Post on 06-Jun-2015
MARINA CARVALHO DE SOUZA
Psicóloga
CRP.: 7184
DEPRESSÃO
O QUE É?
Ao contrário do que muitos dizem, depressão não significa tristeza. A
tristeza é um sentimento experimentado por todas as pessoas, em algum
momento da vida, que em geral dura horas ou poucos dias.
A depressão vai muito além disso. Ela invade o indivíduo afetando não só o
seu humor, mas também o seu comportamento e pensamento. A tristeza
profunda e abatimento são desproporcionas a qualquer causa alegada, e
muita vezes surgem sem nenhum motivo aparente. Além disso, a
depressão perdura por semanas, meses e até anos, comprometendo a vida
pessoal e profissional das pessoas.
As relações familiares também podem ser prejudicadas
pelas mudanças que ocorrem com o indivíduo e pela
dificuldade dos familiares em compreendê-lo. Somente
o deprimido sabe o quanto está sofrendo, a depressão
é invisível, não sangra. As pessoas próximas muitas
vezes não a compreendem por não “verem” a doença.
Muitas pessoas ainda a consideram uma “fraqueza”, ou falta de “força
de vontade”, até mesmo muitos indivíduos deprimidos, que se
recusam a procurar ajuda.
Outro equívoco comum é acreditar que sintomas depressivos seriam
“normais” em determinados períodos da vida como a menopausa ou a
terceira idade. Por impedir o acesso ao tratamento, estas ideias
acabam impossibilitando que indivíduos acometidos pela depressão
possam voltar a desfrutar da vida plenamente.
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TRATAMENTO
Os medicamentos antidepressivos constituem a base do tratamento da
depressão. Quando surgiram produziam muitos eventos adversos, o que
dificultava o tratamento. Além de eficazes, estes medicamentos mais novos são
geralmente muito bem tolerados pelos pacientes.
Ao contrário de alguns medicamentos que agem no sistema nervoso central, os
antidepressivos não causam dependência. Porém, o tratamento é longo.
Após o desaparecimento dos sintomas, o paciente deve iniciar um tratamento
de manutenção de vários meses de duração, para evitar o retorno da
depressão.
A psicoterapia é uma forma de tratamento, que geralmente é
associada à terapia medicamentosa. O tratamento exclusivo com
psicoterapia é reservado para os casos leves. Nos casos mais
graves, muitas vezes é preciso esperar que o paciente melhore um
pouco para que consiga iniciar a psicoterapia.
Em casos específicos, como nos casos de depressão recorrente
(em que o paciente apresenta vários quadros depressivos ao longo
da vida), o tratamento com antidepressivos deve ser ainda mais
longo, às vezes por toda vida.
CONSEQUÊNCIAS
Como pudemos observar, a depressão está associada a extremo
sofrimento tanto para o paciente quanto para as pessoas que o cercam,
especialmente os mais próximos. Seus sintomas repercutem não só na
vida familiar, como também na vida social e profissional do indivíduo.
É comum os amigos se afastarem dos pacientes deprimidos, muitos
pacientes chegam a perder o emprego em decorrência dos sintomas e até
separações conjugais podem ser ocasionadas por quadros depressivos.
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Além disso, o abuso de álcool e de outras drogas com frequência está associado a
casos de depressão. Muitos pacientes fazem uso de drogas como uma forma de obter
alívio momentâneo dos sintomas, porém o quadro depressivo costuma ser agravado
pelo uso de drogas, o que intensifica ainda mais o problema.
As consequências da depressão, no entanto, não se restringem ao sofrimento pessoal e
prejuízo funcional do indivíduo. Estudos demonstram que a depressão aumenta o risco
de mortalidade por doença coronariana, podendo até ser um fator de risco para o
desenvolvimento desta doença.
A associação dos estados depressivos com câncer ainda não está bem estabelecida,
mas já se sabe que a presença de depressão piora a evolução do câncer. Também
existem estudos sugerindo que a depressão está associada a uma piora da evolução da
AIDS.
SINTOMAS A tristeza não é o único sintoma da depressão e em alguns casos nem é o
mais importante. Existem diversos sintomas que caracterizam o quadro
depressivo, mas nem todos precisam estar presentes para se fazer o
diagnóstico. Dependendo da gravidade do quadro, o paciente irá apresentar
um número maior ou menor de sintomas.
O indivíduo deprimido pode apresentar perda de interesse ou a
incapacidade de sentir prazer em atividades habituais, mesmo aquelas que
antes eram consideradas agradáveis. Para o deprimido tudo costuma
parecer fútil ou sem importância, vazio e sem graça.
Também são comuns os sentimentos excessivos de culpa,
desesperança e baixa autoestima, alterações do sono e do apetite,
cansaço fácil e falta de energia, irritabilidade, ansiedade, indecisão
e dificuldades de concentração, com consequente prejuízo da
memória.
Outros sintomas frequentes são a tendência ao isolamento,
problemas sexuais como a falta de desejo sexual, dores pelo
corpo e dores de cabeça. Pensamentos recorrentes de morte e
suicídio podem ocorrer nos casos mais graves.
SE VOCÊ APRESENTAR 4 OU MAIS SINTOMAS ABAIXO, DURANTE MAIOR PARTE DO TEMPO POR, NO MÍNIMO,
DUAS SEMANAS, CONVERSE COM O SEU MÉDICO:
Tristeza intensa, angústia, choro fácil ou apatia
Perda do interesse ou prazer pelas atividades antes
prazerosas
Diminuição de energia ou cansaço excessivo
Baixa autoestima
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Culpa e autocrítica excessivas
Alterações do sono (insônia ou sonolência excessiva)
Alterações do apetite (diminuição ou aumento importante)
Dificuldades de raciocínio e concentração
Agitação intensa ou lentidão
Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico, baseado nos sinais e sintomas
já descritos, não existem exames específicos que
identifiquem a doença. Um exame completo é
indispensável, uma vez que outras doenças podem
apresentar sintomas parecidos aos da depressão ou
podem piorar os sintomas depressivos.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO DE TODOS!