Post on 24-Mar-2016
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COUSAS - Jornal trimestral da Associação de Defesa do Ambiente Gê-Questa. SEDE -Ao Forte Grande, S. Mateus da Calheta, 9700-592, Angra do Heroísmo; Número de Identificação Fiscal n.º 512045577; CAE 94992 - Associações de Defesa do Ambiente. Edição: Orlando Guerreiro. Contribuições: Mariana Brito; Paulo Borges; Enésima Mendonça; Luís Filipe Bettencourt; Teresa Mendes; Dídac Masana; Begoña Romero. Fotos: Begoña Romero; Madalena Ávila; Cristina López; Sancha Gaspar; Anaïs Delage; João Rocha (Placa). N.º de exemplares impressos: 0; Edição Apenas em formato Digital de Distribuição GRATUITA. Descarregar e distribuir por favor em: http://asnossascousas.blogspot.com/
a i s u m a s c o u s a s …
MMais umas boas cousas para se contarem e p a r t i l h a r e m e n t r e b o a g e n t e . J u n t e - s e à g e n t e ! ! !O mais importante é escrever e opinar sobre quaisquer cousas que nos vão pela alma. Tal como nós o vamos fazendo por aqui. E vamos fazendo muita e boa cousa engraçada. Basta ver as várias actividades que se passaram pelo nosso Forte Grande durante este quente e maravilhoso verão. Pescamos, partilhamos, cultivamos, discutimos, vendemos, oferecemos, ensinamos, aprendemos e …. Sempre f e l i z e s . É o m a i s i m p o r t a n t e !Esta feliz edição de Verão (sim, eu sei que o Outono já começou) é como a fruta, teve que amadurecer primeiro, para agora ser consumida madura. 100% Orgânica, de produção biológica e não geneticamente m o d i f i c a d a ! Ou seja, leia até ficar com a barriga cheia que não vai fazer mal. E são vários os temas para le r. Vár ios os temas e as nacionalidades. Esta edição tem a particularidade de nos trazer textos de uma jornalista Espanhola, radicada nos Açores, uma receita Italiana, fotografias de uma Francesa, editada na Áustria e, não é mentira, estava com a grande esperança de publicar um texto de um amigo Brasileiro. Não chegou a tempo, mas será para a próxima edição no final do Outono.Espero que gostem de ler esta revista e não hesitem em colaborar… não dói nada.
Revista de cousas ...
As nossas CousasO que vamos fazendo
Cousas para PensarAlgumas considerações sobre a
luta contra os transgénicos
Cousas da VidaCrónica de uma chegada
Cousas do MundoUma Açoriana de adopção
Cousas com Penas Gallinula chloropus correiana
Cousas de ComerPesto da Tiziana
Cousas do Mar Terra Santa, Mar Sagrado
Cousas da Biodiversidade
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Pisaura acoreensis
ousa
sCImagem da Capa: Cristina Lopez.Contracapa: Entrada do Forte Grande de S. Mateus. Foto: Madalena Ávila
qui se conta o que se vai
passando na nossa Associação e
arredores.A? 23 de Abril – Eco trilhos-Lagoinha;
? 21 DE Maio – Triatlo Aquático;
? 6 de Junho - Sessão de esclarecimentos
sobre OGM'S
? 7 de Junho-17º Aniversário da Gê-Questa
(actividade de sensibilização com crianças da
Escola de São Mateus da Calheta e Jantar
Vegetariano);
? 11 de Junho - Triatlo dos Oceanos;
? 20 de Junho - Limpeza Simbólica à Baia
das Contendas;
? Julho e Agosto - Visitas de Vigilância das
zonas balneares galardoadas com Bandeira
Azul;
? Julho e Agosto - Feira de Produtos
Biológicos da Cooperativa BioAzorica no Forte
Grande de São Mateus;
? Julho e Setembro - Aulas de YOGA no Forte
Grande de São Mateus;
As n
ossa
s
? De 8 a 23 de Julho – Programa de Voluntariado
Ambiental 2011;
? 11 de Agosto - Actividade de Sensibilização Ambiental
com crianças do Fishing Camp da instituição Outdoor
Recreation (Visita ao Forte, às poças de maré e ao Negrito.
Diálogo sobre a história do Forte; da importância das poças
de maré e sua conservação bem como da importância da
reciclagem e sobre a importância das praias galardoadas
com Bandeira Azul; contacto directo com os nadadores
salvadores e seus materiais de trabalho);
? 25 de Julho - Actividade de Sensibilização Ambiental
com crianças do campo de férias organizado pela Cáritas;
(Visita ao Forte, às poças de maré e ao Negrito. Diálogo sobre
a história do Forte; da importância s de maré e sua
conservação bem como da impo m);
? 10 de Agosto – Actividade de ental
com crianças do campo de férias tuição
Olhar Poente (Visita ao Forte, às rito.
Diálogo sobre a história do Forte; as
de maré e sua conservação bem
reciclagem e sobre a importânc
com Bandeira Azul; contacto
salvadores e seus materiais de trabalho);
? Diversos Jantares Vegetarianos ao longo do referido
período de tempo.
das poça
rtância da reciclage
Sensibilização Ambi
organizado pela insti
poças de maré e ao Neg
da importância das poç
como da importância da
ia das praias galardoadas
directo com os nadadores
Co u s a s
A L G U M A SC O N S I D E R A Ç Õ E SS O B R E A L U T AC O N T R A O ST R A N S G É N I C O S
C o u s a s
ão cabe apresentar aqui uma argumentação completa sobre a Nquestão de saber se é correcto,
ou não, o uso de sementes transgénicas 1na agricultura dita convencional . Como
ponto prévio gostava só de vincar que qualquer discussão séria sobre essa questão deverá ter em conta os pontos de vista dos vários intervenientes: o ponto de vista da biotecnologia e da sua ligação com as grandes empresas – da investigação sobre novas sementes ao estudo de implementação de novas culturas e à venda de sementes; o ponto de vista do agricultor que quer produzir muito, bom e rápido; o ponto de vista do consumidor que quer comprar alimentos bons, baratos e que ofereçam garantias de qualidade; e, por fim, o ponto de vista do bem comum, ou do Estado, que é o regulador e o garante da protecção de todas as partes envolvidas. As considerações que a seguir apresento dirigem-se sobretudo àqueles que, como eu, discutem a questão do ponto de vista do consumidor. A minha posição tende a ser moderada. Nem conservadora ao ponto de desejar proibir todos os transgénicos. Nem liberal ao ponto de querer permitir todo o tipo de cultivo sem qualquer tipo de controlo.
A grande razão contra o uso dessas sementes parece derivar do medo de vir a contrair doenças ou de vir a morrer por causa dos alimentos transgénicos. O raciocínio é indutivo (a sua conclusão não é necessariamente verdadeira) e pode ser apresentado do seguinte modo: já vimos, no passado, pessoas morrerem por causa da negligência da indústria alimentar (veja-se o caso da doença das vacas loucas). Temos, pois, receio de que erros semelhantes venham a acontecer no futuro e, por isso, queremos uma agricultura livre de transgénicos. Defende-se assim uma postura preventiva. Mas o raciocínio é pouco sólido. Pouco se descobriu sobre o hipotético mal que os alimentos resultantes de sementes transgénicas poderá causar à saúde humana; desconfia-se que poderão causar alergias. Contudo, sabe-se muito mais acerca do carácter nocivo dos alimentos processados e da carne produzida em regime industrial. Mas nem por isso muitas das pessoas que são contra a introdução de transgénicos querem ou podem (não esquecer que o estilo de vida das nossas sociedades é também factor a ponderar nesta discussão) abdicar de uma alimentação processada, apesar de ela ser,
2a longo prazo, altamente prejudicial .
C é l u l a s e s t a m i n a i s . I m a g e m r e t i r a d a d o l i v r o , O I n t e r i o r d oCorpo, Fubu Editores, 2005, p.25.Luís Filipe Bettencourt
uitos dos argumentos usados pelos consumidores que lutam contra os transgénicos baseiam-se em premissas egoístas do género: 'sou Mcontra porque isso me vai fazer mal ou à saúde'. O único argumento
que não contém uma certa dose de egoísmo é o argumento da biodiversidade: isto é, que a introdução de uma agricultura transgénica diminuirá a variedade biológica. Aqui a ideia é que devemos deixar a natureza fazer o seu trabalho e que não se deve interferir de maneira nenhuma no processo de selecção natural. Há aqui uma certa visão de que a vida é intocável e de que o homem, ao violar os segredos da natureza, está a colocar em risco toda a vida na Terra. Mas mesmo que isso seja verdade é preciso não demonizar excessivamente a engenharia genética, nem santificar em demasia a vida natural. Não podemos esquecer que muitas dos benefícios que a medicina actual oferece (e muitas das promessas que apresenta em relação ao futuro da humanidade) – por exemplo na produção de vacinas e de insulina transgénicas – resultam de progressos consideráveis na engenharia genética. Por outro lado, é preciso cuidado ao pressupor a santificação da vida (a vida natural deveria ser intocável), pois isso aproximaria a argumentação daqueles que, pela mesma razão, acabam defendendo, por exemplo, a imoralidade do aborto ou a proibição de investigação com células estaminais. A luta importante a travar não é contra a engenharia genética porque essa por si só não é boa nem má, e ninguém poderá defender seriamente um mundo sem ciência e sem os benefícios que ele nos oferece diariamente. A luta a travar é contra uma agricultura convencional sem escrúpulos e contra a produção industrial de carne (aqui os animais são alimentados com rações produzidas a partir de milho transgénico e ninguém parece muito preocupado com isso) onde a saúde dos animais e das pessoas constitui um atropelo ao lucro rápido. Sabe-se que esse tipo de produção de alimentos é altamente poluidor e destrutivo do meio ambiente porque usa e abusa de adubos químicos, herbicidas e pesticidas cuja conjunção e consumo contínuo é altamente prejudicial para a saúde. E de nada valeria ter uma agricultura sem transgénicos mas convencional no sentido apresentado. Só defendendo uma agricultura orgânica contra uma agricultura destruidora do planeta podemos ser ambientalistas sem desprezar o valor que a biotecnologia nos dá.
1 Para uma discussão ética detalhada ver o artigo de Ana Firmino, (2007) “A Saga dos OGM´s: uma reflexão polémica”, disponível na net. 2 Veja-se, sobre a ligação entre um ambiente poluído e as doenças mortais, o livro esclarecedor de Sandra Steingraber, Living Downstream – An Ecologist's Personal investigation of Cancer and the Environment, Da Capo Press, 20102. Células estaminais. Imagem retirada do livro, O Interior do Corpo, Fubu Editores, 2005, p.25.
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o descer o avião das altu
que chega até onde as roAporquê, mas aquela cor i
conhecimento da generosidade d
tinham prevenido o suficiente pa
ras descobre-se ante nós uma verdura
chas encontram o mar. Não sei
ntensa surpreende-me. Apesar de ter
a natureza açoriana, acho que não me
ra este encontro frente a frente com
uma terra tão fértil.
Lá chegamos nós.
O Zé, a Laia e a Teresa, acompanhados da inestimável Antonieta
(Túnia daqui para a frente), recebem-nos calidamente à saída do
aeroporto. Depois das apresentações rumamos a Angra. Acompanham-
nos precisas explicações sobre o vulcanismo da Terceira durante os
escassos minutos em que atravessamos pela via rápida a Caldeira dos
Cinco Picos. Estes breves momentos são suficientes para perceber que
provavelmente sou um daqueles voluntários chatos que não param de
perguntar sobre tudo o que lhes vem à cabeça (no mínimo é isso o que
eu penso). Entramos a Angra pela parte alta, prévio passo pelo
mercado para comprar o necessário para fazer o jantar. No parque de
estacionamento a Túnia mostra-se tal como irá ser enquanto dure o
voluntariado: brincalhona e mexida. Depois de tentar evitar que entre
no mercado por meio de gritos e tentativas para atrair a sua atenção
para o lado de fora das portas, coisa que obviamente não
conseguimos, aproximo-me do lado da plataforma de cimento que
forma uma espécie de miradouro sobre a cidade. Fico maravilhado pela
maneira como as casas deslizam ladeira abaixo até chegar à estreita
baía. O Monte Brasil, calmo e tranquilo uma vez cuspido todo o fogo
muito tempo atrás, parece guardar os edifícios e os jardins de maneira
que as gentes que os habitam possam desfrutar das suas vidas
sossegadas.
Enquanto cruzamos a cidade de caminho à sede, fico com a sensação
de insatisfação de quando gostarias de não ter pressa, e poder
caminhar
pelos passeios de calçada portuguesa irregular ao mesmo tempo que
olhas para lá e acolá sem outra pretensão que descobrir todos os belos
cantinhos que se intuem nesta bela cidade..
CRÓ N I CA DE U MA
CH E G ADADídac Masana
Mais à frente a carrinha dobra curvas ora à direita ora à
esquerda ao longo da estrada de São Mateus. A sair de
Angra passamos praças, árvores (se bem algumas delas
iam ser arrancadas sadicamente pouco tempo depois)
quintas nobres e pedras pretas e afiadas onde batem as
ondas, fazendo com que sinta por primeira vez o sal
pegajoso nos braços e na cara. Logo a seguir a carrinha
para mais ou menos bruscamente à frente daquilo que
parecem umas muralhas pintadas de amarelo. O mais
surpreendente foi descobrir que não só pareciam
muralhas mas era mesmo isso o que elas eram. Ia passar
15 dias instalado num forte!! Pouco depois vim a saber
que não era bem assim que ia ser; alojar-nos-íamos na
pousada do Negrito; tudo bem! Uma vez conhecidos
todos os pontos de vista do mar e da costa que as
diferentes ameias do muro e o posto de vigia me
ofereciam, fui conhecer o resto dos presentes: Encarna,
Victor e Dário. Sem acreditar muito bem no lugar onde
nos encontrávamos (um antigo forte, de onde alguém
tinha tentado defender o porto da entrada de navios
inimigos por meio de canhões... ou isso era o que a
minha mente fantasiosa me fazia acreditar), desfruto de
uma sopa que, segundo os Terceirenses que nos
acompanhavam à mesa, típica da ilha. Por muito que os
meus olhos chorem pelo calor pungente da malagueta,
neste momento sinto-me privilegiado de estar naquele
lugar, ainda estranho, e acompanhado por esta gente que
fala animadamente sobre acontecimentos e lugares dos
quais não tenha ainda nenhum conhecimento; mas que
quero conhecer.
Conversamos. Despertam-me ainda mais vontade de
saber sobre a ilha, das gentes, dos vulcões, dos toiros,
do mar... Quando saio da sala dos aquários para o
exterior deparo-me com a noite e as estrelas, e com o
canto de boas-vindas de algum cagarro passageiro.
Cr
ón
ic
a
de
vi
da
U m a
A ç o r i a n a
d e
a d o p ç ã o
s primeiras lembranças que tenho dos Açores é a rapariga da Ameteorologia da Televisão espanhola
a falar qualquer coisa do anticiclone que chegava deste arquipélago até Espanha para trazer bom tempo.
Estes comentários ficaram no meu subconsciente e só quando pedi o programa Eurodisseia voltaram a acordar.
“Sim, podes ir aos Açores, são umas ilhas quase no meio do Atlântico”- disse a coordenadora do programa na minha terra.
Decidi não procurar muita informação na Internet, queria surpreender-me. A ilha de São Miguel deu-nos, a mim e aos restantes estagiários, um dia de bem vinda espectacular. O sol radiava. Estávamos a passear quando o céu começou a mudar a sua cor, de azul passou a cinzento e quase a preto, de repente, e, em menos de 20 segundos, apanhei mais chuva do que tinha apanhado ao longo da minha vida...
De volta a casa o sol, tímido, voltou a aparecer.
Que esquisito! – pensei. Ao mesmo tempo que descobri que nos Açores podem-se viver todas as estações do ano em um só dia, descobri o significado de esquisito na que ia ser a minha língua adoptiva, o português.
Em espanhol, esta palavra significa alguma coisa fora do normal, mas no sentido positivo, ou seja, quer dizer mais que bom. Um amigo espanhol explicou-me “Se alguma vez és convidada a um jantar com portugueses nunca digas que, por exemplo, o bacalhau ficou esquisito”.
Begoña Romerod
o M
un
do
Os dias passavam e íamos conhecendo que a natureza nos Açores oferece banhos de água quente e também cozinha e que as paisagens, como diz uma amigo meu, bem poderiam ser cenários do Parque Jurássico.
Falando das nossas percepções com uma professora de Eurodisseia, esta afirmava que estas ilhas eram um espanto. “Espanto? Mas se é linda”, achei. A professora olhou a minha cara de surpresa e pensou que alguma coisa estava errada.
E assim foi, espantoso é outras das palavras que embora seja partilhada por espanhóis e portugueses na prática não tem nada a ver, em castelhano espantosa é como dizer mais do que horrível....
Contudo morar nesta particular torre de babel e ter vivido estas e muitas outras confusões, quando alguém pergunta sobre a minha experiência nos Açores não duvido em responder que está ser óptima e que aquelas ilhas, no meio do atlântico, são um espanto no sentido mais português possível, isso sim nunca esqueço o impermeável.
Co u s a s
o coração da cidade da Praia da Vitória encontra-se o Paul da Praia da Vitória, recentemente recuperado de forma a incluir o Homem no ambiente Nque dele depende e de que faz parte. Desde que há memória da existência
do Paul que se recorda a existência de uma espécie que se esconde dos olhares humanos por entre a “monda que pica” – a Galinha-d'água (Gallinula chloropus). Apesar das inúmeras alterações que o Paul foi sofrendo ao longo do tempo, esta espécie permaneceu sempre fiel ao seu habitat e, por isso, considerada por muitos como símbolo do Paul. Existem muitas opiniões divergentes sobre a identificação/existência de uma subespécie desta ave como endémica dos Açores, bem como do seu historial nas ilhas. A identificação da espécie Gallinula Chloropus como, subespécie endémica dos Açores (correiana) resultou do trabalho de recolha de José Correia em 1927. Este aquando de uma viagem pessoal em 1927 aos Açores colheu alguns exemplares da espécie do Paul da Praia da Vitória. Enviou os exemplares para o museu, dirigidos ao director da Secção de aves do museu, o ornitólogo Dr. Robert Murphy. Este autor conjuntamente com o Dr. James Chapim reconheceu que os exemplares enviados por José Correia do Paul da Praia tinham algumas peculiaridades que os diferenciavam da Gallinula chloropus chloropus, subespécie europeia (Agostinho, 1955).Murphy & Chapin (1929) atribuíram então um novo estatuto taxonómico à Galinha-d'água do Paul da Praia passando a subespécie endémica, com o nome Gallinula chloropus correiana em homenagem ao seu colector, José Correia (Agostinho, 1955). Contudo, as questões taxonómicas à volta desta espécie continuam a levantar muitas dúvidas, desconhecendo-se de facto, na actualidade, qual o real estatuto taxonómico desta espécie nos Açores.
A Riqueza Natural que se Esconde no Coração da Cidade
Co u s a s
Mariana Brito
Actualmente, na ilha Terceira, esta espécie habita e nidifica em apenas dois locais, na Lagoa do Ginjal e no Paul da Praia, o seu habitat de eleição. Contudo, também nidifica em mais três ilhas: São Miguel, Santa Maria e Flores.A Galinha-d'água possui plumagem castanha na parte superior do corpo com uma linha lateral branca, zonas da garganta, peito e abdómen cinzento ardózia, bico vermelho com ponta amarela, sendo as patas e os dedos muito compridos e esverdeados (Pereira 2010).Habita em lagoas e pauis com vegetação ripícola associada, sendo a sua época de nidificação entre Março e Agosto.É considerada residente nos Açores, podendo ser observada no Parque Florestal das Furnas, Fajã de Cima, Lagoa Azul e Caldeira do Alferes em São Miguel; no aeroporto e área envolvente e Ribeira de São Francisco em Santa Maria; Lagoa Branca, Lagoa dos Patos e Lagoinha nas Flores; e na ilha Terceira, no Paul da Praia e na Lagoa do Ginjal. A espécie está listada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, classificada como Informação insuficiente para o Arquipélago dos Açores, assim como no Anexo II/2 da Directiva Aves e no Anexo III da Convenção de Berma (Pereira, 2010).Conheça a riqueza natural no coração da cidade, viage pelo mundo das aves!
C o m Pe n a s
Gallinula chloropus correiana
Todos os anos, pelo meu aniversário, ela envia sementes de manjericão
por correio para plantar. Grazie, amiga*'
sta receita é em honra da Tiziana. Amiga de caracóis ao vento,
italiana que se preze. Conhecia-a no Porto, e deu-me a receita,Einformando em tom top secret que faz uma lasanha com pesto e
ricotta ‘qué é uma locúra’.
um copo misturador colocar 1 ramo generoso e cheiroso de manjericão
(basílico, para ela), c. 70g queijo parmesão ralado (queijo em póNde pacotinho é opção sólida), 2 punhados de pinhões, 1 ou 2 dentes
de alho, azeite, sal e pimenta preta q. b. Usar a varinha mágica e ir
adicionado água, se necessário. Colocar num frasco com tampa, de vidro
e não encher totalmente. Cobrir com 1 fio de azeite para não oxidar.
Conservar no frigorífico, que o irá engrossar, e a partir daqui belas
descobertas com massas, entradas, recheios e estufados de legumes… Uma
sugestão huuum para a praia será sanduíches de pão integral com
pesto, tomate, queijo fresco e folhas de manjericão.
Cou
sas
de comer....
Te
r es
a M
en
de
s
P E S T O D A T I Z I A N A
C ou
sas
do MAR....
Mar é sem dúvida a primordial fonte de influência e inspiração para os povos insulares. Os Açorianos não são excepção a esta regra, sendo Ocada vez mais a sua cultura e tradição voltada para o mar...mas com os
braços abertos para o receber. Longe vão os tempos em que o mar foi uma fonte de rendimento, a causa das tempestades e o único meio de comunicação. Hoje é bem mais que isso...é um local de profunda admiração por a maioria da população. Mas é admirado principalmente, e de uma forma bastante sui generis, por um grupo cada vez maior e mais dinâmico de jovens que vive 99,999% do seu tempo com a mente
alguns menos jovens, apreciam o r para a grande maioria das
inóspitos onde o deveras
mergulhada no sal do mar. Estes jovens, emar no seu estado mais adverso e assustadopessoas. E apreciam os lugares da costa maismedonho mar rebenta.
Um desses lugares é Santa Catarina! Este é, com toda a certeza, o LUGAR mais inóspito da costa da Ilha Terceira e simultaneamente o mais apreciado por estes Açorianos cuja percepção acerca do Mar mudou radicalmente (180º) em relação aos seus antepassados. Este lugar tem um tão forte significado na vida destes Açorianos (das várias ilhas e ilhéus) que despoletou, há mais de uma década, um movimento cívico com um único propósito - O de proteger aquele pedaço de costa (menos de 80 metros de costa). Verdade seja dita que, nunca se juntou tanta gente, tantas vezes ao longo de tanto tempo por um tão pequeno pedaço de terra e mar. Os Açores são isso mesmo… Terra e Mar! E pessoas, claro! Pessoas em pequenos pedaços de terra à beira-mar.
Este movimento surgiu um efeito de acção positiva. Não obstante às várias “derrotas” impostas ao pedaço de Terra Santa. Foram várias as atrocidades impostas aquele pequeno espaço: esgotos a céu aberto, artificialização da costa, descargas de entulhos, etc. Estas atrocidades (desenvolvimento sustentável (??) aos olhos menos atentos) não foram nunca suficientes para afastar estes os apaixonados pela baixa Santa. Muito pelo contrário, ainda mais vieram. E com mais força!É com agrado que esta acção - reacção provocou várias consequências positivas: Movimento cívico, Associativismo, Educação Política, Participação Pública e Valorização do Espaço Público. Felizmente os apelos feitos durante dez anos foram escutados e serão tidos em conta! Para esta geração a Terra é Santa mas o Mar é Sagrado!
Parabéns à Associação de Surf da Ilha Terceira e …
Boas Ondas!!!!
Terra SANTA, Mar SAGRADOOrlando Guerreiro
aranha Pisaura acoreensis Wunderlich, 1992, família Pisauridae, mede 10-11 mm, é a maior aranha endémica dos Açores. Esta temível Acaçadora envolve as partes terminais dos ramos de plantas com seda
criando uma saco onde protege as crias dos predadores, sendo conhecida como “aranha creche dos Açores” (http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt/listagens.php?lang=pt&myFilo=ARTH&pesquisar=Pisaura&start=1&end=40&sstr=8&id=A00650).
o u s a sC
da
Bio
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ersid
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Pa u l o A
. V . Bo r g e s
ive na floresta Laurisilva e nos prados naturais de altitude, onde pode ser facilmente observada a correr nos prados Vou na copa das árvores.
Está presente em todas as ilhas à excepção do Corvo.
Pisaura acoreensis