0,06 1,26 0,14 1,66 0,08

317 0,94 2,56 12,74 0,13 2,46 0,05 15,19 0,08

429 0,15 1,54 12,72 0,06 2,37 0,01 15,09 0,04

578 0,19 1,69 12,38 0,05 2,51 0,09 14,88 0,15

Banana, prata, crua* - - - - - - -

* Fonte: NEPA (2006)

Legenda: D.P. (Desvio Padrão); C. V. (Coeficiente de Variância).

RIBEIRO (2004) encontrou os seguintes valores para a composição de bananas

verdes secas em estufa ventilada: umidade, 7,01%; lipídeos, 0,12%; proteínas, 3,10%;

carboidratos, 88,37%; cinzas, 1,40%; fibras solúveis, 11,02% fibras insolúveis, 16,42%.

Os valores encontrados para a maioria dos componentes foram semelhantes aos

encontrados no presente estudo com a exceção do conteúdo de fibras insolúveis que

foi maior do que as encontradas neste trabalho. A diferença nos valores para fibra pode

ser explicado pelo fato que o estudo de RIBEIRO (2004) foi realizado com bananas

verdes enquanto o presente estudo utilizou bananas mais maduras. AGUNBIADE et al.

(2006) encontraram os seguintes resultados para chips de banana desidratados:

matérial seco, 94,32±0,60%; proteína bruta, 2,40±0,17%; lipídeos, 6,81±0,00%; fibra

bruta, 1,26±0,10%; cinzas, 2,42±0,00; carboidratos, 87,11±1,50%. Esses resultados

foram semelhantes aos obtidos no presente trabalho com a exceção do conteúdo de

lipídeos que foi maior no estudo daqueles pesquisadores devido ao fato que os chips

foram desidratados por fritura em óleo. Também encontraram valores de fibra bruta

baixos para a variedade de banana estudada (Nigeriana).

Chips preparados por fritura são normalmente preparados a partir das bananas

verdes, com maior conteúdo de carboidratos e firmeza, que leva ao produto com maior

grau de absorção e óleo e maior crocância (AMMAWATH et al., 2001; SATYAVATI et

al., 1978). Também, na produção de banana chips fritos, interações significativas foram

encontradas entre o tempo e temperatura de branqueamento e a crocância do produto

(JACKSON et al., 1996). Entretanto, o alto conteúdo de lipídios no produto frito constitui

uma desvantagem deste tipo de produto. O conteúdo lipídico no produto pode variar de

76

28,6 a 40,1% com conteúdos médios de 31,5% para o produto doce e 38,6% para o

produto salgado (SORIANO et al., 1976).

Observa-se na Tabela 10 o elevado percentual do conteúdo de fibras no produto

final, em comparação à fruta ―in natura‖. Esta observação está em concordância aos

resultados obtidos por ZHANG et al. (2005), que descrevem que a concentração de

amido resistente presente na banana ―in natura‖ é superada pela cocção, devido à

gelatinização do amido. Com outras palavras, CERNING-BEROARD & LEDIVIDICH

(1976) e LOZANO, CABRERA, & SALAZAR (1974) descrevem que a fração do amido

mais facilmente hidrolisável da banana submetida à cocção pode ser 47% menor

quando comparada à banana crua. ZHANG et al. (2005) relatam ainda que enquanto

existe uso comercial limitado do amido cru em alimentos, há uma potencial aplicação

para os amidos submetidos ao processamento térmico.

Segundo ENGLYST et al. (1992), o amido resistente (AR) é uma das

classificações para o amido, a qual é definida como a soma de todo o amido e produtos

de sua degradação não-absorvidos no intestino delgado - a amilase salivar e

pancreática não conseguem hidrolisar todas as ligações glicosídicas. Portanto, a parte

não-absorvível no intestino delgado segue para o cólon e, aí, parte será parcialmente

fermentada, pertencendo, portanto, de acordo com a classe das fibras alimentares, as

quais apresentam capacidade para promover efeitos fisiológicos benéficos, como

laxação, atenuação do colesterol sanguíneo e atenuação da glicose sanguínea. Assim,

o conteúdo relativamente alto de fibra solúvel presente no produto obtido neste estudo

seria um fator benéfico para a saúde.

O principal interesse em relação ao AR tem sido o seu papel fisiológico, pois

como não é digerido no intestino delgado, compartilha muitas das características e

benefícios atribuídos à fibra alimentar no trato gastrintestinal (BERRY, 1986; MUIR &

O‘DEA, 1992 citados por WALTER et al., 2005).

Como por exemplo, o AR pode servir de substrato para o crescimento de

microrganismos probióticos, atuando como potencial agente prebiótico (JENKINS et al.,

1998; HARALAMPU, 2000). A metabolização desse tipo de carboidrato pelos

microrganismos,via fermentação, resulta na produção de ácidos graxos de cadeia

curta, como acetato, propionato e butirato; gases carbônico e hidrogênio e, em alguns

indivíduos, metano; e diminuição do pH do cólon (ENGLYST et al., 1987; CHAMP &

FAISANT, 1996; YUE & WARING, 1998). A maioria destes compostos age na

prevenção de doenças inflamatórias do intestino, além de auxiliar na manutenção da

integridade do epitélio intestinal.

77

O AR também contribui para o aumento do volume fecal, modificação da

microflora do cólon, aumento da excreção fecal de nitrogênio e, possivelmente,

redução do risco de câncer de cólon (JENKINS et al., 1998; YUE & WARING, 1998).

Além desses benefícios, o aumento do volume fecal provocado pelo amido resistente

pode ser importante na prevenção da constipação, diverticulose e hemorróidas, além

de diluir compostos tóxicos, potenciais formadores de células cancerosas (YUE &

WARING, 1998).

Em indivíduos diabéticos, o consumo de carboidratos digestíveis não pode

exacerbar a hiperglicemia pós-prandial e deve prevenir eventos hipoglicêmicos. E é

sabido que as diferenças nas respostas glicêmica e insulinêmica ao amido da dieta

estão diretamente relacionadas à taxa de digestão do amido (O‘DEA et al., 1981).

Deste modo, alimentos lentamente digeridos ou com baixo índice glicêmico têm sido

associados ao melhor controle do diabetes e, a longo prazo, podem até mesmo

diminuir o risco de desenvolver a doença (JENKINS et al., 1998).

De acordo com JENKINS et al. (1988), o amido resistente também tem sido

associado à reduções dos níveis de colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade) e

de triglicerídios na hiperlipidemia.

Além do benefício à saúde em ser rico em fibras alimentares, o produto de

banana desidratada crocante contém também teores considerados de potássio, pois, a

banana consumida, crua ou processada, é um alimento altamente energético (cerca de

100 calorias por 100g de polpa), cujos hidratos de carbono são facilmente assimiláveis

(DE MARTIN et al., 1990). Contém vitaminas C, A, B1 e B2 , e pequenas quantidades

de D e E, e uma maior percentagem de potássio, fósforo, cálcio e ferro, quando

comparada com outras frutas (DONATO, 2003).

4.7 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA

Os testes realizados nos produtos finais para contagem total de

microorganismos aeróbios mesófilos e para bolores e leveduras deram resultados

negativos, nas três repetições, para ambos, indicando a sanidade do produto quanto à

presença de desses microrganismos e a adequada qualidade higiênica do produto.

Diversos autores já relatam que o processo de desidratação no qual quase toda

água do produto é eliminada, reduzindo conseqüentemente sua atividade de água,

influenciam negativamente o crescimento microbiológico (TEIXEIRA NETO & VITALI,

1996; TORREZAN et al., 1997; DITCHFIELD, 2000).

78

4.8 TEXTURA INSTRUMENTAL

A Tabela 11 revela que a amostra contendo sacarose (317) apresentou maior

força para ser quebrada em relação às outras duas (429 e 578), que não continham

sacarose; mas também, a amostra 317 foi a que apresentou maior número de picos

principais.

Tabela 11: Análise da textura instrumental para os três produtos de banana desidratada crocante

AMOSTRA FORÇA MÁXIMA (g) Nº PICOS PRINCIPAIS

317 2037a 7,7a

429 1230b 4,8b

578 766b 5,3c

Legenda: Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade

MAZUMDER et al. (2007) realizaram testes de compressão uniaxial em snack de

milho de baixa densidade pronto para consumo, obtendo curvas características em

função da deformação produzida. Os autores ressaltaram que um bom indicador da

crocância do produto é o número de picos principais, os quais são sensíveis ao teor de

umidade da amostra principalmente quando este é maior que 4%.

Conforme TORREGIANI (1993), a textura está associada com a plasticidade e

efeito de incorporação de água sobre a matriz péctica e celulósica dos tecidos dos

frutos, a qual é dependente do teor de sólidos insolúveis e conteúdo de água além dos

sólidos solúveis e atividade de água. Este relato pode justificar os maiores valores para

dureza e fraturabilidade apresentados para a amostra 317; pois, dentre a três amostras

do produto de banana crocante desidratado, ela apresentou uma maior percentual de

umidade (6,66%) do que a 429 (5,75%) e à 578 (5,63%).

Informações obtidas no software do texturômetro, marca Stable Macro Systems

(1998), vem a reforçar a informação de MAZUMDER et al. (2007): o número de picos

principais é considerado como um indicador de crocância. Enquanto que a dureza

correlaciona-se diretamente à força máxima de compressão. Portanto, o teste

instrumental de textura demonstrou que a amostra 317 apresenta maior dureza, mas

também maior crocância/fraturabilidade, distinguindo-se estatisticamente das outras

amostras.

79

4.9 ANÁLISE SENSORIAL

4.9.1 APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO PARA CARACTERIZAÇÃO DA

POPULAÇÃO DE PROVADORES E SUGESTÃO DO NOME PARA O PRODUTO

DESENVOLVIDO

A maioria dos indivíduos que participaram do teste sensorial era do sexo

feminino (76,67%); tinham idade entre 18 e 25 anos (74,44%); e eram estudantes do

Ensino Superior (62,22%). A maioria deles (43,33%) pertencia à família com renda

mensal de 5 a 10 salários mínimos, e não eram os responsáveis por fazerem as

compras da casa, pois 65,56% responderam que outras pessoas, que não ela própria,

realiza as compras. Dos provadores, 91,11% responderam que têm o hábito de

consumir pelo menos uma fruta ao dia; entretanto, 57,78% do total de participantes

relataram nunca terem consumido alguma fruta desidratada, mas todos já haviam

consumido algum tipo de produto derivado da banana.

Na sugestão de nome para o produto, 44,44% dos provadores descrevem

termos relacionados à banana e à crocante; por exemplo: banana croc, bananinha

crocante, croc banana, croc nana, nanana´s croc, e banana crocante. Portanto, o

produto ficou sendo denominado ―banana desidratada crocante‖. Optou-se pela

inclusão do termo ―desidratada‖, como foi a sugestão de dois provadores entre os 90,

para que não gere confusão com aqueles produtos de banana crocante que são

produzidos por meio de fritura.

4.9.2 TESTE DE AVALIAÇÃO SENSORIAL DOS PRODUTOS DE BANANA

DESIDRATADA CROCANTE

Os resultados do teste afetivo não permitiram selecionar apenas uma amostra

com melhores características, já que a média dos parâmetros para as três amostras

não diferiram estatisticamente. Apesar disso, a aceitação geral foi boa, com nota de

aproximadamente 6, ou seja, ―gostei ligeiramente‖ (Tabela 12).

Tabela 12: Resultados do teste sensorial para o produto de banana crocante desidratada

AMOSTRA APARÊNCIA DUREZA CROCÂNCIA SABOR MÉDIA DOS

PARÂMETROS INTENÇÃO DE

COMPRA

317 6,90a 4,76a 5,41b 6,56b 5,91a 2,94b

429 6,41b 5,09a 5,91a 5,97c 5,85a 2,87b

578 6,33c 5,44a 6,21a 6,61a 6,15a 3,24a

Legenda: Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade

80

Entretanto, considerando-se apenas os parâmetros de textura (dureza e

crocância) e o de sabor, a amostra 578 apresentou melhores resultados em

comparação com as demais. A amostra 317 foi a que apresentou melhor aparência,

talvez em decorrência do seu menor encolhimento e à cor amarela mais brilhante,

devido à presença de sacarose.

Os resultados obtidos neste estudo são semelhantes aos obtidos por MUI et al.

(2002) estudaram o efeito de secagem de bananas maduras por ar e por forno

microondas com vácuo nos componentes de aroma e textura de banana chips. Eles

também observaram que o melhor produto em termos de ―flavor‖ e crocância foi obtido

com secagem utilizando 90% desidratação por ar e 10% por forno microondas a vácuo.

.

81

5. CONCLUSÕES

A variedade Prata, apresentando grau de maturação 3, de acordo com a Escala

de Von Loesecke, cortadas em fatias de 1,5 mm no sentido transversal com o auxílio

de um fatiador manual, foi a condição da matéria-prima selecionada que melhor atendia

aos critérios de fácil manuseio e melhores sabor e textura.

O branqueamento químico realizado com solução de bissulfito de sódio a 1%

(p/v), durante oito minutos, foi tratamento que proporcionou menor sabor .

As soluções de sacarose, de sucralose e de ciclamato e sacarina na

concentração de 50% para a sacarose e de 50% de doçura em relação à sacarose

para os edulcorantes, foram as que permitiram melhor sabor doce, bem como uma

manutenção do sabor da fruta em relação aos demais (Sorbitol e Aspartame), sendo

que a amostra contendo ciclamato e sacarina foi mais bem aceita quanto ao sabor,

quando comprada às demais.

Quanto aos parâmetros de secagem em estufa ventilada, o binômio ―tempo x

temperatura‖ igual a ―20 horas x 50 ºC‖ foi o que permitiu o melhor desenvolvimento de

um produto crocante.

A temperatura e a velocidade do ar também apresentaram um efeito positivo

sobre o tempo total. Já a qualidade do produto final não foi fortemente afetada por

esses parâmetros do processo; não foram observados efeitos sobre a cor das bananas

secas e sim alguns efeitos em relação à porosidade e o volume aparente das mesmas.

A amostra 317, a qual contém sacarose em sua composição, apresentou menor

encolhimento em comparação às duas outras amostras (429 e 578), que não

continham sacarose em sua formulação.

O método utilizado para a secagem das fatias de banana foi eficaz para a

preparação de um produto crocante doce. O produto obtido apresentou uma

porcentagem significativa de fibras solúveis (~12%), o que seria importante para o

controle de colesterol sanguíneo.

A aceitação do produto pelos provadores foi satisfatória, não havendo diferença

significativa entre os três tratamentos ensaiados.

Como sugestões para aprimoramento do produto desenvolvido, os próximos

estudos devem ser focados no aumento da doçura, na diminuição da dureza, na

seleção de melhor método para aplicação da essência, na mensuração da vida de

prateleira e a utilização de instrumentos/equipamentos de escala industrial.

82

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98

APÊNDICES

99

APÊNDICE A

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

100

ANEXAR TCLE

101

APÊNDICE B

Questionário do Teste Sensorial

102

ANEXAR QUESTIONÁRIO

103

APÊNDICE C

Ficha de Análise Sensorial

104

ANEXAR FICHA DE ANÁLISE SENSORIAL

105

APÊNDICE D

Dados da análise de textura instrumental do produto final

D.1 DADOS DE FORÇA (g)

AMOSTRA 317 429 578

FO

A (

g)

1166,69 1324,66 938,48

1785,96 944,32 769,41

1200,22 1121,84 340,70

1430,84 1671,18 297,11

2617,92 1589,41 900,71

3119,46 1168,18 1246,41

4563,51 1192,60 848,26

1145,83 1280,63 881,31

1631,98 901,44 603,10

1707,52 1101,67 838,25

D.1.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DE FORÇA

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

317 10 20369,933 2036,9933 1205258,912

429 10 12295,921 1229,5921 62032,03565

578 10 7663,748 766,3748 81250,83836

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 8269794,458 2 4134897,229 9,198596454 0,000898503 3,354130829

Dentro dos grupos 12136876,07 27 449513,9285

Total 20406670,53 29

DMS = q * EP 429,653

q (5%;3;27) = 3,51

EP = 122,408323

106

AMOSTRA MÉDIA 429 578 DISCRIMINAÇÃO

317 2036,993 a

429 1229,592 807,401 b

578 766,375 463,217 344,184 b

D.2 DADOS DO NÚMERO DE PICOS PRINCIPAIS

AMOSTRA 317 429 578

PIC

OS

PR

INC

IPA

IS

5 5 5

6 4 5

6 4 6

4 4 3

7 3 4

11 8 6

4 2 6

D.2.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO NÚMERO DE PICOS PRINCIPAIS

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

317 10 77 7,7 23,12222222

429 10 48 4,8 3,733333333

578 10 53 5,3 1,788888889

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 48,06666667 2 24,03333333 2,517067494 0,099456987 3,354130829

Dentro dos grupos 257,8 27 9,548148148

Total 305,8666667 29

DMS = q * EP 1,980

q (5%;3;27) = 3,51

EP = 0,564156

AMOSTRA MÉDIA 429 578 DISCRIM.

317 7,700 a

429 4,800 2,900 b

578 5,300 -0,500 3,400 c

107

D.3 GRÁFICOS DO TESTE DE TEXTURA

D.3.1 AMOSTRA 317

D.3.2 AMOSTRA 429

108

D.3.3 AMOSTRA 578

109

APÊNDICE E

Dados do teste da análise sensorial

E.1 DADOS DO ATRIBUTO “APARÊNCIA”

AMOSTRA 317 429 578 AMOSTRA 317 429 578 AMOSTRA 317 429 578

NO

TAS

DO

S P

RO

VA

DO

RES

7 9 6

NO

TAS

DO

S P

RO

VA

DO

RES

8 9 8

NO

TAS

DO

S P

RO

VA

DO

RES

8 9 9

6 6 6 7 6 5 4 8 7

6 8 5 8 7 5 8 8 4

8 6 7 5 7 4 7 5 6

7 8 7 8 3 7 8 4 4

3 3 5 8 8 8 6 5 5

7 4 7 8 7 8 5 6 4

8 8 6 6 6 4 5 5 4

7 7 7 5 5 5 6 7 9

6 6 5 4 7 7 6 4 3

8 7 8 7 8 8 7 3 7

8 7 7 8 7 7 7 5 8

7 7 7 8 4 4 8 7 3

8 8 8 7 7 7 7 6 6

8 8 6 7 4 2 7 7 7

6 8 8 7 7 6 7 6 6

6 6 5 9 9 8 8 7 7

7 6 7 7 7 7 7 8 7

7 4 7 7 8 8 7 7 4

7 7 7 8 8 6 8 5 8

8 6 4 8 5 6 6 6 6

8 6 6 5 5 6 6 6 6

8 6 6 5 5 7 5 6 6

8 6 7 8 8 8 7 5 7

7 8 8 6 6 6 7 6 8

7 8 7 8 9 9 6 7 6

7 6 7 8 8 7 8 6 8

8 4 6 5 5 3 7 5 6

9 8 7 7 7 7 5 6 5

4 7 8 8 4 6 7 8 8

E.1.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO ATRIBUTO “APARÊNCIA”

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

317 90 621 6,9 1,461797753

429 90 577 6,411111111 2,222347066

578 90 570 6,333333333 2,247191011

110

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 16,98518519 2 8,492592593 4,295453589 0,014584493 3,029597137

Dentro dos grupos 527,8888889 267 1,977111943

Total 544,8740741 269

TESTE DE TUKEY (p < 0,05)

DMS = q * EP 0,283

q (5%;3;267) = 3,31

EP = 0,085572

AMOSTRA MÉDIA 317 429 578 DISCRIM.

317 6,900 6,900 a

429 6,411 0,489 b

578 6,333 0,078 0,411 c

111

E.2 DADOS DO ATRIBUTO “DUREZA”

AMOSTRA 317 429 578 AMOSTRA 317 429 578 AMOSTRA 317 429 578 N

OTA

S D

OS

PR

OV

AD

OR

ES

6 9 8

NO

TAS

DO

S P

RO

VA

DO

RES

7 8 7

NO

TAS

DO

S P

RO

VA

DO

RES

6 8 4

5 7 7 8 6 7 3 6 3

5 7 8 6 6 6 8 6 6

7 4 6 4 3 4 5 3 4

4 8 8 6 4 4 7 8 6

2 3 2 7 4 7 3 3 4

6 5 6 2 2 6 3 4 3

6 8 7 1 6 8 4 3 3

6 3 7 1 2 2 5 8 9

1 2 1 4 2 3 7 3 3

8 7 8 2 6 4 6 2 6

7 4 4 3 5 4 4 8 6

5 8 7 2 4 2 4 4 4

6 6 7 8 6 6 8 7 8

3 3 7 6 4 2 4 4 3

7 8 8 6 4 6 2 6 6

3 7 2 9 8 7 6 6 6

5 7 7 3 4 5 6 4 8

2 4 4 4 6 8 4 7 6

2 2 3 3 6 7 2 5 6

6 4 8 5 6 8 7 4 6

5 6 6 5 4 4 7 5 4

4 7 6 4 4 5 6 7 7

4 4 4 4 5 7 4 1 4

6 8 8 3 4 3 2 3 6

5 7 5 4 3 3 6 6 7

5 4 4 2 6 4 7 6 6

6 4 4 3 3 3 3 2 6

8 7 7 3 3 6 1 1 2

4 7 8 7 6 5 7 8 8

E.2.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO ATRIBUTO “DUREZA”

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

317 90 428 4,755555556 3,91710362

429 90 458 5,088888889 3,969538077

578 90 490 5,444444444 3,777777778

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 21,36296296 2 10,68148148 2,747195822 0,065920126 3,029597137

Dentro dos grupos 1038,133333 267 3,888139825

Total 1059,496296 269

112

DMS = q * EP 0,397

q (5%;3;267) = 3,31

EP = 0,120002

AMOSTRA MÉDIA 429 317 DISCRIM.

578 5,444444 a

429 5,088889 0,356 a

317 4,755556 0,333 0,333 a

113

E.3 DADOS DO ATRIBUTO “CROCÂNCIA”

AMOSTRA 317 429 578 AMOSTRA 317 429 578 AMOSTRA 317 429 578 N

OT

AS

DO

S P

RO

VA

DO

RE

S

8 8 9

NO

TA

S D

OS

PR

OV

AD

OR

ES

8 7 8

NO

TA

S D

OS

PR

OV

AD

OR

ES

6 8 6

8 8 8 7 4 6 4 6 4

7 7 8 7 6 6 8 8 7

8 5 7 4 6 6 5 7 8

4 8 8 4 3 4 6 8 7

2 3 2 5 7 7 3 3 3

8 8 8 4 4 6 4 6 5

8 7 8 4 7 8 4 4 3

7 6 8 3 4 3 8 8 9

1 2 4 4 5 6 6 7 5

9 7 8 2 7 6 4 3 7

8 6 6 6 6 7 6 8 8

6 8 6 2 4 2 4 7 8

7 7 7 8 6 6 8 7 9

6 4 7 2 2 4 6 5 5

7 6 6 5 6 7 3 6 6

3 6 2 9 8 7 4 6 5

7 7 5 4 6 8 4 4 8

5 5 7 4 6 8 6 6 7

2 3 4 4 7 7 3 6 7

8 5 8 8 6 8 7 6 7

6 5 6 6 6 4 7 7 6

4 7 7 7 7 7 6 8 7

4 4 4 6 7 7 4 3 4

8 8 9 4 4 6 2 6 6

6 7 6 8 9 8 6 7 7

6 5 5 2 7 6 8 8 7

6 4 7 6 6 6 5 3 6

6 7 3 2 2 3 1 2 2

6 8 7 7 7 7 6 6 6

E.3.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO ATRIBUTO “CROCÂNCIA”

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

317 90 487 5,411111111 4,154931336

429 90 532 5,911111111 2,980774032

578 90 559 6,211111111 3,089762797

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 29,4 2 14,7 4,31276097 0,01434 3,0296

Dentro dos grupos 910,0666667 267 3,408489388

Total 939,4666667 269

114

TESTE DE TUKEY

DMS = q * EP 0,372

q (5%;3;267) = 3,31

EP = 0,112357

AMOSTRA MÉDIA 429 317 DISCRIM.

578 5,411 a

429 5,911 0,300 a

317 6,211 0,500 0,500 b

115

E.4 DADOS DO ATRIBUTO “SABOR”

AMOSTRA 317 429 578 AMOSTRA 317 429 578 AMOSTRA 317 429 578 N

OT

AS

DO

S P

RO

VA

DO

RE

S

9 7 9

NO

TA

S D

OS

PR

OV

AD

OR

ES

8 6 8

NO

TA

S D

OS

PR

OV

AD

OR

ES

4 8 8

8 8 8 6 5 6 6 2 7

7 6 8 9 4 4 6 6 7

8 4 6 6 6 6 6 3 5

5 8 6 6 7 7 7 8 8

4 4 3 4 4 7 7 6 6

7 7 5 3 6 6 6 1 6

8 5 9 6 7 8 7 8 7

7 7 6 7 4 7 7 9 7

4 6 7 8 7 8 5 5 6

8 7 9 6 8 8 7 7 6

8 5 8 6 6 7 6 6 6

7 6 6 8 9 8 6 6 5

8 6 8 6 6 8 6 4 5

7 6 7 7 6 9 8 7 8

8 8 8 3 4 6 6 6 4

6 6 4 9 7 8 4 7 4

7 7 7 8 6 7 5 6 5

6 5 7 7 5 8 7 6 6

7 4 6 7 7 4 8 4 8

7 6 6 7 8 4 7 4 7

6 7 6 9 9 8 7 8 8

4 3 5 6 4 7 6 5 5

3 6 6 7 2 7 8 4 8

7 8 8 7 6 6 1 3 8

5 6 6 8 6 7 5 4 4

9 8 8 7 6 8 8 8 7

8 6 7 8 6 8 5 3 6

6 4 6 7 9 5 1 2 2

6 6 4 8 8 8 6 6 6

E.4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO ATRIBUTO “SABOR”

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

317 90 590 6,555555556 2,362047441

429 90 537 5,966666667 2,864044944

578 90 595 6,611111111 2,038077403

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 22,95555556 2 11,47777778 4,740160863 0,009485914 3,029597137

Dentro dos grupos 646,5111111 267 2,421389929

Total 669,4666667 269

116

TESTE DE TUKEY

DMS = q * EP 0,313

q (5%;3;267) = 3,31

EP = 0,094700

AMOSTRA MÉDIA 317 429 DISCRIM.

578 6,611111 a

317 6,555556 0,056 b

429 5,966667 0,589 0,589 c

117

E.5 DADOS DO ATRIBUTO “INTENÇÃO DE COMPRA”

AMOSTRA 317 429 578 AMOSTRA 317 429 578 AMOSTRA 317 429 578 N

OT

AS

DO

S P

RO

VA

DO

RE

S

4 3 5

NO

TA

S D

OS

PR

OV

AD

OR

ES

4 4 4

NO

TA

S D

OS

PR

OV

AD

OR

ES

4 3 4

4 4 4 4 3 3 4 4 4

4 3 5 4 3 3 5 4 4

4 2 3 3 3 2 3 3 4

2 4 3 3 3 3 3 3 3

2 1 1 3 3 3 4 1 2

3 3 4 4 2 3 3 3 3

4 3 4 3 3 3 2 2 2

4 4 4 1 2 2 3 4 4

1 2 2 2 2 3 4 4 3

5 4 5 1 3 2 2 1 3

5 4 3 2 3 4 4 4 4

3 3 3 2 1 1 1 3 5

2 2 2 4 4 4 3 2 3

3 2 4 1 2 2 3 3 3

3 3 3 3 2 4 2 4 4

2 3 2 4 4 3 2 2 2

3 3 3 2 2 4 3 2 3

3 2 4 2 4 5 3 3 4

2 1 3 2 2 4 2 4 3

4 2 4 4 3 4 2 3 3

3 3 3 4 3 2 3 3 3

2 4 3 5 2 4 4 3 2

2 2 2 4 4 4 4 2 4

4 5 4 2 3 2 2 2 3

3 4 3 4 4 4 2 4 4

2 2 3 2 3 4 3 3 2

2 2 3 3 2 3 3 2 4

4 4 4 2 2 2 1 2 3

2 3 3 4 4 4 2 3 3

E.5.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DO ATRIBUTO “INTENÇÃO DE

COMPRA”

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

317 90 265 2,944444444 1,064294632

429 90 258 2,866666667 0,813483146

578 90 292 3,244444444 0,793508115

118

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 7,162962963 2 3,581481481 4,022199374 0,01900986 3,029597137

Dentro dos grupos 237,7444444 267 0,890428631

Total 244,9074074 269

TESTE DE TUKEY

DMS = q * EP 0,190

q (5%;3;267) = 3,31

EP = 0,057427

AMOSTRA MÉDIA 317 429 DISCRIM.

578 3,244444 a

317 2,944444 0,300 a

429 2,866667 0,078 0,078 b

119

ANEXOS

120

ANEXO A

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