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Crescimento Econômico,Desenvolvimento e Saúde
Patrick DiasResidecoadm.hu@ufjf.edu.br
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200 países, 200 anos, 4 minutos
Crescimento
X
Desenvolvimento
Crescimento Econômico
Podemos definir crescimento econômico como o aumento da
capacidade produtiva da economia (produção de bens e
serviços). É definido basicamente pelo índice de crescimento
anual do Produto Nacional Bruto (PNB), per capita. O
crescimento de uma economia é indicado também pelo
crescimento da força de trabalho, pela receita nacional poupada
e investida e pelo grau de aperfeiçoamento tecnológico.
(Carlos Escóssia - 2009)
Desenvolvimento Econômico
Já o desenvolvimento econômico, podemos conceituá-lo como
sendo o crescimento econômico, acompanhado pela melhoria
da qualidade de vida da população e por alterações profundas
na estrutura econômica.
(Carlos Escóssia - 2009)
Mankiw et al (1992) introduziram o capital humano nos modelos
de crescimento econômico. A hipótese seria que o Modelo de
Solow expandido, incluindo o capital humano, explicaria melhor
as divergências de renda per capta entre os países
Y = f (K, A*L, H)
Y = Produto
K = Capital
A = Conhecimento
L = Trabalho
H = Capital Humano
O estado de saúde é considerado parte do estoque de
capital humano, alterando diretamente a capacidade
produtiva dos trabalhadores.
Taxa de Depreciação do Estoque
de Capital Humano
O “estoque” de saúde dos indivíduos diminui ao longo
do tempo.
“...Em seu livro Desenvolvimento como liberdade, Amartya
Sen demonstra que investir em educação e em saúde tem
um efeito muito positivo sobre o crescimento econômico,
citando o exemplo da China, cujo crescimento atual foi
bastante favorecido pela expansão da alfabetização e dos
serviços públicos de saúde...”
Luis Eugenio Portela Fernandes de SouzaPresidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)
22/11/2012
“... o aumento do PIB torna um país mais rico, mas se as
condições de vida das pessoas, incluindo seus níveis de
saúde, não melhoram, o país não se torna desenvolvido.
Nesse sentido – e considerando que a experiência histórica e
a teoria econômica evidenciam que o crescimento do
volume de riquezas, como medido pelo PIB, não é suficiente
para produzir bem-estar social...”
Luis Eugenio Portela Fernandes de SouzaPresidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)
22/11/2012
Qual o impacto da existência de
doenças em um país para o
desenvolvimento dele?
Folha de São Paulo – Da Redação
“Crescimento econômico causa aumento da incidência de sífilis”06/05/2010 - 17h34
A cada hora, um bebê nasce com sífilis na China. A infecção bacteriana de fácil
tratamento foi quase erradicada há 50 anos, mas agora é a doença
sexualmente transmissível mais comum em Xangai, maior cidade do país.
Prostitutas e homens bissexuais estão espalhando a epidemia, segundo artigo
publicado no "New England Journal of Medicine".
O aumento da incidência da sífilis está ligado ao crescimento
econômico do país, que aumenta a renda disponível para executivos e
operários, dando mais oportunidade para sexo sem proteção enquanto eles
estão fora de casa a trabalho, de acordo com o artigo.”
http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u731263.shtml
“...A maioria dos economistas clássicos diz que a saúde de uma
população melhora quando a economia melhora. Mas o que a OMS
aponta é que a saúde não é só consequência do desenvolvimento: é um
requisito para ele. Com saúde, vive-se mais, falta-se menos ao trabalho,
ao estudo, então produz-se mais, e a economia ganha. Esse relatório
mede isso. O dinheiro que seria gasto com doença pode ir para
educação. Uma pessoa com malária fica pelo menos 15 dias de cama; já li
que uma menina, no Norte do país, tinha sido reprovada na escola de
tanto que faltava, por causa da malária...”
Carlos Morel, Coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz e professor da Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento da UFRJ, para
Alessandra Duarte (O Globo, 2010).
“...No Brasil, está havendo um movimento interessante: pesquisas sobre
o conceito de "complexo industrial da saúde". Querem mostrar ao setor
privado que saúde pode ser uma chance de negócio. Na balança
comercial brasileira, o déficit do setor saúde é US$ 7 bilhões/ano. A
gente importa demais, há aí demanda por novos negócios. O Brasil está
querendo se desenvolver, mas esbarra na falta de muita coisa, como
mão-de-obra qualificada para a área. Além da falta da própria saúde
para a população...”
Carlos Morel, Coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz e professor da Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento da UFRJ, para
Alessandra Duarte (O Globo, 2010).
Bibliografia
DUARTE, A. Saúde é requisito para desenvolvimento econômico, diz
especialista. O Globo. 04 jun. 2010. Disponível em:
http://oglobo.globo.com/pais/saude-requisito-para-desenvolvimento-
economico-diz-especialista-2998484#
PRATA, P.R. Desenvolvimento Econômico, Desigualdade e Saúde. Cad. Saúde
Públ., Rio de Janeiro, 10 (3): 387-391, Jul/Sep, 1994. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csp/v10n3/v10n3a18.pdf
SOUZA, L. Saúde é desenvolvimento. Carta Capital - 22 nov. 2012. Disponível
em:http://www.cartacapital.com.br/saude/saude-e-desenvolvimento/
2011
Saúde e Desigualdade
Curva de Lorenz
Mostra a desigualdade existente na distribuição de renda em uma
determinada sociedade. Consiste em um diagrama em que num dos
eixos é o Rendimento e no outro a População.
"os x% da população mais pobre detêm y% do total de rendimento".
Fonte: Adaptado de Factorama (03/11/2007)
W = Linha de perfeita igualdade
Quanto mais afastada da diagonal estiver esta linha, maior é a
concentração do rendimento, ou seja, maior será a desigualdade na
repartição do rendimento
Curva de Lorenz
w
Coeficiente de Gini
Medida de desigualdade desenvolvida em 1912. Consiste em um número
entre 0 e 1. Em que 0 corresponde à completa igualdade de renda e 1 à
desigualdade.
0 1
Igualdade Desigualdade
Coeficiente de Gini
Nada mais é do que a razão das áreas no
diagrama da Curva de Lorenz.
A = Área entre a linha de perfeita igualdade
e a curva de Lorenz
B = Área abaixo da curva de Lorenz
Saúde e Desigualdade
Já se passaram 23 anos desde que o SUS foi oficializado por meio de uma Lei Orgânica. Por
que ele ainda apresenta tantos problemas de gestão e funcionamento?
“...Quando o SUS surgiu, os especialistas imaginavam que chegaríamos a um sistema-
modelo de saúde pública, mas eles ignoravam que um sistema de saúde privado já
estava em franca expansão, tanto pela política do então Instituto Nacional de Assistência
Médica Previdenciária de estimular empresas a criarem assistência médica para seus
empregados quanto pela atuação de pequenos hospitais que lançaram “planos de
saúde” para a classe média. Acabamos com um modelo altamente fragmentário e que
espelha a desigualdade da sociedade brasileira. Sistema único pressupõe um modelo que
serve a população inteira, para todos e para tudo. Mas o que temos atualmente é o SUS
atendendo no nível de atenção básica, mas ainda sem a cobertura integral...”
Cornelis Van Stralen – UFMG (03/07/2013)
https://www.ufmg.br/online/arquivos/028945.shtml
Saúde e Desigualdade
“...Richard Wilkinson e Kate Pickett divulgaram extensa
documentação para comprovar, no livro The Spirit Level, que a
riqueza média de uma nação, medida pelo produto interno bruto,
tem pouco impacto sobre uma longa lista de males sociais,
enquanto a forma como essa riqueza é distribuída, em outras
palavras, o nível de desigualdade social, influi profundamente na
dispersão e intensidade dos males.”
(Zygmunt Bauman - "44 cartas do mundo líquido moderno")
Saúde e Desigualdade
“Por exemplo, Japão e Suécia são países administrados de maneira
muito diferente; a Suécia é um grande Estado de bem-estar social,
enquanto o Japão oferece pouquíssimos programas de previdência
social. O que os une, todavia, é uma distribuição relativamente
equitativa da renda, e, portanto, uma defasagem pequena entre o
padrão de vida dos 20% mais ricos e dos 20% mais pobres da população.
Mais importante ainda é que nesses países há menos “problemas
sociais” que em outras sociedades altamente industrializadas, com uma
divisão menos igualitária da renda e da riqueza social.”
(Zygmunt Bauman - "44 cartas do mundo líquido moderno")
Saúde e Desigualdade
“Descoberta notável e preocupante é que o acréscimo dos níveis de
investimento na área de saúde quase não tem impacto na expectativa de
vida média, mas o crescimento do nível de desigualdade tem forte
impacto, e extremamente negativo.”
(Zygmunt Bauman - "44 cartas do mundo líquido moderno")
Leitura Recomendada
Brasil mostra que só crescimento não gera desenvolvimento,
aponta estudo da ONUhttp://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=1980
Saúde e Desigualdade
http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/255772.html
Bibliografia
A Curva de Lorenz e o Coeficiente de Gini. Disponível em:
http://www.cps.fgv.br/cps/Pesquisas/Politicas_sociais_alunos/2012/Site/Hoffma
nn_3_DL.pdf
BAUMAN, Z. 44 cartas do mundo liquido moderno. Caítulo 21 – Saúde e
Desigualdade. 2011. Disponível em:
http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/255772.html
SIMOES, J.C. No Brasil faltam médicos: mito ou realidade?. 2011.