Post on 16-Oct-2020
Causas de Orações Não Respondidas
Título original: Causes of Unanswered Prayers
Por: William Bacon Stevens (1815—1887)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Fev/2017
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S844 Stevens, William Bacon;1815-1887 Causas de orações não respondidas / William Bacon Stevens Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2017. 21p.; 14,8 x 21cm Título original: Causes of Unanswered Prayers 1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves,
Silvio Dutra I. Título CDD 230
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"Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." (Tiago 4: 3)
A pergunta é frequentemente feita: "Por que
minhas orações não são respondidas e por que,
as respostas concedidas são tantas vezes
aparentemente contrárias aos meus pedidos?"
Estas são perguntas importantes, e respondê-las
será o nosso objetivo.
Uma vez que Deus se declarou um ouvinte da
oração; era necessário que ele instituísse o
caminho pelo qual poderíamos ter comunhão
com ele. A mente humana, sem ajuda, nunca
poderia ter inventado um método de aproximar-
se do Altíssimo, ou ser capaz de indicar em que
termos Deus ouviria e responderia à oração. Ele
deve nos dizer o caminho, e ele deve designar os
termos, nos quais e através dos quais ele será
abordado. E segue-se que, a menos que
procedamos dessa forma, ou, pelo menos que
sigamos suas instruções; não podemos ir a Deus
nem ser recebidos com graça.
As instruções que Deus nos deu sobre este
assunto são poucas; mas simples. Devemos orar
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de nossos corações, pedindo as coisas que são
agradáveis à sua vontade; com fé, crendo;
inspirados em nossas súplicas pelo Espírito
Santo, e em e através do nome prevalecente de
Jesus Cristo. Estes termos simples devem, em
todos os aspectos, ser cumpridos, ou a oração
será oferecida em vão.
Seria bom se cada cristão entendesse
cuidadosamente o que é a oração, e mantivesse
diante dele os vários elementos de que é
composta; e então ele sempre teria um guia para
a devoção aceitável, bem como um teste pelo
qual ele poderia provar a natureza de sua
petição; se é apresentada corretamente, ou se
não está oferecendo a Deus o mero culto dos
lábios, "enquanto o coração está longe dele".
Para facilitar isso, declararei algumas causas
pelas quais nossas orações falham com tanta
frequência.
A maior entre estas, talvez, é a falta de fé. Não
pode haver oração aceitável; onde não há fé.
Pois, se não crermos na Palavra de Deus e não
confiarmos nas suas promessas, não só o
desonraremos, mas engendraremos dentro de
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nós essa desconfiança que abstrai da oração
toda a sua vida e força. Todos os cristãos, no
entanto, têm um tipo geral de fé; eles têm uma
crença na Palavra de Deus, e uma espécie de
confiança em todas as suas promessas; mas
quando descem a pontos particulares e são
obrigados a exercer fé em todas as posições e
relações; acreditar em cada palavra de Deus e
confiar em cada uma de suas promessas, a
menor e a maior; então é que a desconfiança e a
fraqueza da fé começa a se manifestar.
Há uma multidão de orações oferecidas a Deus,
com algo como este sentimento: "Bem, talvez
Deus vai ouvir e responder, talvez não. Em
qualquer caso, eu também posso orar, e se a
resposta vier, muito bem, se não, pelo menos fiz
o meu dever.” Ora, tal sentimento como este,
embora não seja infidelidade positiva, é tão
próximo a ela como para ser mais ofensivo para
Deus, e só pode trazer o seu desagrado severo. A
fé que ele exige de nós é que devemos crer
implicitamente que ele ouve e responderá a
todas as orações que lhe são oferecidas
corretamente.
É um grande pecado apresentar a Deus qualquer
outra petição além daquela que ele dirigiu, e de
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qualquer outra maneira que não tenha
apontado. Mas, atendendo a isso, é ainda maior
o pecado oferecê-lo desacompanhado pela fé
que pode assegurar que Deus ouvirá e
responderá.
O assunto da oração é uma coisa, a maneira de
orar é outra. Se a maneira de apresentar a nossa
oração é correta, e o assunto errado; então, é
claro, ela vai abortar. Se o assunto é correto e a
maneira errada; a oração é também infrutífera.
Tiago diz: "Peça-a, porém, com fé, não
duvidando; pois aquele que duvida é
semelhante à onda do mar, que é sublevada e
agitada pelo vento. Não pense tal homem que
receberá do Senhor alguma coisa." Nunca
devemos oferecer uma oração para a qual não
desejamos uma resposta; e, desejando que seja
respondida, devemos crer implicitamente que
ela será ouvida e respondida, se estiver de
acordo com a Divina vontade. Sempre que você
se curvar diante do propiciatório, você deve se
perguntar: eu quero isso e essa misericórdia?
Deus prometeu concedê-lo? E se você sentir sua
necessidade e reconhecer sua promessa, então
ore com uma certeza de fé que não vagueia
como a rocha sólida, porque a sua promessa
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repousa sobre Aquele em quem "não há
mudança, nem sombra de variação."
Nesta falta de fé; nesta semi-infidelidade do
povo de Deus; nesta desconfiança do cuidado de
Deus, ou bondade, ou poder; nesta
incredulidade na plena importância de suas
promessas; nessa falta de vontade de confiar de
modo inabalável em sua vontade e sabedoria, e
para tomá-lo em sua palavra como um Deus da
verdade; pode ser encontrado um dos grandes
motivos por que nossas orações não são ouvidas
e respondidas.
Se um de nossos companheiros nos promete
sua palavra, ou nos dá, com ampla segurança,
sua nota promissória; nós os recebemos com
confiança implícita; e tudo o que Deus requer de
nós é dar à sua palavra e suas promessas, a
mesma crença que atribuímos a uma criatura
mutável, falível e mortal como nós mesmos.
Quantas orações que agora estão sem resposta
diante do propiciatório, voltariam cheias de
bênçãos; se apenas acreditássemos na verdade
de Deus como confiamos na veracidade dos
homens.
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Outra razão pela qual nossas orações não são
respondidas é que demonstramos uma
descrença prática na capacidade de Deus de nos
conceder nossos pedidos. Digo, descrença
prática; pois, em teoria, todos os cristãos
acreditam na onisciência e onipotência de
Jeová. No entanto, na prática, nos detalhes da
vida, quão poucos respeitam essas doutrinas!
Estamos muito acostumados a medir a
capacidade de Deus; por nossa capacidade; e, se
uma coisa nos parece improvável ou impossível,
então imediatamente agimos como se essas
contingências afetassem a Deus, assim como a
nós mesmos, e apresentássemos as mesmas
barreiras para ele como para nós! As
probabilidades e as possibilidades dizem
respeito apenas a nós mesmos e devem
governar-nos sempre em nossos planos e
expectativas futuros; e a sagacidade humana é
testada pela sua capacidade de prever esses
planos, de modo a afastar-se de todas as
contingências, e educar essas expectativas,
desimpedidas por qualquer obstáculo.
Mas tais ideias como estas, nunca devem
ganhar um lugar em nossas mentes quando nos
apresentamos diante de Deus em oração; pois
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não só é verdade, como disse Cristo, que "todas
as coisas são possíveis ao que crê", mas também
é verdade, como a Bíblia declara em outra parte
que: "com Deus nada é impossível".
Sempre que, então, pedimos qualquer coisa de
acordo com a vontade de Deus, nunca devemos
parar para calcular as chances de sua audição,
ou especular sobre as dificuldades que
interponham a sua concessão de nossos
pedidos. Se é um pedido apropriado; devemos
orar e agir com a plena certeza de que ele vai
ouvir e responder, apesar de cada dificuldade
aparente na forma de concedê-lo. Somente ore,
e acredite que Deus é o que ele é; e tudo ficará
bem. Mas, se você o considerar como um ser
inferior ao infinito em suas perfeições e
atributos, a força de suas orações será graduada
pela sua visão de seu caráter e, naturalmente,
ficará aquém do padrão bíblico e, assim, falhará
em ser ouvido ou respondido.
Outro grande obstáculo ao sucesso da oração,
surge da indulgência de alguém ou de pecados
mais conhecidos. O salmista declarou
distintamente: "Se eu considerar a iniquidade
em meu coração, o Senhor não me ouvirá". Orar
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e ainda pecar voluntariamente, ou ainda
perseguir um curso de iniquidade secreta ou
aberta, não é apenas zombar de Deus com o
culto de lábios, mas também estar agindo com
hipocrisia, professando uma coisa, mas fazendo
outra. Um Deus de santidade não pode, de
acordo com seu próprio caráter, ouvir a oração
de um pecador deliberado. E por isso ele diz aos
ímpios israelitas, através do seu profeta:
"Quando estenderes as tuas mãos, esconderei os
meus olhos de ti, e quando fizeres muitas
orações, não o ouvirei". E, em outra passagem,
temos a afirmação distinta, "Deus não ouve os
pecadores"; isto é, aqueles que continuam na
transgressão conhecida. Pois não somente uma
vida assim é repugnante à santidade de Deus,
mas também se opõe a todo princípio de piedade
em nosso próprio coração; e onde o pecado
habita; não se pode encontrar nem fé, nem
humildade, nem obediência, nem amor a Deus,
nem esperança fundada, nem desejos celestiais,
nem uma vida justa; e se estas coisas não
existem no coração, vãs são todas as palavras
dos lábios.
Um espírito de oração e um coração pecador
não podem habitar juntos; e quando a vida não
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corresponde às nossas devoções, então nunca
podemos esperar respostas de paz. Daí a
necessidade de examinar cuidadosamente a nós
mesmos quando nos apresentamos diante do
Senhor, para que possamos nos aproximar dele
com mãos limpas e corações puros, sabendo
que a indulgência de qualquer pecado, por
menor e insignificante que possa parecer a nós;
certamente expulsará de nossas almas o espírito
de graça e súplica, e cortará toda a comunhão. . .
Com o Espírito Santo, o Instigador da oração;
Com Jesus Cristo, o Intercessor; e
Com Deus, o Ouvinte da oração.
Ser remisso no desempenho de nosso dever
cristão é também outra razão pela qual nossas
orações não são respondidas. A oração não é o
único dever que Deus colocou sobre nós; há
outros igualmente obrigatórios, como a
vigilância, o autoexame, a leitura da Palavra de
Deus, a doação de esmolas, a resistência à
tentação, a fuga do mal. E o desempenho destes
é tão interligado com a oração, que a oração sem
eles é tão inútil, para todos os fins de
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crescimento na graça, como estes são sem a
oração. Podemos, por exemplo, suplicar a Deus
que nos livre do mal, e nos dê um aumento de
santidade; contudo, se entretemos
pensamentos maus em nossas mentes e não
fazemos nenhum esforço para crescer em
graça; não podemos receber uma resposta de
paz. No mundo moral, como no mundo físico,
Deus estabeleceu uma conexão entre meios e
fins; e esses fins só se tornam nossos, através
dos meios estabelecidos que levam a esses fins.
Os meios que Deus ordenou para o nosso avanço
na santidade são claramente declarados para
nós na Bíblia; e quando pedimos uma piedade
mais profunda, um amor maior, um aumento da
fé, e alegria, paz e santidade; a resposta virá até
nós através dos canais designados de vigilância,
meditação, autoexame, e do desempenho
diligente de cada um.
A oração não gera para nós uma infusão direta
em nossos corações da graça desejada; e se,
depois de orar pelo avanço na graça, no
conhecimento e na fé, prosseguirmos para
seguir os nossos próprios caminhos, e nos
entregarmos à negligência, à presunção e ao
mundanismo da mente; não observando nem
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examinando nossos corações; nem lendo nem
meditando na Palavra de Deus; nem se
esforçando nem fugindo das tentações; as
nossas orações, por boas que sejam em si
mesmas, ou por mais sinceras que sejam, ou
apresentadas corretamente em nome de Jesus;
não só serão frustradas; mas não podem ser
respondidas na natureza das coisas, porque
esperamos que Deus ponha de lado todos os
meios designados através dos quais ele
responde à oração.
Nenhum fervor ou frequência de oração pode
nos dispensar de cumprir todos os deveres
impostos a nós como cristãos; a negligência
destes criará a negligência da oração; assim
como certamente a negligência da oração
gerará a remissão no desempenho do dever
cristão.
Sempre que oramos por bênçãos a respeito das
quais Deus estabeleceu uma certa
instrumentalidade, não basta que oremos; mas
devemos usar a instrumentalidade também; ou
a oração retornará vazia. Suponha que todos os
cristãos no mundo se unissem em levantar seus
corações a Deus para a conversão do mundo, e
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ainda não fazem um esforço para sua
restauração a Deus; seria isso orar
corretamente? E haveria muito motivo para
acreditar que essas orações seriam
respondidas?
Essa tendência, na mente de muitos, de
divorciar a oração de todos os instrumentos que
Deus ligou à sua resposta, é uma fonte fecunda
do mal, e uma causa por que tantas orações são
proferidas em vão.
Para ilustrar isso: suponha que você esteja
ameaçado de naufrágio; a tempestade está
enfurecida; as ondas quebram sobre o navio; o
navio é precipitado sobre as rochas, e é
quebrado; toda esperança de fuga parece ter ido,
e no extremo da sua angústia você clama a Deus
para salvá-lo desta morte iminente! Mas, como
você espera que ele vai salvá-lo? Por um
milagre? Pela interferência direta de sua
onipotência? Por levar você através do ar, e
aterrando você com segurança na costa? Ou,
você não prefere uma resposta à sua oração por
meio da agência humana, e pela
instrumentalidade física e natural? Por um
barco salva-vidas; até que seja levado para a
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praia. E suponha que, tendo orado a Deus por
apoio, você ainda se recuse a usar a
instrumentalidade que, em resposta à sua
oração, ele tem fornecido para a sua segurança.
Você se recusa a entrar no bote salva-vidas, ou
se opõe a ser puxado para longe por uma corda,
ou não se comprometerá com algum meio
proporcionado para sua fuga; você pode ser
salvo?
Deus respondeu à sua oração; não só dando-lhe,
instantaneamente, o fim desejado; mas dando-
lhe meios adequados para garantir esse fim; e se
você recusou os meios; então você não poderia
esperar o fim. Assim também se dá com bênçãos
espirituais. Deus nos responde através da
instrumentalidade dos deveres; e encontramos
o fim que desejamos, quando usamos os meios
que ele ordenou.
Outra razão pela qual nossas orações não são
respondidas é, porque não perseveramos em
oração. Aprendemos a necessidade de
perseverança na oração, a partir das várias
exortações a ela que encontramos na Palavra de
Deus; mas especialmente em duas parábolas
relacionadas pelo nosso Salvador: "O Amigo
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Importuno", registrada no capítulo 11 de Lucas, e
"O Juiz Injusto", no décimo sétimo capítulo do
mesmo Evangelho; e cada uma delas ilustra
pontos importantes relacionados com este
assunto.
A parábola do "Amigo Importuno" foi falada
imediatamente depois de ensinar a seus
discípulos o que agora é chamado de "Oração do
Senhor"; no final da qual ele disse: "E eu digo a
você, peça; e lhe será dado, procure; e você
encontrará, bata; e será aberto para você."
As três repetições do comando são mais do que
meras repetições; já que buscar é mais do que
pedir; bater, mais do que procurar; e assim,
nesta escala ascendente de seriedade, ilustrada
como é pelo efeito que, na parábola, é atribuído
à importunidade humana, uma exortação não é
dada apenas à oração; mas a uma urgência
crescente na oração; até o suplicante alcançar a
bênção que ele deseja, e que Deus está apenas
esperando o momento oportuno para lhe dar.
Pela parábola do "Juiz Injusto", Cristo projetou
que os homens raciocinassem assim: se um juiz
humano, um juiz injusto, um juiz reprovado, não
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temendo a Deus nem o homem, aliviará a causa
de uma viúva, simplesmente porque ela o cansa
Com sua importunidade; então Deus, que
conhece nossas necessidades; um Deus justo,
que nos ordenou orar; responde às mesmas
petições que ele ordenou? E embora ele demore
a responder por algum tempo, não é para que
ele possa tornar a resposta mais graciosa; mais
liberal; mais estimada?
Se nós desmaiarmos em oração, ou
oferecermos a Deus nossas petições de maneira
agitada, sem perseverança, nem
importunidade; podemos esperar que ele
responda? Não mostra que nós realmente não
desejamos a bênção anelada? Porque se nós a
desejássemos como o amigo importuno fez
pelos pães, ou a viúva para a reparação do juiz
injusto; não cederíamos tão cedo à oração; mas
redobraríamos a nossa seriedade e
perseverança, sabendo que "o reino dos céus
sofre violência, e que os violentos o tomam pela
força."
Outra maneira pela qual pedimos e não
recebemos, porque pedimos mal, é pedindo
coisas que não estão de acordo com os
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propósitos de disciplina ou misericórdia de
Deus. Não devemos esquecer a grande verdade,
que Deus usa este mundo como uma escola de
disciplina, para nos encaixar num estado mais
santo; e todos os seus propósitos para nós devem
ser interpretados por esta visão da nossa pupila
terrena. Neste estado de disciplina, provações,
aflições, decepções, etc; são os instrumentos
necessários para que nossas almas sejam
purgadas e ajustadas para o Céu. No entanto,
muitas vezes oramos para que Deus nos alivie
dessa provação; que ele nos isente dessa aflição
ameaçadora; que ele tire de nós essa nuvem de
tristeza. Mas, em sua infinita sabedoria, ele sabe
que conceder esses pedidos seria mais
produtivo do mal do que do que do bem; pois é
"no forno da aflição" que Deus muitas vezes
escolhe seus santos; e "através de muita
tribulação que eles entram no reino do Céu".
Paulo "suplicou ao Senhor três vezes" que ele
tirasse dele "o espinho na carne, o mensageiro
de Satanás para o esbofetear"; mas Deus apenas
respondeu: "A minha graça te basta."
Ou, mais uma vez, olhando para o mundo com o
olho do sentido, e não com a fé; pedimos a Deus
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que nos dê bênçãos temporais, como
parecendo, à nossa visão míope, consistentes
com nosso bem-estar e sua glória. Mas, ele
conhece nossa necessidade melhor do que nós,
e ele vê que se ele fosse conceder o nosso
pedido, seria o meio de enviar magreza em
nossas almas. Ele sabe que a existência de nossa
piedade depende de não responder aos nossos
pedidos, e que o bem-estar de nossas almas
requer, talvez, coisas exatamente o oposto
daquelas pelas quais oramos.
Se Deus realmente nos ama, ele nos responderá;
não tanto de acordo com nossos pedidos, mas de
acordo com seus propósitos de misericórdia. E
para realizar isto, necessitará, às vezes, fazer as
coisas que nós mais sinceramente desejamos
que ele não faça; porque os seus caminhos não
são os nossos caminhos, nem os seus
pensamentos são os nossos pensamentos.
Se pedimos que sejamos humildes, Deus não
nos dá diretamente a graça da humildade; mas
abre, talvez, para nossos corações uma visão da
profunda depravação e vileza de nossas almas.
Se buscarmos um acesso e uma comunhão mais
próximos com Deus; ele tira de nós algum ídolo
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terreno, para que os afetos possam ser
transferidos para ele.
Se desejamos uma visão ampliada do caráter de
Deus; ele não imediatamente, mas por algum
trabalho súbito, amplia os limites de nossa
mente, ou dá um novo poder ao nosso intelecto;
mas ele nos ensina o que desejamos aprender
com suas providências, temerosas e
alarmantes, talvez, em suas manifestações
ilustrativas de sua glória e atributos.
Se desejamos o desmame do mundo; ele ataca,
talvez, os confortos terrenos em que confiamos,
e em que colocamos nossa esperança.
Se pedimos crescimento na graça; ele responde,
talvez, fazendo-nos passar pelas fornalhas da
opressão, ou da aflição.
E quando oramos, Senhor, aumenta nossa fé;
quantas vezes a resposta vem sob a forma de
alguma provação, ou luto, ou vicissitude, que,
mostrando-nos a vaidade da terra, nos faz olhar
com confiança crescente para Deus, e para
colocar uma confiança mais duradoura nas
promessas que são melhores e mais elevadas.
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Assim, é que, embora nossas orações sejam
respondidas; elas nem sempre são respondidas
da maneira que esperamos ou desejamos. É
nosso dever orar; e devemos deixar com Deus a
decisão de nos responder quando e como ele
quiser. Nenhuma oração oferecida a ele na fé, e
de acordo com sua vontade, está perdida; todas
elas são entesouradas diante do Cordeiro, nos
"frasquinhos de ouro" mencionados no
Apocalipse; o seu incenso ainda subirá em
preciosas fragrâncias diante do trono; o seu
clamor ainda será respondido; e todos os que
ofereceram petições ao Intercessor, levantarão
ainda os seus corações agradecidos, e dirão com
Davi: "Bendito seja o Senhor, porque ele ouviu a
voz das minhas súplicas. O meu coração confiou
nele e eu sou ajudado, por isso o meu coração se
alegra muito, e com o meu cântico vou louvá-lo!"