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MOTE PARA 08/04/09_ POESIA ONLINE_MOTE PARA 08/04/09_ POESIA ONLINE_
Proposto por Denise SevergniniProposto por Denise Severgnini
Paisagem PerdidaPaisagem Perdida
Formatação:Formatação:
Música:Some where over the rainbow,Kenny GMúsica:Some where over the rainbow,Kenny G
Paisagens Perdidas
A tarde recolhe o manto,carqueja e caraguatá;na corticeira um sabiáfloreia o último canto!Alargando o gargarejo,
da sanga que se desmancha,há um eco pedindo cancha
no primitivo falquejo!
A lua nasce num beijo,prateando o lombo do cerro
e um grilo acorda um cincerro,do meu retiro de andejo!
Paisagens de campo e almaperdidas no vem e vai,
soluços do Uruguaique bebe lua e se acalma:a noite passa à mão salva,
com ela vem a saudade,olfateando a claridade
das brasas da Estrela D‘Alva!
Nascem rugas no semblante,paisagens da naturezaque a força da correntezanão pode levar por diante;então exige que eu cantequando me encontro desperto,mas sempre que chego pertomeu sonho está mais distante!
Paisagens de sombra e luz,como é que pude perdê-las?Ficaram as 5 estrelasfazendo o “ sinal da cruz “ !
Jayme Caetano Braun
Mote: Paisagens Perdidas
(Naturais ou aquelas paisagens que existem dentro de nós...Fica na tua escolha)
Jayme Guilherme Caetano Braun (Bossoroca, 30 de janeiro de 1924 — Porto Alegre, 8 de julho de 1999) foi um renomado payador e poeta do Rio Grande do Sul, prestigiado também na Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Era conhecido como El Payador e por vezes utilizou os pseudônimos de Piraju, Martín Fierro e Andarengo.
Glossário:
caraguatá = planta também chamada gravatácarqueja = planta, chá para o estômago, é emagrecedorcorticeira = planta, também conhecida como barquinho
sanga = arroio, riacho5 estrelas = Cruzeiro do Sul
Uruguai = rio que separa o RS de SCfalquejo= falquear ou falquejar , desbastar uma tora de madeira
lombo = costas, parte de cima de alguma coisacincerro = campainha grande e pesada que vai no pescoço de um animal para chamar os
outros que vem atrás.
Pajador (ou Payador em castelhano, quer dizer repentista) é o artista da pajada, um repentista que canta seus versos de improviso.
Pajada ou Payada é uma forma de poesia improvisada vigente na Argentina, no Uruguai, no sul do Brasil e no Chile (onde chama-se Paya). É uma forma de repente em estrofes de 10
versos, de redondilha maior e rima ABBAACCDDC, com o acompanhamento de violão.A pajada remonta os romances e quadras medievais e renascentistas, trazidos pelos
povoadores europeus e adaptadas as tematicas campeiras. A Pajada está presente no sul da América desde quando as fronteiras eram imprecisas, o que impossibilita dar uma
nacionalidade ao gênero artístico.No sul do Brasil, as pajadas são cantadas em versos em Décima Espinela, no estilo recitado
com acompanhamento musical de um músico de apoio, normalmente em milonga.
Paisagens Perdidas
Minha cidade, bebê nasceu,Pequenina e cheia de desejos...
Cercada de promessas, mimada,Com furtivas noites esperadas,
Em canções proferidas na jornada!Almejou por vontades e lampejos,
Em paisagens de sonhos desenhadas...
Criancinha, prossegue e a custo aprende,Discernir entre mãos destras e canhotas...
Minha cidade, cresce e raquítica não se rende,Foge aos padrões normais, saúde perde!
Vontades ambidestras, paisagens mortas!
Arrancam-lhe a pureza,cruelmente.Estuprada e marginalizada,
Traz rugas de velhice, adolescente,Em olhos entristecidos, aterrada,
Minha cidade, cresce e morre estigmatizada...Paisagens perdidas, inocência roubada!
INEZTEVES
Lá se vão muitos anos em que as estradas brasileiras não eram nem asfaltadas, mas
a paisagem ao longo delas, mostrava arvoredos verdejantes,
flores coloridas e pássaros cantantes. Mas veio o progresso e só se vê,
em nossos dias, á beira da estrada, um montoado de ferro velho,
carros retorcidos por acidentes ou roubados e abandonados...
E as palmeiras já não mais existem, pouquinhas, esmirradas ainda teimam
em viver sozinhas no meio do capim. E também quem vai para o Sul
pouco se vê das araucárias... Talvez, em algum lugar, quem sabe,
ainda restam alguns exemplares
Onde havia mata fechada, agora tombam árvores, de Norte a Sul e a orla verde vai diminuindo enfrentando o avanço das favelas das boiadas e dos baloeiros incendiários em potencial. Será que a Mata Atlântica vai voltar a ser normal?
Victoria Magna
Paisagens Perdidas
HUMANOS ANIMAIS
Encontrei-me numa ruaChão de pedra, moderna cidade
Paisagens mortasEsgoto, podridão, sociedade
Saí pelo campo e vi a tristezaPoluição, desmatamento
Árvores secas, sem beleza, destruiçãoPaisagem perdida em lamento
Mudei de caminho, voltei à cidadeDeparei com o pranto
Com gente sofrida, Sem destino, sem encanto
Nas latas de lixo buscando comida
Doeu-me a tal cenaHumanos animais, comendo carniçaRestos do progressoNas mesas da vida cruel injustiça
Peguei outro atalho, mas nada mudouA violência eu viSangue, clamor, morte e dor, Homens querendo subir
Eterna disputaO poder sugando a fraquezaO rico mais rico, o pobre mais pobreDesgraça versus nobreza
Gilnei Nepomuceno
Poesia para uma pedraSoaroir de Campos
Foi recostada num sopé que ouviAo longe um insistente batimento
Descompassado e meio aflitoAssuntei contra a direção do vento.
Meu peito vibrava noutra freqüênciaPerguntei “quem está aí aposto?”
Com amiudada repetição saiNa vã busca por um rosto.
Diante do silêncio continueiTropecei e abaixei o olhar
“Uma pedra falante!”, exclamei...E parei para escutar:
- “Sou teu coração que nada desejaPerdido nas encostas sem saídaSó quero voltar para o teu peito
E de novo ter uma vida”.
Todasas minhas paisagens
ficaram perdidasna ilusão
de que vocênelas vivia...
Magno de Barros08abr2009
Sombras do passado...
Gravados num passado distante,Viajando qual uma sombra errante
Pisa em falso, cortando caminho,Passa ao largo, se sente sozinho,
Na lembrança dum tempo passado!
Tudo volta á tona, até parece realidade,O cheiro e os sons parecem de verdade,
Lembranças vivas no tempo perdidas,Mas sempre lembradas, nunca esquecidas,Num canto especial pra sempre guardado!
Como uma luz que não perde seu brilho,Numa estrada sem fim encontra seu trilho,
Na lembrança chega como um caso perdido,A imagem duma paisagem num conto vivido,
Há de ser para sempre pelo sonho lembrado!
Saji Pokeo
____________Paisagem de Amor.
Provo ainda dos teus silêncios presentesEsses sons surdos que me ensinaste a ler
Que ecoam na textura da derme que ainda te tem. A tua não presença é espectro que me envolve...
Conjugo agora os afetos e os tempos Uma espera silenciosa arde aqui no meu arfante peito.
Em alerta os meus sentidos percebem-te És constante carícia deliciosa mesmo na ausência
És tatuagem nesse meu coração que pede mísera clemência. E de todas as saudades que já cantei
De todos os beijos ternos que já roubei Acolho todos os mais insanos sonhos de ti que já ouseiTua carinhosa presença em traços efêmeros das tintas
É paisagem viva nessa aquarela emoldurada Entre o real e a utopia, amo-te no limite feroz de ser amada.
.Karinna*
Paisagem Perdida
Na tarde quieta e fria,da janela do casarão,a jovem se extasiacom uma cena do dia-a-diaque lhe passa muita emoção.
O sol no rio adormece.Em suas águas permanecedo astro o rastro dourado,sinal do descanso almejado.
A moça, no lusco-fusco,não se cansa de admiraro horizonte vermelhusco,onde água e céuestão a se encontrar.
Uma paz indescritíveltoma conta de seu ser.
Sua branda face perceptívelcomo o rio inacessível
deixa seu sentimento aparecer.
Por seu corpo perpassacerto frêmito ligeiro.
A beleza cruzou a vidraçae atingiu destino certeiro.
Mardilê Friedrich Fabre
Simples Paisagem
Bucólico cenárioDe um tom marrom
Longe da cidade,Num clima tão bom!
Ruas atapetadasConversas cruzadas,
Risos convulsosCompletavam o som.Debruçadas na janela
felizes donzelasteciam os sonhos
E bordavam alegria.Crianças isoladas
Apostavam na bolaNum campo sem grama,
Atoladas na lama...Tardes felizes,
De um domingo qualquerOnde o que se consumia era FÉ!
Mari Saes
Perdida na Paisagem
Voeja um ximango na sua rotaCrepuscular retorno ao ninho
Matizes alaranjados neste céuInundam o cenário do poenteUm rio deflue e ninguém notaCerros dormem devagarinhoCampinas sossegam-se ao léu
Espetáculo bonito, mas ausente
Bucólico panorama, em mim despertaNostálgica sensação no meu interior
Perdidas, estão as lembranças infindasDe remotas temporadas tão amorosasHá ilimitada saudade em hora incertaUm acúmulo frenético de cruel terror
Temível ausência de emoções lindasGuarnecem internas cenas ardilosas...
Nesta paisagem perdida uma visão de mimSer que deposita na poesia seu dorido sufoco.Sou uma sombra sem a luz da tua presença...Submirjo no mundo abissal da vil solidão...Quero vida que acenda a felicidade sem fimLucidezes coloridas como as do lusco-fusco.Na tarde que morre, ainda vejo a esperançaDo teu amor em retorno...da antiga paixão!
Denise Severgnini
Paisagens...
Cenário de sonho, em tela translúcida,iluminada por cores criadas para momento
único.Natureza exuberante,
surgindo em desenhos apaixonantes.A arte ganhando vida.
Na tela, o seu rosto se destaca...Belo!É vida em todas as cores e formas.
Paisagem perfeita!Natureza e você, em sintonia única,
beleza ímpar.Olho as formas e desenhos, em pintura
oleosa, doce,atraves do seu olhar,e
extasiada vejo, quea luz, a perfeição...Emanam de você.
tirando-o da tela,ficará tão somente paisagem...
Sem cor. Sem vida.Paisagem perdida.
Mariah Bonitah
Televisão
Explodem brilhosNa imagem derretidaNa crônica cotidianaDe um juízo afinal...
O sentido é o sentidoDe um deus surdo
E seu totem absurdo,Ironicamente na sala de estar.
Dudu Oliveira.
PAISAGENS
Todo dia vejouma paisagem nova
nos teus olhos.Ontem , uma pradaria;
hoje, o mar e abrolhos...
Uma piscada, um desejo:uma cena na alcova...
A feitiçarianos teus olhos
a cada ensejo...
O tudo e o nada tão perto,o nunca e o sempre defronte,
insisto na jornada...O infinito está aberto
nos teus olhos.
Nos teus olhoso horizonte sem início nem fimé onde, sem ponte,estou perdida de mim.
Lina Meirelles
In_finito...
Naquele horizonte não havia sol,mas os sonhos se espalhavam pelo ar
de um outono cinza.Cinza como a cor de uma saudade que doía
sem cessar.
Naquele horizonte não havia brilho,mas a esperança se via em folhas secas
que bailavam pelas ruas buscando renovação.
Naquele horizonte não havia regresso,mas naquele peito se via
a coragem de seguir.
Naquele silêncio não havia horizonte, mas ao longe se via e ouvia uma nova poesia.
Charlyane Mirielle
PAISAGEM
desse olhar amorosomatizes azuis...
colorem o meu horizonte...
Karinna
O que eu vejo da minha janela
Kate Weiss
Jardim sem muro,meus cãezinhos a tomar sol.
Vizinhos de coração puro,pessoas curtindo o arrebol.
Vejo flores morrer no pé,sem que ninguém as arranque.
Vejo, o lixo ser tratado com jeito, atéser levado pelo tanque*.
Vejo, crianças coradas,saindo da escola , aqui na frente.
Na hora do lanche bem alimentadas,aqui, são tratados como gente.
Muito mais eu poderia,dizer sobre a paisagem que vejo.
mas deixa pra lá, você nem acreditaria...
Árida paisagem
Lá onde crianças jogavam bolaEmpinavam pipas, gostavam de se esconder.
Lá era território da brincadeiraCheio de reis e rainhas
Fadas e princesas.O que aconteceu?
Trocaram-se os reisA rainha feneceu
A paisagem é soturnaOuve-se uma nota só.
Muitos enterram os sonhosSob finas camadas de pó.
A parca alegria do inocenteÉ se ver na TV
Ainda que sob os holofotes da violência.
Fátima Mota
Regresso de um retirante
Quando parti de minha terra.Comigo, quase nada levei
Um forte abraço e as bençãos de minha mãe.Em minhas lembranças ficaram apenas
O olhar triste e as lágrimas que cobriam o seu rosto.Em meu peito, havia a esperança... E muitas incertezas
Percorri tantos caminhos, novas paisagensTantas batalhas, muitas perdas, algumas vitórias.
Depois de todo esse tempo... Estou de volta!Pela janela revejo paisagens a muito esquecidas
Perdidas de minha memória, mas quase nada mudou... A não ser, olhar fúlgido e o sorriso nos lábios de minha mãe.
Juliana Castelar
Imaginário Paraleloou
janela aberta para Cumberland© Soaroir Maria de Campos Dez. 18/07 -13:25
São Paulo/SP-BRA."A Janela Aberta"
majestade em meu casteloda torre admiro o meu condado
seus verdes campos ensolaradosminhas ovelhas no pastoentre amarelos narcisos .
até onde alcança a vista há pinturacincelos, orvalhos prumados nos beirais
e nas árvores a cada alvorejar.
neste feudo mediado por janelosesteiro prédios e pára-raios
arquejantes de um mundo bem distantedo reinado que traço de minha janela
aberta ao imaginário paralelo.
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