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Sumário do CursoContabilidade
1 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - BALANÇO PATRIMONIAL 1.1ResumodaEstruturadasDemonstraçõesFinanceirasBásicas 1.2BalançoPatrimonial 1.2.1AtivoCirculante 1.2.2AtivoRealizávelaLongoPrazo 1.2.3AtivoPermanente 1.2.3.1Investimentos 1.2.3.2Imobilizado 1.2.3.3Diferido 1.2.4PassivoExigível 1.2.5ResultadodeExercíciosFuturos 1.2.6PatrimônioLíquido 1.3DiferençaentreReservaseProvisões 1.3.1Provisões 1.3.2Reservas 1.4ClassificaçãoContábildosAdiantamentosparaAumentodeCapital
2 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA -DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 2.1Introdução 2.2CritériosContábeisBásicos 2.2.1ReceitasdeVendasdeProdutosedeServiços 2.2.1.1DatadoReconhecimentodaReceita 2.2.1.2DeduçõesdasVendas 2.2.1.3VendasCanceladas 2.2.1.4Abatimentos 2.2.1.5ImpostosIncidentessobreVendas 2.2.2CustodosProdutosVendidoseServiçosPrestados 2.2.3DespesasOperacionais 2.2.3.1DespesasdeVendas 2.2.3.2DespesasAdministrativas 2.2.3.3EncargosFinanceirosLíquidos 2.2.3.4OutrasReceitaseDespesasOperacionais 2.2.4ResultadosNão-Operacionais
3 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 3.1AsNotasExplicativassegundoaLeidasSociedadesAnônimas3.2AsNotasExplicativasRecomendadaspelaComissãodeValoresMobiliários-CVM
4 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4.1Relevância 4.2TratamentopelaLein°6.404 4.3TécnicadePreparação
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5 | ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 5.1GeraçãodasInformações 5.2AnálisedasDF’s–oqueé? 5.3AnálisedasDF’s–quaisosobjetivos? 5.4AnálisedasDF’s–comoutilizar? 5.5OsUsuários 5.6FormasdeAnálises 5.7ExemplosdeAnálisesVerticaiseHorizontais 5.8NecessidadedeComparações 5.9CuidadosnousodosÍndices 5.10PrincipaisÍndiceseIndicadoresUtilizados 5.10.1CapitalCirculanteLíquido 5.10.2LiquidezImediata 5.10.3LiquidezCorrente 5.10.4LiquidezSeca 5.10.5LiquidezGeral 5.10.6Endividamento(DebtRatio) 5.10.7PrazoMédiodeRecebimentos 5.10.8PrazoMédiodePagamentos 5.10.9PosicionamentoRelativo 5.10.10GirodoAtivoOperacionaledoAtivoTotal 5.10.11GirodosEstoques 5.10.12MargemOperacionaleMargemLíquida 5.10.13RetornoSobreInvestimento 5.10.14RetornoSobreoPatrimônioLíquido
6 | BIBLIOGRAFIA
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1 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - BALANÇO PATRIMONIAL
1.1ResumodaEstruturadasDemonstraçõesFinanceirasBásicas
Atualmente,asdemonstraçõescontábeisbrasileirassãobasicamenteregidaspelaLein°6.404/1976.Mesmosendoumaleirelativaàssociedadesporações,suasregrasestendem-seàsdemaissociedadessujeitasàtributaçãodoimpostoderendacombaseno“LucroReal”,porforçadoDecreto-lein°1.598/1977.
Associedadesporaçõessãoobrigadasaelaborarepublicarasseguintesdemonstraçõesfinanceiras(oude-monstraçõescontábeis):
• BalançoPatrimonial;• DemonstraçãodasMutaçõesPatrimoniais;• DemonstraçãodoResultadodoExercício;• DemonstraçãodasOrigenseAplicaçõesdeRecursos.
Alémdessesquadros,asNotasExplicativas sãoobrigatóriasevisamesclarecera situaçãopatrimonialeoresultadodoexercício.
Ademais,essasdemonstraçõesdevemsercomparativascomasdoexercíciosocialanterior.
1.2BalançoPatrimonial
NoBrasil,oBalançoédivididoemquatrograndesgrupos:1.Ativo;2.PassivoExigível;3.ResultadodeExercíciosFuturos;4.PatrimônioLíquido.
OAtivoédivididoemtresgrupos:circulante,realizávelalongoprazoepermanente.Esteúltimoésubdivi-didoeminvestimentos,imobilizadoediferido.
OPassivoExigívelétambémsubdivididoemdoisgrupos:circulanteeexigívelalongoprazo.OPatrimônioLíquidoécompostodaseguinteforma:capitalsocial,reservasdecapital,reservasdereavalia-
ção,reservasdelucroselucrosouprejuízosacumulados.
OBalançoPatrimonialpode,então,serassimresumido:
ATIVO PASSIVOCIRCULANTE CIRCULANTEREALIZÁVELÀLONGOPRAZO EXIGÍVELÀLONGOPRAZOPERMANENTE RESULTADOSDEEXERCÍCIOSFUTUROS•Investimentos PATRIMÔNIOLÍQUIDO•Imobilizado •Capital•Diferido •ReservasdeCapital •ReservasdeReavaliação •ReservasdeLucros •LucrosouPrejuízosacumulados
Quadro 1 – Balanço Patrimonial
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1.2.1AtivoCirculanteOAtivoCirculanteenglobaosbens,direitoseasdespesaspagasantecipadamente,realizáveis
noexercíciosocialsubseqüente.Oexercíciosocialéobrigatoriamentedeumano,anãoseropri-meiroapósaconstituiçãodasociedadeouquandohámudançasdadatadofimdoexercício.
Nota 1: Asdemonstraçõesfinanceirasdevemserelaboradas,obrigatoria-mente,aofinaldecadaexercíciosocial.
Nota 2:Casoociclooperacionaldaempresasejasuperioradozemeses,oAtivoeoPassivoCirculantepassamaserdeterminadosporesseciclo(cons-truçãodedeterminadosbensdecapital,comoporexemplonavios,fazendasdecriaçãodegadoparacorteeoutroscasosexcepcionais).
Aexpressãorealizáveltemumconceitocontábilenãofinanceiro.Realizartemoconceitode“transformar”,“converter”,“mudar”enãoapenasserconvertidoparadinheiro.Dessafor-ma,oscréditosrealizam-senãosópelorecebimentoemdinheiro,mastambémpelasbaixascomoincobráveis;osestoquesrealizam-sepelasvendasepelasbaixasemdecorrênciadeava-riaseobsolescência.Asdespesasantecipadasrealizam-sepelatransformaçãoemdespesasdoexercício.Asdepreciações,vendasoubaixassãoformasderealizaçãodoativoimobilizado.
Ascontasdoativocirculantesãoatualizadaspelosrendimentoscontratados,“pro-ratatemporis”,ouseja,pelotempodecorridodesdeasuaaplicaçãoatéadatadobalançooubalancete,independentementedovalorfinalderesgatedeumaaplicaçãofinanceira.
Asaplicaçõesfinanceirasemaçõesdevemestarregistradaspelovalordeaquisição,dedu-zidasasprovisõesparareduçãoaovalordemercado,seesteformenornadatadobalançooubalancete,gerandoumprejuízo.
Oscréditosjuntoaterceirosdevemestarajustadospelaprovisãoparaprováveisperdasnassuasrealizações.
Osestoquesdevemserajustadosaovalordemercado,seesteformenor.Asdespesasantecipadasreferem-searecursosaplicadosemitensreferentesaserviçosou
benefíciosqueserãousufruídosnoexercícioseguinte.Comoexemplo,podemoscitar:prê-miosdeseguros,anuidadesderevistasejornais,aluguéispagosantecipadamente,encargosdeduplicatasdescontadasetc.
1.2.2AtivoRealizávelaLongoPrazoNestegrupodecontasestãoclassificadososbensedireitosdaentidadequeserãoreali-
zadosapósotérminodoexercíciosocialsubseqüente.Comexceçãoaestaregra,temososcréditosorigináriosdeoperaçõesnãonormaisdaempresa,comoosempréstimos,osadian-tamentosetc.,juntoàscontroladas,coligadas,administradoresesócios,equedevemfigurarcomorealizávelalongoprazo,mesmoquevencíveisacurtoprazo.
1.2.3AtivoPermanente 1.2.3.1InvestimentosNamaioriadasvezes,osinvestimentossãoparticipaçõessocietáriasqueobjetivampro-
duzirbenefíciosàinvestidoramedianteparticipaçãonosresultadosdasempresasinvestidas.Podemtambémsercompostosdeobrasdearte,terrenosouimóveisnãodestinadosauso.
Quandoessesinvestimentossãorelevantes1erealizadosemcontroladasecoligadascujaparticipaçãosocietáriaéde20%oumais,ousobreelasainvestidoratenhapoderdeinflu-
1 Os investimentos são relevan-tes, quando um deles sozinho, somado aos créditos, chega a 10% ou mais do patrimônio líquido da investidora. São também considerados relevantes os investimentos em mais de uma empresa, se estes atingirem (somados aos créditos) a 1�% do PL da investidora.
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ência,taisinvestimentossãoavaliadospelométododeequivalênciapatrimonial.Poressemétodo,osinvestimentos,nomomentodeaquisição,sãosegregadosemduas
partes: (a)valorproporcionalaopatrimônio líquidoadquirido,combasenobalançodainvestidae(b)ovaloremexcesso(ágio)oupagoamenor(deságio).
Paraexemplificar,considerequeaempresa“A”adquiriuemabril,porR$50.000,00(cinqüentamil reais),70%docapital socialda empresa “B” .Opatrimônio líquidode“B”em30demarçoeradeR$60.000,00(sessentamil reais)eoPLde“A”eradeR$480.000,00(quatrocentoseoitentamilreais).
Nacontabilidadede“A”oinvestimentoéregistradodaseguinteforma:• Investimento R$42.000,00• Ágio R$8.000,00
Apósaaquisição,ovalordoinvestimentoregistradonoAtivopassaaflutuar,propor-cionalmenteàsalteraçõesdoPatrimônioLíquidodaempresainvestida,emdecorrênciadosresultadosdasoperaçõesdessaempresa.Essasflutuaçõessãocontabilizadascomoganhosouperdasdeequivalênciapatrimonial,porregimedecompetência2,independentementedadistribuiçãodedividendospelaempresainvestida.
Ajuste por Equivalência PatrimonialSuponhamosqueemmaioacontroladorarecebeuobalancetedeabrildaempresa“B”e
constatouumPLdeR$63.000,00(sessentaetrêsmilreais).PodemosobservarquehouveumlucrolíquidonomêsdeR$3.000,00.EsselucrogerouaumentodoPLde“B”etemqueserrefletidoem“A”comoganhodeequivalênciapatrimonial.Oganhode70%sobreR$3.000,00,ou seja,R$2.100,00 será contabilizadonoAtivo Investimentos eonovosaldoserádeR$44.100,00.
Tratamento Contábil do ÁgioOágionaaquisiçãodeinvestimentospodeterváriasjustificativas.Vamossuporque,no
casoespecíficodoexemploacima,ainvestidoratenhafundamentadooágionaexpectativadelucrosfuturosequeestimouamortizaroágiopagoemdezmeses.
Acadamêsovaloraseramortizadoseráobtidopeladivisãodovalorpagoatítulodeágio,pelaquantidadeestimadademeses.
Companhias Abertas e Instituições FinanceirasEssasentidadesavaliamseus investimentosemempresascontroladasecoligadaspelo
métododeequivalênciapatrimonial-mesmoquandoestesinvestimentosnãosãorelevan-tes-,pordeterminaçãodaComissãodeValoresMobiliários-CVMedoBancoCentraldoBrasil–BACEN.
Outros InvestimentosParaosdemaisinvestimentosrepresentadosporparticipaçõessocietáriaseparaosrelati-
vosaoutrositens,ocritériodeavaliaçãoéocustocomobasedevalor,deduzidodaprovisãoparaperdasdenaturezapermanente,porserquaseimpossíveloumuitodifícilachancederecuperaçãodovaloraplicado.
2 “Este regime é universal-mente adotado, aceito e recomendado pelo Imposto de Renda.[...]. As regras básicas para a contabilidade pelo regime de competência são: A receita será contabilizada no período em que for gerada, independentemente do seu recebimento. [...]. A despesa será contabilizada como tal no período em que for consumida, incorrida, utilizada, independentemente do pagamento” (Iudícibus & Marion, 2000, p. 121).
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1.2.3.2Imobilizado
Éavaliadopelocustodeaquisição.Sofremperdasdevaloremfunçãodedesgaste,poruso, obsolescência ou exaustão, e são contabilizadas como depreciação, amortização ouexaustão.Assim,essasperdasdevalor sãoconsideradascomocustoquandodestinadasàproduçãodebens/serviçosoudespesas.
NoBrasil,porinfluênciafiscal,normalmenteessasdepreciaçõessãofeitasàsseguintestaxas:
%Edificações 4Veículos 20MáquinaseEquipamentos 10Computadores 20Equipamentosdeescritório 10
1.2.3.3Diferido
Éconstituídodedespesasincorridasequevisambeneficiarexercíciosfuturos.Insere-senessecasoasdespesaspré-operacionais,osgastoscompesquisasdeprodutosouprojetosnovosequeaindanãoresultaramemmarcas,patentes,imobilizaçõesetc.
Sãoavaliadospelocustoesofremamortizaçõespeloprazoqueseesperamtertaisbenefí-cios.Ébaixadointegralmentecasosedescubraqueosprojetosnãotrarãobenefícios.
1.2.4PassivoExigível
OPassivoExigível,tantoo“circulante”quantoo“exigívelalongoprazo”,écompostodedívidas,obrigações,riscosecontingências;sóhádiferenciaçãoemfunçãodoprazo.
Ospassivossujeitosaosencargos,asvariaçõesmonetáriasoucambiaisdevemestartotalmen-teatualizadosnadatadobalanço;osjurosproporcionaistambémdevemestarcontabilizados.Agrandemaioriadasempresasnão-financeirasapropria,paraosencargosprefixados,emgeral,ométododosjurossimples.Àmedidaqueosempréstimostomadosalongoprazopassamaservencíveisnoexercíciosocialsubseqüente,sãotransferidosparaoPassivoCirculante.
1.2.5ResultadodeExercíciosFuturos
Emresultadosdeexercíciosfuturosdevemfigurartão-somenteosvaloreslíquidosre-cebidosequenãorepresentamobrigaçõesporpartedaempresa,masque,porregimedecompetência,nãotenhamaindasidoincorporadosaoPatrimônioLíquido.
Comoexemplo,podemoscitaraluguéisrecebidosantecipadamente,casoaempresalo-cadoranãosejaobrigadaadevolver.
Nãodevemconstardessegrupodecontasosvaloresrecebidosporcontadeadiantamen-toparafuturaentregademercadoriasouserviços,devendoconstardoPassivoCirculanteouExigívelaLongoPrazo.
Asempresascomatividadeimobiliária,porinterferênciadalegislaçãofiscal,devemre-gistrarnessegrupooslucrosobtidosemtransaçõesdessanaturezaequeaindanãotenhamsidorecebidasfinanceiramente.
Trata-sedeumaaberraçãoporadotar-seo“RegimedeCaixa3”.
3 “As regras básicas para a con-tabilidade por esse regime são: a receita será contabilizada no momento de seu recebi-mento, ou seja, quando entrar dinheiro no caixa (encaixe); a despesa será contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando sair dinheiro do caixa (desembolso)” (Iudícibus & Marion, 2000, p. 122).
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Asempresasqueadotamesseprocedimentocontábiltêmavantagemfiscaldepagarimpostoderendasobreoslucrosnassuastransaçõesimobiliárias,proporcionalmenteaosrecebimentosocorridos.
1.2.6PatrimônioLíquido
NoBalançoPatrimonial,adiferençaentreovalordoAtivoedoPassivoeoresultadodeexercíciosfuturos,representaoPatrimônioLíquido,queéovalorcontábilpertencenteaosacionistasousócios.
OPatrimônioLíquidoéclassificadoem:•CapitalSocial,querepresentavaloresrecebidospelaempresa,pelossóciosouacionistas,ouporelagerados,
equeestãoformalmenteincorporadosaoCapital;•ReservasdeCapital,querepresentamvaloresrecebidosquenãotransitarampeloseuResultadocomoreceitas;•ReservasdeReavaliação,querepresentamacréscimodevaloratribuídoaelementosdoativoacimadovalor
decustocorrigidomonetariamente,emfunçãodovalordemercado;•ReservasdeLucros,querepresentamlucrosobtidospelaempresaequeforamretidos,comfinalidadeespecífica;•LucrosouPrejuízosAcumulados,quesãotambémresultadosobtidos,masretidossemfinalidadeespecífica
(quandolucros)ouàesperadeabsorçãofutura(quandoprejuízos).
1.3DiferençaentreReservaseProvisões
Épossívelfazeraseguintedistinçãoentrereservaseprovisões:
1.3.1Provisões
Asprovisõessãoreduçõesdoativoouacréscimosdeexigíveisquereduzemopatrimôniolíquido.Representamexpectativasdeperdasdeativosouestimativasdevaloresadesembolsar.Destaforma,apesardefinanceiramenteaindanãoefetivadas,asprovisõesderivamdefatosgeradorescontábeisjáocorridos,istoé,dizemrespeitoàsperdaseconomicamenteincorridas(comoadepreciação,aperdadevalordeinvestimentos,oprovávelnãorecebimentodecréditos),ouaprováveisvaloresadesembolsaroriginadodefatosjáconhecidos(comooriscoporgarantiasoferecidasemprodutosvendidos,estimativasdevaloresapagaratítulode13osalário,férias,entreoutros).
Oregimedecompetênciaeanecessidadedeconfrontaçãoentreasreceitaseasdespesasnecessáriasàobten-çãodessasmesmasreceitas,representamaprincipalnecessidadedesecriaremprovisões.
Aquasetotalidadedasprovisõesseoriginadeumadespesa;excepcionalmentepodeocorrerdeseoriginardeumacontadopatrimôniolíquidoenãodoresultado,comoéocasodeAjustesdeExercíciosAnteriores,quesãodebitadosalucrosouprejuízosacumulados,ouaindadosdividendos.
Àmedidaqueessasperdasdeativosouobrigaçõessetornamtotalmentedefinidas,devemdeixardesercon-sideradasprovisões.Assim,os“DividendosPropostos”,porexemplo,passamaser“DividendosaPagar”,apósaprovaçãodaAssembléiaGeralOrdinária.
Convémdestacarqueasobrigaçõeslíquidasecertas,quetenhamseusvaloresjádefinidos,nãosãoprovisões.Logo,ICMSaRecolher,SaláriosaPagareoutrasnãosãoprovisões.
1.3.2Reservas
Asreservassãoparcelasgeradaspelosacionistas,comoporexemplo,oÁgionaEmissãodeAções,ouoriun-dasdasatividadesdaempresa,comoReservasdeReavaliaçãoouReservasdeLucros.
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1.4ClassificaçãoContábildosAdiantamentosparaAumentodeCapital
ALein°6.404éomissaquantoaotratamentoaserdadoaosvaloresrecebidosporcontadefuturosaumentosdecapital;asinterpretaçõesdofiscotêmsidonosentidodeconsiderá-los,sempre,emqualquercircunstância,comoexigíveis.
Muitasvezespodemosadmitiressesadiantamentoscomopartedopatrimôniolíquido,oqueocorrequandosãorecebidoscomcláusuladeabsolutacondiçãodepermanêncianasociedade.Comoexemplo,temosascom-panhiastelefônicasnoBrasilquerecebemvaloresdospromitentesusuáriosque,pordisposiçãocontratual,serãoincorporadosaoCapitalSocial.
Logicamente,quandohouverinjeçõesderecursosporpartedossóciosequepoderãoviraserreclamadasdevolta,nãosedeve,naexistênciadetaldúvida,classificaremgrupodePatrimônioLíquidoesimdeExigíveis.
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2 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA -DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
2.1Introdução
ADemonstraçãodoResultadodoExercícioéaapresentação,emformaresumida,dasoperaçõesrealizadaspelaempresa,duranteoexercíciosocial,demonstradasdeformaadestacaroresultadolíquidodoperíodo.
2.2CritériosContábeisBásicos
Oart.187daLeidasSociedadesAnônimasestabeleceaordemdeapresentaçãodasreceitas,custosedespesasnessademonstração,parafinsdepublicação,conformemodeloabaixo:
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
I.RECEITABRUTADEVENDASESERVIÇOS
II.DEDUÇÕESDARECEITABRUTA
III.ReceitaLíquidadeVendaseServiços
IV.CUSTODOSPRODUTOSVENDIDOSEDOSSERVIÇOSPRESTADOS
V.LucroBruto
VI.DESPESASOPERACIONAIS• DeVendas• Administrativas• EncargosFinanceirosLíquidos• OutrasReceitaseDespesasOperacionais
VII.Lucro(prejuízo)Operacional
VIII.RESULTADOSNÃOOPERACIONAIS
IX.PROVISÃOPARAIMPOSTODERENDAECONTRIBUIÇÃOSOCIALX. PARTICIPAÇÕESECONTRIBUIÇÕESXI. Lucro(prejuízo)LíquidodoExercícioXII.Lucro(prejuízo)Líquidoporação
Quadro 2 – Demonstração do Resultado
Cabedestacarosprincípioscontábeisbásicosparaoreconhecimentocontábildasreceitas,custosedespesas,conformeart.187dareferidaLei,comosegue:
“Nadeterminaçãodoresultadodoexercícioserãocomputados:a)asreceitaseosrendimentosganhosnoperíodo,independentementedesuarealizaçãoemmoeda;b)oscustos,despesas,encargoseperdas,pagosouincorridos,correspondentesaessasreceitaserendimentos.”EssasdefiniçõesdaLeirefletemoprincípiodacompetência,queédecorrentedosprincípiosdarealizaçãoda
receitaedoconfrontodasdespesas.
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Emdecorrênciadaaplicaçãodessesprincípios:•Areceitadevendaécontabilizadaporocasiãodavendaenãoquandodoseurecebimento;•Adespesadepessoal(salárioseencargos)éreconhecidanomêsemqueserecebeutalprestaçãodeserviços,
mesmoquesejapaganomêsseguinte;•Umacompradematériaprimaécontabilizadaquandodorecebimentoenãoquandodopagamento;•Adespesadoimpostoderendaéregistradacomoprovisãonomesmoperíododoslucrosaquesereferee
nãonoexercícioseguinte,quandoédeclaradaepaga.
2.2.1ReceitasdeVendasdeProdutosedeServiços
ALein°6.404/1976estabelecequeasempresasdevam,naDemonstraçãodoResultadodoExercício,dis-criminar“areceitabrutadasvendaseserviços,asdeduçõesdasvendas,dosabatimentosedosimpostos”e“areceitalíquidadasvendaseserviços”.
Dessaforma,acontabilizaçãodasvendasdeveráserfeitapeloseuvalorbruto,inclusiveosimpostos,sendoquetaisimpostoseasdevoluçõeseabatimentosdeverãoserregistradosemcontasdevedorasespecíficas,asquaisserãoclassificadascomocontasredutorasdasvendas.
Emfacedoexposto,seriamnecessáriasasseguintescontas:
RECEITAS DE VENDAS DE PRODUTOS E SERVIÇOS
I. RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS VENDADEPRODUTOS 1.1MercadoNacional 1.2Exportação VENDADESERVIÇOS 2.1MercadoNacional 2.2ExportaçãoII. DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 1.VENDASCANCELADASEDEVOLUÇÕES 2.ABATIMENTOS 3.IMPOSTOSINCIDENTESS/VENDAS 3.1IPI 3.2ICMS 3.3ISS 3.4PISS/RECEITABRUTA 3.5COFINSS/RECEITABRUTAIII. Receita Líquida de Vendas e Serviços
Quadro 3 - Receitas de Vendas de Produtos e Serviços
2.2.1.1DatadoReconhecimentodaReceitaOmomentodoreconhecimentodasreceitasdevendasdevecoincidir,normalmente,comodofornecimento
detaisbensaocliente.Nasempresascomerciaisenasindustriais,acontabilizaçãodasvendaspodeserfeitaquandodaemissãodas
notasfiscaisdevendas,jáqueaentregadosprodutosépraticamentesimultânea.Podeacontecer,entretanto,umapequenadiferençaentreadatadaemissãodanotafiscaleadaentregadosprodutos,quandoacondiçãodevendaforpelaentreganoestabelecimentodocomprador.
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Teoricamente,deveriamserregistradascomoreceitasdevendassomenteapósaentregadosprodutos.Essadiferença,emverdade,sógeraalgumproblemanadatadoBalanço,nocomponentereferenteàsvendasjáfatu-radas,masaindanãoentregues.
2.2.1.2DeduçõesdasVendasAsdeduçõesdevendassãorepresentadaspelasvendascanceladas,abatimentosepelosimpostossobrevendas.
2.2.1.3VendasCanceladasAcontaVendasCanceladasédenaturezadevedoraeincluitodasasdevoluçõesdevendas.Nestesentido,tais
devoluçõesnãodevemserdeduzidasdiretamentedacontadevendas,masregistradasemcontaretificadora.
2.2.1.4AbatimentosAcontaabatimentosregistraosdescontosconcedidosaosclientes,posteriormenteàentregadosprodutos,
pordefeitosdequalidadeapresentadosemdecorrênciadefabricação,transporteetc.
2.2.1.5ImpostosIncidentessobreVendasOsimpostosincidentessobrevendasdevemserdeduzidosdareceitabrutadevendas.
2.2.2CustodosProdutosVendidoseServiçosPrestados
Ocustodosprodutosvendidosoudosserviçosprestadosasercomputado,devesercorrespondenteàsrecei-tasdevendasdosprodutoseserviçosreconhecidosnomesmoperíodo.
OCustodosProdutosVendidos-CPVA apuração do custo dos produtos vendidos está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois
representaabaixaefetuadanascontasdosestoquesporvendasrealizadasnoperíodo.Daídecorreafórmulasimplificadadesuaapuração,comovemosaseguir:
CPV = EI + C - EF
CPV =CustodosProdutosVendidosEI =EstoqueInicialC =ComprasouEntradasnoperíodoEF =EstoqueFinal
2.2.3DespesasOperacionais
Asdespesasoperacionaisconstituem-sedasdespesaspagasouincorridasparavenderprodutoseadministraraempresa,sendoquedentrodoconceitodaLein°6.404,abrangetambém,asdespesaslíquidasparafinanciarsuasoperaçõeseosresultadoslíquidosdasatividadesacessóriasdaempresa.
Asdespesasoperacionaispodemserassimagrupadas:
DESPESAS OPERACIONAIS •DeVendas •Administrativas •EncargosFinanceirosLíquidos •OutrasReceitaseDespesasOperacionais
Quadro � – Despesas Operacionais
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2.2.3.1DespesasdeVendasAsdespesasdevendasrepresentamosgastosdepromoção,colocaçãoedistribuiçãodosprodutosdaempresa,
bemcomoosriscosassumidospelavenda,constandodessacategoriaasseguintesdespesas:comopessoaldaáreadevendas,marketing,distribuição,comissõessobrevendas,propagandaepublicidade,gastosestimadoscomgarantiadeprodutosvendidos,perdasestimadasdosvaloresareceber,provisãoparadevedoresduvidososetc.
2.2.3.2DespesasAdministrativasAsdespesasadministrativasrepresentamosgastospagosouincorridos,paradireçãoougestãodaempresa,
eseconstituemdeváriasatividadesgeraisquebeneficiamtodasasfasesdonegócioouobjetosocial.Constamdessacategoriaitenscomohonoráriosdaadministração,salárioseencargosdopessoaladministrativo,despesaslegais,materialdeescritório,aluguéisetc.
2.2.3.3EncargosFinanceirosLíquidosConceito Inicial e LegislaçãoOtextodaLein°6.404nãoprevê,maspermiteumasegregaçãodolucrooperacionalemduassomas:antes
edepoisdosencargosfinanceiros.
Receitas e Despesas FinanceirasNessetítulosãoincluídososjuros,odescontoeaatualizaçãomonetáriapré-fixada,alémdeoutrostiposde
receitasoudespesas,comoasresultantesdeaplicaçõestemporáriasemtítulosevaloresmobiliários.
Variações Monetárias de Obrigações e CréditosAleifiscalconsideracomovariaçõesmonetárias,asvariaçõescambiaiseascorreçõesmonetárias(excetoaspré-fixadas).
2.2.3.4OutrasReceitaseDespesasOperacionaisOconceitodelucrooperacionalenglobaosresultadosdasatividadesprincipaiseacessórias,sendoqueessas
outrasreceitasedespesasoperacionaissãoatividadesacessóriasdoobjetodaempresa,comodefinidoaseguir:
Lucros e Prejuízos de Participações em Outras SociedadesSãoregistradoscomooperacionaisoslucrosouprejuízosoriundosdosinvestimentosemoutrasempresas,normal-
mentedecaráterpermanente,poisrepresentamosinvestimentosderiscoenãoosdecaráterespeculativo.EmfacedasformasprevistaspelaLeidasSociedadesAnônimas,paracontabilizaçãodeinvestimentos,po-
demexistirasseguintescontas:• Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas pelo Método de Equivalência PatrimonialOsacréscimosoudiminuiçõesnacontadeInvestimentosavaliadospelaequivalênciapatrimonial,proceden-
tesdelucrosouprejuízosemcoligadasecontroladas,sãoregistradosnessaconta.Parafinsdepublicação,essacontadevesempreaparecer,emdestaque,naDemonstraçãodoResultadodoExercício.
• Dividendos e Rendimentos de Outros InvestimentosAsreceitasprovenientesdeoutrosinvestimentosnãoavaliadospelométododeEquivalênciaPatrimonial,são
registradasnessegrupodecontas.Originam-sedosdividendosrecebidos.Essareceitatambémpoderáserregistradanadatadobalanço,quan-
doainvestidacontabilizarumaProvisãoparaDividendos,sendoqueainvestidoraregistrariaapartecorrespon-denteàsuaparticipação,debitandoumacontadorealizável,queseria“DividendosPropostosaReceber”.
• Amortização de Ágio ou Deságio de InvestimentosRefere-seàparcelaperiodicamenteregistradaparaamortizaçãodacontadeInvestimentos.• Vendas DiversasOutrotipoderesultadooperacionalpoderiaseroriundodevendaesporádicadesucatasousobrasdeesto-
ques,nessecaso,líquidodoICMScorrespondente.
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CONTABILIDADE
Entretanto,casoasvendasforemdesucatasnormaiseinerentesaoprocessodeprodução,essareceitadeveserregistradacomoreduçãodocustodeprodução.
2.2.4ResultadosNão-Operacionais
Ogrupoderesultadosnão-operacionaislimita-seaumpequenonúmerodeoperações.ALein°6.404,emverdade,nãofornecedetalhesdoseuconteúdo,somentemencionando,noseuartigo
187,queapósoresultadooperacionaldevemaparecer“asreceitasedespesasnão-operacionais”.Todavia, em face do conteúdo dos resultados operacionais e considerando os conceitos complementares
contidosnalegislaçãodeimpostoderendaaceitospelacontabilidade,temosconhecimentoque,emsuma,comexceçãodeumououtrotipoadicionalderesultado,somentefarãopartedosresultadosnão-operacionais,oslucrosouprejuízosobtidosnavendaoubaixadebensdoAtivoPermanente.
Sãoresultadosnão-operacionais,portanto,osresultadosnasbaixasoualienaçõesdeInvestimentos,deAtivoImobilizadoouAtivoDiferido.Parataisresultados,alegislaçãofiscaldáonomedeGanhosePerdasdeCapital.Englobamosganhoseperdasdecapital“osresultadosnaalienação,inclusivepordesapropriação,nabaixaporperecimento,extinção,desgaste,obsolescênciaouexaustão,ounaliquidaçãodebensdoativopermanente”.
Peloexposto,temosasseguintescontasdoAtivo Permanente, Ganhos e Perdas de Capital nos Investimentos:
Aquisãocontabilizadostaisresultados,oriundosdeitensaseguir:
• Ganhos e Perdas na Alienação de InvestimentosOvalordoganhooudaperdaserádeterminadopelovalortotaldavenda,deduzidodovalortotallíquidopeloqual
oinvestimentoestivercontabilizadonadatadatransação.Essevalortotallíquidoéosaldodocustocorrigidomaisodaeventualcontadeágionãoamortizadooumenosodedeságioededuzidodosaldodaprovisãoporperdas.
• Provisão para Perdas Prováveis na Realização de InvestimentosOvalordeperdasefetivasemvirtudedeeventosqueresultaramemperdasnãocontempladasnobalançopa-
trimonialoubalancetedeverificaçãodacontroladaoucoligada,deverásercontabilizadoatítulodeprovisão.• Resultados Não-Operacionais em Investimentos Pela Equivalência PatrimonialAparteproporcionalque cabe aumaempresa investidorano lucroouprejuízo apurado emcoligadas e
controladaséregistradacomo“OutrosResultadosOperacionais”(EquivalênciaPatrimonial).Todavia,poderãoocorreracréscimosoureduçõesnacontadeInvestimento,devidoaalteraçõesdepercentagensdeparticipaçãoresultantedemodificaçãodocapitalsocialcomdiluiçãodeparticipaçãodecertosacionistas.Essaalteraçãogera-ráumareceitaouumadespesanaempresainvestidoraquedevemserregistradascomonão-operacionais.
• Ganhos e Perdas de Capital no ImobilizadoRefere-seaganhosouperdasapuradospelavendadebensaterceiros.• Ganhos e Perdas de Capital no Ativo DiferidoEsseprocedimentoéprevistonoart.183daLein°6.404que,aotratardoAtivoDiferido,estabelecequedeva
“serregistradaaperdadocapitalaplicadoquandoabandonadososempreendimentosouatividadesaquesedes-tinavam,oucomprovadoqueessasatividadesnãopoderãoproduzirresultadossuficientesparaamortizá-los.”
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CONTABILIDADE
3 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
UmdosgrandesdesafiosdaContabilidadetemsidoodimensionamentodaquantidadeedaqualidadedeinformações,queatendamaosusuáriosdasdemonstraçõesfinanceiras.
Comopartedoesforçoquevemsendodesenvolvidonessecampo,surgiramasnotasexplicativas,quesãoinformaçõescomplementaresàsdemonstraçõesfinanceirasrepresentandoparteintegrantedasmesmas.Podemestarexpressastantonaformadescritiva,quantonaformadequadrosanalíticos.
3.1AsNotasExplicativassegundoaLeidasSociedadesAnônimas
Oart.176daLeidasSociedadesAnônimasestabeleceapublicaçãodasnotasexplicativas,comoseguintetexto:“asdemonstraçõesserãocomplementadasporNotasExplicativaseoutrosquadrosanalíticosoudemons-traçõescontábeisnecessáriosparaesclarecimentodasituaçãopatrimonialedosresultadosdoexercício.”
ApartirdosrequisitosmínimosdedivulgaçãoexpressosnaLei,aCVMvembuscandooseuaperfeiçoamen-tonosentidodeatingirosobjetivosdemaiordetalhamentodasinformações.
SegundoaLeidasSociedadesAnônimas,asNotasdeverãoindicar:•Osprincipaiscritériosdeavaliaçãodoselementospatrimoniais,especialmenteestoques,doscálculosde
depreciação,amortizaçãoeexaustão,deconstituiçãodeprovisõesparaencargosouriscos,edosajustesparaatenderasperdasprováveisnarealizaçãodeativos;
•Osinvestimentosemoutrassociedades,quandorelevantes;•Oaumentodevalordeelementosdoativoresultantedenovasavaliações;•Osônusreaisconstituídossobreelementosdoativo,asgarantiasprestadasaterceiroseoutrasresponsabi-
lidadeseventuaisecontingentes;•Ataxadejuros,asdatasdevencimentoeasgarantiasdasobrigaçõesalongoprazo;•Onúmero,espécieseclassesdasaçõesdocapitalsocial;•Asopçõesdecompradeaçõesoutorgadaseexercidasnoexercício;•Osajustesdeexercíciosanteriores;•Oseventossubseqüentesàdatadeencerramentodoexercícioquetenham,oupossamviraterefeitosrele-
vantessobreasituaçãofinanceiraeosresultadosfuturosdacompanhia.
3.2AsNotasExplicativasRecomendadaspelaComissãodeValoresMobiliários-CVM
EmcomplementoàsnotasprevistaspelaLei,aCVMvemapresentandorecomendaçõessobreadivulgaçãodediversosassuntosque são importantesparaummelhorentendimentodasdemonstraçõesfinanceiras.Osassuntos abordados compreendemações em tesouraria, ágio/deságio, ajustes de exercícios anteriores, planosdeaposentadoriasepensões,arrendamentomercantil-leasing,ativodiferido,capacidadeociosa,capitalsocialautorizado,continuidadenormaldosnegócios,critériosdeavaliação,debêntures,demonstraçõesemmoedadecapacidadeaquisitivaconstante,demonstraçõesfinanceirasconsolidadas,destinaçãode lucrosconstantesemacordodeacionistas,dividendopor ação,dividendospropostos, empreendimentos em fasede implantação,equivalênciapatrimonial, eventos subseqüentes, investimentos societáriosno exterior, lucroouprejuízoporação,mudançadecritériocontábil,obrigaçõesalongoprazo,ônus,garantiaseresponsabilidadeseventuaisecontingentes,partesrelacionadas,programadedesestatização,provisãoparacréditosdeliquidaçãoduvidosa,opçõesdecompradeações,reavaliação,remuneraçãodosadministradores,reservadelucrosarealizar,retençãodelucrosevendasouserviçosarealizar.
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CONTABILIDADE
Nota sobre Operações ou Contexto OperacionalParaqueosanalistasedemaisusuáriosdasdemonstraçõesfinanceiraspossammelhoravaliara
situaçãodaempresaeosseusresultados,bemcomojulgararazoabilidadedeíndicesderentabili-dade,deliquidezeoutros,émuitoimportantequeseconheçaqualéoobjetivosocialdaempresa,ouseja,qualéasuaatividade,quaissãoassuasbasesdeoperaçõesemercadoequaloestágiodoempreendimento,seestiveremimplantaçãoouseestiveremexpansão.
Entendemosqueessadivulgaçãoérealmentenecessária,podendosertantoemNotaExplicativacomonoRelatóriodaAdministração.Essadivulgaçãoétantomaisimportanteparaempresascujadenominaçãosocialnãoindiquesuasatividadesounãoasreflitaadequadamente.
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4 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
4.1Relevância
EstademonstraçãonãoéobrigatóriapelaLein°6.404,massuapublicaçãoéexigidapelaCVM,paraascom-panhiasabertas.Édemuitautilidade,poisforneceamovimentaçãoocorridaduranteoexercícionasdiversascontascomponentesdoPatrimônioLíquido,istoé;fazclaraindicaçãodofluxodeumacontaparaoutraeindicaaorigemeovalordecadaacréscimooudiminuiçãodoPatrimônioLíquidoduranteoexercício.
Trata-se,portanto,de informaçõesquecomplementamosdemaisdadosconstantesdoBalançoedaDe-monstraçãodoResultadodoExercício;éparticularmenteimportanteparaasempresasquetenhamseuPatri-mônioLíquidoformadopordiversascontasemantenhamcomelasinúmerastransações.
Finalmente,paraasempresasqueavaliamseusinvestimentospermanentesemcoligadasecontroladaspelométododeequivalênciapatrimonial,torna-sedemuitautilidadereceberdessasempresasinvestidastaldemons-tração,parapermitirumadequadotratamentocontábildasvariaçõesdaequivalênciapatrimonialnoexercício.
4.2TratamentopelaLein°6.404
ReconhecendoaimportânciadessademonstraçãoéquealeidasSociedadesAnônimasamencionou,aceitan-do-acomoexpostonoart.186,estabelecendoquea“DemonstraçãodeLucrosouPrejuízosAcumuladospoderáserincluídanademonstraçãodasmutaçõesdopatrimôniolíquido,seelaboradaepublicadapelacompanhia.”
4.3TécnicadePreparação
ApreparaçãodaDemonstraçãodasMutaçõesdoPatrimônioLíquido é relativamente simples, bastandorepresentardeformasumáriaecoordenada,amovimentaçãoocorridaduranteoexercícionasdiversascontasdoPatrimônioLíquidodaempresa,conformemodeloabaixo:
CONTABILIDADESOCIETÁRIA-MutaçõesdoPatrimônioLíquido
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CONTABILIDADE
Tabela 1
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CONTABILIDADE
5 | ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
5.1GeraçãodasInformações
Informaçãoéo resultadodeumconjuntodedadosadequadamenteorganizadoseque fazemsentidoaousuário,paraumadeterminadafinalidade.
Ográficoa seguir, apresenta,de forma simplificada,umsistemabásicode informaçõese seusprincipaisusuários:
Figura 1 – Sistema Convencional de Informações
Valedestacar,noentanto,queomais importantedoque ter informações (quenestemomentoainda seassemelhama,apenas,“dadosorganizados”),eaíestáagrandeimportânciadamatéria,ésabercomoequandoutilizá-las.Queresultadosesperar?Queconclusõestirar?Quecaminhosseguir?
Estasquestõesbásicaséqueomódulosepropõeadiscutircomosparticipantes.
5.2AnálisedasDF’s–oqueé?
SignificaoentendimentoeaavaliaçãodasinformaçõescontidasnasDemonstraçõesFinanceiras.Talavalia-çãodeveserobtidanãoapenasnoBalançoPatrimonialeDemonstraçãodeResultadodoExercício,mastam-bém,nasdemaisdemonstraçõeseinformaçõesapresentadaspelaempresaaseranalisada,taiscomo;RelatóriodaAdministração,NotasExplicativas,DemonstraçãodasMutaçõesdoPatrimônioLíquido,OrigemeAplicaçõesdeRecursoseParecerdosAuditoresIndependentes.
5.3AnálisedasDF’s–quaisosobjetivos?
PormeiodaanálisedasDemonstraçõesFinanceiraspodemosentenderassituaçõesEconômica,FinanceiraeOperacionaldeumaempresa.Estasinformaçõespodemnosauxiliaraembasarplanosdetrabalhocorretivos,
SISTEMA CONVENCIONAL DE INFORMAÇÕES - ITENS AVALIÁVEIS EM $ -
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REGISTRARCONFERIRCONCILIAR
INFORMAR• Demosntrações Finaceiras• Relatórios Gerenciais
USUÁRIOS EXTERNOS
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USUÁRIOS INTERNOS
• Alta Administração• Gerência
• Supervisão
FGV DIREITO RIO 20
CONTABILIDADE
planosdeinvestimento,decisõesdecompraouvendadeempresasouunidadesdenegócios,avaliaçãodeplanosanteriormenteimplementados,entreoutrasfinalidades.
Ressalte-seaqui,queatécnicadeAnálisedasDemonstraçõesFinanceirasnãodeveserencaradacomoaúnicaouexclusivaformadeentendimentodeumaempresa.Eladeveser,semprequepossível,utilizadaemconjuntocomoutras formasdepesquisaeaferiçãodenúmerose informações.Entrevistascomexecutivosdaprópriaempresa,comclientesefornecedores,combancos;einformaçõesobtidaspelaimprensa,sãooutrasformasrele-vantesdeobtençãodeinformações.
Ograndediferencial,noentanto,équeaAnálisedasDemonstraçõesFinanceiraspermitequenosorien-temosnoquedeveestarsendoperguntadoouprocuradocomestasformasalternativasdepesquisa,alémdepermitirqueasconsolidemoseatestemossuacorreçãoeveracidadepormeiodosresultadosedemaisnúmerosapresentadosnasDemonstraçõesFinanceiras.
5.4AnálisedasDF’s–comoutilizar?
Aanálisedessasinformaçõesdeveserfeitacommuitocritérioeatenção,paraextrairmosomelhorqueasDemonstraçõesFinanceiraspodemnosdar.CadasituaçãoqueseapresenterequerumtipodeAnálise.
Imagine-seumbancoanalisandoumaempresa-cliente,parafinsdeconcessãodecréditopormeiodedescontodeduplicatascomprazomédiode60dias.Estebancoestarápreocupado,provavelmente,comacapacidadedegeraçãodecaixadaempresanumprazocurtíssimo,vistoqueaoperaçãoédeprazocurto;agora,omesmobancoanalisandoamesmaempresa-cliente,parafinsdefinanciamentodesuaprodução,comprazoprevistoderealizaçãoemdozeme-ses,comcerteza,teráos“olhos”voltadosparaalgunsoutrosfatoresdemaislongoprazonaoperaçãodaempresa.
Porém,seestivermosfalandodomesmobancoedamesmaempresa-cliente,avaliandoofinanciamentodanovaunidadefabril,queconsumirátrêsanosdeobrasemaisdoisanosparaatingirseupotencialdeprodução,asanálisestenderãoatomar,certamente,umterceirorumo,totalmentediferentedasanteriores.
Esseéumexemplosimplesdasvariaçõesdeobjetivose,conseqüentemente,dosmecanismosaseremutiliza-dos,quandoseanalisaalgumaDemonstraçãoFinanceira.
5.5OsUsuários
Comomencionamosanteriormente,todaempresaoupessoaqueestejaenvolvidacomumadeterminadaempresaépotencialusuáriadeAnálisesdasDemonstraçõesFinanceiras.
Cadaumcomseusobjetivos,cadaumutilizando-sedeíndiceseformasdeanálisesquemelhorsemoldemàs suasnecessidades,de fornecedoresaclientes,deautoridadesa investidores,debancosaexecutivos, todosnecessitamdestetipodeinformação,sobpenadeestarempondoemriscoseupatrimôniopróprio,oupior,opatrimôniodeterceirosemoperaçõesnãoadequadamenteanalisadas.
5.6FormasdeAnálises
AAnálisedeDemonstraçõesFinanceiraspodeedeveserfeitacomautilizaçãodeíndiceseindicadoresquemeçamdesempenhoeestratégias,avaliaçõesdesérieshistóricas(AnáliseHorizontal)e,também,deestruturaspatrimoniais(AnáliseVertical).
Quantoaosíndices,veremosemumitemmaisadiante.AsavaliaçõesdesérieshistóricasdeelementosdoBalançoPatrimonialedasDemonstraçõesdeResultados
servemparamostrarorumoqueaempresavemtomandoaolongodotempo.Sãoinformaçõesimportantíssi-masquenospermitemtraçargráficosdodesempenhopassadoepreveraspossibilidadesdedesempenhosfutu-ros,semantidasascondiçõespré-existentes.
FGV DIREITO RIO 21
CONTABILIDADE
Asavaliaçõesdeestruturaspatrimoniaisservemparaavaliarmosopesoeaimportânciadecadagrupocontá-bilnoBalançoPatrimonialeDemonstraçãodeResultadosdaEmpresa.Contêm,também,informaçõesquesãorelevantesparaavaliarmosastrajetóriaspassadasetraçarmosastendênciasfuturas.
5.7ExemplosdeAnálisesVerticaiseHorizontais
ATIVO 20X1 (A) VERTICAL (%) 20X2(B) VERTICAL (%) HORIZONTAL (B/A) Circulante 1�3.�10 �,�3% 2��.�10 �,3�% ��,3�% Realizável a L/Prazo 2��.332 11,0�% 321.122 11,�0% 2�,2�% Permanente 1.�02.3�1 �2,2�% 2.1��.�22 ��,��% 13,��% TOTAL 2.312.0�3 100,00% 2.��3.��� 100,00% 1�,��% Tabela 2
PASSIVO 20X1(A) VERTICAL (%) 20X2(B) VERTICAL (%) HORIZONTAL (B/A) Circulante 310.2�0 13,�2% �32.11� 1�,�0% �1,�1% Exigível a L/ Prazo 32�.1�� 1�,0�% 10�.332 3,��% -��,3�% Result. Exerc. Futuros 1��.��1 �,��% 1��.�02 �,3�% -11,�1% Patrimônio Líquido 1.���.21� �3,��% 1.�2�.�01 �0,23% 30,3�% TOTAL 2.312.0�3 100,00% 2.��3.��� 100,00% 1�,��% Tabela 3
5.8NecessidadedeComparações
Aobservaçãodosíndiceseatentativadesetirarconclusõesdasinformaçõesapresentadas,semqueparaistosetenhaqualquertipodecomparação,poderesultaremerrosgravesdeinterpretação.
Aobservaçãodeumdeterminadoíndice,isoladamente,temoseuvalorapenasemtermospontuais.Esteín-dice,nestedeterminadomomento,épositivoounegativo.Entretanto,daíasetirarconclusões,queéoobjetivomaiordaAnálise,vaiumaenormedistância.
FGV DIREITO RIO 22
CONTABILIDADE
Poristo,quenaAnálisedasDemonstraçõesFinanceirastemosaoportunidadedenosorientarpelodesem-penhodeumoudediversosíndices,relativosaumamesmaempresa,aolongodotempo.Podemos,comisso,começaratirarconclusõesdeperformancee/oudosresultadosdeaçõestomadasaolongodotempo.Podemos,ainda,perceberaaçãodaconcorrênciaouturbulênciasdemercado.
Poroutrolado,temosmeiosdecompararváriasempresasdeummesmosegmentodemercado(concorrentes).Essaavaliaçãonospermiteconfrontarosdesempenhossetoriais,asaúdedosconcorrenteseconcluirouinterpre-tarcomodeterminadasações,tomadasinternaouexternamente,serefletemnasdiversasempresasanalisadas.
Omesmoéválidocomrelaçãoaavaliaçãododesempenhodeunidadesdeummesmogrupoeconômicolocalizadas,hipoteticamente,emcidadesouregiõesdistintas,detectando-sesuaspeculiaridadesemaneirasdereagiremadeterminadosestímulosdaAdministração.Oimportante,aqui,échamaràatençãoparaanecessi-dadedeusarmosalgumtipodecomparação,quenorteienossosestudos.
5.9CuidadosnousodosÍndices
Emboratenhamosinsistidonanecessidadedecomparaçõesnousodeíndices,somosobrigados,agora,ainsistirnanecessidadedetermosextremocuidadonousodessasmesmasinformações.Extremocuidadonascomparações.
Portanto,aousarmossérieshistóricas,dadoscomparativosdaconcorrência,dadosregionais,devemostentarentendereexpurgarasdistorçõescontidasnasDemonstraçõesFinanceiras,ounosdadoseinformaçõesqueasgeraram.
Issoimplicaemestarmosatentosapossíveisdistorçõesprovocadasourelacionadaspor:a.EfeitosInflacionáriosaolongodotempo;b.PrincípioseConvençõesContábeis:• Conservadorismo;• ConsistênciadeProcedimentosContábeis;• AlteraçõesdeSistemasdeCusteios;• MudançasdeCritériosdeAvaliaçãodeAtivosetc.
5.10PrincipaisÍndiceseIndicadoresUtilizados
Peladiversidadedeobjetivos,usuários,executores,empresasemercadosdeatuação,existemtambém,inú-merosíndicesdeAnálisedeDemonstraçõesFinanceiras.
Apresentamos,aseguir,algunsíndices(ouquocientes),maiscomumenteutilizadosnodia-a-diadasempresas.
5.10.1CapitalCirculanteLíquido
CCL = ATIVO CIRCULANTE - PASSIVO CIRCULANTE
Representaosrecursosqueaempresadispõeparafazerfrenteaoscompromissosdecurtoprazo.Logicamen-te,quantoMAIORosaldo,melhorasituaçãodaEmpresa.Oidealéquesejapositivo.
5.10.2LiquidezImediata
DISPONIBILIDADESPASSIVOCIRCULANTE
Representaoqueaempresadispõedeimediato,parafazerfrenteaoscompromissosdecurtoprazo.QuantoMAIORoÍndice,melhoraposiçãodaEmpresa.Oidealéquesejamaiorque1.
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5.10.3LiquidezCorrente
ATIVOCIRCULANTEPASSIVOCIRCULANTE
Representaoqueaempresadispõedeimediato,acrescidodosbensedireitosconversíveisemdinheironocurtoprazo,parafazerfrenteaoscompromissostambémdecurtoprazo.QuantoMAIORoÍndice,melhoraposiçãodaEmpresa.Oidealéquesejamaiorque1.
5.10.4LiquidezSeca
ATIVOCIRCULANTE-ESTOQUESPASSIVOCIRCULANTE
Representa,deformaconservadora,asituaçãodeliquidezdecurtoprazodaempresa.QuantoMAIORoÍndice,melhoraposiçãodaEmpresa.Oidealéquesejamaiorque1.
5.10.5LiquidezGeral
ATIVOCIRCULANTE+REAL.L/PRAZOPASSIVOCIRCULANTE+EXIG.L/PRAZO
Representaasituaçãodeliquidezdaempresanolongoprazo.QuantoMAIORoÍndice,melhoraposiçãodaEmpresa.Oidealéquesejamaiorque1,emboraosresultadosfuturoseafuturageraçãodecaixadaoperaçãotendamamelhoraresteíndice.
5.10.6Endividamento(DebtRatio)
EXIGÍVELTOTAL(CURTOELONGOPRAZOS)PASSIVOTOTAL
RepresentaoEndividamentojuntoaterceirosemrelaçãoaototalderecursosaplicadosnaempresa.QuantoMENORoÍndice,menosendividadaestáaEmpresa.
5.10.7PrazoMédiodeRecebimentos
CONTASARECEBER(MÉDIA)VENDASMÉDIAS
RepresentaoprazomédioqueaempresademorapararecebersuasVendas.Possuiavarianteparasecalcu-laro“PrazodeRecebimentodasVendasaPrazo”,substituindo-seVendasMédiasporVendasMédiasaPrazo.QuantoMENORoíndice,maisrápidoaEmpresarecebesuasVendas.
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CONTABILIDADE
5.10.8PrazoMédiodePagamentos
FORNECEDORES(MÉDIA)COMPRASMÉDIAS
RepresentaoprazomédioqueaempresatemparapagarsuasCompras.Tambémpossuiavarianteparasecalcularo“PrazodePagamentodasComprasaPrazo”,substituindo-seComprasMédiasporComprasMédiasaPrazo.QuantoMAIORoíndice,maislongoéoprazodepagamentosdequeaempresadispõe.
5.10.9PosicionamentoRelativo
PRAZOMÉDIODERECEBIMENTOSPRAZOMÉDIODEPAGAMENTOS
Representaodescasamento(diferencial)entreosprazosderecebimentosedepagamentos.QuantoME-NORoíndice,maioréafolgadeliquidezqueaempresaapresenta.Oidealéquesejamantidoabaixode1.
5.10.10GirodoAtivoOperacionaledoAtivoTotal
RECEITASOPERACIONAISLÍQUIDASATIVOOPERACIONALMÉDIO
RECEITASLÍQUIDASATIVOTOTALMÉDIO
RepresentamquantasvezesoAtivo(OperacionalouTotal)“gira”pelasReceitasgeradasnoperíodo.QuantoMAIORoíndice,melhoréaperformancedaempresa.
5.10.11GirodosEstoques
CMVESTOQUEMÉDIO
RepresentaquantasvezesoEstoque“gira”pelasVendasrealizadasnoperíodo.QuantoMAIORoíndice,melhoréaperformancedaempresa,emenoréanecessidadederecursos“aplicados”emestoques.
Deformainvertida,
ESTOQUEMÉDIOCMV
RepresentaquantosdiasdeEstoqueaEmpresamantémparaumdeterminadoníveldeVendas.Inversamenteaoanterior,quantoMENORoÍndice,melhoréaperformancedaempresa.
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CONTABILIDADE
5.10.12MargemOperacionaleMargemLíquida
LUCROOPERACIONALVENDASLÍQUIDAS
LUCROLÍQUIDOVENDASLÍQUIDAS
Representamarentabilidadeoperacionale líquidasobreVendas.QuantoMAIORESosÍndices,maiorarentabilidadedaempresa.
5.10.13RetornoSobreInvestimento
LUCROLÍQUIDOATIVOMÉDIO
Representao retornoqueaEmpresa está apresentandoemrelaçãoaos investimentos realizados.QuantoMAIORoresultado,maiororetornodasoperaçõesdaempresaemelhoroseudesempenho.
5.10.14RetornoSobreoPatrimônioLíquido
LUCROLÍQUIDOPATRIMÔNIOLÍQUIDOAJUSTADO
RepresentaoretornoqueaEmpresaestádandoaosacionistas.QuantoMAIORoresultado,maiorarenta-bilidadedoacionista.
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CONTABILIDADE
6 | BIBLIOGRAFIA
Título:IntroduçãoÀTeoriadaContabilidade-ParaoNíveldeGraduação-3ªEdição2002Autor:Iudícibus,Sérgiode;Marion,JoséCarlosEditora:AtlasEdição:3/2002
Título:ManualdeContabilidadedasSociedadesPorAções(aplicávelÀsDemaisSociedades)-6ªEdição2003Autor:Iudícibus,SérgiodeEditora:AtlasEdição:6/2003
Título:ContabilidadeIntrodutória-9ªEdição1998Autor:Iudícibus,SérgiodeEditora:AtlasEdição:9/1998
Título:ContabilidadeBásica-7ªEdição2004Autor:Marion,JoséCarlosEditora:AtlasEdição:7/2004
© Todos os direitos de conteúdo reservados ao autor Bessa, Sérgio.
Fundamentos de Contabilidade. 1ª ed. Rio de Janeiro; FGV Direito Rio – 45p.
Bibliografia1. Contabilidade; 2. Sistema básico de informações; 3. Análise de demonstrações financeiras.
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CONTABILIDADE
SERGIO BESSA é administrador com MBA em Administração e Finanças e diversos cursos complementares em Administração de Empresas, no Brasil e no exterior. Mestre em Direito Empresarial com especialização em Concorrência e Regulação de Mercado. Superintendente do Banco Bozano, Simonsen, onde trabalhou por 1� anos, sendo um dos principais executores do processo de reengenharia que reposicionou o Banco no mercado. Atuou em diversos proc-essos de privatização e de avaliação e compra de empresas pelo Banco Bozano Simonsen.
Auditor da Price Waterhouse, Gerente de Auditoria do Banco Bozano Simonsen, e da G.S.I. (Grupo Gerdau + I.B.M.). Respondeu também pela Auditoria do Banco Meridional, reorgani-zando seu quadro e redirecionando sua atuação a partir da privatização do Banco.
Atualmente presta consultorias na área Administrativa e Financeira a empresas de pequeno, médio e grande porte, em todo o Brasil.
Professor dos cursos da FGV nas cadeiras de Contabilidade, Administração e Finanças, de Custos e Formação de Preços, de Business Games para Gestão de Empresas nos cursos de MBA em Management, em Marketing, em Direito Empresarial, em Gestão em Saúde, em Gestão de Projetos e de Gestão Empresarial. Coordenador do módulo de Contabilidade nos cursos de Pós Graduação na FGV-PEC.
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CONTABILIDADE
FICHA TÉCNICA
Fundação Getulio Vargas
Carlos Ivan Simonsen LealPRESIDENTE
FGV DIREITO RIO
Joaquim FalcãoDIRETOR
Fernando PenteadoVICE-DIRETOR DA GRADUAÇÃO
Sérgio GuerraVICE-DIRETOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Luiz Roberto AyoubPROFESSOR COORDENADOR DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO EM PODER JUDICIÁRIO
Ronaldo LemosCOORDENADOR CENTRO DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE
Evandro Menezes de CarvalhoCOORDENADOR DA GRADUAÇÃO
Rogério Barcelos AlvesCOORDENADOR DE METODOLOGIA E MATERIAL DIDÁTICO
Lígia Fabris e Thiago Bottino do AmaralCOORDENADORES DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
Wania TorresCOORDENADORA DE SECRETARIA DE GRADUAÇÃO
Diogo PinheiroCOORDENADOR DE FINANÇAS
Milena BrantCOORDENADORA DE MARKETING ESTRATÉGICO E PLANEJAMENTO