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Programação geral
Dia 15 de Outubro Abertura Oficial do Festival – 19h Apresentação da Programação Oficial e do Júri Homenagem a Cineasta Kátia Mesel Renato Athias, Paulo Cunha, Silvana Meireles Local: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco Rua Henrique Dias 609 - Derby
Dia 16 de Outubro Mostra: Comunidades Tradicionais e Identidades Coordenação Luís Lacerda Cavalcanti Hora: 9h às 12h Local: Auditório 3° andar CFCH/Campus de Recife UFPE Curso Introdução a Antropologia Visual Hora: 9h às 12h Coordenação: Emiliano Dantas Local: 13° andar Antropologia -CFCH/Campus de Recife UFPE Oficina Sobre Captação Imagens para Documentários Hora: 9h às 12h Coordenação: Phillipi Bandeira. Local: 13° andar Antropologia CFCH/Campus de Recife UFPE Mostra: Narrativas, Vida e Cotidiano Coordenação: Bernardo Fortes Hora: 14h às 17h Local: Auditório 3° andar CFCH/Campus de Recife UFPE Homenagem ao filme 'Corumbiara' de Vicent Carelli - 17h Com a presença do realizador Local Cinema da Fundação (FUNDAJ –Derby)
Mostra Competitiva: Cinema da fundação – 19h Local: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco Rua Henrique Dias 609 - Derby
Dia 17 de Outubro Mostra "Imagens e sons na cidade" Coordenação: Raquel do Monte Hora: 9h às 12h Local: Auditório 3° andar CFCH/Campus de Recife UFPE Oficina Sobre o Cinema de Jean Rouch Coordenação Glauco Machado Hora: 9h às 12h Local: 13° andar Antropologia CFCH/Campus de Recife UFPE Oficina Sobre Documentário Criativo Coordenação: Oscar Malta Hora: 9h às 12h Local: 13° andar Antropologia CFCH/Campus de Recife UFPE Mostra: Ritual, religião e Praticas Tradicional Coordenação: Hora: 14h às 17h Local: Auditório 3° andar CFCH/Campus de Recife UFPE Mostra: Outros Olhares Hora: 14h às 17h Local: Auditório 3o. Andar CFCH/Campus de Recife UFPE Com a participação de filmes do FiFEQ, ControSguadi e do Centro de Antropologia Visual do GUL-Londres Lançamento do filme 'Paralelo 10' – 17h Com a Presença do realizador Silvio Da-Rin, Vincent Carelli, Eduardo Homem Local: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco
Rua Henrique Dias 609 - Derby Mostra Competitiva Cinema da fundação Local: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco Rua Henrique Dias 609 – Derby
Dia 18 de Outubro Fórum de Debates sobre o filme Etnográfico de Pernambuco Hora: 9h a 12h Local: Auditório do 3° andar CFCH/CAMPUS DE RECIFE UFPE – UFPE Mostra competitiva – 14h – 21h Cinema da fundação Local: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco Rua Henrique Dias 609 – Derby Encerramento e entrega dos prêmios – 21h Local: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco Rua Henrique Dias 609 – Derby
Homenagem a
Katia Mesel
A comissão organizadora IV Festival do filme Etnográfico de Recife, decidiu homenagear Katia Mesel. Kátia Mesel (Recife PE 1948) estudou arquitetura e artes gráficas na Universidade Federal de Pernambuco. Em 1966 abriu a Planus Programação Visual, uma das empresas pioneiras na área de design daquele estado.Começou a filmar em super-8 ainda estudando arquitetura. Realizou cerca de vinte documentários durante as décadas de 70 e 80, a maioria registrando aspectos da cultura popular pernambucana, tema recorrente na sua obra. Em 1974 faz o figurino de A Noite do Espantalho, filme de Sergio Ricardo. Inspirado no filme, produz O Dia do Espantalho, em super-8. Em 1978 produz Bangue seu primeiro super-8 sonoro. O filme trata de uma penitenciária agrícola da Ilha de Itamaracá e estabelece relações entre a escravidão do século XIX e a "escravidão" atual.Em 1980
abriu a produtora Arrecife Produções Cinematográficas, para se dedicar ao cinema e vídeo profissionais e à produção de comerciais.Em 1990 tem sua primeira experiência no suporte vídeo produzindo uma série de documentários sobre cultura popular para a campanha do candidato Joaquim Francisco ao governo de Pernambucano. Entre 1991 e 1993 produziu, também em vídeo, a série televisiva Pernambucanos da gema, programa semanal com 30 minutos de duração exibido pela TV Pernambuco. Somando essas duas experiências com outros documentários pontuais, Kátia Mesel dirigiu, de 1990 a 1999, mais de 200 vídeos sobre a cultura de Pernambuco. Seu curta-metragem Recife de dentro pra fora, 1997, é baseado em poemas de João Cabral de Melo Neto e conta com 26 prêmios em festivais nacionais e internacionais, entre eles, o prêmio de melhor fotografia no Festival de Gramado e o de melhor documentário no Festival Internacional de Curta Metragem de Bilbao - Espanha.Em 2000, Kátia Mesel foi assistente de direção de Nelson Pereira dos Santos em Casa Grande e Senzala, série de 4 vídeos sobre a obra de Gilberto Freire, tema que ela já tinha abordado em Oh de Casa (1985), seu primeiro filme em 35mm. No momento, Kátia está em fase de lançamento de seu primeiro longa-metragem, O rochedo e a estrela, ficção que trata do início da colonização em Pernambuco, sob a ótica dos cristãos novos que chegaram ao estado fugindo da Inquisição.
Obras de Katia Mesel: 1968 à 1978 – realizou 20 Documentários em Super 8
1984. “BAJADO - UM ARTISTA DE OLINDA” Documentário em 35mm - 12 min Produção e Roteiro.
1985. “OH DE CASA” Documentário em 35mm - 10 min Roteiro, Produção e Direção
1986. “OLINDA SÓ RISO” Ficção em 16mm - 18 min Roteiro , Produção e Direção “A TRAJETORIA DE ALOISIO MAGALHÃES” Longa Metragem em 35mm Direção - Otavio Bezerra Produção Local “SULANCA” Documentário em 35mm – versões de 40 min e 13 min Roteiro , Produção e Direção
1987. “SÃO JOÃO EM SANTA CRUZ” Documentário em 35mm - 8 min Roteiro , Produção e Direção “MERCADORES DE SÃO JOSÉ” Documentário em 35mm 10 min Roteiro e Produção 1991 a 1993 - realizou 200 documentários em vídeo para o programa PERNAMBUCANOS DA GEMA na TV Pernambuco.
1997. “RECIFE DE DENTRO PRA FORA” Documentário 35mm -15 min Roteiro , Produção e Direção 1998 - “ E UM LAGOSTIN PRA BELISCAR” Ficção em 35mm - 6min Roteiro e Direção 1999 – “DAR REALIDADE AO SONHO” Documentário em 16mm - 8 min Roteiro , Produção e Direção 2000 – “TÔ LIGADA” Documentário em vídeo Digital - 6 min
Roteiro , Produção e Direção 2002 – “CHAUDRON” Documentário em vídeo Digital - 12 min produzido no INA/ França Roteiro , Produção e Direção 2003 - “MENDY” Longa Metragem em 35mm - produção americana Direção – Adam Vardy Produção Local 2004 - “YEMANJÁ OGUM TÉ” Documentário em vídeo Digital - 7 min Roteiro, Produção e Direção 2005 - “FORA DO EIXO” Documentário em vídeo Digital - 15 min Roteiro, Produção e Direção 2006 – “BERNARD LAVILLIER E O CARNAVAL DE PERNAMBUCO” Doc. em vídeo - 50 min – para a TV Francesa F4 Produção Local 2007 - “CENÁRIO DO CARNAVAL- OLINDA” Documentário vídeo Digital - 13 min Roteiro, Produção e Direção “OLINDA – 1ª CAPITAL BRASILEIRA DA CULTURA” Documentário vídeo Digital – 5’ Roteiro, Produção e Direção - “SEGURANÇA E MOBILIDADE” vídeo institucional para SERTTEL 10’ 2008 - Roteiro, Produção e Direção: - A BODEGA DO VÉIO - CAVALO MARINHO NA LUMIARA ZUMBI – Mestre Salu - XILOGRAVURAS - J Borges - VISÕES DE UM PARAÍSO TRANSFIGURADO - Jairo Arcoverde - FAROIS – Lula Cortes - GARRAFADA – Mercado de São José - SETE LUAS DE SANGUE – Tereza Costa Rego - TRANSFORMAÇÕES - Tiago Amorim - JOIAS - Edmilson Menezes - NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS – Marcio - AZULEJOS – Raul Lody - AÇÚCAR – Gilberto Freyre Neto - A MÍSTICA DO MERCADO - DESENHOS – Cavani Rosas - ROCK SANTEIRO - LUZ DIVINA - PALAVRA HUMIDA – Cia dos Homens - SUDARIANAS – Josael Oliveira - GENINHA - ALAIANDÈ XIRÊ - FESTA DA OXUM - OS CABOCLOS GIGANTES - Cavani Rosas - LUCIANO PINHEIRO - OFICINA DO SABOR – Cesar Santos - O GRANDE COLECIONADOR – Liedo Maranhão - GALINHA DE CABIDELA - A MANDIOCA - ISAAR - FABRICA DE ALEGORIAS -TAPIOQUEIRAS DO ALTO DA SÉ
-TEATRO - Murilo Freire - SÃO JOÃO - FORTE ORANGE - Hannedea 2009 – PARA VER OLINDA Vídeo Digital - 6 min - PARA VIVER OLINDA Vídeo Digital – 6:30 min - PARA CRESCER EM OLINDA Vídeo Digital - 7 min 2010 – Volta com o programa PERNAMBUCANOS DA GEMA na TV PE Tem seus documentários exibidos na TV por internet: BLINKX BRASIL Curadoria da Mostra CINE FLIPORTO e do ECO CINE NORONHA Oficina de produção no Ponto de Cultura Mãe Amara 2011 – Finaliza o longa metragem O ROCHEDO E A ESTRELA em 35mm - ROSANA Vídeo Digital – 2’45’’ Além de ministrar Oficinas de produção, participar do Júri de curta metragem no Festival de Triunfo/PE e fazer a curadoria de varias Mostras. 2012 –CASA COMIGO? Vídeo digital filmado na França - 6´ - A GIRA Vídeo arte – premio de realização de Expressões Culturais Afro-Brasileiras - 16´ CURADORIA REALIZADA POR KATIA MESEL 2008- 3ª IMAGEM DOS POVOS – Mostra Internacional em Ouro Preto MG 2009-1º ECOCINE NORONHA – Festival de Filmes Ambientais em Fernando de Noronha 2010- 2º ECOCINE NORONHA - Festival de Filmes Ambientais em Fernando de Noronha 2010- 9º CINEFLIPORTO - Mostra de filmes com temática de literatura – Olinda PE
Homenagem ao filme
“Corumbiara” de Vicent Carelli. Filme de 117 minutos, de 2009, de Vincent Carelli. Em 1985, o indigenista Marcelo Santos, denuncia um massacre de índios na Gleba Corumbiara (RO), e Vincent Carelli filma o que resta das evidências. Bárbaro demais, o caso passa por fantasia, e cai no esquecimento. Marcelo e sua equipe levam anos para encontrar os sobreviventes. Duas décadas depois, “Corumbiara” revela essa busca e a versão dos índios... PRÊMIOS - Menção Honrosa no É tudo verdade – 14º Festival Internacional de Documentário (São Paulo, 29, 29 e 31 de março – Rio, 30, 31de março e 01 de abril – BSB – 22 e 23 de abril) - Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popuar no IV Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo (07/07 - MUSEU DA IMAGEM E DO SOM; 09/07 - TEATRO CACILDA BECKER (S. Bernardo do Campo); 11/07 - CINEMATECA BRASILEIRA) - Mostra Audiovisual Primeiros Povos (Caixa Cultural Rio de Janeiro – 2 exibições: 03 e 04 de julho) - Prêmio de Melhor Documentário no 19º Festival Présence autochtone - Muestra de cine y video indígena de Montréal (11 a 21 de junho de 2009 - Montreal/Canadá) - Grande Prêmio Cora Coralina no XI FICA - Festiva Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (16 a 21 de junho de 2009) - 5º Festival Internacional de Cine de los Derechos Humanos (5 de Maio no Museo de Etnografia y Folklore - Sucre-Bolívia) - Prêmio de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Montagem, Melhor Filme do Júri popular, Melhor Filme do Júri de Estudantes de Cinema no 37º Festival de Cinema de Gramado (09 a 15 de agosto de 2009) - Vídeo Índio Brasil (10 a 16 de agosto de 2009 – Campo Grande, Dourados, Bonito, Corumbá, Caarapó, Sidrolãndia, Coxim) - FilmFest São Carlos (10 de setembro de 2009 – São Carlos - SP) - 6ª Seleção Boubon em Porto Alegre (Unibanco Artplex – 5, 6 e 7 de setembro); - 4° Festival de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul (23 capitais brasileiras). - Prêmio Manuel Diegues Jr. pela importância do tema, Prêmio Aquisição de longa-metragem - da TV Brasil e o Prêmio OCIC (Office Catholique International du Cinéma), na 14ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico. - PREMIO ANACONDA 2009, categoría DOCUMENTAL
Lançamento do filme
“Paralelo 10” de Silvio Da-Rin.
Mais de um ano e meio afastado do Acre, o sertanista José Carlos Meirelles retorna, em companhia do antropólogo Terri de Aquino, à região do Paralelo 10 Sul, linha de fronteira com o Peru. O filme viaja com eles durante três semanas, subindo o Rio Envira, enfrentando vários tipos de obstáculo e se aproximando cada vez mais das malocas de índios isolados. Nessa jornada, Meirelles rememora experiências, expõe contradições de seu ofício e discute com índios Madijá e Ashaninka a melhor forma de se relacionar com os índios “brabos”, sem tentar amansá-los nem exterminá-los.
Filmes e
sinopses
15 de Outubro
Mostra Competitiva Cinema da Fundação
Yãmîy- 15’/direção: Isael Maxakali /Brasil/2012
Os yãmîys são os “espíritos” do panteão maxakali. Eles são
vários; virtualmente infinitos. E todos se conectam por uma
metamorfose que os faz passar de um a outro. Série, o
yãmîy é um devir mutante. A sua sequência é uma das
formas de que os tikmû’ûn (Maxakali) se servem para contar
suas histórias. Neste filme Isael Maxakali nos apresenta
alguns dos yãmîys, como a onça, o quati, o javali, etc. Está-se
diante de uma espécie de inventário que comporta micro-
narrativas.
MANJOADA - 14’/direção: Márcio Costa /Brasil/2011
MANJOADA, documentário em curta metragem realizado por
universitários da mindinho filmes em parceria com o curso de
Cinema e Animação da Universidade Federal de Pelotas,
acompanha o dia-a-dia dos pescadores da Colônia Z3 - localizada
as margens da Lagoa dos Patos, em Pelotas/RS - afetados pela
escassez do pescado, devido a alterações climáticas!
MULAQAT - 70’/direção: José Inacio Parente /Brasil -India/2010
MULQAT mostra o trabalho de um grupo de pintores populares da casta dos Contadores de História
(Chitrakars) na região da Bengala Oriental, na Índia,
representando com pinturas em rolos, versos e canto a
história dos portugueses no período das grandes navegações
nos séculos XV e XVI. Foi baseado na tese de doutorado de
Cláudio Costa Pinheiro no Museu Nacional. Mostra como os
portugueses foram autores dos primeiros dicionários, dos mais
antigos registros etnográficos em pinturas, foram
comerciantes de escravos e difundiram e trocaram sementes e
plantas por todos as regiões do mundo. O filme mostra quatro famílias de pintores e plantadores de
arroz compondo e cantando as músicas e os versos enquanto mostram as pinturas por eles
realizadas. O filme é falado em idiomas locais, bengalês, sânscrito e árabe, mas vem com legendas em
português, inglês, francês, espanhol e árabe.
APÃ - 23’/direção: Pedro Merege / Valêncio Xavier /Brasil/2010
O filme convida o telespectador a pensar sobre as condições sociais,
econômicas e culturais das excluídas comunidades quilombolas. A
comunidade quilombola aqui retratada é conhecida como Apã ou
Apon, localizada nas proximidades de Castro interior do estado do
Paraná.
Em 1980 Valêncio e Merege visitaram a região captando imagens em 16 mm e após 30 anos em 2008,
Merege convida os documentaristas Estevan Silvera e Adalgisa Lacerda a retornarem com as mesmas
questões, agora captando em digital. Um belo trabalho de resgate histórico de uma reserva de
Quilombola.
16 de Outubro
Mostra Paralela: “Comunidades Tradicionais E Identidades” Hora: 9h às 12h
Local: Auditório 3° andar CFCH/Campus de Recife UFPE
Hoje é nosso dia! No claro de maio - Congada de Ilhabela na Festa de São Benedito - 20’/direção:
Roberto Munholi /Brasil/2011
No município de Ilhabela, cidade turística do litoral norte paulista, a
homenagem a São Benedito, reconhecido santo protetor dos negros, é
realizada no mês de maio, e a Vila, centro antigo da Ilha, é cenário
desta expressão de religiosidade popular que, há mais de duzentos
anos, integra o acervo cultural caiçara. O ritual revela valores, símbolos,
lembranças e experiências de vida, que unem o patrimônio a memória
afetiva, fomentando o sentimento de pertença e de responsabilidade,
assim como o direito de ter sua história, seu lugar e seus bens culturais
reconhecidos e respeitados. O presente documentário se apresenta
como um olhar dentre tantos possíveis sobre este patrimônio intangível
da cultura caiçara ilhabelense.
Abdias Nascimento - 95’/direção: Aída Marques /Brasil/2011
Aos 97 anos, Abdias Nascimento morreu como um dos maiores nomes da causa e da cultura negra no
Brasil. Sua trajetória fez dele um fundador, um revolucionário, um monumento à luta política e,
sobretudo, um artista de múltiplas sensibilidades. Abdias Nascimento, o novo documentário de Aída
Marques, procura resgatar este personagem central da cultura do nosso país – reconhecido e
reverenciado aqui e no mundo – nas suas mais diversas faces e atividades. Para isso, o longa-
metragem absorve a força de vários formatos. Depoimentos e entrevistas (de nomes como Ruth de
Souza, Léa Garcia e outros companheiros de política e teatro) somam-se a momentos da mais pura
encenação – trabalhando também o jogo de cena e a linguagem da dramaturgia como portas para
falar da realidade. Abdias Nascimento, cruzando memórias, sonhos e sentimentos, constrói um perfil
complexo, real e para sempre vivo de um brasileiro inesquecível.
Quilombolas das Lauráceas: Difusão do Patrimônio Cultural do Vale do Ribeira Paranaense -
22’/direção: Flavio Rogerio Rocha/Brasil/2011
Casas de barro e chão de terra batida, com a estrutura feita em
madeira roliça no estilo pau-a-pique, cobertas por sapê e amarradas
com cipó. Pilões, monjolos, escascadores e peneiras, instrumentos
que auxiliam o dia-a-dia. Canoas de um tronco só que fazem as
pequenas travessias nos rios que cortam o sertão. Retrato de um
local que abriga muita história e ainda exibe um modo de vida
peculiar, que consegue utilizar os recursos ao seu redor para obter o
necessário.
As comunidades quilombolas do Vale do Ribeira paranaense
conservam esse e outros processos culturais utilizando-se da
natureza disposta em seu território. A relação com a floresta em
meio a vales montanhosos e de difícil acesso, acontece desde a origem desses grupos, não à toa a
região foi escolhida como refugio para negros que escapavam da escravidão. Com a ocupação não
planejada do território e as restrições ambientais, o uso dos recursos naturais para a prática do saber
fazer quilombola está sendo comprometido.
O extrativismo praticado por comunidades tradicionais é realizado de forma respeitosa, pois bem
sabem que dependem desse manejo equilibrado para garantirem o futuro. Acumulam muito
conhecimento das matas que merece ser mantido e enaltecido, para a sustentabilidade cultural do
território.
O Parque Estadual das Lauráceas é o ponto de partida para uma amostra do diverso conhecimento
popular contido no entorno desta porção de Mata Atlântica, onde residem os protagonistas do saber
fazer tradicional retratados no documentário. “Parte da história do nosso povo só poderá ser
resgatada quando a sociedade respeitar os nossos ancestrais”, diz Nilton Morato, morador de uma
das comunidades. Esta afirmação reforça os propósitos deste documentário, que é o de difundir a
importância das raízes dos remanescentes culturais do Vale do Ribeira mostrando quem são e como é
ser Quilombolas das Lauráceas.
SOB A ESTRELA DE SALOMÃO - A Sociedade 13 de Maio como lugar de construção de memória e
identidades negras em Curitiba - 73’/direção Geslline Giovana Braga e Otavio Zucon /Brasil/2012
A Sociedade Operária Treze de Maio, foi fundada em 06 de junho de 1888, é o segundo Clube Social
Negro mais antigo do Brasil. No centro de Curitiba, cidade que se vê como branca, seus antigos sócios
e novos frequentadores acionam a memória e identidades a partir de suas relações com o a
ancestralidade negra do espaço, com a cultura popular, as esquerdas, o samba e o Maracatu. O filme
inicia-se fora da sociedade, focando a identidade negra em Curitiba, a medida que as pessoas traçam
suas trajetórias relacionadas a Sociedade, ela evidencia-se como Patrimônio Imaterial da cidade e a
história é relatada na fluidez das memórias. A Festa do Treze de Maio, realizada há 124 anos,
demonstra tradição e o conflito. Ao final revelam-se os significados da Estrela de Salomão, presente
no salão e no nome do filme.
Mostra Paralela: “Narrativas, vida e Cotidiano” Hora: 14h às 17h
Local: Auditório 3° andar CFCH/Campus de Recife UFPE
Tudo OK. Os Índios Pataxó Hã-Hã-Hãe e o desenvolvimento rural.- 25’/direção: Fábio Titiá Baenã
Hã-Hã-Hãe e Peter Anton Zoettl /Brasil/2012
A “Reserva Indígena Caramuru-Paraguaçu” foi estabelecida nos anos
trinta do século passado pelo SPI (Serviço de Proteção aos Índios),
numa área reservada por lei para os índios da região pelo Estados da
Bahia já em 1926. Porém, com a expansão da frente cacaueira e
agropecuária, o território da Reserva pouco a pouco foi invadido por
fazendeiros, confinando os índios a um espaço cada vez menor para a
sua sobrevivência. Quando no inicio dos anos 80 a comunidade
indígena Pataxó Hã-Hã-Hãe, com a ajuda da FUNAI e da Polícia
Federal, começou a reconquistar as suas terras, todo mundo dizia que a volta dos índios resultaria na
falência da economia da região. Fomos a Pau Brasil, cidade vizinha da Reserva, para falar com os
comerciantes e empresários locais. Será que é verdade que os índios Pataxó Hã-Hã-Hãe são um
empecilho ao desenvolvimento?
VIDA E BAIRRO: Vila União - 12’/direção: Josiany Oliveira Mota /Brasil/2011
Pretende-se mostrar a partir da perspectiva dos seus moradores, a história da criação do bairro Vila
União e o cotidiano. A construção de nossas trajetórias de vida são sempre esboçadas em um “plano
de fundo”, ou seja, um espaço que funciona como cenário onde desenvolvemos os atos que
contracenamos ao longo das nossas vivências cotidianas. O bairro se apresenta como um desses
cenários. É nele que boa parte das nossas histórias são escritas. A conversa com os vizinhos na
calçada, as brigas por causa do som alto da casa ao lado, as fofocas nas “bodegas”, o levantar cedo
para ir ao trabalho são ingredientes que refletem o cotidiano do espaço em que se habita. Assim um
bairro tem muitas histórias para contar, e as pessoas que fazem parte deste contam em suas histórias
particulares também a história de seu lugar, do seu bairro, desse espaço que é moldado pelos
moradores no seu dia a dia. As histórias de vida dos moradores estão intrinsecamente ligadas à do
bairro, que possui uma temporalidade bastante peculiar. A Vila União é uma área de ocupação e
ainda é um bairro jovem, não tendo nem mesmo reconhecimento oficial da Prefeitura. É esta a
atmosfera que irá ilustrar o filme.
A vida entre tecidos, fios e nós. - 23’/direção: Telma Bessa /Brasil/2011
O documentário “A Vida entre Tecidos, Fios e Nós”, que retrata memórias e histórias de ex-
trabalhadores da Fábrica de Tecidos Sobral. O filme retrata o cotidiano destes que fizeram suas vidas
em torno da Fábrica, por meio de narrativas que expressam momentos de alegrias, decepções,
revoltas, anseios, utopias. Busca articular momentos do cotidiano e condições de trabalho, salários,
família, bem como a realização de festas no clube ‘Cassino’, os encontros/namoros/casamentos,1º de
maio. Contém comentários de estudiosos sobre a importância da Fábrica de Tecidos que muda a face
e a maneira de viver da cidade.
Beiramar - 23’/direção: Guilherme Cury e Lucas Simões /Brasil/2012
o rei do açaí
de Dois Irmãos
conhecedor da mata
das trilhas, de tudo... de fruta.
BNH 001 - 13’/direção: Aline Assis /Brasil/2011
A transformação do espaço comunitário do conjunto residencial
BNH de Santos em um shopping center e seus efeitos na
comunidade
Casamento No Queima - 8’/direção: May Waddington /Brasil/2012
Através de um relato espontâneo no linguajar vivo e colorido dos
camponeses nordestinos, um velho casal rememora o seu namoro de
quatro anos por cartas, até o desfecho final do casório súbito.
Enquanto o caso é contado, vemos o patrimônio acumulado durante
as cinco décadas da relação.
Dique - 18’/direção: Adalberto Oliveira /Brasil/2012
Onde antes era um cenário paradisíaco, surge uma nova paisagem
sonora proporcionada pela urbanização desordenada e caótica
numa cidade dormitório.
Epifânio - 22’/direção: Glaucia Barbosa /Brasil/2012
O amor é um cabra tão malvado. A gente espera que o amor
seja bom até o fim.
Estradeiros - 79’/direção: Sergio Oliveira / Renata Pinheiro /Brasil-Argentina/2011
Terra à vista.
Guerra no Brasil - 15’/direção: Ionaldo Araújo /Brasil/2012
Memória da ditadura militar brasileira relatada por mulheres que não são destaque na mídia em geral
JUS - 18’/direção: Marcelo dídimo / Brasil /2012
jus é um filme sobre um dos naimais mais simbolicos do
nordeste brasileiro, o jumento
Na Trilha Do Caboclo - 30’/direção: Luiz Bargmann Netto /Brasil/2011
Na Trilha Do Caboclo é a busca da identidade de uma voz anônima no
sertão de Pernambuco. No percurso, encontros e desencontros vão
marcando o caminho; os acontecimentos e as pessoas colaboram
ativamente e assumem um importante papel que redefine os limites
da própria voz que iniciou essa busca.
Night Café - 9’/direção: Lígia Dabul /Brasil/2011
Uma reprodução da tela em que Van Gogh retrata o bar Night Café, é apresentada para
frequentadores do A Caverna do Bin Laden, bar de Niterói (Rio de Janeiro, Brasil). Junto com ela, são
apresentados também a eles comentários muito negativos que o pintor fez em cartas dirigidas a seu
irmão, Theo, a respeito do Night Café, onde costumava ir, “uma espelunca”, e da própria tela que o
retrata, cosiderada por Van Gogh uma das mais feias que fez. Os frequentadores do bar onde o filme
foi feito percebem e comentam uma série de semelhanças entre o Night Café pintado por Van Gogh e
aquele bar onde cos tumam estar, ponderam sobre as avaliações do pintor sobre o Night Café e sobre
a tela que pintou. O filme estende o registro para outros aspectos do bar e da vida de seus
frequentadores
Pirapora - 4’/direção: Charles Bicalho /Brasil/2012 Em Pirapora, Minas Gerais, o rio São Francisco é um caudaloso cenário para idas e vindas: das águas, das vidas...
Praça - 72’/direção: Fabricio Amaral /Brasil/2012
Praça é um documentário que registra uma praça como um grande
palco, onde as transformações da vida convivem com a
indiferença, a cidadania, a educação, a beleza, a espontaneidade, a
reinvidicação inerente do ser humano em ser tratado como um
organismo complexo.
Mostra Paralela: “Comunidades Tradicionais e Identidades” Hora: 14h às 17h
Local: Auditório 3° andar CFCH/Campus de Recife UFPE
Sobral no plural - 51’/direção: Nilson Almino e Paulo Passos /Brasil/2010
O documentário “Sobral no Plural” mostra como trajetórias e visões
diferentes sobre a cidade de Sobral, no interior do Ceará, se misturam e,
ao mesmo tempo, se distanciam. A ideia foi articular elementos que
parecem inarticuláveis. Parte-se do pressuposto que Sobral é muito mais
do que uma estampa que pretende representar algo estável e fixo como
acontece com a História oficial usada para a aplicação de uma política de
preservação do patrimônio histórico nacional em 1999: ela é múltipla e
plural, centro e periferia, urbana e rural. O documentário montar o
diretor interagindo com os entrevistados, sem locutor. Caminhando pela
cidade, os diretores vão encontrando seus interlocutores e conversando com eles sobre as histórias
que contam sobre a tradição e o momento contemporâneo de Sobral. Mostra também que não é só o
sujeito nascido na cidade que é capaz de amá-la e falar sobre ela. Além disso, termos que
caracterizam Sobral são desconstruídos, como o que à qualifica com cidade católica. O documentário
acaba revelando a múltipla religiosidade do habitante de Sobral, dando voz a religiosos de diversas
crenças, principalmente, um padre, um pastor e um pai de santo. Um dia parece ter sido suficiente
para mostrar tudo isso, mas certamente muito mais tempo seria necessário para se pensar uma
cidade rica em histórias para contar, incluindo as que não foram contadas.
Tecendo Nuvens e Retalhos - 29’/direção: Ary Rosa Duarte /Brasil/2012
São Simão, dezembro de 2011. Numa tarde comum, minha tia e minha vó se encontram para
relembrar causos passados, corriqueiros como a própria vida. Na medida em que bisbilhotam suas
memórias, os contornos do presente vão sendo formados com risos, silêncios e olhares que se
cruzam, e se entrecruzam, tecendo nuvens e retalhos entre eu, elas e as minhas memórias delas.
O Rochedo E A Estrela - 85’/direção: Katia Mesel /Brasil/2011
Filmado no Brasil, na Holanda, Estados Unidos e Curaçao, O
ROCHEDO E A ESTRELA é um documentário, longa metragem
que apresenta um panorama da história e expansão do
judaísmo em Pernambuco, no século XVII, a importância do
período holandês para a cultura, economia e religião, a
fundação da primeira sinagoga das Américas e a liberdade do
ser humano. Conta com reconstituições de época para ilustrar o período.
À Sombra de um Delírio Verde – 29’/direção: An Baccaert, Cristiano Navarro e Nico Mu /Brasil/2011
Na Região sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai, a etnia indígena com a maior população
no Brasil trava, quase silenciosamente, uma luta desigual pela
reconquista de seu território.
Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil
Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território
original. Sobre suas terras encontram-se milhares de hectares
de cana-de-açúcar plantados por multinacionais que,
juntamente com governantes, apresentam o etanol para o
mundo como o combustível “limpo” e ecologicamente correto.
Sem terra e sem floresta, os Guarani Kaiowá convivem há anos com uma epidêmia de desnutrição
que atinge suas crianças. Sem alternativas de subsistência, adultos e adolescentes são explorados nos
canaviais em exaustivas jornadas de trabalho. Na linha de produção do combustível limpo são
constantes as autuações feitas pelo Ministério Público do Trabalho que encontram nas usinas
trabalho infantil e trabalho escravo.
Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana-de-açúcar), as lideranças
indígenas que enfrentam o poder que se impõe e muitas vezes encontram como destino a morte
encomendada por fazendeiros.
Cartas do Kuluene - 78’/direção: Pedro Novaes /Brasil/2011
1905: um anarquista francês em busca da sociedade
perfeita no vale do Araguaia. 1939: um antropólogo
americano se mata entre os índios Krahô, no Maranhão.
2006: um cineasta seguindo os passos de seu pai no Xingu.
Três homens confrontando seus sonhos, ideais e medos no
encontro com sociedades indígenas brasileiras em três
épocas diferentes. Afinal de contas, o que é a verdade e quem é selvagem?
Mostra Competitiva -17h
Cinema da Fundação
Dom Expedito: cultura, arte e expressão - 9’/direção: Thiago Silva de Castro/Brasil/2011
De todos os aspectos que podemos observar, não apenas no Bairro Dom Expedito, mas em qualquer
outra comunidade situada ou não em meio urbano, algo que podemos tomar como “elementar” é o
desenvolvimento de trabalhos voltados para a arte (como teatro e dança, por exemplo), bem como
outras manifestações tidas como artístico-culturais, ligadas ou não ao que se define como “cultura
popular”. Esse tipo de manifestação é observável em quase todos os bairros sobralenses, sobretudo
naqueles tidos como “periféricos”. O vídeo busca esboçar um panorama da cultura do Bairro Dom
Expedito a partir da fala de três moradores que possuem envolvimento com manifestações artístico-
culturais desenvolvidas na comunidade. Procura saber de que maneira a arte e a cultura se
expressam no Dom Expedito, como elas são vivenciadas e como os moradores se relacionam com as
manifestações existentes na comunidade, sobretudo com as que os entrevistados representam.
Resumidamente, pretende mostrar um determinado aspecto do bairro em questão, tendo por base a
voz de quem o percebe a partir de certa vivência, considerando as particularidades que tal
experiência vivida pode expressar.
O Exú no Reino de Ogum - 31’/direção: Carlos P. Reyna /Brasil/2012
O vídeo é o resultado da primeira pesquisa antropológica do
Laboratório de Antropologia Visual e Documentário
(LAVIDOC/UFJF) inserido como Grupo de Pesquisa no Lattes e
faz parte do Grupo de Trabalho de Antropologia Visual da
Associação Brasileira de Antropologia (ABA). Na pesquisa, junto
à PROPESQ/UFJF, intitulada “Os desafios da imagem: novos
itinerários em Antropologia Visual” procuramos seguir experimentações e diálogos entre a
Antropologia e o Cinema. Para isso nos valemos de duas grades metodológicas: O ponto de Vista dos
nativos de Clifford Geertz e o Filme de Exploração da Claudine de France. O Exú no Reino de Ogum é
uma etnografia visual de um Omolokô, espaço ritualístico ou templo, no Bairro Progresso em Juiz de
Fora, onde acontece o encontro entre a Umbanda com o Candomblé.Esta etnocinamatografia nos
revela singulares interpretações e coexistências contemporâneas entre estas duas religiões.
Pedra da Memória - 60’/direção: Renata Amaral /Brasil/2012
Pai Euclides Talabyan É O Babalorixá Chefe Da Casa Fan Ashanti, Atualmente O Centro Afro-Religioso
Mais Importante Em Atividade No Maranhão, Referência No Brasil, E Tema De Estudos, Teses E
Artigos De Inúmeros Pesquisadores Em Todo O País. Aos 72 Anos,67 Deles Dedicados Ao Culto Dos
Voduns, Viaja Pela Primeira Vez À África Refazendo A Trajétoria De Seus Ancestrais E Dialogando Com
Os Agudás, Descendentes De Ex Escravo Retornados Do Brasil No Fim Do Século Xix, E Que Do Outro
Lado Cultivavam Tamém Até Hoje Tradiçoes De Seus Atepassados Brasileiros.
Este Documentario É Fruto De Mais De 10 Anos De Uma Estreita Convivência Com Pai Euclides E
Cenenas De Registros De Suas Tradições E Suas Memorias Assombrosa, Que Remete Ao Maranhão Do
Seculo Xix Se Ligando Aos Raletos De Suas Matriarcas E Sus Encantados. Esta Memória É Pedra
Fundamental Da Construçaõ De Nossa Identidade Brasileira.
Quando os Yãmiy vêm dançar conosco - 56’/direção:: Isael Maxakali, Suely Maxakali e Renata Otto
/Brasil/2012
Isael e Suely são um casal maxakali. São professores, em Aldeia Verde,
uma comunidade maxakali transferida para uma Terra Indígena, adquirida
pela FUNAI em 2007, no município de Ladainha, Minas Gerais. Apesar de
sua história antiga de contato com os brancos, desde o século XVI, os
Maxakali mantiveram sua língua e sua relativa autonomia em relação à
sociedade nacional. Muitos velhos, pajés e lideranças maxakali afirmam
que sua força provém das relações que mantêm com seus Yamiy, seus
espíritos. Isael e Suely têm um desejo ardente de usar a tecnologia em
favor de suas tradições, todas elas herdadas dos Yamiy. Eles procuram suas alianças com os brancos
para registrar, com toda intensidade possível, a vida ritual da aldeia. Gostam de fazer reveberar a voz
do pajé: tudo está bem, quando os Yamiy vêm dançar conosco.
Chora, Makamba: os caminhos do Ensaio de Promessa de Quicumbi - 52’/direção: : Janaina Lobo /
Maria Elizabeth Lucas /Brasil/2011
Entre cantos e danças, gingas e ajustes de corpos, vozes e instrumentos
musicais, uma organização cênica envolve durante doze horas o grupo de
guardiões e guardiãs dos saberes do ritual do Ensaio de Promessa de
Quicumbi, realizado há várias décadas no entorno rural do município de
Tavares, litoral norte do Rio Grande do Sul. São diferentes gerações
marcadas pela memória da escravidão e unidas por uma extensa rede de
afinidades, que reatam lealdades e vínculos sociais a cada vez que um
promesseiro ou promesseira alcança de Nossa Senhora do Rosário as
benesses solicitadas. Neste ritual, sui generis no contexto da cultura afro-brasileira, a idéia de ensaio
denota um esforço performático coletivo para atingir-se um ideal estético – o encaixe perfeito de
17 de Outubro
Mostra Paralela: “Imagens e sons na Cidade” Hora: 9h às 12h
Local: Auditório 3° andar CFCH/Campus de Recife UFPE
sonoridades e ritmos dos corpos dançantes e cantantes. É através desse devir sonoro – sempre
imprevisível a cada nova performance – que o fluxo existencial se revigora e injeta novas soluções no
cotidiano de homens e mulheres dispostos a manterem-se solidários pela via da ancestralidade ritual.
A arte e a rua - 46’/direção: Carolina Caffé e Rose Satiko Gitirana Hikiji/Brasil/2011
Cidade Tiradentes, distrito no extremo Leste de São Paulo, lugar onde a
cidade termina, nas palavras de Daniel Hylario, nosso narrador. De lá,
chegam rimas, gestos e cores que marcam o espaço. A experiência periférica
urbana é a base e o motivo da produção dos artistas de Cidade Tiradentes,
que cresceram junto com o distrito paulista e em suas obras dialogam com
seus desafios e sonhos. O filme segue a vida e as transformações do street
dance, grafite e rap neste lugar considerado o maior complexo de conjuntos
habitacionais populares da América Latina, marcado pela exclusão, no qual a
população orquestra suas dificuldades com dinâmicas próprias de sociabilidade, moradia, e
apropriação do território.
Case - 11’/direção: Adalberto Oliveira /Brasil/2011
O “Bloco do Case” é um bloco carnavalesco que reúne na quarta feira de
cinzas os técnicos e músicos que trabalharam nos pólos durante todo o
carnaval. Por este motivo, escolheram a quarta feira para extravasarem
todas as suas energias.
Entorno da Beleza - 71’/direção: Dácia Ibiapina /Brasil/2012
Temporada de concursos de miss em Brasília e cidades satélites do
Distrito Federal no ano de 2010. Contradições afloram em ensaios,
passarelas e bastidores.
Entrada Livre - 20’/direção: Luciana Marinho e Marcela Balbino /Brasil/2012
Parques, praças e faixas de pedestre do Grande Recife se
transformam em palco para espetáculos diários. Seis pessoas com
diferentes métodos de criação artística, estilo e posição social
compartilham o mesmo universo quando decidem fazer arte na
rua, transformando o stress da vida cotidiana em alegria, distração
e sorrisos para aqueles que transitam pelas ruas da cidade. Através
das apresentações desses artistas a arte pode chegar a todos, sem diferenças ou segregações.
Mucambos do Nordeste - 17’/direção: Luiz Bargmann Netto /Brasil/2011
Em “mucambos do nordeste”, gilberto freyre comenta - “há uma
casa brasileira que é expressão da criatividade coletiva, anônima...
a culminância foi a casa-grande, mas todas as outras expressam
seu caráter ecológico e sua funcionalidade, desde casas urbanas, os
sobrados, até os mucambos”. É a partir dessa abordagem que
realizamos uma documentação de mucambos no leste do
maranhão.
Passagem e Permanência- 18’/direção: João Martinho Braga de Mendonça/Brasil/2012
Gente que está atrás ou na frente das câmeras, imagens que passam ma rua, de mão em mão ou
numa tela: gestos olhares entrelaçados num percurso não linear. fotografia, vídeo e computador se
misturam para revelar os múltiplos sentidos de “passagem e permanência”. o assunto ‘7 de
setembro’ é assim, percebido em diferentes visões e tempos, conectados por um olhar sutil e
reflexivo, dedicado à memória coletiva.
Mostra Paralela: “Ritual, religião e Praticas Tradicionais” Hora: 14h às 17h
Semana Santa nos Andes - 44’/direção: Aristoteles Barcelos Neto /Brasil- Reino Unido/2012
Concebido como uma etnografia visual da experiência religiosa durante a
Semana Santa de Huaraz, Peru, este filme apresenta um grupo de imagens de
procissões, conhecidas como soldados judeus e romanos, as quais foram
milagrosamente salvas da destruição no devastador terremoto de 1970.
Considerados santos por seus donos e devotos, as imagens destes soldados
estão no centro de um diálogo tenso entre as formas populares e ortodoxas
do Catolicismo nos Andes peruanos.
Sumaré: Histórias, Versões E Gerações – 13’/direção: Daniele do Nascimento Rodrigues /Brasil/2011
O objetivo do curta “Sumaré: historia, versões e gerações”, é mostrar a historia do bairro contada
pelos próprios moradores, com falas de pessoas de diferentes gerações. As historias são contadas por
meio de entrevistas, que abrangem alguns temas como: o dia que vieram morar no bairro, como era
no período da infância, as mudanças no decorrer do tempo, as brincadeiras, como viviam, a igreja, a
escola, as dificuldades de alguns em estudar, entre outros. A proposta do curta é intercalar a voz dos
entrevistados de forma dinâmica a mostrar em que se assemelham ou diferenciam-se conforme o
tempo e o espaço de ambos: jovens e velhos.
Um Filme Para Dirceu - 80’/direção: Ana Johann /Brasil/2012
"Recebo uma ligação. A pessoa que está no telefone diz que quer fazer um
filme sobre a sua vida, por que tem muitas semelhanças com ‘Os dois filhos
de Francisco’, com a diferença que ele não é o Zezé , nem o Luciano, é o
Dirceu. Aos 17 anos Dirceu ficou paraplégico e depois de um ano voltou a
andar, Dirceu é gaitero e seu seu sonho é viver da música. A proposta é
acompanhar a vida do Dirceu durante três anos e incorporar o próprio
processo do filme dentro do documentario. Participação especial de
Teodoro da dupla ""teodoro e sampaio".
Local: Auditório 3° andar CFCH/Campus de Recife UFPE
A balança - 100’/direção: : Roderick steel/Brasil/2012
"A Balança" é um filme que acompanha os últimos 10 anos dos membros do único culto aos
ancestrais Egungun localizado na região da grande São Paulo. Através do tapeceiro, filósofo, artista e
sacerdote -Zú - ingressamos em eventos marcantes na vida de uma comunidade fundada nos anos 70,
na periferia de Diadema, sob os laços espirituais da tradição ancestral de Itaparica, na Bahia.
O filme mostra os desafios de um grupo de pessoas que resolve se desvincular da dependência
espiritual a essa comunidade religiosa, retratando as dificuldades enfrentadas na formação de uma
nova geração de iniciandos e futuros sacerdotes. Este é um culto que se diferencia por sua magnífica
apresentação visual, no entanto, revela comportamentos que desafiam os códigos éticos e
disciplinares do século 21, ainda que, esteja justamente aí os elos de contato entre os envolvidos,
para a criação da sua própria identidade religiosa. É neste frágil equilíbrio que encontramos o culto a
Egungun.
Cacuriá - dinâmicas de uma tradição dançada - 50’/direção: Luciana Hartmann/Brasil/2011
O Cacuriá é uma dança folclórica originária do Maranhão, criada por
Dona Filora e Seu Lauro há cerca de 35 anos. O Grupo Cacuriá Filha
Herdeira foi criado há 18 anos pela filha de Dona Filoca, Dona
Elizene, que migrara com a família para o Distrito Federal. Com o
falecimento de Dona Elizene, em 2008, seus filhos assumiram a
responsabilidade de perpetuar essa tradição, a despeito das intensas
dificuldades econômicas e estruturais vivenciadas pelo Grupo. Esse
vídeo procura recontar a história do Cacuriá maranhense do ponto
de vista dos herdeiros de seus criadores, valorizando e dando visibilidade à tradição por eles dançada
e cantada. Realizado a partir de pesquisa etnográfica, entrevistas, pesquisa em arquivos da mídia
impressa e digital, registros audiovisuais e fotográficos do Grupo, o documentário busca uma
reflexão, compartilhada com os membros do Filha Herdeira, sobre os dinâmicos processos de
manutenção de uma tradição popular.
Cidade Genuína - 43’/direção: Cid Aragão /Brasil/2011
Neste documentário, veremos que na cidade de Belmonte, as várias igrejas e crenças convivem com
suas diferenças na festa da padroeira, onde cristãos e o povo de santo, comemoram juntos.
Em Belmonte, não há cinema nem teatro, apenas a arte popular, herança de gerações passadas,
como por exemplo, a encenação do boi duro e o afoxé...
Veremos ainda, a preservação do estilo arquitetônico: dos
casarios antigos e das casas comuns, das suas pinturas de cores
combinadas, das praças tão singulares.
Um ar bucólico e paroquial onde a natureza humana é
confrontada coma a falta de arte externa, então cria e se devota à
esta arte que sai do interior do homem...das fontes divinas de
inspiração!
Mîmãnãm: mõgmõka xi xûnîn (Pau de religião: gavião e morcego) - 17’/direção: Isael Maxakali
/Brasil/2012
O Pajé Totó nos ensina sobre o mîmãnãm, o “pau de religião” maxakali.
Uma tora de madeira pintada em homenagem ao yãmîy (espírito). Ele é
fincado no pátio da aldeia, em frente à kuxex, a “casa de religião”, para a
realização do yãmîyxop, o ritual sagrado. Neste filme são apresentados o
mîmãnãm do gavião (mõgmõka) e do morcego (xûnîn).
Na Pisada Do Coco Na Batida Do Ganzá - 13’/direção: Ridalvo Felix De Araujo /Brasil/2010
"Como diz D. Maria do Coco: “É só acompanhar com os pés, conforme a
batida da música”. Na tradição do coco, fundada na oralidade,
encontramos o corpo como elemento propulsor da musicalidade, a qual
precisa ser seguida pelas vozes que o complementam. Corpo e voz “num só
corpo e num só espírito”.
É com essa dimensão de coletividade dos/nos corpos, respeitados em suas
singularidades e vozes que se harmonizam numa só melodia, que a pisada
do barro molhado torna-se e faz emergir, com sua força criadora, a música.
É nesse amálgama de corpos, vozes e barro que encontramos os elementos
“básicos” para a construção de casas na Zona Rural do Cariri.
A reunião voluntária para pisar o barro justifica a essência e permanência dessa tradição, traduzida
cotidianamente, pois é esta ação/performance um fazer dentro da comunidade. As dançadeiras de
coco, em contato com o barro, entregam-se, como nossos ancestrais africanos, ao ritual de
pertencimento que a Mãe-Terra exige. Nessa entrega, o barro personaliza-se e o corpo, moldado pelo
suor e energia inspiradora da Mãe-Terra, emoldura-se, versificando as canções e casas que dão
sentido à comunidade, que passa a existir, e ao Grupo de Coco Amigas do Saber."
Mostra Paralela: “Outros Olhares” Local: Auditório 3° andar CFCH/Campus de Recife UFPE
Hora: 14h às 17h
Podáali Um documentário da música baniwa - 30’/direção: Moisés Baniwa e Paulinho
Baniwa/Brasil/2011
Maloca e Música. Aspectos centrais da vida ritual dos Baniwa do Içana-
Ayari, é a opção que faz uma comunidade indígena peri-urbana de São
Gabriel da Cachoeira para reposicionar-se no mundo, expandindo-o,
abrindo e reforçando canais de comunicação e transmissão de
conhecimentos com os ancestrais míticos, com as passagens dos cilcos de
vida, com os parentes e com o mundo dos brancos.
SLOW WALKER - 52’/direção: Alex Vailati /Itália-Brasil- África do sul/2012
Sábado à noite, quatro da manhã. No centro da cidade de Durban, tem
lugar uma competição de Isicathamiya, um gênero de música e dança criada
durante a apartheid, por migrantes moradores das townships, espaços
urbanos de segregação dos negros. Hoje, na época da liberdade, a
Isicathamiya é uma das mais importantes ferramentas expressivas dos sul-
africanos de camada baixa e um símbolo dos recursos e dos problemas da
sociedade sul-africana contemporânea. O documentário é um encontro
com a vida dos dançarinos e uma descrição da performance que acontece
todas as noites de sábado, desde mais de sessenta anos.
Todos os Santos - 14’/direção: Thomas Freitas /Brasil/2011
Um retrato sobre a vida pessoal e espiritual de Mãe Nane, Yalorixá de Umbanda que há anos se
dedica a cuidar de seus filhos, da jurema sagrada e a ser ela mesma.
Bitter roots: the ends of kalahari myth/ Raízes amargas: as extremidades do mito kalahari –
71’/direção: documentary educational resources /2010
Bunong’s birth practices: between tradition and change/ A prática de nascimento dos Bunong:
entre tradição e mudanças.– 53’/direção: Tommi Mendel &Brigitte Nikles /2010
Filhos do Haiti - 15’/direção: Ari Santos, Daniel Barbosa e Darwin Porto /Brasil/2011
Em janeiro de 2010, o Haiti foi atingido por um forte terremoto que devastou o país. Os sobreviventes
deixaram a sua pátria em busca de um recomeço, e simplesmente partiram para outros países, e
Manaus foi uma das cidades brasileiras que acolheu inúmeros haitianos. Filhos do Haiti mostra como
alguns haitianos se adaptaram na cidade, e também, a busca de oportunidades que eles alimentam a
cada dia.
Neue brüder .– 130’/direção: Sylvie Boisseaue Frank Westermeyer/Alemanha e suiça/2010
Sé Mak Sala Tenkeser Selu Sala - 36’/direção: Daniel Simião /Brasil/2011
Em maio de 2002, após 24 anos de ocupação indonésia e quase três anos
de administração transitória das Nações Unidas, Timor-Leste se torna um
país independente, com o desafio de reconstruir as estruturas de um
Estado moderno no território, entre elas um sistema de Justiça. “Sé mak
sala tenkeser selu sala” – um ditado timorense que significa “aquele que
erra tem que pagar pelo erro” – retrata alguns dos dilemas para a
consolidação do sistema judicial em Timor-Leste frente às diferentes
sensibilidades jurídicas que orientam a ação de juízes, promotores,
defensores e autoridades tradicionais diante da resolução de conflitos.
Mostra Competitiva -17h Cinema da Fundação
TAVA: a casa de pedra – 78’/direção: Ariel Ortega, Ernesto De Carvalho, Patrícia Ferreira e Vicent
Carelli /Brasil/2012
A interpretação mítico religiosa dos Mbya-Guarani sobre as reduções
jesuíticas do século XVIII no Brasil, Paraguai e Argentina
Trânsitos Caiçaras em Redes Fandangueiras - 64’/direção: Flávio Rogério Rocha /Brasil/2012
Em caminhos seguidos por mar ou por terra, em barcos, canoas e carros, de ônibus, motos ou a pé,
vários são os trajetos que marcam os trânsitos caiçaras articulados pelo fandango. A dança, em
tempos de outrora considerada “licenciosa”, ainda hoje recria seus laços,
de parentesco, compadrio ou vizinhança. E entre permanências e
mudanças, outras dinâmicas de circulação agregam-se àquelas
consideradas tradicionais. Assim, constituem-se os circuitos de
apresentações, bailes e festivais, que tem conectado tocadores e
dançadores, jovens e velhos.
A presente pesquisa localiza os trânsitos fandangueiros entre o litoral norte
do Paraná e o litoral de São Paulo, em suas diferentes dimensões de
sociabilidade, daquelas orientadas pelas relações familiares às acionadas
pela inserção desta expressão em cenários da produção e circulação artística, em programações
culturais e turísticas. Viabilizada pela Bolsa Funarte de Produção Crítica em Culturas Populares 2010,
este projeto teve sua pesquisa de campo guiada por passadinhos e bailados, sendo embalada pela
sonoridade de rabecas, adufos e violas. Em uma busca permanente, de traduzir em textos e na lingua-
gem audiovisual os movimentos peculiares do fandango.
No Marujá, Ariri, Juréia, Cananéia, Iguape, Agrossolar, Paranaguá, Ilha do Superagui e Ilha dos
Valadares, cidades e suas diferentes localidades exibem, por meio da circulação caiçara, novos
traçados de uma mesma geografia. Fronteiras territoriais e políticas assumem dimensões outras,
ligando comunidades por meio de interações sociais, através de suas gentes. Em um processo de
transformação fortemente marcado pelo surgimento de legislações ambientais que restringem, de
maneira dura, a presença humana, as populações que vivem há séculos nesses territórios, tem sido
obrigadas à reelaborar seus modos de vida, criando estratégias para sua permanência. Em uma trama
onde os trânsitos caiçaras, e o fandango, tem exercido papel determinante.
18 de Outubro
Mostra Competitiva – 14h às 17h Local: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco
Rua Henrique Dias 609 – Derby
O Triunfo Dos Caretas - 15’/direção: Vera Lúcia Santos / Rebeca Siqueira /Brasil/2011
O Vídeo-documentário "O Triunfo dos Caretas Traz o registro de uma
tradição carnavalesca que se destaca na figura dos caretas da cidade de
Triunfo-PE.
No Fundo Nem Tudo É Memória - 75’/direção: Carlos Segundo /Brasil/2012
“No Fundo, Nem Tudo É Memória” traz a história de um narrador-
personagem que, já de início, revela possuir um sonho, um sonho de
infância, o sonho de construir uma cidade. A sua cidade. Em seu
caminho, ele se depara com a cidade velha de Nova Ponte, que foi
consumida pelas águas para dar lugar ao lago de uma usina
hidrelétrica. Ainda no processo de construção de sua cidade, sua
história se choca com a de outros personagens, moradores e não-
moradores da velha cidade; uma mistura de várias diferentes memórias
que se cruzam, memórias inundadas pela água e pelo tempo,
memórias registradas, memórias afetivas, paralelas ou até mesmo inventadas. Afinal, “reconstruir
uma história nada mais é, do que inventar uma outra”.
Mostra Competitiva -17h Cinema da Fundação
Cartas para Angola - 75’/direção: Coraci Ruiz E Julio Matos /Brasil/2011
Brasil e Angola são duas margens do Atlântico que possuem a
mesma língua, um passado colonial em comum e muitas histórias
compartilhadas. Neste filme, pessoas separadas por um oceano
trocam correspondências – alguns são amigos de longa data, outros
nunca se viram. Suas histórias se entrecruzam e contam sobre fluxos
de migração, saudade, pertencimento, guerra, preconceitos, exílio, distâncias. A busca da identidade
e o fio da memória são conduzidos pela linha da afetividade, que une as sete duplas de interlocutores
que o documentário nos apresenta: pessoas que traçaram suas histórias de vida entre Brasil, Angola e
Portugal.
Kadiamor - 73’/direção: Renata Azambuja / Senegal/ França /2012
Kadiamor significa entendimento em diolá. Dançarinos e músicos dessa etnia resolvem montar um
espetáculo com esse nome em um balneário turístico ao norte do Senegal. O filme é uma viagem às
raízes dessa tradição e um relato de artistas predestinados a uma cultura e a um país.
Festa de deuses e homens - 20’/direção: rodrigo sena /Brasil/2010
Com atabaques e tambores os filhos de santo dançam e cantam
em homenagem a suas divindades repletas de características
humanas. O Candomblé é uma festa. A partir de um desses rituais
o documentário, Festa de Deuses e Homens tenta desmitificar
essa fé que ainda sofre preconceitos da sociedade, mostrando um
pouco do cotidiano de uma casa, o Ylé Olorum, em Parnamirim no
Rio Grande do Norte. Sob o comando de uma mulher, a Yalorixá, Mãe Isa, prepara-se o nascimento
de mais um filho de santo. em um outro ritual é apresentado um novo Babalorixá ou pai de santo. O
diretor, Rodrigo Sena acompanha com sua câmera cada detalhe dos preparativos e nos conduz por
um caminho mítico até o lugar no qual os deuses vêem à terra para celebrar com os homens. Hoje é
dia de festa e estão todos convidados.
Txêijkho Khãm Mby -Mulheres Guerreiras – 12’/direção: Kamikia Kisêdjê E Winti Suya /Brasil/2011
Dois velhos narram um mito, encenado em ficção pelos jovens Kisêdjê, em que uma moça namora
secretamente com o próprio irmão. Os acontecimentos que se sucedem a essa paixão proibida dão
origem à revolta das “Mulheres Guerreiras”.
Mbaraka - A Palavra que age - 26’/direção: Edgar Teodoro da Cunha Gianni Puzzo Spensy Pimentel
/Brasil/2011
A partir de entrevistas com os xamãs nhanderu, e de registros dos seus
cantos, danças e cerimônias, o filme aborda o universo dos cantos
xamânicos por meio dos aspectos performáticos da palavra, da
sonoridade, do gesto, da dimensão onírica e da vontade mobilizada pelo
canto. Se a palavra pode ser história, mito e narrativa, entre os Guarani-
Kaiowá ela também é poesia e profecia: um canto de esperança em um
futuro melhor.
Comissão Julgadora
da mostra competitiva
Natsha Prévost Natasha Prévost nasceu no Canadá em 1976. Ela a obtido o seu Doutorado da Universidade de Utrecht (Holanda) em Humanities em 2006. Mestra (2001) e formada (1998) em antropologia cultural, ela trabalha no Brasil deste de 1999. Ela conduziu pesquisas com diferentes minorias: travestis (1999-2001), crianças (2003-2005) e militantes do movimento hip-hop (2009- ). Os campos de interesses dela são as minorias, a permacultura, a ecosofia, a educação integral, as comunidades de transição, o ativismo, o multimídia, o documentario e as artes. Natasha Prévost trabalha com vários conceitos filosóficos de Deleuze e Guattari com o objetivo de aplicar-los empiricamente. Atualmente ela trabalha no Centro de pesquisa e de desenvolvimento em educação na Université de Moncton, na província do New-Brunswick no Canadá.
Marc Henri Piault
O antropólogo e cineasta. Diretor de Pesquisa honorário no CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique) Presidente do Filme Etnográfico - Paris (2004-2010) Pesquisas realizadas na África Ocidental (migração, pré-coloniais formações políticas; cultos de possessão), França / Cévennes (identidade regional e representação cultural), Brasil (formação de crença, pertença e de identidade, violência, religiões e sociais). Lições de Paris X, EHESS, Aix, Paris I Sorbonne, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. (Antropologia Visual e política de Antropologia), Univ. Federal de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Fundação Getúlio Vargas e Rio de Janeiro CREDOC São Paulo (Antropologia visual, Audiovisual). Realizações filmes (Níger, Nigéria, França, Brasil). Numerosas publicações (Inglês, Espanhol, Francês, Grego, Italiano, Português) Desenvolvimentos teóricos sobre audiovisual (cf. Antropologia e Cinema, Paris, Nathan, 2000-Téraèdre, 2008), hiper-relativismo e construção desconstrução-paradigma do objeto.
Gabriel O. Alvarez Professor Adjunto no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Goiás (PPGAS/FCS/UFG). Licenciado em Antropologia pela UNLP (AR), Mestre e Doutor em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (PPGAS/DAN/UnB), se especializou em Antropologia Política e Antropologia Visual. Autor de vários livros e coletâneas, incluindo os ensaios antropológico-fotográficos "Amazônia Cidadã" (2000) e "Tradições Negras Políticas Branca" (2004) e o livro "Satereria: Tradição e Política Sateré-Mawé" (2009) com os vídeos "Três interpretações dos cantos da Tucandira" e "Toiro, Toiro, Toiro, vamos juntos trabalhar", assim como de uma série de vídeos sobre Roberto Cardoso de Oliveira, Roque Laraia e Julio Cezar Mellati publicados pela ABA.
Marcos Alexandre Albuquerque Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) no departamento de Ciências Sociais. Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (2011). Possui graduação em Ciências Sociais, com habilitação em antropologia, pela Universidade Federal de Campina Grande (2002) e mestrado em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (2005). Atualmente é filiado ao INARRA (Imagens, Narrativas e Práticas Culturais) - UERJ, ao LEME (Laboratório de Estudos Em Movimentos Étnicos) - UFCG, e ao NEPI (Núcleo de Estudos das Populações Indígenas) - UFSC, é colaborador do AVAL (Grupo de Antropologia Visual em Alagoas) - UFAL. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Etnicidade, Performance, Antropologia da Arte e Antropologia Visual, atuando principalmente nos seguintes temas: índios do nordeste, índios urbanos, arte étnica, enteógenos e vídeo etnográfico.
Premiação do
IV Festival do Filme Etnográfico Do Recife. Cinema da Fundação
21:00
JÚRI: Marc Henri Piault,
Natasha Prévost, Gabriel O. Alvarez,
Marcos Alexandre Albuquerque
IV Festival do Filme Etnográfico do Recife
Coordenação Geral Renato Athias – LAV –UFPE
Comissão Organizadora
Jane Pinheiro- CAp -UFPE Luiz Lacerda Cavalcanti – LIAV –UFPE
Paulo Cunha – PPGCOM –UFPE Vanessa Moreira- PPGA- UFPE
Polly Cavalcanti – LAV UFPE Aaron Bailey Athias – Produção Gráfica
Jailton Ferreira -Web-Dsigner
Comissão julgadora
Marc Piault – Bilan du Filme Ethnographique- França Natasha Prevost - Universidade de Moncton
Gabriel O. Alvarez – LAV- UFG Marcos Alexandre Albuquerque - INARRA - UERJ.
Coordenação dos cursos e Oficinas
Glauco Machado, Emiliano Dantas ,Philipi Bandeira, Oscar Malta
Monitores Katarine Guerra Lucena
Bárbara Cristina dos Santos Lino Patrícia Roberta da Silva Araújo Camila Vasconcelos Meneghini
Marcela Rodrigues Srutuoso de Cerqueira Rebeca Kramer da Fonseca Caliseto
Vanessa Ramos da Silva Ana Letícia Beltrão Veras Rocha Lima
Mariane Cândido de Souza Luiz Carlos Nascimento
Clarissa Mendes Gonçalves Daniel Jacinto Pereira
Poliana Ribeiro Maíra Tristão Nogueira
Saulo Diniz S. Ramos