Post on 09-Mar-2016
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Querer e não fazer
Em pleno domingo, saímos para almoçar. Meus pais escolheram ir ao
clube Círculo Militar, e ao meu irmão e a mim, coube aceitar a decisão.
O salão estava cheio, e havia música ao vivo. Não que essa fosse lá
uma beleza; quando o artista cantava em inglês, errava a letra, e quando
a música era em português, era sertanejo. Apesar disso, a música estava
animada e dava aquela vontade de levantar e dançar, afinal, era isso ou
ficar sentada esperando meus
pais terminarem.
Porém observei o salão
e notei que ninguém estava
dançando. Todos estavam em
suas respectivas mesas
tratando de parecer os mais
finos e sofisticados possível. E
não seria eu a primeira
quebrar esse cenário.
Mais espere! Eu disse
ninguém? Não, isso não! Pois
no final da minha observação,
noto uma mulher com
síndrome de down, perto da
entrada do local, atraindo
muitos olhares jocosos, pois
estava dançando. Mas não era uma simples dança, ela imitava o Michael
Jackson, Elvis Presley, e até o John Travolta naquele filme “Embalos de
sábado à noite”.
Enquanto eu a olhava, meus pais terminaram e fomos para casa.
Mas quer saber uma coisa? Devia ter levantado e ido dançar. Com ela,
aposto que teria sido bem mais divertido.
Alice Maria Salvatore Barbin Laurindo
A família Robô
Lá estava eu em mais uma longa prosa divertida com minhas primas.
Fofocas para lá, fofocas para cá, beijos para lá... E assim eu ia, entretida
em cada caso, até de pessoas que eu jamais ouvira falar, quando Júlia,
minha prima mais nova, gritou de seu quarto:
- Meu gatinho morreu! – e começou a chorar desesperadamente,
dando berros.
Eu, angustiada, fui atrás de Júlia e do tal gato desconhecido. Corria até o
quarto e a vi chorando, em frente a um computador. Confusa perguntei:
- Jû cadê o gato?
- Aqui ó tia – respondeu Júlia, gaguejando. E apontou para a tela do
computador
Quando olhei, vi um pequeno gatinho rosa com os olhos com um “X” no
meio, desmaiado.
- Eu me esqueci de entrar no meu Facebook para alimentá-lo. Agora
ele morreu.
Sem entender nada, voltei para minha prosa e comentei sobre o tal
gatinho
- Ah, sua boba , é um gatinho virtual, Júlia já teve uns sete desses! Mas
eles sempre acabam morrendo – disse tia Roberta mãe de Júlia.
De repente começamos a sentir uma vibração.
- Meu bebê! - gritou tia Roberta
Levantei correndo e vi um pequeno celular na minha cadeira
- Bebê! ? Isso é um bebê? – Perguntei eu.
- Sim, meu bebê, tadinho – disse Roberta abraçando o aparelho
Despedi-me de todos, peguei meu carro e fui embora pensando:
- Minha família é mesmo louca ou eu que estou fora do mundo?
Anna Saccomandi
Todas as manhãs
Neste dia acordei as 5h40 como de costume, com minha mãe me
chamando. Tento me levantar com esforço da cama, mas não
resisto ao frio e ao sono, e volto a me deitar na cama. Minha mãe
vem me chamar pessoalmente em minha cama para que eu não
volte a me deitar.
Quando me levanto. vejo que consigo resistir ao frio.Então saio do
meu quarto e dou de cara com minha cachorra,Tifani, ela pula com
alegria, mas já que ela é pouco menor que minha canela ela cai,
porem não desiste, e volta a pular em mim, impedindo minha
passagem até a cozinha.
Com muito esforço, ando pela sala, desviando da Tifani, chego até a
cozinha. Comprimento minha mãe e começo a tomar meu
café.Algum tempo depois, chega meu irmão muito sonolento, assim
como eu e senta-se para tomar seu café da manha.
Quando termino meu café, volto ao meu quarto, lá encontro a
Tifani e passo algum tempo brincando com ela. Rapidamente troco
minha roupa e volto a me deitar, pois minha mãe sempre demora
muito para se aprontar.
Quando minha mãe entra em meu quarto e pede para que eu
levante e sai correndo para o elevador apesar de ter demorado
tanto para se aprontar.
Então quando estou saindo, avisto a Tifani e me sinto triste por ter
de abandoná-la e ver seu rosto triste implorando para poder me
acompanhar. Mesmo passando por essa situação todos os dias,
continuo me sentindo culpado por abandoná-la em casa e perceber
o quanto ela me ama.
Caio Saraiva Mallman
Você vai mesmo ao circo?
Eu estava sentada no sofá, assistindo a TV quando vi uma notícia que
falava sobre animais de circo sendo maltratados por trabalhadores
circenses. Era uma pobre elefanta na fase adulta com problema em sua
pata dianteira. Como ela tinha esse problema, era mais difícil realizar
corretamente seu número no show e por causa disso, ela apanhava
muito.
Quando ouvi essa notícia fiquei triste e ao mesmo tempo com raiva, pois
não é justo maltratar um animal para obter lucro. As pessoas irem ao
circo para ver um número de animais fazendo coisas que não são de sua
natureza é um pouco insano.
Após sair essa notícia, várias pessoas se reuniram na frente do circo e
protestaram contra a violência contra animais de circo, depois disso os
trabalhadores foram presos por três meses. O circo teve que fechar por
causa da baixa audiência e tudo isso que havia acontecido com o circo à
dona não sabia. E a elefanta que sofreu com a violência viajou para a
África para ficar em um zoológico em que o espaço era aberto e livre. Lá
ela iria se recuperar da perna com problema e ser tratada com carinho,
pelo menos era o que a notícia falava.
Depois de ouvir a notícia, entrei no computador para “twittar” sobre a
notícia triste que havia visto na TV. E pensei, para que maltratar um
animal para a diversão dos outros e para seu próprio benefício? E essa
ficou em minha cabeça sem resposta, e para mim continua sem resposta.
Carolina Soo Jung Yu
Um jantar em família
Era uma bela noite, 31 de Dezembro de 2004. A minha família iria se
reunir inteira na minha casa em São Paulo para celebrar o ano novo. Mas
havia um problema, todos moravam na Paraíba e teriam que vir para São
Paulo de avião, na véspera do ano novo.
Foi realmente um caos, eles iriam sair de lá de manhã, mas os vôos
estavam lotados, só conseguiriam chegar a São Paulo as onze da noite e
pegaram um taxi, mas as ruas estavam com congestionamento de quinze
quilômetros. Eu e minha mãe esperávamos ansiosos em casa. Já
passaram das onze e cinquenta e eles não haviam chegado, quando a
contagem iria começar eu e a minha mãe tivemos a idéia de ligar para
fazermos juntos a contagem regressiva
- 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2,1! Feliz ano novo!
- Feliz ano novo – responderam eles
Quarenta e cinco minutos depois da meia noite eles chegaram, foi
uma festa! Comemoramos como se o ano novo fosse naquele momento!
Depois jantamos e fomos para a cama.
David Paraguai Molinari
O primeiro corte de cabelo
Um belo dia quando eu estava em casa assistindo à TV eu ouvi minha mãe
dizer para minha irmãzinha que ela iria fazer seu primeiro corte de cabelo,
às cinco horas, e então eu falei:
-Eu vou querer ir junto.
E minha mãe falou:
-Tudo bem
Mas, por estranho que pareça, minha irmã parecia estar com medo.
Depois de um certo tempo,nós almoçamos.No fim da tarde,ela parecia
muito apavorada,então minha mãe falou:
-Não se preocupe. Cortar o cabelo não é ruim.
Seu cabelo já estava nos ombros, então eu pensei que só iria cortar um
pouco. No fim da tarde,quando nós chegamos no cabeleireiro, minha irmã
sentou mas logo saiu da cadeira falando assustada:
-Quero ir embora, não quero cortar o cabelo, estou com medo!
Eu só fiquei olhando, então minha mãe colocou minha irmã na cadeira,
esperou-a parar de chorar e disse:
-O cabeleireiro disse que só vai cortar dois dedinhos.
Então minha falou mais assustada ainda:
- Qual dedinho, mãe?
Enzo Meirelles Marconi
O pobre garoto
Passo todos os dias por uma rua
no bairro de Perdizes. Nela há um
menino morador de rua, sempre
pedindo dinheiro para tentar se
sustentar.
Um dia, inquieto, sem nada para
fazer, fui passear com a minha
cachorra. Andava pela rua onde
ficava o menino. E lá estava ele
pedindo esmolas como sempre. As
pessoas, no entanto, como estão
apressadas, nem ouviam o garoto.
Ele se aproximou e pediu-me.
-O senhor não teria uns trocados,
eu e minha família estamos com
fome.
Respondi:
-Infelizmente, não tenho trocado vejo se trago da próxima vez.
E continuei andando...
Eu tinha dinheiro, mas não queria dar para o garoto, pois achava que ele
estava mentindo, e, com o dinheiro, ele poderia comprar drogas ou
bebida alcoólica.
No outro dia, novamente andando, vi que ele não estava mais lá, havia
uma família no lugar. Perguntei à mulher, que parecia ser a mães dos
meninos brincando.
-Boa tarde, a senhora conhecia um garoto que ficava nesse mesmo lugar?
Ela respondeu chorando:
-sim, era meu filho mais velho, mas ontem à noite ele faleceu, pois estava
morrendo de fome e estava desnutrido.
-Meus sentimentos. Pegue esse dinheiro!
Ela agradeceu chorando:
-Que deus te abençoe!
Voltei para casa...
Quando cheguei, olhei todos os bens que tinha e agradeci, quando penso
no garoto, fico triste por não ter ajudado.
Fábio Danziato Fernandes
O roubo
Eu estava no colégio, no dia da prova de ciências. Na hora do recreio fiz
uma ligação.
-Alô.
-Oi mãe, tudo bem?
-Tudo filha. E com você?Já fez aprova?
-Tudo bem também. Ainda não.Onde você está?
-Em Itupeva, vim resolver um problema.
Percebi que ela estava nervosa logo, que o problema era sério. Ela não me
falou nada, pois não queria que eu me preocupasse, afinal eu estava indo
fazer uma prova.
Depois da aula, minha prima veio me buscar na escola, perguntou se
estava tudo bem, eu disse que sim, mas ela também não falou nada.
Cheguei em casa, almocei e logo resolvi ligar de novo para os meus pais.
-Oi, pai!Tudo bem?
-Mais ou menos, entraram na nossa casa, levaram muitas coisas.
Na hora paralisei, não conseguia imaginar como seria entrar na minha
casa e encontrar aquela bela estante vazia, sem nada, somente com fotos.
E o meu quarto?Como será que estava?Eram tantas as perguntas que
fazia para mim mesma.
A única sensação que tinha, ao
receber a noticia, foi de invasão,
afinal entraram na minha casa.
Fiquei triste e chateada,pois
levaram também coisas com
muito valor sentimental, como
meu Nitendo Wii, que eu tanto
joguei nas férias com primas,
amigas e amigos, e até meus tios
e pais.
A semana passou, no fim de
semana, como de costume, fui
para lá e não consegui dormir
sozinha. Meu pai, percebeu e
logo ligou para o Nivaldo, que faz
alambrados e também, para Porto Seguro,para ativar, o sistema de
alarme.
Todos os finais de semana, sinto-me presa, são alambrados, alarmes,
muro alto. E agora? Como vou reconquistar todos aqueles objetos de que
tanto gostava? E minha liberdade de andar sozinha no condomínio sem
que meus pais se preocupem?
Gabriella Santana Naso de Oliveira
Amizade a cima de tudo
O telefone toca. Gabriela logo atende.
-Olá, Lucas!
-Oi, meu amor! Senti tanto sua falta!
-Ai! Eu também! Não sei como eu consegui ficar, três semanas
sem te ver.
- Mas Gabi, só foram três dias!
-É? É que parece que foi bem mais, amor...
Gabriela só desligou o telefone, pois seu pai pedira e, afinal, ela
tinha que acordar cedo.
Gabriela vinha para a escola, recordando a conversa com seu
namorado pelo telefone. Chegando lá, encontrou Sofia, sua melhor
amiga.
-Bom dia, Sofia! Eu preciso te contar uma coisa.
-Sério? Eu também, mas começa você.
-Ta bom. Então, sabe aquele menino do nono ano, o Lucas? Então,
nós estamos super apaixonados. Ficamos horas no telefone.
-Apaixonados!?
-Sim! Não é romântico?
-Ah... Sim, claro. – falou Sofia com uma voz desanimada.
-Algum problema?
-Não, nada não...
-Conta você agora- disse Gabriela, empolgada.
-Esquece... Não adianta.
-Fala –insistiu- Eu sou sua melhor amiga.
-Eu ia falar que... Que... Que eu estou super afim dele.
-Ai querida, esquece, cai na real. Ele é meu!
Logo em seguida, ambas começaram a se xingar e a se bater.
Juraram nunca mais se falar.
Mais tarde, na hora do recreio, uma surpresa. Ficaram de boca
aberta quando viram Lucas
beijando outra garota.
-Seu vagabundo!- gritou
Gabriela, dando um tapa nele.
-Não é isso que está
pensando... É que... Você está
entendendo errado.
-Entendendo errado!? É
mesmo, né! Como eu pude ser
tão idiota, por sua causa, brigar
com minha melhor amiga?
No final do recreio,
Gabriela e Sofia eram de novo
as melhores amigas.
Giovanna Mason Silveira
Será que tudo é ilusão?
Ela não acreditava no que estava vendo. Aquele menino que sempre lhe
dera atenção, que sempre parecera ter um carinho tão grande por ela,
ficando com sua amiga? A coitada, ao ver, nem conseguiu disfarçar,
depois de alguns instantes já estavam todos perguntando se estava tudo
bem.
Mas ela não tinha o que fazer. Apesar de nunca ter admitido que gostava
dele, estava meio na cara sabe? Todo mundo já sabia. Depois daquele
beijo em sua amiga ele parecia estar evitando-a. Ela decidiu falar com ele,
perguntando-lhe porque tinha parado de falar com ela. Ele apenas disse
que estava conversando com outras pessoas. Depois disso eles não se
falaram mais. Ela não estava conformada com aquele beijo entre eles, ele
sempre falava mal da menina, e mudou de idéia do nada?
Mas o mais importante e triste de certo modo é que eles pararam de se
falar por algum motivo, porque, se eles fossem só amigos e não sentissem
nada um pelo outro, eles não teriam brigado.
Giulia Gargiulo Winther Antunes
Meu apartamento
Estava em casa, no meu quarto, fazendo o dever de casa. Era um dever
muito longo, demorei mais de duas horas para fazê-lo. Satisfeito, escrevia
as últimas palavras quando me assustei com um barulho de martelada
forte na parede. Fui ver o dever e, tinha um risco enorme de caneta na
folha inteira. Fiquei bravíssimo. Eu tinha que de ver o que acontecera. Fui
a cozinha, interfonei para o porteiro, e perguntei qual a razão do barulho.
Ele respondeu que os três apartamentos acima do meu estavam em
reforma.
Eu pessoalmente odeio reformas, principalmente por causa dos
pedreiros. Eles conversam alto, fazem barulho, quebram móveis e
paredes. São realmente mal-educados. A todas as casas de conhecidos
que estavam em reforma que eu fui, os pedreiros comiam muito, e
esgotavam toda a comida. Numa obra, há tantas coisas negativas que
você quer desistir na metade do tempo.
No meu apartamento também fizemos uma reforma. Minha mãe teve a
idéia. Ela queria por que queria reformar todo o apartamento, então
fizemos assim: reformamos a sala de estar primeiro: abaixamos o teto,
colocamos um grande lustre sobre a mesa de jantar, reformamos a lareira
e trocamos os móveis. Em julho,nós fomos aos Estados Unidos,para dar
tempo aos pedreiros para reformarem nossos quartos.Por incrível que
pareça os pedreiros do nosso apartamento eram educados e não comiam
em casa.Nos quartos, só colocamos um ar-condicionado. Meu
apartamento ficou agradável e moderno, afinal. Acho que após toda
aquela terrível reforma, valeu à pena. Só tem mais um ponto negativo: o
orçamento.
Hélio Fassina Bertrand
Menina Misteriosa!
Todos tinham medo de parar naquele farol, medo de que aquela jovem
menina batesse no vidro do carro com aquela mão fechada que ninguém
sabia o que havia.
Uma mulher lá pelos seus quarenta anos, muito curiosa, torcia para que a
menina batesse em sua janela do carro, para descobrir o que a menina
tanto escondia naquela mão.
Certo dia a mulher parou no farol e ficou observando a menina com a
mão fechada. Viu que policias passavam por perto da jovem, e ela
rapidamente escondia o que estava em sua mão no bolso do agasalho. A
mulher ficou mais curiosa ainda e decidiu fazer o mesmo caminha da volta
para casa para falar com a menina e descobrir o mistério.
Na volta para casa, no farol, a mulher procurava pela garota, quando
ouviu três socos leves em sua janela. Era a menina perguntando:
-A senhora tem um real?
A moça surpresa com a súbita aparição respondeu:
-Não
Então a menina abriu a sua mão e entregou-lhe um real.
Isabela Oliveira Damascena
Abandono
Ele estava nervoso, sabia que o que estava fazendo era errado, mas ele
precisava, era necessário. Se não o fizesse seu pai iria chamá-lo de fraco
pelo resto da vida, bateria nele, e ele nem queria pensar, talvez seu pai o
proibisse de ir para escola, o lugar de que ele mais gostava no mundo.
Então se decidiu, vou fazer isso ou não volto mais para casa.
Lá foi ele, entrou na loja, nervoso, mas determinado. Foi até o balcão e,
discretamente, pediu à vendedora:
-Por favor, a senhora poderia me dar dois salgados, um para mim e outro
para o meu pai?
-Não posso meu queridinho, meu chefe vai brigar comigo!
-Por favor!
A moça fez um sinal com a cabeça de negação, seguido pelo suspiro de
Gabriel, que tirou uma arma de seu bolso. Apontou-a para a balconista e
disse:
-Todos no chão, ou eu atiro na moça!
Em seguida saiu da loja com um saquinho plástico na mão e com uma
tristeza absurda.
Gabriel era um garoto com olhos azul-claro, branquelo, de cabelos loiros,
musculoso, e alto. Bondoso, corajoso e pobre. Morava com seu pai, pois,
quando tinha apenas três anos, sua mãe os abandonara. Na sua vida, a
única companhia que ele tinha era a escola, onde passava uma boa parte
do seu tempo.
Chegando a sua casa, o pai tomou o saco de sua mão, abriu-o e comeu os
dois salgados, não deixando nada para Gabriel. Ele foi para o quarto e
chorou a noite inteira.
Sentia-se triste. Com raiva, a sensação de abandono machucava o seu
pobre e jovem coração.
Isabella Peterlini Valsi
Férias da minha vida
-férias, fala o pai.
- isso, agora podemos descansar juntos com os nossos filhos-diz a
mãe
O garoto emburrado pede:
- eu quero ir para a argentina ver neve!
Depois a filha:
- não, nós vamos para a Disney, ver o Mickey
E o pai retruca:
-Nada disso, para, nós vamos para Minas gerais nas montanhas
- Ah - falam os garotos
O pai insiste e consegue convencer os filhos e vão para Minas
- chegamos! - Dizem os pais
Entraram no chalé. Era uma droga!Tudo estava mofado, havia bi cama e
não tinha TV. À cozinha não tinha nada elétrico
- O que? – Diz a mãe
- A mulher que me ligou disse que era o melhor chalé que tinham
O filho ficou lá fora e a filha estava emburrada no sofá. Já estava
escurecendo, quando o pai vê um vulto na mata e fica com medo. A mãe
pega uma lanterna e começa a rir falando
-haha, é só um coelho, um coelho!
Como já havia escurecido e o dia foi longo foram dormir cansados
João Octávio Gonzalez Borgato
Uma alegria, uma surpresa, uma tristeza
Finalmente tinha chegado, era meu aniversário.
Já no salão, a festa estava super animada. E eu e minhas amigas
estávamos dançando quando apareceu, na minha frente aquela criatura
maravilhosa, com dois belos olhos azuis, seu maravilhoso cabelo
cacheado e seus lábios rosados. Aquela criatura, de jeito tímido, que
passava por mim todos os dias e que, provavelmente, nem sabia meu
nome estava na minha frente. Chamava-se Álvaro. Eu era apaixonada por
ele desde a quarta série, quando ele entrara no colégio. Fiquei tonta e fui
beber um copo d’água, ele me seguiu.
Começamos a conversar e papo vai, papo vem, ele parou, olhou para mim
e disse que gostava muito de mim, eu, timidamente, disse que também
gostava dele. De repente, ele me beijou.
Naquele momento, mil coisas passaram pela minha cabeça, desde o
primeiro dia que o vi, até aquele momento. Foi o melhor beijo da minha
vida, um beijo que nunca esquecerei, foi maravilhoso!
Mas, aparentemente, para ele não fora nada. Esperava que no mínimo ele
falasse comigo, fosse meu amigo, mas ele simplesmente me ignorou,
como se nada tivesse acontecido.
Eu esperava, pelo menos, que fosse verdade, gostasse de mim, ele esteve
tão perto e agora está tão longe de mim.
Júlia Vila Boas Saleh
Ainda há esperança
Voltando do trabalho, eu estava em pé dentro do metro lotado. Na
parada do trem subiram e desceram muitas pessoas. Vi um jovem garoto
de seus vinte anos sentado, enquanto uma pobre mulher idosa, carregada
de sacolas, estava de pé ao seu lado. Tremendo, ela perguntou:
-Posso me sentar em seu lugar, por favor, meu jovem?
-Quantos anos você tem?-perguntou-lhe.
-Tenho setenta e seis anos.
O jovem sorriu e respondeu:
-A senhora já se sentou demais. Agora é minha vez.
Estava chocada. De repente, uma menina de seus cinco anos disse:
-A senhora pode sentar-se no meu lugar.
-Obrigada. –Disse a senhora e sentou-se agradecida.
O trajeto seguiu normalmente.
Quando cheguei em casa pensei muito naquilo.As pessoas jovens, nos
dias de hoje, não oferecem o lugar para os idosos, acham que são o
centro do universo. Aquela menina encantou-me e renovou minhas
esperanças de um mundo melhor.
Karina Hae Eun Huh
Churrasco diferente
Era um típico dia de sábado, saia do shopping após uma exaustiva manhã.
Logo reparei no intenso trânsito e na grande multidão que ocupava as
ruas. Meus pais comentavam sobre aquilo, animados, e eu, confusa, não
entendia nada, então perguntei-lhes o que estava acontecendo:
- É o ‘’churrasco de gente diferenciada’’ – disse-me minha mãe
Não foi de grande ajuda, continuava a nada entender, mas pouco me
importava. Chegando em casa, assim que liguei o computador,
começaram a pipocar noticias sobre o tal churrasco, neste momento
entendi o que estava ocorrendo. Tratava-se de um protesto contra o
cancelamento do metrô em Higienópolis. A grande polêmica acontecera
graças a uma petição que fora assinada por três mil e quinhentos
moradores. Mas apenas um fora capaz de aumentar as proporções do
problema. Este era o presidente da associação do bairro e equivocou-se
com suas palavras ditas à Folha de São Paulo:
- o metrô atrai drogados, mendigos, ‘’ uma gente diferenciada ‘’, disse
Entendo que ele apenas tentava proteger seu bairro, porem uma vez
ditas, não podemos voltar atrás ou conter o impacto de nossas palavras.
Estava por todo lugar, as pessoas diferenciadas haviam se ofendido, só
que diferentemente de alguns anos atrás, todos que antes seriam
silenciados pela elite e o governo, acharam sua voz por meio das redes
sociais. Isto me impressionou algo que imaginava ser apenas uma
brincadeira virou um modo de se fazer justiça.
Por meio do Facebook surgiu à idéia de fazer o churrasco, que se
concretizou no dia em que mal sabia eu havia presenciado o respeito
prevalecer sobre o preconceito
Laura Ruiz Andrade
O valor de uma amizade
Eram grandes amigos desde pequenos. Iam toda quinta-feira jogar bola
com os amigos do trabalho no campinho.Na quinta-feira, como de
costume, estavam novamente no campinho mas dessa vez sozinhos, pois
seus amigos não puderam vir.De repente um deles diz:
-Você sabia que eu estou namorando.
-Não.
-É verdade. Já faz um tempo que a gente ta junto.Você até conhece ela.
-Sério?Quem?
-É a Amy.
Naquele momento ele parou a bola e perguntou:
-Espera ai, que Amy?
-Aquela que trabalha com a gente.
Ouvindo a resposta, ele ficou furioso, pois era a mesma Amy que
namorava com ele ha tempos. Ele, vendo que seu amigo não sabia
disso,acalmou-se e inventou uma desculpa para se retirar e foi direto a
casa de Amy.Quando ela abriu a porta, ele disse que queria terminar, pois
sua amizade era muito mais forte que um simples namoro
Lucas Moraes Costamilan
Sempre certos...
-Filho! Você não pode mais faltar! – diz a mãe brava, após a
segunda falta do filho na escola
-Calma mãe! Porque tanta preocupação?
-Porque assim a sua nota ira piorar!
-A, mãe, meu corpo esta doendo muito. E eu sei que minhas notas
serão boas!
Após isso, cada um foi para o seu quarto
Em uma semana, a prova chegou. O filho estava confiante. Fizera
a prova, acreditando em si. Mas, na hora de receber, percebeu que estava
muito errado. Frustrado, e com medo de mostrar para a mãe, pensou:
-Por que eu não ouvi a minha mãe?
Com medo, o filho voltou para sua casa. Apesar do medo,
mostrou para a mãe, que apreensiva, falou:
-Eu disse, não? Agora vê se estuda mais.
O garoto não tinha muita esperança. Ele que sempre se dizia
inteligente, tira uma nota ruim? Como aquela? Mas o menino começou a
acreditar em si novamente e, assim, começou a estudar. No dia seguinte,
teria outra prova, e a fez e quando a recebeu e viu a nota, ele levou direto
a sua mãe
-Mãe, aqui esta... – Disse ele, entregando-a
-Filho, parabéns! Dez!
-Bem que você disse – o garoto disse, correndo para contar a seus
amigos.
Lucas Pereira Marques da Silva
Zero
Tocou o sinal do intervalo. Em cinco minutos começaria a aula de
matemática. Mas não era uma aula de matemática qualquer, era a
entrega da prova, a prova para que eu não estudava a prova que a nota
máxima era dez, e eu precisava tirar dez!
Ao entrar na sala, meu coração disparou , sentei no meu lugar,
esperando a professora chamar meu número. Então ela começou , passou
o número um,dois,três... E quando chegou meu número, o quinze, ela
olhou para mim e pediu que,quando ela terminasse de entregar, fosse
falar com ela. Assim que todo mundo recebeu as provas, a professora
gritou meu nome:
- O que aconteceu? Não estudou? A prova era a revisão do ano inteiro!
Com os olhos cheios d’água eu recebi a prova. Ao olhar a nota não
acreditei! Zero, zero redondo em vermelho e sublinhado! Senti as
lágrimas escorrendo nos meus olhos e escutei a voz da professora dizer:
- Quero essa prova assinada pelos seus pais, e você provavelmente já
está de recuperação.
Acabou a aula, fui para casa, fechei a porta principal e fui direto para meu
quarto, torcendo para que minha mãe não viesse para casa almoçar.
Enquanto ela não chegava, fiquei pensando em que desculpa podia
inventar. Dor de cabeça! Era a melhor que eu conseguia criar. Mas a
verdade é que eu não estava ligando para matemática, não queria
estudar, tinha preguiça, o que eu
queria mesmo era sair, paquerar e
não ficar em casa estudando
matemática. Quando parei de
pensar, escutei a voz da minha
mãe:
- Querida! Como foi seu dia?
- Normal, mas preciso te contar
uma coisa. Eu fiz uma prova. mas
eu estava morrendo de dor de
cabeça! E a professora me odeia,
e não deixou refazer a prova em
outro dia, e...
Dor de cabeça? Eu estou com
dor de cabeça dessas suas
mentiras! Se você não falar a verdade agora a situação vai piorar muito!
Pela primeira vez eu estava sem nenhuma desculpa, estava sem mentiras
para contar. Então falei a verdade. Toda a verdade mesmo! Contei que
ficava no computador á tarde inteira, que só pensava em beijar, em
meninos, em festas, fofocas. Depois de falar tudo, minha mãe fiou
apavorada. Ela começou a chorar,pois não tinha palavras para a minha
irresponsabilidade . Ela apenas me falou:
- Não quero nem ver essa prova, só saiba que estou totalmente
decepcionada com você, e quero que saiba que estou retirando seu
computador e o telefone. Seu quarto só vai ter livros agora, livros da
escola. Suas amigas? Você vai ver apenas na escola no horário do recreio.
Na sala vai sair do fundo e sentar na primeira carteira. Estou tirando tudo
que te transformou nessa pessoa, agora cave a você conquistar tudo de
volta.
Assim que ela saiu do quadro não fiz nada, nem sequer levei a sério a
suas ameaças.
No dia seguinte , quando voltei da escola, vi que não havia mais nada no
meu quarto, só a cama, o armário e a mesa com os livros da escola. Na
mesma hora peguei meu celular e vi que estava bloqueado para ligação.
Olhei para a mesa e em um papel estava escrito com a letra da mamãe:
- Já começou a estudar?
Luisa de carvalho Junqueira franco
Acidente
Estávamos no trânsito no caminho de casa, quando uma moça saiu da
padaria e começou a atravessar a rua fora da faixa “ela pode estar em
perigo fazendo isso”. Mas parei de pensar nela e comecei a conversar com
minha mãe. Depois de alguns minutos percebi um carro preto vindo em
alta velocidade, ele se aproximava da moça sem diminuir a velocidade,
acertando-a na cabeça com o espelho retrovisor. Após ser atingida, a
moça rolou e caiu atrás do carro da minha mãe.Assustado, olhei para
frente e vi o carro preto fugindo ainda em alta velocidade.nós a
socorremos e a levamos para casa de sua patroa.
Dias depois o carro foi apreendido porque tínhamos anotado a placa. O
motorista pagou uma multa e pagou o tratamento da moça.
Será que ele aprendeu a lição de ajudar o próximo?
Luiz Augusto Daier Xavier Ribeiro
A Fuga
Era um jogo de futebol, um jogo totalmente normal, de repente:
- Nossa que falta feia, muito agressiva, o juiz conversa com o
bandeirinha – conta o locutor.
- Vermelho!O juiz deu vermelho e foi bem merecido, pois a falta
foi muito feia – fala com razão o comentarista
- O jogador reclama com o juiz e recebe um tapinha na cara, do
juiz, fraco, mas se joga no gramado lamacento.
- Os jogadores fazem uma roda em volta do juiz, que
amedrontado correu.
- Olha lá, que horror!Os jogadores continuam atrás dele, tentando
bater nele de todas as maneiras.
- Nossa!Ele conseguiu escapar do time inteiro, ele percorreu em
volta do campo inteiro e chegou ao policiamento. Ilesos queridos
telespectadores! – Termina cansado e sem fôlego o narrador
- E foi assim, crianças, eu me lembro como se fosse hoje! – diz o
juiz aposentado a seus netos
Luiz Guilherme Rafael Guimarães
Pobre Maria...
Entrei no banheirinho da minha empregada, onde guardamos
vários objetos de lazer da família. Logo me deparei com um casaco
vermelho que tinha comprado no fim do ano anterior. Peguei-o,
analisei-o e vi uma mancha de cândida, observei-o um pouco mais e
percebi que o seu tecido estava gasto e senti um cheiro de cigarro.
Fui correndo para a sala e falei para o meu pai:
-Pai a nossa empregada pegou meu casaco e usou.
-Mas a Maria nunca faria isso!-disse ele
Depois que reclamei para o meu pai, fui falar com a minha mãe:
-Mãe, a Maria pegou meu casaco para usar!
Ela respondeu calmamente:
-De qual casaco você está falando?
-Daquele vermelho com um escrito branco bem no meio, esse aqui
ó. –respondi mostrando o casaco para ela.
-Mas esse aí você deu para ela porque não cabia mais em você,
lembra?
-É verdade!
Nem esperei, fui correndo falar
com meu pai, mas ele já estava
dando uma bronca daquelas na
coitadinha da Maria e até
ameaçava tirar cinqüenta reais
de seu salário.
-Pai, pai, pai, pai! A Maria não pegou meu casaco, eu dei para ela usar!
-Então quer dizer que eu dei a maior bronca na Maria, e ela nem tem culpa?
Com uma risadinha forçada respondi:
-É! Desculpa!
Maria me olhava magoada. Pensei em como ela era boa para mim. Como pudera desconfiar dela?
Abaixei os olhos, envergonhada
Maria Luiza Malta Romani
No aeroporto
Durante meu período de trabalho, como faxineiro em um aeroporto,
eu limpava o chão sujo, por onde muitas pessoas pisaram naquela manhã.
Estava quase na hora do almoço,já imaginava o que eu comeria .Enquanto
esperava o relógio bater meio-dia,limpei as partes do chão,como de baixo
dos bancos e nos cantos que ainda estavam sujos.Depois de acabar o
serviço,notei que já era o horário do almoço.
Já estava saindo para almoçar, quando reparei que havia várias
pessoas aglomeradas na frente do portão principal,então fui ver o que
estava acontecendo. Quando cheguei vi um segurança discutindo com
uma mulher negra.Perguntei a uma pessoa que já estava lá o que tinha
acontecido.Ela me falou que o segurança achava que a mulher tinha
roubado um celular e uma carteira,mas a mulher dizia que as coisas eram
dela e que ele a estava acusando por ser negra.Apesar dos protestos da
mulher, o segurança levou-a para a delegacia.
Depois de acabar o trabalho, fiquei me perguntava se o segurança
estava certo ou a mulher estava certa, e ele era racista.
Mateus Chung
Briga de irmãos
Gritou de dor, escandalosamente, minha irmã.
Voltando alguns minutos antes, eu e minha irmã, estávamos
brincando de “guerra de travesseiro”. Mas, como toda brincadeira de
mão acaba mal, nós, ao mesmo tempo, avistamos um travesseiro.
Corremos em sua direção, e para impedir que ela me pegasse, no calor do
momento, abaixei sua cabeça com força na quina da cama
Para aliviar sua dor, e não ficar de castigo cuidei dela como uma
“princesa”. Minutos depois, minha mãe chegou em casa. Ela, como
sempre, estava animada em nos ver, mas, quando viu o nariz da minha
irmã, meu Deus, ela me olhou como se quisesse me fuzilar, e fomos ao
médico
No hospital, o médico disse
-Mãe, sua filha quebrou o nariz!
Fiquei branco, com frio na barriga, tentei não ser visto pela nossa
mãe, é claro, não deu certo. Peguei um castigo daqueles.
Naquela mesma noite, apesar de tudo que havia acontecido, eu e
minha irmã fizemos as pazes e voltamos a conversar e brincar, como se
nada tivesse acontecido.
Matheus Della Nina Serra de Oliveira Franco
Problema na polpa
Em janeiro de 2010, estávamos de férias, acabando de chegar na cidade
de Olímpia, quando me deparei com um probleminha. Enquanto
esperávamos na fila do check in faminto, começou a sentir um incomoda:
um menininho batia com uma espada de plástico na minha coxa
esquerda, comecei a olhar feio e nada!Falei:
-oi!
-oi - respondeu continuando a bater na minha coxa.
Analisei o rosto do ‘’piratinha’’ para talvez encontrar seus pais. Pude
reconhecer o rosto de sua mãe atrás de minha família. Fiquei encarando-a
discretamente por mais ou menos 1 minuto
Chamei-a:
-olá!
-oi
-você viu seu filho?-falei em tom sarcástico
-não. onde ele esta?
-está batendo na minha perna com sua espada.
-ah!Desculpe!Filho venha aqui já!
E o garoto voltou cabisbaixo parou o lado de sua mãe.
Depois desse incidente minha mãe fez o check in e curti uma das
melhores férias da minha vida
Matheus Chernichenco Rodrigues
O Pedido
-mãe o que tem para comer
hoje
-tem frango
-mas eu comi frango, ontem!
-não quero cozinhar, vamos
pedir comida japonesa!
- Oba!
Depois de uma reunião em
família em volta de um cardápio
delivery, ficou decidido o
pedido. Com o numero do
restaurante, o filho vai ao
telefone.
-Alô, eu queria fazer um pedido.
Do outro lado, muito barulho, alem do telefone estar com chiado,
atende um velhinho com a voz rouca.
-Pois não?
-Quero três espetinhos de carne e três de camarão.
-Seis bolinhos de carne?
-Não, três espetinhos de carne?
-Certo, quer molho
- Sim, molho de alcachofra.
-Certo molho de cogumelo.
-Não molho de alca... Ah, cancele o molho!
- Certo, cancele os espetinhos
-não! Cancele o molho só o molho
-sim, o molho.
-Agora quero sushi de salmão.
- Certo shushi de atum.
--certo.
- e por ultimo yakisoba de carne.
-Certo, um yakisoba de frango.
-Não! Quer saber, pode ser
-certo só isso?
-sim
O velho desliga, estava cansado estava velho para aquele serviço, mas
precisava dele
Meia hora depois a comida chega com seis bolinhos de carne com molho
de camarão, oito shushis de kanicama e um yakissoba de carne
Paulo Tozzo Poniano
Cadê a Fichinha?
Era recreio. Estava caminhando calmamente até a cantina do colégio,
para comprar o meu lanche matinal. Quando cheguei à imensa fila ouvi
dois meninos discutindo com a moça do caixa:
-Tia, ele furou fila!
-Não furei não!
-Furou sim!
-Não furei não!
Estava no final da fila somente olhando a discussão. Quando olhei
os dois novamente, apareceu uma mulher baixinha, negra e com um ar
apreensivo, perguntando:
- O que está acontecendo aqui?
-Ele furou toda a fila e entrou na minha frente!
-Mentiroso! Eu não furei fila nenhuma!
A discussão continuou mais alguns minutos e percebi que a
mulher não estava com muita paciência. Então, ela, que decide por um
fim na discussão, falou para um dos meninos:
-Olha, meu bem, o deixa ir primeiro, para não dar confusão.
-Mas tia, ele furou a fila! Ele nem pegou a fichinha lá no caixa!
Que fichinha?- respondeu o outro menino.
-Aquela que você precisa pra pegar o lanche!
Eu comecei a rir. Então a mulher, com ar imponente, perguntou:
-Cadê a fichinha?
Então, o menino respondeu com uma voz de fracasso:
-Não tenho, eu furei a fila.
Pedro Henrique Yeou Yih Brazão Farinha
“Perdeu a noção do perigo!?”
Domingão, solão e os pássaros no ar, esse foi o dia em que minha perdeu
a noção do perigo. Era de manhã, eu, minha mãe e meu irmão estávamos
levando os cachorros para passear no parque.
Tenho um cão macho e uma fêmea, a fêmea tem dez anos, bem velhinha
para a idade dos cães, e o macho tem oito meses, um filhote. A fêmea se
chama Katrina ela tem pelos longos e brancos, é pequena e sua raça é
maltês. O macho se chama Jacomo, chamo de “Jacmix”, ele tem pelos
curtos e pretos com mistura de marrom, ele é um cachorro de porte
médio, um vira-lata. Nós o achamos na praia, seguiu-nos até nossa casa.
Estávamos andando no parque quando de repente, deparamos com um
cachorro grande de raça pitbul, solto sem coleira e sem focinheira. Como
é seu costume, o pitbul aproximou-se para cheirar os meus cães, comecei
a desviar temendo que o pior acontecesse. Só que ele foi mais rápido.
Chegou perto, cheirou o Jacomo e tudo correu bem, mas, quando ele foi
perto da Katrina e começou a cheirá-la e querer brincar, Katrina rosnou e
deu-lhe uma dentada na orelha, ele caiu para trás e correu para longe.
Se esse pitbul fosse bravo acho que eu não teria uma Katrina em minha
vida.
Pietro Lopez Bernardi
No Metrô
Eram seis e meia da manhã, eu estava sentada no metrô. À minha
frente sentava-se uma jovem, de uns vinte ou vinte e dois anos. Olheiras
fortemente arroxeadas contornavam-lhe os olhos, sua boca estava semi-
aberta, e ela quase babava. Sua cabeça pendia para trás, em um
impressionante sono profundo.
Uma mochila verde-limão estava jogada no assento ao seu lado, e, no
seu colo, trazia uma apostila de faculdade, que ela provavelmente tinha
tentado estudar.
Espantada, percebi que as pessoas vinham e iam enquanto as
estações passavam, ignorando ou olhando de canto a cena. Ninguém
parecia se importar.
Subitamente, tomei uma decisão: iria acordá-la. Afinal, de que
adiantava reclamar da falta de atitude das pessoas se eu também não
tomasse uma?
Timidamente, levantei-me e empurrei seu ombro de leve. Ela abriu
os olhos, confusa e assustada. Encarou a janela, e percebeu que as portas
começavam a se abrir, em sua estação. Agarrou desajeitadamente a
mochila e a apostila, levantou-se e me lançou um olhar agradecido, e
correu para alcançar as portas, que se fechavam.
Rafaela G. Moura
Companhia Vazia
- Maninha. Você pegou meu... Essa blusa é nova?!-Perguntou a irmã mais
velha, Gabriella, atônita enquanto a mais nova, Melissa, admirava seu
próprio reflexo no espelho.
- Sim, gostou? Mamãe comprou para mim ontem. - Respondeu
Melissa,orgulhosa e satisfeita.
- Mana, é bonita, bem na moda, mas não me parece muito o seu estilo,
não concorda? – Indagou com olhar inquisidor.
- Não... Não acho! – Retrucou gaguejando, tentando não convencer
apenas Gabriella, mas também a si mesma. O orgulho obviamente saiu de
sua expressão, sendo substituído por ponderação e tristeza.
Gabriella sentiu pena, lembrava-se muito bem dos seus simplórios treze
anos, da alegria que lhe dava ao ter uma blusa de marca, uma que todos
diziam ser bonita mesmo, estes tendo as suas blusas iguais ou parecidas.
Sentiu pena, pois sabia que logo Melissa perceberia como nada daquilo
importava, ou pior, talvez já soubesse e ignorasse.
- Se você diz, acredito, só fiquei hesitante, pois jurei ter ouvido você dizer
que achava isso uma moda fútil, devo ter-me enganado. – Falou Gabriella
olhando suas unhas, forçando uma casualidade em sua voz que não sentia
realmente.
- É, eu disse, acho isso ainda, mas simplesmente cansei de ser difamada e
isolada por ser eu mesma, prefiro isso a ficar sozinha. – Disse com
lágrimas ávidas para escorrer por sua face, mas as impedia. Sentia-se
enojada e culpada e tinha
vergonha de chorar em frente à
Gabriella, sempre tão confiante e
austera.
- Não te culpo. Faça o que julgar
necessário para ser feliz.
- Mas... Mas... Assim serei feliz?
- Não sei dizer, mana. Tenho que
ir para o cursinho, nos falamos
mais tarde. – Falou Gabriella, já
saindo do quarto.
- Espera! Esse All-Star é novo?
- É...
- Mas você não disse que...
- Nos falamos depois! – Disse irritada, já percebendo o quanto ainda
parecia com a irmã.
Rafaela Queiroz D’ Elia de Sampaio
Obstáculos do cotidiano
Estava na sala de aula conversando com os meus amigos, quando a
diretora chegou e me chamou para a sala dela.
Perguntei-lhe o que tinha feito, ela não respondeu, nem demonstrou
qualquer reação.
Quando entrei em sua sala, vi minha mãe chorando. Não entendi a única
coisa que fiz foi ir até ela e abraçá-la,perguntei o que tinha
acontecido,mais ninguém me explicava.
A minha diretora falou que minha mãe tinha sido assaltada. Vindo para a
escola, o ladrão quebrara o vidro do carro e pegara sua bolsa.
Minha mãe estava muito nervosa, então eu tentei acalmá-la, falando que
já tinha passado, que ela estava bem.
Ela se acalmou fomos para casa e agora,quando paramos no farol , ela
fecha o vidro e coloca a bolsa do lado dela.
Raphael Cicone Marinho Teixeira Marques.
O Egoísmo!
No sábado, fui à Hering comprar um presente para o meu amigo. Ao lado
da entrada da loja, havia um homem super embriagado. Minha mãe deu
um trocado para ele. Entramos na loja. Fui escolher uma blusa para o meu
amigo, estava difícil, pois minha mãe disse que não podia ser muito caro.
Enquanto eu escolhia, ela foi para a seção feminina. Depois de alguns
minutos, nós fomos pagar a blusa que eu tinha escolhido mais as roupas
da minha mãe.
Quando saímos, vimos uma ambulância, procuramos o homem que
estava na entrada da loja, não o vimos. Aí minha mãe perguntou para
uma senhora que estava lá o que tinha acontecido. Ela nos contou que o
homem embriagado tinha ido atravessar a rua e uma mulher atropelara o
coitado e nem tinha parado para ajudá-lo, simplesmente foi embora.
Como essas pessoas são tão egoístas! Ferem o outro nem param para
ajudar!
Rubens Osti Mello
Mudanças...
Dentro do carro alugado lá estava Júlia, uma típica garota popular do Sul.
Havia acabado de voltar do intercambio na Europa.Estava muito animada
em voltar e reencontrar os velhos amigos.Nada poderia atrapalhá-la
naquele ano.
Na manhã seguinte estava de pé logo cedo, pegou uma maçã e foi
caminhando até o seu antigo colégio. Júlia entro na sala de aula, avistou
de longe sua melhor amiga Ana, que se virou, Viu-a, foi em sua direção e
deu-lhe um grande abraço. Começaram a conversar. As amigas, que
sempre foram parecidas em relação ao gosto, não se entendiam mais.
Ana falava sobre esportes e celulares, assunto que não interessava Júlia.
Logo seu namorado entrou na classe, ele estava diferente na aparência,
não estava musculoso e perfumado como de costume e não tinha os
mesmos amigos populares e bonitos. A garota sempre o achou muito
interessante, mas agora nem tanto. Olhou a sua volta, percebeu que
todos estavam diferentes, não os reconhecia mais, agiam de forma
diferente e não eram mais os mesmos. Sentou, tirou o caderno da bolsa e
disse:
- Fiquei apenas um ano fora e tudo está mudado!
Tiemi Matuda.
Telefonema
Era domingo, seis horas da manhã, e o telefone tocou:
-Quem, em sã consciência, ligaria a essa hora de um domingo?...Alô?
-Com licença, o senhor gostaria de comprar um DVD por apenas R$
199,99?!
-Tá maluco? São seis horas da manhã, e é domingo! E, você seja lá quem
for me liga para perguntar se eu quero comprar um DVD?!
-Me desculpe senhor, mas sou pago para anunciar estes produtos.
-E você acha que alguém vai comprar o seu produto a essa hora?
Principalmente, a essa hora de um domingo?!!
-O produto não é meu, só estou anunciando...
-Tanto faz! Você acha que alguém vai comprar esse DVD?!
-E uma TV LCD de quarenta e nove polegadas?
-Adeus!
Desliguei o telefone, e logo em seguida a campainha tocou:
-E agora, quem será?...Já vai!
-Oi
-Armando! Que bom vê-lo, mas para que essas malas?
-Não tenho onde ficar, e me demiti do novo emprego. Sem salário não
posso pagar um quarto.
-Mas, por que se demitiu?
-Porque, cada vez que ligo em uma casa, para anunciar um produto, quem
atende, acaba brigando e gritando comigo. E logo em seguida desliga o
telefone sem ter o mínimo respeito por mim.
Yuri Vargas Guedes