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Pet Food BrasilPet Food BrasilRevista
Xeque Mate às MicotoxinasAs soluções que têm a finalidade de tornar a
nutrição animal cada vez mais saudável
Xeque Mate às Micotoxinas
Ano 3 / Edição 14 / Mai - Jun 2011 / www.editorastilo.com.br
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CAPA ed 14 D.pdf 1 15/06/11 11:29
2 3Editorial
Edição 14Maio/Junho 2011
Prezado Leitor O assunto micotoxinas volta a ser tema em nossa revista. Estima-se que existam
mais de 500 tipos delas e alguns cientistas acreditam que as alterações climáticas
levarão a mutações fúngicas e que, por isso, um número maior ainda surgirá.
Produzidas por certos fungos, estão presentes em produtos e subprodutos agrícolas,
especialmente nos cereais. Abundantes no solo, estes fungos podem surgir também
durante o armazenamento, bem como, nos processamentos das rações.
A contaminação nos alimentos destinados aos animais representa um sério
problema de saúde - causando diminuição da produtividade, interfere na reprodução
e aumenta a taxa de mortalidade -, além de constituir um considerável obstáculo
à economia, por afetar o agronegócio. Trata-se de uma questão mundial, por este
motivo, investe-se cada vez mais em estudos e pesquisas para o desenvolvimento
de novas e mais eficazes soluções em adsorventes, para combater tais micotoxinas.
Apresentamos nesta edição alguns destes produtos desenvolvidos pelos principais
players do mercado.
Mas, o desafio não está apenas em elaborar adsorventes melhores e cada vez
mais eficientes. Ainda que haja as melhores soluções, elas são “anuladas” caso não
sejam adotadas por parte dos produtores práticas de manejo, visando o controle de
fungos durante o desenvolvimento das culturas e do armazenamento dos grãos.
Outro grande problema está na falta de fiscalização. É vital que o produtor rural e
a indústria de rações sejam treinados quanto às técnicas de controle das matérias-
primas. Ou seja, há um longo caminho a percorrer e muito trabalho para ser
realizado.
Também para falar sobre micotoxinas e micotoxicoses entrevistamos a
Professora Doutora e Chefe do Departamento de Medicina Veterinária da UFPR,
de Curitiba, Elizabeth Santin, que tem a sua linha de pesquisa baseada nas
interferências nutricionais sobre a saúde animal.
Boa Leitura!
Daniel Geraldes
Pet Food BrasilPet Food BrasilRevista
Xeque Mate às MicotoxinasAs soluções que têm a finalidade de tornar a
nutrição animal cada vez mais saudável
Xeque Mate às Micotoxinas
Ano 3 / Edição 14 / Mai - Jun 2011 / www.editorastilo.com.br
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DiretorDaniel Geraldes
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523daniel@editorastilo.com.br
Jornalista Colaboradora
Lia Freire - MTB 30222
PublicidadeLuiz Carlos Nogueira Lubos
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Direção de Arte e ProduçãoLeonardo Piva
petfood@leonardopiva.com.br
Conselho EditorialAulus Carciofi
Claudio MathiasDaniel GeraldesEverton Krabbe
Flavia SaadJosé Roberto Sartori
Vildes M. Scussel
Fontes Seção “Notícias” Anfal Pet, Pet Food Industry, Sindirações, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Agência Estadão,
Cepea/Esalq, Engormix, CBNA
Impressão Intergraf Ind.Gráfica Ltda
DistribuiçãoACF Alfonso Bovero
Editora StiloRua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000
Fone: (11) 2384-0047
A Revista Pet Food Brasil é uma publicação bimestral da Editora Stilo que tem como público-alvo empresas
dos seguintes mercados: Indústrias de Pet Food, Fábricas de Ração Animal, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias
Primas, Frigoríficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos, Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais,
Corantes, Veterinários e Zootecnistas, Farmacologia, Pet Shops, Distribuidores, Informática/Automação
Industrial, Prestadores de Serviços, Equipamentos de Segurança, Entidades da cadeia produtiva, Câmaras de
Comércio, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas Técnicas, com tiragem de 10.400 exemplares.Distribuída entre as empresas nos setores de
engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores
destes segmentos.Os artigos assinados são de responsabilidade de seus
autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial
das matérias sem expressa autorização da Editora.
Sumário
Notícias
Caderno Científico
Capa
Entrevista
Informe Técnico
Em Foco 1
Em Foco 2
Em Foco 3
Segurança Alimentar
Pet Food Online
Pet Market
Caderno Técnico1
Caderno Técnico2
Caderno Técnico3
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Escassez de milho pode levar indústria de SC a reduzir produção de aves
A escalada de encarecimento do milho
– principal insumo das cadeias produtivas
de aves e suínos – está alarmando as
agroindústrias do setor e alimentando
previsões negativas: se o quadro não mudar,
haverá redução de produção e demissão de
pessoal no segundo semestre deste ano.
O presidente da Associação Catarinense
de Avicultura (Acav), Clever Pirola Ávila,
assinalou que o problema se agrava no sul
do país, onde o milho chega a um custo
ainda maior. Somente Santa Catarina
produz 4 milhões de toneladas e importa
anualmente de 1,5 milhão a 2 milhões de
toneladas para suprir o déficit do cereal.
A redução da produção – se confirmada – ficará entre 5% a 8% do volume total de abates e implicará na
demissão de trabalhadores em nível ainda não avaliado.
Ávila mostra que as commodities em geral estão com patamar muito elevado de preços de mercado – especialmente
milho e soja – principais ingredientes na composição da ração animal. Para agravar a situação, a valorização da
moeda Real faz o setor exportador perder a competitividade no mercado internacional.
O presidente da Acav reclama que o Governo, “já com atraso”, precisa atuar com medidas efetivas na busca de
equilíbrio cambial para a relação dólar-real.
“O Governo precisa implantar uma política compensadora para o consumo do milho no Rio Grande do Sul e em
Santa Catarina similar ao que existe para o Nordeste, sobretaxar a exportação de milho e promover leilões do
estoque da Conab especificamente para a região sul”, reivindica.
A situação do mercado do milho é atípica e a tendência é de alta na maioria dos Estados produtores, de acordo
com levantamento da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária.
O cenário para essa elevação nos preços decorreu da retração da oferta do milho da safrinha. Os produtores
esperaram a definição sobre a produção da segunda safra, que, de acordo com levantamento da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), deve ser de 23,5 milhões de toneladas. Entretanto, o risco climático na maioria
dos estados produtores, em função do atraso no plantio das lavouras, poderá comprometer o resultado final.
Clever Pirola realça que o milho é considerado uma referência entre os cereais porque, além de servir para a
alimentação humana, é base para a produção de proteína animal, compondo as rações de frangos, suínos e bovinos.
De todos os cereais em alta de preços no Brasil e no mundo, o milho é o que mais preocupa.
O presidente da Acavobservou que, na condição de mercado globalizado, a situação somente se normalizará se a
safra de milho dos Estados Unidos tiver rendimentos recordes, mas, naquele país, o plantio está consideravelmente
atrasado devido às condições de frio e umidade. Com uma demanda que continua elevada, as perspectivas para uma
volta a preços normais dependem, em grande parte, do aumento da produção em 2011 e das reservas de cereais
repostas na nova temporada.
Fonte: MB Comunicação
Notícias
8 9Notícias
Kátia Abreu critica alta carga tributária que incide sobre alimentos
A presidente da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),
senadora Kátia Abreu, afirmou que a
carga tributária que incide sobre os
alimentos no Brasil é muito alta. “A carga
tributária dos alimentos é de 19%. Não se
tributa alimentos; se desonera para que a
população possa pagar mais barato pela
comida”, afirmou ao participar do seminário
“Reforma Tributária: essencial para o
desenvolvimento sustentável do Brasil”.
Durante a apresentação no seminário
promovido pelo Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), a senadora
Kátia Abreu lembrou que a carga tributária
que incide sobre os alimentos é de 0,7% nos
Estados Unidos. Em 34 estados americanos,
acrescentou, os alimentos são livres de
impostos. Na Europa, a carga tributária que
incidente sobre os alimentos é de 5%.
Outro dado apresentado foi sobre a arrecadação de tributos no Brasil nos quatro primeiros meses deste ano.
Segundo a presidente da CNA, a arrecadação somou US$ 325 bilhões. Para dar uma ideia do que significa essa cifra, a
senadora Kátia Abreu lembrou que o montante de US$ 325 bilhões é o Produto Interno Bruto (PIB) do Irã, da Grécia,
da Venezuela, da Dinamarca e da Argentina, sendo que o PIB desse último país é de US$ 308 bilhões.
O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo e os serviços públicos não condizem com a carga
que é paga, acrescentou a senadora Kátia Abreu, citando as carências nas áreas de saúde, educação e segurança
pública. Apontou, também, as deficiências em logística de transporte. A presidente da CNA mencionou estudo da
Confederação Nacional dos Transportes (CNT) que aponta que 70% das estradas brasileiras estão em estado ruim ou
péssimo.
Lembrou, ainda, que a situação nos portos não é diferente e citou que o Tribunal de Contas da União (TCU)
alertou, em 2006, que o País passará por um “apagão portuário”. “As exportações brasileiras se multiplicaram nos
últimos 10 anos e os investimentos nos portos decaíram”, afirmou a senadora Kátia Abreu ao criticar os empecilhos
que impedem que a iniciativa privada invista nos portos.
Outra deficiência é a falta de investimentos em hidrovias como forma de reduzir os custos de transporte. De
acordo com dados apresentados pela presidente da CNA no evento da OAB, transportar uma tonelada por mil
quilômetros numa hidrovia custa até US$ 18. O transporte por ferrovia é de US$ 28 e por rodovias é de US$ 42.
“Nós temos dezenas de Mississipis espalhados pelo Brasil todo e estamos matando esses Mississipis ao construir as
hidrelétricas sem a possibilidade das exclusas para permitir a passagem das barcaças transportando a produção de
alimentos”, completou. Ainda sobre a questão tributária, a senadora Kátia Abreu apresentou dados que comprovam
os impactos do sistema tributário nacional no judiciário.
Fonte: Assessoria de Comunicação da CNA.
1110 Notícias
MEGAZOO Lança Primeira Ração 100% Natural para Peixes
Linha Megazoo Peixes Ornamentais é composta por alimentos nobres específicos para peixes de
lagos, tropicais, Bettas e Goldfish, além de produtos usados na manutenção de aquários e lagos
Pioneira na produção de alimentos super premium para aves e primatas, a MEGAZOO agora inova
ao trazer ao mercado pet sua linha 100% natural exclusiva para peixes. Com uma proposta diferenciada
e atenta às reais necessidades dos animais, a fabricante traz alimentos muito mais saborosos, compostos
por até 50 ingredientes nobres, como vegetais, fígado desidratado e camarão sem casca desidratado.
Todos os alimentos também contêm alho, um importante agente imunizante e que promove mais sabor.
“É uma linha de produtos super premium desenvolvida com base nos mais modernos estudos
sobre nutrição de peixes”, explica o biólogo Paulo Machado, diretor técnico da MEGAZOO. Segundo
o especialista a empresa traz com exclusividade alimentos sem corantes, aromatizantes e antioxidantes artificiais,
utilizando a própria coloração natural de seus ingredientes, como cenoura, espinafre e urucum.
Livre de trigo e seus subprodutos, possíveis causadores de alergias nos peixes, o alimento também é composto por aveia, que auxilia a manter o nível
adequado de fibras. A presença de nutracêuticos e níveis mais elevados de algumas vitaminas e minerais também colaboram para diminuir o estresse e
fortalecer a imunidade. “Nosso objetivo é a produção de produtos de qualidade superior aos importados, adaptados às condições brasileiras e com preço mais
competitivo”, justifica o diretor técnico.
Atenta às necessidades de variados tipos de peixes, a MEGAZOO oferece a ração extrusada (bits), e em breve, a floculada (flakes). Além de ambas as versões
garantirem fácil digestão, a fabricante pioneiramente investe no conceito de proteína ideal, ou seja, produz uma ração com níveis de proteínas adequados
através do balanceamento de seus aminoácidos para que haja o melhor aproveitamento do alimento e, por consequência, menor quantidade de fezes,
resultando em uma água mais limpa.
A linha MEGAZOO Peixes Ornamentais é o resultado de 24 meses de pesquisas intensas da fabricante, que em parceria com a Universidade de Lavras,
Minas Gerais, chegou a alimentos super premium para peixes tropicais, de lagos, Bettas e Goldfish. A linha ainda inclui produtos de manutenção e tratamento
da água de aquários e lagos, como reguladores de pH,clarificantes, entre outros.
Fonte: Central de Fontes Comunicação
Anfalpet lançou Programa de Sustentabilidade PIQ PET
Desde maio passado o antigo Programa Integrado de qualidade, PIQ PET, da Anfalpet passou a ser chamado de Programa de Sustentabilidade PIQ PET. O principal
objetivo dessa mudança é ampliar o programa que apenas focava a segurança e qualidade dos produtos, para certificar a empresa como um todo, garantindo produtos
seguros, de qualidade e empresas sustentáveis e responsáveis.
O Programa de Sustentabilidade PIQ PET é voltado para indústrias de alimentos e produtos mastigáveis para cães e gatos de todo o país. O Programa vai avaliar o
Desempenho Social (Trabalho Infantil, trabalho forçado e compulsório, saúde e segurança, liberdade de associação e direito à negociação coletiva, discriminação, práticas
disciplinares, remuneração e tratamento das preocupações e tomadas de ações corretivas), Econômico (Conduta ética, cumprimento legal, defesa da concorrência, auditoria
e fiscalização, Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e Ambiental (Aspectos e impactos ambientais, água, requisitos
legais, objetivos, metas e programas ambientais, competência, treinamento e conscientização, verificação, controle de resíduos) de todas as empresas que queiram adquirir
o selo de reconhecimento.
A nova versão do Programa permanece com as exigências nutricionais e classificação dos produtos (Básico, Standar, Premium e Super Premium), porém o selo será
único para as empresas participantes atestando a sustentabilidade da empresa, obrigatoriedade do uso do selo nas embalagens, adesão de todos os produtos e unidades
de cada empresa. A mudança favorece a credibilidade da indústria de alimentos para animais de estimação e produtos fabricados no Brasil, conquistando confiança dos
consumidores.
Preço da carne está aquém do de grãos e oleaginosas Nos 24 meses decorridos entre maio de 2009 - época em que o mundo enfrentava o pior momento da primeira grande crise econômica deste
século - e abril passado, o preço das carnes no mercado internacional apresentou valorização de 30%.
O dado, do órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), foi divulgado recentemente e mostra, ainda, que neste período, o
preço dos grãos (trigo, arroz e milho) – produtos que há um ano chegaram a apresentar evolução de preços semelhante à das carnes – acumula
nesses 24 meses valorização de 43%.
Bem mais significativa, porém, vem sendo a evolução de preços das oleaginosas (óleos e gorduras, também matéria-prima das rações animais):
aumento de 55% em 24 meses.
Fonte: AviSite
China pretende limitar o uso de grãos à indústria de alimentação animal
Conforme divulgou a imprensa asiática, autoridades chinesas entendem que os chamados “grãos forrageiros” devem ser
utilizados exclusivamente como alimento animal. Por isso, o governo planeja impedir a implantação de novos projetos industriais
em que esses grãos não sejam a matéria-prima de carnes, leite e ovos. A adoção da medida deve limitar, por exemplo, os crescentes
investimentos em biocombustíveis.
O milho parece ser o melhor exemplo. Estima-se que atualmente a produção de etanol e de adoçantes artificiais consuma
um terço do grão produzido na China. Como as indústrias remuneram melhor que a agropecuária, as indústrias de ração do país
mais populoso do mundo acabam enfrentando dificuldades para acessar o grão. Isso sem contar que aumentam cada vez mais as
perspectivas de escassez do produto, já que a demanda cresce muito mais rápido que a produção.
Com essa finalidade, adianta-se que o governo deve, também, limitar a implantação de projetos de fabricação de amido de
milho cuja capacidade de produção seja inferior a 300 mil toneladas anuais e proibir de vez as indústrias com capacidade inferior
a 100 mil toneladas, devido à sua menor eficiência na utilização do grão.
Na opinião de técnicos da área processadora de grãos, os negócios no setor vêm sendo tão estimulantes que o governo de
Pequim não conseguiu impedir que a indústria tivesse uma expansão caracterizada como “sem precedentes”. Como resultado, a
capacidade instalada atual, ainda parcialmente ociosa, subiu para 70 milhões de toneladas/ano.
O que se prevê, no corrente exercício, é que essas indústrias estarão consumindo cerca de 50 milhões de toneladas de milho,
volume correspondente a quase 30% da produção esperada pela China para 2010. Aqui, numa rara concordância entre as duas
partes, chineses e norte-americanos (USDA) projetam para a China produção da ordem de 170 milhões de toneladas de milho.
No momento, não há como reduzir ou impedir o consumo previsto. Mas para evitar que ele continue em expansão, já foi
determinado ao sistema bancário chinês a suspensão de financiamentos a comerciantes de milho. Paralelamente, foram reduzidos os
subsídios e incentivos oferecidos às indústrias processadoras de milho. Outro procedimento cujos resultados devem ser significativos
é a limitação da produção de etanol a partir do milho.
Fonte: AviSite
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Produção brasileira de milho: o “x” da questão
Como faz há alguns anos, nestes próximos meses a Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da
Agricultura deve divulgar uma nova edição das “Projeções do Agronegócio” para os próximos 10 anos ( 2011-2021).
E o que se pergunta desde já é: será que as novas projeções mostrarão, em relação à produção brasileira de milho,
tendências tão preocupantes quanto as reveladas por projeções anteriores?
Nas projeções do ano passado, a AGE do MAPA apontou, por exemplo, que no final desta década as exportações
brasileiras de carne de frango estarão suprindo cerca de 48% do mercado mundial, o que significa crescimento de
4,16% ao ano (base: exportações de 2009). O consumo interno total, por sua vez, deve aumentar cerca de 43%,
expandindo-se a uma média de 3,23% ao ano. E tudo, em resumo, implica em que a produção cresça pelo menos
3,64% ao ano.
E o que se projetou, então, em relação ao principal insumo do frango, o milho, sem o qual não há produção avícola? A produção – apontou a AGE do MAPA – tende
a aumentar 37% - média de 2,67% ao ano; a exportação, 80% - média de 5,12% ao ano; e o consumo, perto de 23% - média de 1,97%.
Ou seja: se somente a produção de carne de frango – principal consumidora do grão no País – vai se expandir à razão de 3,64% ao ano, o consumo previsto não pode
evoluir a 1,97% ao ano, ainda que o frango não seja o único consumidor do grão. A conclusão, pois, é a de que pode faltar produto. Ou, então, se tornar escasso. Será
possível, dessa forma, abastecer 48% do comércio mundial?
Mas não é só: a exemplo do que já ocorreu com as carnes, o Brasil firma-se cada vez mais como grande exportador mundial de grãos. Quer dizer: não só de soja, mas
também de milho. Assim, o incremento das vendas externas desse cereal tende a ir muito além dos 5,12% ao ano, média aproximada se consideradas as exportações de
2000 e 2010. E, neste caso, basta observar que na segunda metade da década passada as vendas externas de milho cresceram a mais de 20% ao ano. Ou seja: mais um
fator de escassez.
Para completar está claro que as carnes de frango e suína se tornarão, cada vez mais, o prato de sustentação do consumidor brasileiro, porque, ao atingir valores reais, a
carne bovina vai se tornando proibitiva para parte dos consumidores. E as duas carnes dependem estritamente de milho, o que significa ainda maior demanda do produto.
Em suma: o Brasil precisa – urgentemente – de uma política efetiva para o milho. Sem isso, corre-se o risco de não ver concretizada a maior parte das tendências
apontadas para o final desta década.
Fonte: AviSite
A ascensão no mercado de nutrição vegetal para agricultura
O segmento de nutrição vegetal para a agricultura, negócio que movimenta mais de R$ 3 bilhões
por ano, deve crescer acima de 10% em 2011, mantendo a média histórica de evolução na última
década. A previsão é da Abisolo - Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos, Organominerais,
Biofertilizantes, Adubos Foliares, Substratos e Condicionadores de Solos.
“Essa projeção é respaldada por uma série de fatores internos e externos”, explica Guilherme Romanini,
presidente da Abisolo. “Internamente, acompanhamos a evolução das pesquisas com a nutrição vegetal,
processo essencial para a produção de alimentos. Além disso, intensifica-se a busca por insumos mais
eficientes que não agridem o meio ambiente”, ressalta Romanini. Em termos externos e com repercussão
direta no mercado brasileiro, destacam-se a elevação dos preços das commodities e dos fertilizantes minerais.
Rodrigo Rehder, diretor técnico de Substratos da Abisolo, destaca também que há maior disponibilidade
de matérias-primas – especialmente de substratos – como a casca de pínus, o que permite esperar consistente crescimento do segmento no ano. “O mercado
busca novas tecnologias para maior produtividade, menores custos e mais qualidade”, ressalta Rehder.
“Indiscutivelmente, o preço elevado dos fertilizantes minerais joga os holofotes para a nutrição vegetal e isso favorece o nosso segmento”, concorda
Roberto Levrero, diretor técnico de Fertilizantes Orgânicos da Abisolo.
Premier Pet promove ação nos pontos de venda
Para prestigiar seus parceiros lojistas, bem como se aproximar do consumidor final, a
PremieR pet vem realizando uma grande ação Brasil afora, denominada “Blitz PremieR pet”.
Idealizada pela equipe de trade marketing da empresa, a blitz contempla uma centena de
pontos de venda nos Estados de SP, MG, RJ, SC e PR, além do Distrito Federal. Em parceria
com o lojista, a PremieR pet se responsabiliza por melhorias no local, incluindo arrumação,
limpeza, treinamento da equipe de vendas, sinalização com materiais exclusivos (banners,
faixas, infláveis, balcões de apoio, balões etc.), além de distribuição de amostras e sorteio de
brindes para os clientes. Tudo acontece num período previamente agendado, durante quatro
dias em cada loja.
“O objetivo é contribuir para o incremento no movimento e nos bons negócios nos
pontos de venda, apoiar os lojistas com a realização de melhorias em seus estabelecimentos e
com o treinamento de suas equipes, bem como disseminar o conhecimento dos produtos da
PremieR pet, prestando consultoria in loco aos compradores”, esclarece Fernando Suzuki, gerente de marketing, produtos e trade marketing da PremieR pet.
Segundo ele, a ação vem surtindo efeito, com um acréscimo estimado em 30% nas vendas nesses locais, bem como a satisfação dos lojistas.
A Blitz da PremieR pet segue ao longo de todo 2011. Os lojistas interessados podem entrar em contato por meio do Pet Fone 0800 55 6666 e a empresa
avaliará a viabilidade de incluir a loja entre as participantes.
Exportação brasileira de agronegócios comemora resultados Nos 24 meses decorridos ente maio de 2009 - época em que o mundo enfrentava o pior momento da primeira grande crise econômica deste século
- e abril passado, o preço das carnes no mercado internacional apresentou valorização de 30%.
O dado, do órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), foi divulgado recentemente e mostra, ainda, que neste período, o preço
dos grãos (trigo, arroz e milho) – produtos que há um ano chegaram a apresentar evolução de preços semelhante à das carnes – acumula nesses 24
meses valorização de 43%.
Bem mais significativa, porém, vem sendo a evolução de preços das oleaginosas (óleos e gorduras, também matéria-prima das rações animais):
aumento de 55% em 24 meses.
Fonte: AviSite
Notícias
A PremieR pet lança ação com a finalidade de incrementar os negócios nos pontos de venda
14 15Notícias
Guia de Trânsito Animal (GTA) na versão eletrônica se expande pelo País O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi,
assinou no mês de maio a Instrução Normativa, que define os critérios
da Guia de Trânsito Animal (GTA) em formato eletrônico. O modelo
e-GTA será adotado para movimentação de animais vivos, ovos férteis e
outros materiais de multiplicação animal em todo o território nacional.
“Já estamos com um núcleo experimental em Alagoas e agora
vamos estender para todo o país. Queremos ter as informações da
movimentação de gado no Brasil inteiro”, disse Wagner Rossi. A e-GTA
será expedida por sistema informatizado, utilizado pelo Ministério da
Agricultura. As informações serão transmitidas à Base de Dados Única,
em até 24 horas após a sua emissão, onde poderão ser consultadas e
atestadas a autenticidade do documento.
“Com a criação da Base de Dados Única poderemos saber, antes
da emissão, se o produtor e o estabelecimento de destino realmente
existem e, após a movimentação, se a carga foi recebida no local previsto.
Também vai permitir mais agilidade na fiscalização, pela facilidade de consultar os dados de trânsito dos animais”, afirma o coordenador de
Trânsito e Quarentena Animal (CTQA) do Ministério da Agricultura, Bruno Cotta.
O documento eletrônico vai conter informações referentes à carga a ser movimentada, como espécie; origem; destino; quantidade por
sexo e faixa etária; finalidade do trânsito e identificação do emitente e do local de emissão e as datas de emissão e validade.
O procedimento de emissão via sistema informatizado já era realizado em alguns Estados do Brasil, mas não existia um sistema
central que reunisse os dados nacionalmente. O modelo de GTA em papel continuará sendo utilizado onde não for possível a adoção do
formato eletrônico. Nesses casos, as informações referentes à movimentação deverão ser inseridas na base de dados do Estado e enviadas
posteriormente à Base de Dados Única.
A emissão e impressão da e-GTA deverá ser autorizada com base nos registros sobre o estabelecimento de procedência da carga e no
cumprimento das exigências de ordem sanitária definidas para cada espécie.
A e-GTA deverá ser baixada pelo Serviço Oficial do Estado de destino após a comunicação de chegada da carga pelo destinatário e,
quando necessário, o seu cancelamento será feito pelo Serviço Oficial responsável pela emissão. A guia poderá ser baixada, também, pelos
estabelecimentos de abate ou pelo produtor de destino mediante permissão do Serviço Estadual de Sanidade Animal.
Fonte: Assessoria MAPA
Ômega 3 em cápsulas gelatinosas O Ômega 3 Dog, apresentado em capsulas gelatinosas, é produzido a partir de óleo de peixes de águas marinhas.
Um número crescente de investigações científicas tem demonstrado os efeitos benéficos de alguns ácidos graxos
na alimentação dos animais, como é o caso do ômega 3, encontrado no peixe, que estimula as funções cerebrais e a
capacidade de aprendizagem dos cães. A partir desta demanda, a Organnact Nutracêuticos lançou o Ômega 3 Dog, uma
fonte pura de ômega 3, produzido a partir de óleo de peixes de águas marinhas. A apresentação em cápsulas gelatinosas
facilitam a administração, além disso, não possui odor nem sabor forte de peixe.
“Por muito tempo a suplementação com ômega 3 era indicada apenas para melhorar a qualidade da pele e da
pelagem dos cães, mas após muitas pesquisas descobriu-se que os benefícios dessa suplementação iam muito além, sendo utilizado
para a recuperação de alergias, controle da inflamação, saúde das articulações e função de outros órgãos dos cães, melhorando a
qualidade de vida e a longevidade do animal”, explica Adriana Meyer, Coordenadora Técnica do Grupo Organnact.
Kemin e a sua importante atuação no mercado asiático
A empresa concluiu a expansão da sua planta em Gummidipoondi, na Índia, o que permitirá dobrar a sua capacidade de
produção e implementar novas tecnologias de fabricação. A nova planta produzirá os minerais orgânicos KemTRACE® para
aves, vacas leiteiras e aquicultura, além de oferecer capacidade adicional de mistura e contar com novas instalações de pesquisa
e garantia de qualidade. No total, a nova planta terá a capacidade de produzir 25 mil toneladas de ingredientes nutricionais,
atendendo à crescente demanda da indústria de produção animal.
“O compromisso da Kemin de oferecer soluções moleculares aos clientes foi ratificado pela expansão desta planta. A fábrica
ampliada produzirá uma série de produtos e os minerais orgânicos, permitindo atender à crescente demanda de nossos clientes,”
afirmou K.P. Philip, presidente da Kemin AgriFoods Índia.
A Kemin tem atendido a Índia com produtos de alta qualidade e excelência em serviços técnicos há mais de uma década. A
empresa começou a comercializar ingredientes em 1997 e em 2000, construiu um moderno centro de pesquisas e uma planta em
Gumiidipoondi, na região de Chennai. A Kemin introduziu conceitos inéditos no setor de produção animal do sudeste asiático,
tais como: antioxidantes, bio-surfactantes, inibidores fúngicos, probióticos inovadores e enzimas.
Hoje, a Kemin atende as necessidades da avicultura de produção e postura, setor leiteiro e aquicultura do Sul da Ásia,
sempre com o foco em segurança, sanidade e desempenho animal. Contando com equipes dedicadas de vendas, serviços técnicos
e marketing nas principais regiões, a Kemin está comprometida em crescer e continuar a atender as necessidades do setor de
produção animal em expansão na Ásia.
Empresas brasileiras do setor Pet participam da feira Zoomark na Itália Cinco empresas brasileiras do setor Pet buscam novas oportunidades
para exportar que há de mais inovador no setor de alimentos, higiene e
embelezamento para animais de estimação.
O Projeto Pet & Horse Brasil - desenvolvido em parceria pela Anfalpet
- Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de
Estimação, e pela Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos, organiza mais uma participação à feira de
negócios Zoomark que foi realizada entre os dias 12 e 15 de maio, em Bologna, na Itália.
Para este evento, empresas como Alcon, Brazilian Pet Foods, Guabi, Nutrire e Pet Society aderiram ao Projeto
Pet & Horse Brasil e estarão no estande fomentando novas parcerias, além de apresentarem o que o Brasil possui de
mais moderno e inovador no setor de alimentação, higiene e embelezamento para animais de estimação.
O objetivo destas empresas que aderiram a esta ação do Projeto é buscar oportunidades de mercado para o setor
Pet e realizar reuniões com interlocutores estratégicos para ampliar cada vez mais os canais de distribuição não só
na Itália, mas nos diversos continentes, uma vez que o evento recebe visitantes do mundo todo.
Entre as novidades a serem expostas estão os alimentos secos de diversos sabores como frango e arroz, carne
e cereais, carne de ovelha com arroz, além de snacks e uma linha de shampoo e condicionador, desenvolvidos com
extratos amazônicos 100% naturais.
A Zoomark é uma das principais feiras mundiais do setor pet e acontece a cada dois anos. Além de empresas
italianas, a feira conta com expositores internacionais dos seguintes países confirmados: Estados Unidos, Inglaterra,
China, Brasil e Canadá. Nesta edição, o evento terá cerca de 600 expositores em uma área de 44 mil m².
16 17
Celta Brasil – Especialista em tecnologia de Zeolitas naturais.
Desde o ano de 2003, as Indústrias Celta Brasil vem investindo fortemente em tecnologias baseadas no uso do mineral natural zeolita.
Com objetivo de garantir a melhor matéria-prima e informação técnica consistentes aos seus clientes, foi construído pela Celta Brasil
em Cotia/SP, o Centro de Referência Latino Americano de Zeolitas, espaço que possui grande acervo bibliográfico sobre o mineral Zeolita.
Esta estratégia, aliada ao seu pioneirismo no mercado Petfood e a sólidas parcerias com Universidades Federais, colocou a Celta Brasil como
líder nacional no fornecimento de Zeolitas ao mercado Petfood, com dois importantes produtos: CELPEC® – Agente redutor de odores e
melhorador de escore fecal e o AWCEL® – aditivo anti-umectante para snacks.
Focada na tecnologia e sustentada pela qualidade e exclusividade de seus produtos, a Celta Brasil agora parte para romper as fronteiras
no mercado mundial, através de seus escritórios recentemente inaugurados na Argentina e Portugal.
Treinamento sobre Análise de Certificados de Calibração para Laboratórios Análise de Certificado de Calibração, em geral, é uma importante ferramenta
ligada à indústria de alimentos para animais de estimação. Esta atividade, atualmente,
figura entre as mais importantes dentro do segmento, sendo de suma importância
decisões tomadas em bases científicas sólidas e confiáveis.
A Análise de Certificado de Calibração permite aos laboratórios e setor de controle
de qualidade da empresa a diminuição da incerteza e dos erros nas análises efetuadas,
bem como laudos e relatórios mais seguros aos clientes.
Em maio passado foi realizado, através de organização da ANFALPET (Associação
Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação), o treinamento
sobre Análise de Certificado de Calibração para Laboratórios de Empresas Associadas
à entidade e Laboratórios Credenciados ao Programa de Sustentabilidade PIQ PET.
O treinamento foi ministrado pelo engenheiro Edson Carlos Stavale, diretor
da Stavale e Setting Metrological Solutions.
O treinamento teve carga horária de 8 horas de aula e exercícios individuais abordando alguns tópicos, tais como: Definições básicas em
Metrologia, O Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM 2009- Portaria Inmetro 319), o Quadro geral de unidades de medida (SI-Resolução
CONMETRO 12/88). Além de tópicos de Estatística Básica, Cálculo de Incerteza de Medição, com aplicações da incerteza e principais origens, além
da análise de certificados de calibração específicos da indústria, fornecidos pelo Grupo de Laboratórios para a análise.
Através destes treinamentos a ANFALPET busca sempre manter a Qualidade dos Laboratórios de Empresas Associadas ou Laboratórios
Credenciados ao Programa PIQ PET, buscar aproximações de seus associados e credenciados a técnicas mais avançadas de análises e componentes
incluídos em análise, como a Análise dos Certificados de Calibração, importante ferramenta para diminuir possíveis erros no processo de medição,
apresentando relatórios e laudos mais seguros para os clientes.
Diego Henrique S. Bonilha
Coordenador Técnico da ANFALPET.
Bird: declínio da atividade agrícola gera crise dos preços de alimentos O diretor-geral e vice-presidente Sênior do Banco Mundial, Vinod Thomas afirmou
que o principal causador da pressão de preços nos alimentos no mundo é o declínio
do ritmo de crescimento da produtividade agrícola. “Pela primeira vez nos últimos
10 anos o crescimento da produtividade agrícola foi mais lento que o crescimento
populacional”, declarou Thomas em evento sobre os Brics promovido pela PUC-Rio e
pela prefeitura do Rio de Janeiro.
Segundo ele, as regiões mais afetadas são África e Ásia, mas o Brasil também
sofre do problema - embora esteja em situação melhor do que a destes dois
continentes. “O problema do aumento da produtividade é global, não apenas da
África e da Ásia mas também da América Latina. Isso porque os investimentos
das últimas décadas foram direcionados para a área urbana e para a indústria”,
afirmou.De acordo com Thomas, também houve algum investimento na área
agrícola, porém menos em alimentação e mais no setor de commodities.
Na avaliação dele, os principais inibidores de um maior avanço da
produtividade agrícola são os subsídios dados por países europeus e os
Estados Unidos à produção de alimentos. “Os subsídios de US$ 150 bilhões
para alimentos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, prejudicam os
investimentos para melhorar a produtividade na África e na América Latina”, disse. Ele avalia que é preciso uma coordenação internacional para
resolver o problema.
O diretor-geral afirmou que, embora o Brasil não tenha melhorado o suficiente a produção agrícola nas últimas décadas, agora tem uma
boa oportunidade para fazê-lo. “O Brasil é um dos países em melhor situação para enfrentar este problema, porque assim como a Rússia, tem
uma grande área cultivável e, além disso, os investimentos em pesquisa têm sido direcionados para aumentar a produtividade”, disse.
Fonte: Agência Estado, adaptada pela Equipe AgriPoint.
GRANVITA ADQUIRE EXTRUSORA MANZONI MEX-3000 A Granvita, com sede em Pará de Minas - MG, presente no segmento de saúde e
nutrição animal desde 1992 e com uma planta fabril com tecnologia de ponta, utilizando
o que há de mais moderno na produção de alimentos para animais de estimação,
adquiriu uma extrusora Manzoni da linha MEX-3000.
Com o objetivo de se manter atualizada e em perfeita sintonia com as exigências dos
clientes, a Granvita optou pela Manzoni devido à qualidade de extrusão, a estabilidade
do processo e um suporte técnico presente e disponível.
A Manzoni consolida mais uma parceria e se fortalece como uma das principais
fabricantes de extrusoras do mercado brasileiro. Além de fornecer a linha completa de
extrusão a Manzoni também fornece peças para todos os tipos de equipamentos para fábricas de ração com a qualidade e compromisso já
reconhecido pelo mercado.
Para contatar a Granvita, acesse o site www.granvitapet.com.br
18 19
Semana do Meio AmbienteQual é o papel do médico veterinário e do zootecnista nessa questão? Dia 5 de junho se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente e, durante esta semana, várias instituições de Pesquisa e Universidades aproveitaram para comemorar esta data realizando eventos na Semana do Meio Ambiente
E o que é o Meio Ambiente? É tudo que
nos rodeia. É a nossa casa, o nosso escritório,
o nosso planeta. Tudo o que acontece no
meio ambiente tem repercussão direta em
nossas vidas.
O Dia Mundial do Meio Ambiente é
um evento anual que teve seu início no
ano de 1972 criado pela ONU que desde
então estimula a população mundial a olhar
pelo meio ambiente incentivando ações
e atenções políticas. Esta data tem como
objetivo ser o maior e mais comemorado
dia de ações positivas pelo meio ambiente.
O importante é que possamos perceber
não somente a nossa responsabilidade
mas entender que podemos ser agentes
de mudança apoiando o desenvolvimento
sustentável. O país sede do Dia Mundial
do Meio Ambiente neste ano de 2011 é a
República da India e o tema é: “Florestas: Natureza a seu serviço”. Hoje 1,6 bilhão de pessoas dependem das florestas para subsistência,
mas com a destruição da biodiversidade estas pessoas enfrentam dificuldades para sobreviver. O desmatamento global continua em um
ritmo alarmante – a cada ano, 13 milhões de hectares de florestas são destruídos, o que equivale ao tamanho de Portugal.
E o Papel do Médico Veterinário e do Zootecnista com relação ao Meio Ambiente? Somos conscientes de nossas responsabilidade?
Somos poluidores? Sabemos realizar o gerenciamento de resíduos de nossas clínicas, laboratórios ou como responsáveis técnicos de
matadouros e frigoríficos? Sabemos organizar e elaborar projetos para produção animal levando em consideração o destino dos dejetos e
a utilização equilibrada dos recursos naturais?
É essencial que nos dias de hoje o Médico Veterinário e o Zootecnista conheçam seus papéis dentro do contexto ambiental. Procurar
enteder os Aspectos Ambientais, conhecer os Impactos Ambientais e principalmente ter a consciência que a Prevenção e a Educação
Ambiental são um importante campo de atuação do profissional de Medicina Veterinária e Zootecnia é o primeiro passo. Foi com este
intuito que o Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV nomeou no dia 31 de maio de 2010 a Comissão Nacional de Saúde
Ambiental – CNSA composta por cinco Médicos Veterinários com diferentes experiências na área ambiental. São eles: Claudia Scholten
(presidente), Maria Izabel Merino de Medeiros, Maria do Rosário Lira e Castro, Luciano Ferreira Menezes e Maria Auxiliadora Gorga Luna.
Profissionais que vem realizando um trabalho de conscientização dos papéis do Médico Veterinário e do Zootecnista na Saúde Ambiental
em quase todos os Estados Brasileiros. Um trabalho de avaliação de demandas regionais na área de Meio Ambiente e e repasse e troca de
conhecimentos. O caminho para a Sustentabilidade está em saber equilibrar o Desenvolvimento, a Saúde e o Meio Ambiente.
Para finalizar citamos o Artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em cinco de outubro de 1988:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Faça a diferença,
faça a sua parte!
Fonte: Maria Izabel Merino de Medeiros - CNSA/ CFMV
20 21Caderno Científico
conhecimento da composição química dos
ingredientes usados na alimentação animal e seu
aproveitamento são fundamentais para atender de maneira
satisfatória as exigências nutricionais dos animais. Alimentos
secos e úmidos para cães e gatos apresentam em suas
formulações uma ampla variedade de ingredientes, sendo as
fontes protéicas constituídas principalmente por subprodutos
e co-produtos do processo de fabricação de alimentos
humanos. Apesar disto, pouco se conhece sobre os coeficientes
de digestibilidade de ingredientes para estas espécies.
Os alimentos úmidos para cães e gatos apresentam entre 68-
78% de umidade e empregam nas formulações subprodutos
e partes frescas ou congeladas, provenientes do abate de
suínos, aves, peixes e bovinos, principalmente, bem como
ingredientes de origem vegetal e algumas proteínas animais
processadas por spray-dried. Existem basicamente dois tipos
principais comercialmente disponíveis, que são aqueles na
forma de patê ou pasta e aqueles apresentados na forma de
pedaços ao molho. De uma maneira geral, as matérias-primas
empregadas são provenientes das partes menos utilizadas
destes animais nas linhas de produção de alimentos para
Digestibilidade de ingredientes empregados em alimentos úmidos
OPara a sua ração ser a preferida do mercado ela precisa ser a melhor. E a melhor ração para cães e gatos é a ração que utiliza os produtos da linha Hidrofoc, que são desenvolvidos nos mais altos padrões de qualidade para agregar valor ao seu produto.
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M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Focam.pdf 1 06/02/11 16:13
Por: Ricardo Souza Vasconcellos
o consumo humano. Apesar disto, o intuito deste artigo é
mostrar que mesmo sendo considerados subprodutos, muitas
destas matérias-primas apresentam alto valor biológico e
biodisponibilidade, enquanto outras, devido ao seu baixo
aproveitamento, devem ter seu uso mais restrito.
Considerando o pequeno número de informações científicas
nesta área, nesta edição iremos apresentar dois estudos
nos quais foram avaliadas as composições nutricionais e
coeficientes de digestibilidade de ingredientes comumente
empregados na formulação de alimentos úmidos para cães.
No primeiro artigo, além da avaliação da digestibilidade
dos ingredientes, os autores determinaram ainda o efeito do
tratamento térmico dos alimentos sobre os coeficientes de
digestibilidade dos ingredientes, ao compararem os mesmos
nos ingredientes antes e após o cozimento. No segundo
artigo selecionado, os autores verificaram os coeficientes
de digestibilidade de subprodutos de origem animal cru (na
forma desidratada) e processado (farinhas de origem animal),
empregando aves como modelo de avaliação, uma vez que
ensaios para avaliar o valor biológico das fintes protéicas
também foram realizados.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E DIGESTIBILIDADE DE PARTES E SUBPRODUTOS DE AVES NAS FORMAS CRUA E COZIDA PARA CÃES.
Autores: G.C.M.B. Tavares; A.H.B. Araújo; G.L. Colnago; C.A.R. Lima; W.L. Lima.
Resumo: Determinou-se a composição das partes da carcaça – pescoço, dorso e pés de aves -, e sua digestibilidade,
usada para cães nas formas crua e cozida. Os animais, pesados antes e depois do período experimental, foram
alimentados uma vez ao dia, com livre acesso ao alimento por uma hora. Cada animal recebeu aproximadamente
50g de alimento/kg de peso. As fezes, coletadas diariamente, foram pesadas e congeladas até a realização das
análises bromatológicas. Os pés apresentaram maiores valores de proteína bruta (PB) e matéria mineral (MM), o
pescoço maior valor de energia bruta (EB), e o dorso, os de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO) e extrato
etéreo (EE). O cozimento não alterou a composição dos alimentos. Os coeficientes de digestibilidade da MO e da PB
do pescoço aumentaram significativamente quando este foi cozido, e os valores da energia metabolizável (EM) e da
energia digestível (ED) diminuíram. O cozimento do dorso resultou em diminuição da EM e ED. Os coeficientes de
digestibilidade da MS, MO e PB e a ED e EM do pé foram significativamente maiores para o pé cozido.
Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.62 (2): 453-459, 2010
http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v62n2/27.pdf
Neste artigo os autores não mencionam no resumo os coef icientes de digestibilidade obtidos. Por este motivo,
abaixo estes são apresentados, extraídos do corpo do texto do artigo científ ico.
22 23Caderno Científico Tabela resumo dos coeficientes de digestibilidade de
ingredientes empregados em formulações de alimentos
úmidos, nas formas crua ou cozida.
Pode-se verificar que, de uma maneira geral, os
ingredientes foram beneficiados pelo tratamento térmico,
MS87,489,789,7591,0764,778,7
PB90,093,590,092,274,893,7
MO93,895,394,795,681,792,8
EE98,999,399,399,596,898,8
ED701967646719649349945434
ingredientesPescoço Cru CozidoDorso Cru CozidoPés Cru Cozido
havendo elevação nos coeficientes de digestibilidade após
o tratamento térmico, de uma maneira geral. Todos eles
apresentaram excelentes coeficientes de digestibilidade
da matéria orgânica, proteína bruta e extrato etéreo. Com
relação a redução na ED relatadas no resumo, esta pode ser
possivelmente devido a problemas analíticos, uma vez que a
composição nutricional dos alimentos foi mantida antes e após
o tratamento térmico e, embora não esteja mostrado aqui,
pode ser calculado o coeficiente de digestibilidade da energia
bruta a partir dos dados do artigo, que apresentou valores
mais elevados em todos os ingredientes após o cozimento.
Neste estudo, os autores utilizaram fontes protéicas
comuns em formulações de alimentos úmidos (pulmão de
bovinos, ovinos e suínos, fígado suíno, peixes marinhos
e pescoço de frango) e secos (farinhas de subprodutos
de ovinos e frangos). Embora as matérias-primas cruas
tenham sido liofilizadas e não tenham sido cozidas, foi
possível verificar que estes ingredientes apresentam
valor biológico e digestibilidade superiores às farinhas
comumente empregadas nas formulações de alimentos
secos. Desta forma, de uma maneira geral, os ingredientes
atualmente empregados em alimentos úmidos, embora
sejam considerados subprodutos, conforme verificado
nos dois estudos apresentados, desde que devidamente
processados, apresentam aproveitamento excelente pelos
QUALIDADE PROTÉICA DE VÁRIOS SUBPRODUTOS CRUS E PROCESSADOS COMUMENTE INCORPORADOS EM ALIMENTOS PARA ANIMAIS DE COMPANHIA.
Autores: K.R. Cramer; M.W. Greenwood; J.S. Moritz; R.S. Beyer; C.M. Parsons
Resumo: experimentos foram conduzidos para avaliar a qualidade protéica de vários subprodutos crus e processados
comumente usados em dietas para animais de companhia. Seis ingredientes animais crus liofilizados (pulmão bovino,
pulmão suíno, pulmão ovino, fígado suíno, peixes marinhos e pescoço de frango) e três farinhas animais processadas
(farinha de ovino, farinha de subprodutos de aves convencional e farinha de subprodutos de aves baixa matéria mineral)
foram usadas em ensaios com frangos para determinar a biodisponibilidade da lisina e aminoácidos sulfurados totais
(AAST), taxa de eficiência protéica (TEP) e taxa de utilização protéica líquida (TUPL). Cada dieta experimental foi
oferecida a 4 replicatas com 5 aves por gaiola. Posteriormente, cada ingrediente animal foi oferecido a galos Leghorn
brancos adultos para a determinação da digestibilidade verdadeira dos aminoácidos. A maior parte dos ingredientes
animais crus apresentou moderada a elevada qualidade protéica. A biodisponibilidade da lisina variou de 86 a 107% e 70
a 99% para os subprodutos crus e processados, respectivamente. Biodisponibilidade de AAST variou de 64 a 99% e 61
a 78% para as farinhas de subprodutos crus e processados, respectivamente. A TEP variou de 2,83 a 4,03 e 2,01 e 3,34
para as farinhas de subprodutos crus e processados, respectivamente. A farinha de ovinos teve o mais baixo valor de
TEP e TUPL, enquanto o pulmão suíno teve os valores mais elevados. Digestibilidade de aminoácidos essenciais e de
aminoácidos totais variou, respectivamente, de 93,0 a 96,7% e 90,3 a 95,5% para os subprodutos crus e de 84 a 87,7% e
79,2 a 84,8% para as farinhas de subprodutos processados. As farinhas de origem animal processadas em geral tiveram
qualidade protéica inferior às farinhas de subprodutos animais crus, com a farinha de ovinos apresentando o menor valor
nutricional e o pulmão suíno apresentando o maior valor nutricional.
J. Anim. Sci. 85:3285-3293, 2007
http://jas.fas.org/cgi/content/full/85/12/3285
animais, o que torna os alimentos úmidos, produtos de
elevado valor nutricional.
Apesar disto, muitos estudos ainda são necessários,
além de melhorias na legislação e no processo de fiscalização
dos estabelecimentos produtores destes alimentos, pois a
disponibilidade de ingredientes in natura é muito grande,
havendo desta forma ingredientes de elevado valor
nutricional e, por outro lado, muitos ingredientes compostos
basicamente por resíduos de baixo valor nutricional, tais
como ossos, tecido conjuntivo, entre outros.
Além dos ingredientes, a temperatura de cozimento
e utilização de aditivos pode afetar a digestibilidade de
alimentos úmidos. Na próxima edição serão apresentados
dois artigos em que estes fatores foram avaliados.
24 25
Sem trégua às micotoxinas
O contínuo trabalho da indústria para desenvolver soluções cada vez mais eficazes no combate às micotoxinas
contaminação nos alimentos destinados aos
animais por micotoxinas representa um sério problema de
saúde - causando diminuição da produtividade, interfere
na reprodução e aumenta a taxa de mortalidade -, além de
constituir um considerável obstáculo à economia, por afetar
o agronegócio. Trata-se de uma questão mundial, já que os
fungos, que produzem as micotoxinas, estão amplamente
disseminados na natureza, desenvolvendo-se onde houver
matéria orgânica. Nos países em desenvolvimento, o
imbróglio está nos programas de controle de micotoxinas,
enquanto que nos países desenvolvidos, embora haja
legislações mais restritas, muitos dependem de importação
de grãos. Acredita-se que aproximadamente 25% a
50% de todas as commodities produzidas no mundo,
especialmente os alimentos básicos, estejam de alguma
forma contaminados por micotoxinas.
Para o controle da contaminação nos alimentos, o
melhor método é prevenir o crescimento dos fungos,
exigindo-se maior controle na qualidade da matéria-
prima. Métodos alternativos, utilizando-se antifúngicos
ou adsorventes nas rações devem ser usados. Porém,
além dos adsorventes serem limitados para determinadas
micotoxinas, também adsorvem nutrientes dos alimentos.
ExISTE O ADSORVENTE IDEAL? Atualmente, tem-se conhecimento de mais de 500
tipos de micotoxinas, sendo que existe um grande número
de variáveis quanto ao acometimento, como matéria-
prima, espécie animal, clima e área demográfica. Alguns
cientistas acreditam que as alterações climáticas levarão
a mutações fúngicas e que por isso, um maior número de
micotoxinas novas e diferentes ainda surgirão.
Quanto aos adsorventes, pode-se classificá-los pelo
tipo de ligação: orgânica (por exemplo, parede celular de
levedura) e inorgânica (aluminosilicatos), com atuações
distintas. No caso da parede celular da levedura, a
ação adsorvente ocorre através das beta glucanas, em
especial, as glucanas com ligação 1,3 e 1,6, que agem
intensificando a ação de células fagocíticas que agirão
sobre as micotoxinas. Já no caso dos aluminosilicatos,
a ação ocorre através de uma troca catiônica, sendo
que a capacidade desta troca, chamada (CTC), varia de
acordo com o tipo e origem dos diversos aluminosilicatos
presentes no mercado. “Não há um adsorvente 100%
eficaz na adsorção das mais de 500 micotoxinas
presentes em todo o mundo, então acreditamos que a
Capa
A
Por: Lia Freire
terceira geração dos adsorventes, obrigatoriamente será
formulada com ingredientes que facilitem a regeneração
dos órgãos afetados pelas micotoxinas”, analisa Márcia
Villaça, gerente de vendas Pet & Acqua da ICC Ind. Com.
Exp. E Imp. Ltda.
De acordo com o gerente da Alltech, Camilo
Beck, duas características são fundamentais em um
adsorvente: a capacidade de adsorver um amplo espectro
de micotoxinas, assim como, a estimulação ao sistema
imunológico dos animais. “No campo, os animais
estão expostos a grãos naturalmente contaminados
por múltiplas micotoxinas e não apenas por uma,
portanto, o adsorvente ideal é aquele produto com
maior espectro de ação. Com capacidade de se ligar a
um grande número de grupos químicos de micotoxinas
e com o máximo de estabilidade de adsorção ao longo
do trato gastrointestinal. A segunda característica está
relacionada à capacidade do produto de estimular o
sistema imunológico, justamente porque as micotoxinas
atuam deprimindo este sistema. Acredito que a Alltech
está conseguindo chegar perto de um produto ideal,
“Não há um adsorvente 100% eficaz. Acredito na terceira geração, formulada com ingredientes que facilitem a regeneração dos órgãos afetados pelas micotoxinas”, Márcia Villaça, da ICC.
26 27Capa
aprimorando cada vez mais as características do
Mycosorb”, destaca Camilo.
Para a empresa Biomin, o desenvolvimento de um
adsorvente de grande espectro não é a solução ideal,
já que as micotoxinas possuem diferentes estruturas e
polaridades. “A partir de estudos científ icos tornou-
se claro que a ef icácia da adsorção destes produtos
é duvidosa. Além disso, a adsorção não específ ica de
minerais, vitaminas e outros componentes das rações
animais deve ser levada em consideração. Infelizmente,
mesmo que grandes avanços tenham sido conseguidos
em relação às micotoxinas existentes, novas emergem
a cada dia o que requer uma grande persistência e
investigação científ ica contínua para combatê-las”,
opina Inês Rodrigues, gerente técnica da Biomin.
Em busca de um adsorvente ideal, a Nutriad trabalha
e desenvolve as suas soluções a partir do conceito de
multifuncionalidade. “O nosso adsorvente não apenas
adsorve as micotoxinas, como também age de forma
multifuncional. Adsorver as micotoxinas é apenas uma
parte do processo. As micotoxinas apolares precisam
ser biotransformadas; os radicais livres, resultantes do
processo de estresse oxidativo, anulados e os órgãos que
sofreram danos, como o fígado, por exemplo, reparados.
Baseado nisso desenvolvemos nossos produtos, com
complexidade, para agir de maneira multifuncional,”
explica Diogo Menezes Villaça, gerente da Nutriad.
MyCOSORB, DESDE 1993 NO MERCADO
Lançado pela Alltech há 18 anos, Mycosorb é um
aditivo natural para utilização na ração de aves e animais
de produção, oferecendo adsorção das micotoxinas:
af latoxinas, zearalenona, DON - deoxinivalenol,
ocratoxina A, toxina T2 e fumonisina. A sua formulação
é composta por glucanos extraídos da porção interna
da parede celular de cepas específ icas da levedura
Saccharomyces cerevisiae. O fabricante destaca que
não é um subproduto da indústria de cana-de-açúcar,
cervejaria ou panif icação, sendo desenvolvido para
uso exclusivo na nutrição animal, com a f inalidade
de adsorver as micotoxinas e estimular o sistema
imunológico dos animais. “Estudos in vivo demonstram
que o Mycosorb não apresenta efeito tóxico aos animais
e sua ef icácia foi comprovada em 60 experimentos,
conduzidos em diferentes universidades do mundo,
sendo que 6 destes foram realizados no Brasil. A
solução não interage com os nutrientes e outros aditivos
“Avançamos rapidamente na eficácia dos adsorventes de origem microbiológica. Oferecemos um produto com maior espectro de ação, maior percentual de adsorção e maior capacidade de estimular o sistema imunológico dos animais”, Camilo Beck, da Alltech.
Aditivo natural, o Mycosorb, da Alltech, vem da levedura e oferece adsorção das micotoxinas aflatoxinas, zearalenona, DON - deoxinivalenol, ocratoxina A, toxina T2 e fumonisina.
presentes na ração e, isso também já foi comprovado
cientif icamente. Não há risco de contaminação por
metais pesados e dioxinas e seu processo de fabricação
é padronizado e patenteado, sem variações ao longo do
ano”, destaca o gerente, Camilo.
Com uma equipe de pesquisadores, que atua
globalmente, incluindo especialistas em toxicologia e
químicos que trabalham em cooperação com as principais
universidades do mundo, a Alltech realiza parcerias para
avaliar as possibilidades de evolução do seu produto, assim
como sua eficácia, sempre por meio de ensaios in vitro e in
vivo. Também como parte de sua estrutura, há um Centro
de Nutrigenômica, nos EUA, para estudar a composição
química das diferentes cepas de levedura, além de
determinar como a inclusão de Mycosorb na alimentação
pode alterar a expressão dos genes dos animais. A Alltech
conta ainda com uma equipe de gerentes mundiais, todos
especialistas em micotoxinas, responsáveis por coordenar
novos estudos nas universidades locais, acompanhar os
resultados do produto a campo e implementar programas
de controle de micotoxinas.
“Estamos avançando rapidamente na eficácia dos
adsorventes de origem microbiológica e, hoje, oferecemos
um produto com maior espectro de ação, maior percentual
de adsorção e maior capacidade de estimular o sistema
imunológico dos animais”, afirma Camilo.
ALÉM DOS ADSORVENTES
Adotar programas de controle e prevenção às
micotoxinas é fundamental em seu combate e seguindo
este princípio, a Alltech não oferece apenas o adsorvente
Mycosorb, como também desenvolveu para os seus
clientes, há 7 anos, um programa amplo e preventivo,
denominado PACPC - Programa Alltech de Controle de
Pontos Críticos. O PACPC está baseado em 7 princípios
do HACCP, em que identifica-se nas fábricas de ração,
através de análises microbiológicas e micotoxicológicas,
os locais mais contaminados por fungos, micotoxinas e
bactérias. “Através da educação, estamos implementando
em nossos clientes programas preventivos de controle
de fungos e micotoxinas, que incluem a qualificação
de fornecedores, segregação de grãos, boas práticas de
armazenamento e produção de ração. Esta ferramenta
técnica é oferecida aos clientes como um serviço
complementar ao uso do adsorvente, sem custo adicional,
com o objetivo de ampliar o controle de micotoxinas. Para
implantá-lo, estabelecemos parcerias com laboratórios de
pesquisas das universidades e consultores especializados
em armazenamento e programas como BPF e HACCP”,
explica Camilo.
STARFIx® E O SEU DUPLO EFEITO
A partir da filosofia de disponibilizar soluções que
possam ser amplamente empregadas pela indústria
de nutrição animal, a ICC Ind. Com.Exp. e Imp. Ltda
desenvolve os seus produtos, que são levados a campo
antes de serem apresentados ao mercado. A empresa
possui estrutura própria para a realização de testes in
vivo, além de trabalhar em parceria com instituições de
pesquisas no Brasil e exterior; e contar com a assessoria
de profissionais especializados em micotoxinas e saúde
animal. “O nosso controle de qualidade é outro importante
diferencial, sendo todos os lotes produzidos laudados
quanto aos componentes ativos do produto, por exemplo,
glucanas, mananas e nucleotídeos, proporcionando
maior confiabilidade e segurança em comparação a
concorrência”, destaca Márcia, gerente da ICC.
Atualmente, empresa comercializa o Zenifix, um
aluminosilicato com ação adsorvente e com alta capacidade
de troca catiônica. A partir do segundo semestre de 2011
lançará o Starfix®, que além de adsorver uma ampla gama
de micotoxinas, apresenta substâncias capazes de realizar
a regeneração hepática, reduzindo com isto os riscos
de danos à saúde animal. “Ou seja, a solução terá duplo
28 29Capa
efeito, o de proteção quanto às micotoxinas e o de suporte
regenerativo, por intensificar a multiplicação celular”,
enfatiza a profissional.
INVESTIMENTOS EM ESTUDOS E PESQUISAS No momento, a ICC conduz oito experimentos in
vivo com diversas espécies animais. A empresa tem
um comprometimento fixo de investir anualmente em
pesquisas, que no orçamento de 2011, foi aumentado em
50% em comparação ao ano anterior.
Desde 2009 possui um galpão na USP Campus de
Pirassununga (SP) com capacidade de alojar cerca de 1.680
aves. Todos experimentos são desenvolvidos por docentes
qualificados e técnicos da ICC, ambos com mestrado e/
ou doutorado em produção animal. “Além de possuir
estrutura própria para o desenvolvimento de pesquisas,
a ICC também conta com a parceria de diversos centros
de pesquisas como Esalq, Universidade Federal de Viçosa,
UNESP de Jaboticabal, instituições internacionais como
a West Virginia University e Mississippi State University
para a realização de testes experimentais com diversas
espécies animais.
FORMULAÇõES APRIMORADAS
Visando oferecer diversos tipos de adsorventes com
formulações distintas para atender as necessidades de
cada produtor e fabricante de ração, a Nutriad apresenta
a linha Toxy-Nil, que tem entre os seus principais
diferenciais a sepiolita especialmente tratada, que resulta
em uma adsorção mais eficiente e permite uma inclusão
“Todos os nossos aditivos passam por fase de experimentação, testes in vitro e in vivo, em universidades e centros de pesquisas que são referências científicas no mundo”, Diogo M. Villaça, da Nutriad.
menor da solução por tonelada de ração; o extrato de
parede de leveduras, responsável pela biotransformação,
que consiste na transformação das micotoxinas em
compostos químicos mais hidrofílicos através de
processos microbiológicos como reações de hidroxilação,
de-epoxilação ou deacetilação; o hepatoprotetor, que
reverte os danos causados pelas micotoxinas no fígado;
os antioxidantes, que neutralizam os radicais livres,
resultando em uma melhora global na saúde dos animais,
reduzindo o estresse metabólico e, por fim, a certificação
de qualidade internacional.
O processo de desenvolvimento de soluções
inovadoras e aprimoramento de produtos é uma
constante na Nutriad, que atualmente oferece as
seguintes soluções: Toxy-Nil Dry com ação direcionada
à adsorção de micotoxinas polares como af latoxina
(AFLA) e ocratoxina (OCRA); Toxy-Nil Plus Dry,
com amplo espectro, fornecendo substrato para a
biotransformação de micotoxinas apolares, incluindo
ação em AFLA, OCRA, fumonisina (FUMO),
zearalenona (ZEA), tricotecenos (T-2,TH-2), nivalenol
(NIV), diacetoxiscirpenol (DAS) etc; Toxy-Nil Unike™
Dry, um adsorventre multifuncional, com ação de amplo
espectro, adsorvendo micotoxinas polares e fornecendo
substrato para a biotransformação de micotoxinas
apolares. Algumas das micotoxinas neutralizadas
pela adsorção ou biotransformação são AFLA, OCRA,
FUMO, ZEA, T-2,TH-2, NIV, DAS etc, além disso
possui antioxidantes e protetor hepático que agem em
sinergia formando um complexo único. E, uma nova
geração do Toxy-Nil™ Unike já está sendo desenvolvida.
“Todos os aditivos oferecidos pela Nutriad, passam por
fase de experimentação, testes in vitro e in vivo, em
universidades e centros de pesquisas que são referências
científ icas no mundo. Aliás, possuímos dois centros de
pesquisas aplicadas, um na Andaluzia (Espanha) e outro
em Dendermonde (Bélgica), além de cinco laboratórios
localizados em Chester (Inglaterra), Dendermonde,
Andaluzia e Chicago (EUA). Contamos ainda com
uma equipe de zootecnistas, veterinários, químicos,
biólogos e engenheiros que trabalham continuamente
no desenvolvimento e aprimoramento de produtos
para atender necessidades específ icas de cada espécie
e mercado. Somente após comprovação da ef iciência,
um produto é oferecido comercialmente. Além de
extensas pesquisas, procuramos disponibilizar serviços
de monitoramento de micotoxinas, visitas técnicas e
30 31Capa
acompanhamento a campo”, af irma Diogo, gerente da
Nutriad.
A BIOTRANSFORMAÇÃO
O interesse da Biomin por micotoxinas começou em
1985, quando o primeiro adsorvente de micotoxinas foi
comercializado. Hoje em dia, e após várias descobertas
e avanços obtidos em seu Centro de Investigação e
em cooperação com diversos parceiros externos, a
empresa conta com uma linha modular de produtos,
a Mycofix®, para o manejo do risco das micotoxinas.
“Os produtos Mycofix® não se enquadram no simples
conceito de adsorvente. Eles apresentam-se como um
produto inativador de micotoxinas. Os componentes
adsorventes permitem a eliminação da toxina através
da sequestração de af latoxinas, fumonisinas e alcalóides
do ergot. A biotransformação facilita a eliminação da
toxicidade de mais de 170 tricotecenos diferentes, da
zearalenona e das ocratoxinas, através da alteração das
suas estruturas tóxicas em metabólitos não tóxicos.
A bioproteção elimina os efeitos tóxicos causados por
todas as toxinas, protegendo o fígado e compensando
o efeito imunossupressor das micotoxinas”, detalha a
“Os produtos Mycofix® não se enquadram no simples conceito de adsorvente. Eles apresentam-se como um produto inativador de micotoxinas”, Inês Rodrigues, da Biomin.
gerente da Biomin, Inês.
Até recentemente não existia legislação na União
Europeia que reconhecesse aditivos de rações com
propriedades para o combate às micotoxinas, por isso
existem mais de 100 produtos no mercado com várias
denominações para o controle de micotoxinas. No
entanto, no ano de 2009, o comitê da Standing Committee
on the Food Chain and Animal Health (SCFCAH) -
Cadeia Alimentar e Saúde Animal -, votou positivamente
para a abertura de um novo grupo funcional dentro
do regulamento (EC) 1831/2003, reconhecendo
“substâncias para a redução da contaminação dos
alimentos para animais por micotoxinas: substâncias
que podem inibir ou reduzir a absorção de micotoxinas,
favorecer a sua excreção ou modif icar o seu modo de
ação.” Esta foi uma etapa histórica no longo percurso
de aceitação e aprovação de produtos inativadores de
micotoxinas na União Europeia. A European Food
Safety Authority (EFSA) - Autoridade Europeia para
a Segurança Alimentar-, estabeleceu então parâmetros
rígidos para a avaliação destes produtos, fazendo com
que muitas empresas de aditivos para rações desistissem
de ter seus aditivos legalmente registrados, tentando
aplicá-los simplesmente como componentes de rações,
denominação que não exige um processo of icial de
avaliação/registro.
O esforço, a dedicação e o investimento em Pesquisa
e Desenvolvimento (P&D) permitiu que a Biomin fosse
a primeira empresa a receber da EFSA o aval para o
registro do Mycofix® como aditivo para rações com
propriedades antimicotoxinas.
ESTUDOS E PESQUISAS
O Centro de Investigação da Biomin conta com
mais de 50 pesquisadores, desde cientistas seniores até
estudantes de mestrado e doutorado. A empresa também
mantém várias parcerias com universidades, centros de
pesquisas, empresas de renome, inclusive do mesmo
grupo, e que já resultou no maior estudo em relação
à ocorrência mundial de micotoxinas – o Biomin’s
Mycotoxin Survey - uma ferramenta que fornece
importantes informações sobre a ocorrência mundial
de micotoxinas em componentes individuais e nas
rações animais. A Biomin ainda participa ativamente
do projecto MycoRed, cujo objetivo é desenvolver
soluções estratégicas para a redução da contaminação
das cadeias alimentares por micotoxinas, através de
projetos integrados de pesquisa.
Um time técnico formado por 7 pessoas para gestão
de produtos localizados, trabalha oferecendo apoio
aos mercados regionais e às equipes de vendas de todo
o mundo, fazendo a ligação entre a P&D (Pesquisa
e Desenvolvimento) e o cliente f inal. Finalmente,
as equipes de vendas da Biomin são compostas por
veterinários ou zootecnistas responsáveis pelo apoio
técnico nos diferentes países e pelo feedback que é crucial
para o desenvolvimento continuado dos produtos. “Mais
do que vender apenas produtos, a Biomin orgulha-
se em auxiliar os seus clientes, fornecendo soluções
credíveis e apoio técnico constante”, af irma Inês. Cerca
de 6% a 8 % dos lucros obtidos com as vendas são
reinvestidos em P&D, além disso, a Biomin tem feito
um grande investimento na análise de micotoxinas,
ingredientes e rações. Tais informações são compiladas
periodicamente e publicadas como Biomin’s Mycotoxin
Survey, uma ferramenta de apoio à indústria com
informações detalhadas sobre a ocorrência mundial de
micotoxinas.
Devido a demanda, os cientistas do Centro de
Investigação da Biomin têm focado suas atenções
nos alcalóides de ergot e em fungos endofíticos. Os
ergots afetam principalmente o centeio, o tritical, a
cevada e o trigo, tendo um impacto negativo na saúde
e produtividade dos animais. Já os fungos endofíticos
(Neotyphodium coenophialum) afetam o azevém
(Lolium perenne) e a festuca (Festuca arundinaceous),
produzindo alcalóides, prejudicando a saúde e o
desempenho dos animais.
O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO
Com relação aos alimentos para consumo animal
(matérias-primas e rações), a Portaria MA/SNAD/SFA
nº 183, do Ministério da Agricultura (Diário Oficial da
União, de 09/11/1988), estipula, para qualquer matéria-
prima para alimentação direta ou como ingrediente
para rações, o limite máximo para af latoxinas
(B1+B2+G1+G2) de 50 μg/kg. Muito embora, a
legislação contemple apenas as af latoxinas, cientistas
brasileiros já estão, há bastante tempo, conduzindo
pesquisas com outras importantes micotoxinas, como a
citrinina, as fumonisinas, a ocratoxina A, a patulina, os
tricotecenos e outras menos frequentes.
Têm-se observado uma tendência à uniformização
nas legislações em todos os continentes, bem
como, a redução dos limites máximos permitidos,
especialmente para as af latoxinas. Na América Latina,
19 países dispõem de legislação para micotoxinas e no
caso das af latoxinas há uma harmonização entre as
leis dos países do Mercosul, englobando a Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai, sendo que este último tem
a legislação mais detalhada da América Latina, com
limites para os alcalóides ergóticos em rações, o que é
inédito em qualquer legislação no mundo.
OS PREjUÍZOS CAUSADOS NO MERCADO DE NUTRIÇÃO ANIMAL
Mensurar os prejuízos causados pelos efeitos das
micotoxinas nas rações para animais de companhia
é mais complicado, uma vez que estes animais não
vivem em grupos confinados. É fato, que os fabricantes
As Micotoxinas Produzidas por certos fungos presentes naturalmente em produtos e subprodutos agrícolas, especialmente
nos cereais, as micotoxinas são abundantes no solo. Os fungos também podem surgir durante o armazenamento,
bem como, no processamento das rações. A umidade é fator determinante para a proliferação dos fungos e a
temperatura ideal está situada na faixa de 20-30 ºC.
Algumas toxinas são carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas e podem atuar de várias formas,
isoladamente ou em conjunto, dependendo dos níveis e combinações delas encontradas nos alimentos.
As micotoxinas polares são aquelas que possuem cargas elétricas e se juntam ao agente adsorvente levando
à neutralização da toxina. Já as apolares não apresentam cargas elétricas e, portanto, devem passar por um
processo de biotransformação. Este processo consiste na transformação das micotoxinas em compostos químicos
mais hidrofílicos.
32 33
práticas de manejo por parte dos produtores, visando
o controle dos fungos durante o desenvolvimento
das culturas e o armazenamento dos grãos; a falta de
fiscalização, por parte do governo federal, dos fornecedores
de grãos, estabelecendo níveis máximos de micotoxinas; a
falta de remuneração dos produtores por qualidade; poucas
empresas para monitorar a ocorrência de micotoxinas antes
da compra das matérias-primas ou para fazer a segregação
por qualidade, entre outros pontos.
Recentemente, Camilo esteve em um evento em
Buenos Aires que tratou sobre as pesquisas relacionadas
às micotoxinas e os investimentos em equipamentos
para colocar em prática um programa de controle
preventivo (PEA 37046) que englobe toda a cadeia,
desde a produção de grãos nas fazendas até o uso de
adsorventes nas rações. “Este programa argentino está
servindo de base para o MycoRed, que será adotado nos
países produtores de grãos e carne da União Europeia.
O governo brasileiro poderia pensar em algo similar”,
alerta o gerente.
Do ponto de vista da Biomin, o maior desaf io está
no fornecimento de soluções inovadoras de acordo com
os últimos avanços científ icos, com produtos de alta
qualidade. Especialmente no caso das micotoxinas,
a informação existente e os métodos analíticos
desenvolvem-se a um ritmo alucinante. ‘Os clientes
estão cada vez mais exigentes e, por isso, só irão
estabelecer parcerias com empresas capazes de superar
tais desaf ios”, analisa a gerente da Biomin, Inês.
Para o gerente da Nutriad, Diogo, um dos principais
desaf ios está em detectar os efeitos das micotoxinas
em pets, pois depende da análise dos sinais clínicos,
já nos animais de produção os efeitos são bem mais
conhecidos. “O grande problema é conseguir identif icar
os sinais subclínicos no animal, que muitas vezes são
sutis e vagos, por isso, a abordagem mais promissora
e prática tem sido a adição de aditivo adsorvente
multifuncional em todas as rações, independente
do nível de contaminação”, opina Diogo, gerente da
Nutriad
de rações prezam por sua marca e a qualidade da
mesma, o que consequentemente leva a f idelização dos
consumidores. Sabe-se que cães e gatos dif icilmente
irão morrer intoxicados por micotoxinas, mas poderão
apresentar inúmeros problemas de saúde, em alguns
casos, levando-os a morte. Surgem doenças intestinais,
na pelagem, há problemas de imunidade e até mesmo a
ocorrência de câncer. “Em aves, por exemplo, a situação
é diferente. Através de um estudo que realizamos
em cooperação com a EMBRAPA Suínos e Aves, em
Concórdia (SC), com frangos de corte e utilizando
milho contaminado com baixos níveis de af latoxina (5
ppb) e fumonisina (2 ppm), incluindo ou não Mycosorb,
conseguimos aumentar signif icativamente a viabilidade
das aves (de 95% para 99%). Este resultado para uma
empresa que abate 150 mil aves/dia, representa um
retorno f inanceiro de R$ 600 mil/mês, ou seja, sem o
uso do adsorvente a empresa deixaria de vender R$ 600
mil/mês ou R$ 7,2 milhões em kg de carne de frango/
ano”, exemplif ica o gerente da Alltech, Camilo.
OS DESAFIOS E O QUE PODERIA SER MELHORADO NO BRASIL
Segundo a executiva da ICC, Márcia, em um país
de grande extensão territorial, clima tropical e de
diferenças sociais como o Brasil, o desaf io está em fazer
com que seja dada a devida importância que o tema
micotoxina merece. “O maior desaf io é o educacional. É
vital que o produtor rural e a indústria de rações sejam
treinados quanto às técnicas de controle das matérias-
primas, desde a colheita ao armazenamento dos grãos.”
Dentre os principais problemas, que tornam mais
difíceis as ações de controle das micotoxinas, segundo
o gerente da Alltech, Camilo, estão a falta de adoção das
Os Tipos de MicotoxinasPrincipais substratos
Amendoim, milho.
Trigo, aveia, cevada, milho e arroz.
Centeio e grãos em geral.
Milho
Cevada, café, vinho.
Frutas e sucos de frutas
Milho, cevada, aveia, trigo, centeio.
Cereais
Fungos produtores
Aspergillus flavus eAspergillus parasiticus
Penicillium citrinum
Claviceps purpurea
Fusarium verticillioides
Aspergillus ochraceus e Aspergillus carbonarius
Penicillium expansum e Penicillium griseofulvum
Fusarium spMyrothecium spStachybotrys sp
Trichothecium sp
Fusarium graminearum
Principal toxina
Aflatoxina B1
Citrinina
Ergotamina
Fumonisinas
Ocratoxina
Patulina
Tricotecenos:T2, neosolaniol,
fusanona x, nivalenol,
deoxivalenol.
Zearalenona
Principal toxina
Hepatotóxica, nefrotóxica, carcinogênica.
Nefrotóxica para suínos
Gangrena de extremidades ou convulsões
Câncer de esôfago
Hepatotóxica, nefrotóxica, carcinogênica.
Toxicidade vagamente estabelecida
Hemorragias, vômitos,
dermatites.
Baixa toxicidade, síndrome de masculinização e feminização
em suínos
Fonte: http://www.microbiologia.vet.br/micotoxinas.htm
34 35
“O mundo inteiro sofre com os problemas relacionados às micotoxinas e micotoxicoses. O principal desafio é o diagnóstico, infelizmente a simples análise de micotoxinas não garante
que o alimento esteja seguro.”
Elizabeth Santin
A Professora Doutora e Chefe do Departamento de Medicina Veterinária da UFPR, de Curitiba, Elizabeth Santin, tem a sua linha de pesquisa baseada nas interferências nutricionais sobre a saúde animal. Possui publicações em jornais científicos e eventos sobre a temática de micotoxicoses. Consultora para várias empresas sobre a implantação do programa prático de controle de micotoxicoses, nos concedeu a seguinte entrevista:
Entrevista
Revista Pet Food - Quais as principais micotoxinas presentes na nutrição animal? Em quais alimentos são encontradas?Elizabeth Santin - Depende muito da região onde é produzido o cereal utilizado como ingrediente ou condições onde o alimento/ingrediente é armazenado. Os fungos podem crescer em várias partes do processo de produção do alimento animal (lavoura, durante o armazenamento do cereal, na fábrica de rações, nas casas dos proprietários e mesmo no comedouro dos animais) e dependendo das condições ambientais há diferentes espécies de fungos crescendo e várias possibilidades das micotoxinas serem produzidas. Falando somente no que se refere às condições de lavoura, na região Sul do país existe, por exemplo, o “ambiente ideal” para o crescimento do fungo do gênero fusarium, que produz a zearalenona e está presente no milho e, em níveis relativamente altos. Já a aflatoxina, nos últimos anos, tem aparecido muito menos em cereais do Brasil. Quanto ao tipo de alimento mais predisposto às micotoxinas, podemos incluir praticamente todos os cereais utilizados na alimentação animal e também humana como amendoim, arroz, milho, soja, trigo, só para citarmos alguns. É importante ainda dizer que quanto mais orgânicas as condições de produção do alimento/cereal, mais alta a probabilidade de crescimento fúngico e da presença das micotoxinas.
Revista Pet Food - Quais os sinais clínicos e efeitos causados nos animais?Elizabeth - Os sinais clínicos variam muito, dependendo do tipo da micotoxina (existem mais de 300 metabolitos) e da espécie animal. Apesar de existirem muitos relatos de micotoxicoses agudas em animais (consumo de altos níveis de micotoxinas no alimento de uma só vez), causando vômitos, diarréia, hemorragias e até mesmo levar a morte, na maioria dos casos, os animais são intoxicados de forma crônica. Este tipo de intoxicação se refere ao animal ingerir doses relativamente baixas (muitas vezes não consideradas como tóxicas pela legislação) de forma continua ou intermitente, ou seja, por vários dias consecutivos, ou então, param alguns dias e voltam a consumir de novo o alimento contaminado. Nestes casos observa-se mudança de comportamento dos animais, que ficam apáticos e não comem muito.
Por: Lia Freire Pode-se ainda observar diarréia, intensa ou não, dependendo dos níveis de toxinas ingeridas. Há casos em que ocorrem falhas reprodutivas, abortos e, mais importante, imunossupressão, deixando esses animais susceptíveis a outras enfermidades. Ao não desconfiar da presença de micotoxicoses são tratados os problemas secundários advindos da imunossupressão. Os sinais podem diminuir à medida que o animal para de consumir o alimento contaminado, mas o restabelecimento completo da saúde requer um tempo maior após a troca do alimento. Outro problema que chama atenção nas micotoxicoses crônicas é que algumas delas como aflatoxinas e ocratoxinas, por exemplo, são consideradas carcinogênicas e isso pode predispor o animal ao aparecimento de tumores em diversos órgãos.
Revista Pet Food - Quais os principais desafios no combate às micotoxinas? E os principais avanços obtidos até hoje?Elizabeth - O principal desafio é o diagnóstico, infelizmente a simples análise de micotoxinas não garante que o alimento esteja seguro. As micotoxinas não estão distribuídas uniformemente no alimento, assim se não existir uma amostragem adequada não será possível ter segurança na análise realizada. A maioria das vezes, quando se desconfia de micotoxicose em animais pelos sinais clínicos, o alimento nem está mais disponível e isso impede que o diagnóstico seja confirmado. Apesar disso, muitas pesquisas no mundo todo, têm buscado cada vez mais entender os mecanismos de ação das micotoxinas e tem ajudado a prevenir este problema. Os produtores de alimento animal têm buscado maior controle da matéria-prima utilizada, assim como dos pontos críticos de controle de crescimento fúngico ao longo da cadeia de produção do alimento.
Revista Pet Food - Atualmente quais os tipos de micotoxinas que mais vêm afetando o setor de nutrição animal? Houve alguma mudança significativa nos últimos anos? Elizabeth - Hoje existe uma preocupação grande com toxinas de fusarium, como zearalenona, fumonisina, tricotecenos (DON, DAS, T2 etc). Antigamente era muito mais comum encontrar aflatoxina em cereais no Brasil.
36 37
Revista Pet Food - Como o Brasil está posicionado em relação ao resto do mundo, em termos de desenvolvimento de soluções para combater às micotoxinas?Elizabeth - O Brasil tem vários grupos de estudo que pesquisam e publicam resultados relevantes sobre micotoxinas e micotoxicoses. O Próprio Ministério da Agricultura tem desenvolvido grupos de discussão nesta área e algumas medidas de controle de qualidade em fábrica de rações (Boas Práticas de Fabricação, por exemplo), ainda que não diretamente atuando sobre micotoxinas tem ajudado muito no controle das micotoxicoses em animais, por melhorarem as condições de fabricação do alimento. Pessoalmente, vejo que o Brasil está mais avançado que a maioria dos países latino-americanos em relação ao controle de micotoxinas e micotoxicoses. Já em comparação à Europa e América do Norte, apesar de existirem legislações mais restritas quanto
“Vejo que o Brasil está mais avançado que a maioria dos países latino-
americanos em relação ao controle de micotoxinas e micotoxicoses”.
os níveis de micotoxinas em alimento animal, isso não os coloca necessariamente em condições melhores de controle destas enfermidades porque dependem de cereais de outros países para a produção de seus alimentos. Acredito que o mundo inteiro sofre com estes problemas. Claro que não se compara ao descaso que existem em países da África onde a falta de alimento é tão grande que as micotoxicoses acabam sendo um problema secundário.
Revista Pet Food - Teria informações sobre os prejuízos causados ao mercado de nutrição animal em virtude da presença das micotoxinas?Elizabeth – É preciso esclarecer que o crescimento fúngico em grãos e alimentos não provoca somente a produção de micotoxinas. Pelo contrário, a primeira perda está relacionada à questão nutricional. Particularmente, eu acredito que esta seja uma questão fundamental que deva ser abordada quando o assunto for micotoxicoses, pois sabe-se que animais expostos à matéria-prima de má qualidade estão predispostos a micotoxicoses em níveis muitas
vezes considerados não tóxicos em condições experimentais. Em condições reais, os animais têm sido expostos a grãos de baixa qualidade e contaminados, modificando a avaliação de perdas relacionadas às micotoxicoses. Não tenho conhecimento de dados que envolvam uma perda real relacionada às micotoxicoses em nutrição animal, o que existe são dados referentes a micotoxicoses agudas e que não envolvem todo o prejuízo já ocasionado nos grãos por crescimento fúngico. Sabe-se que os fungos retiram boa parte da energia e de alguns aminoácidos específicos dos grãos e isso, por si só, já representa um grande prejuízo.
Revista Pet Food - Na sua opinião, o que poderia ser feito ou quais as medidas tomadas para a prevenção e a redução do problema na área de nutrição animal?Elizabeth – Um controle integrado de qualidade de matéria-prima e medidas que evitem o crescimento fúngico ou minimize seus prejuízos. Todas as metodologias de BPF e HACCP podem ser empregadas com muito sucesso neste aspecto. É importante conscientizar todos os elos da cadeia de produção de alimento animal sobre as medidas de controle fúngico, incluindo os proprietários de animais que adquirem o alimento e o armazenam em casa. Evitar condições de umidade e temperatura que permitam o crescimento fúngico, em todos os pontos de armazenamento é fundamental. Quando for necessário utilizar matéria-prima que não esteja na melhor qualidade é importante uma criteriosa análise bromatológica para que se busque através de correções nutricionais evitar prejuízos. Existe ainda a possibilidade de suplentação de antioxidantes naturais na dieta como vitaminas e minerais, pois sabe-se que micotoxinas como a fumonisina aumenta a demanda do organismo animal por antioxidantes e a suplementação com vitamina E e selênio, por exemplo, pode ser uma boa medida neste aspecto.Também é possível utilizar adsorventes de micotoxinas. Há muitos produtos comerciais no mercado e, por isso, é necessário ser criterioso na escolha, para que realmente se comprove a eficácia através de avaliações científicas, se possível com estudos in vivo, mesmo que sejam em espécies diferentes das que estamos buscando prevenir as enfermidades. Todas estas medidas são preventivas, de maneira que devem ser empregadas continuamente no dia a dia das fábricas de alimentação animal e não como medidas esporádicas quando os animais já apresentam sinais clínicos.
38 39Informe Técnico
aquacultura é o setor agropecuário de maior crescimento
no mundo, com aproximadamente 8% ao ano nos últimos 20 anos
(fonte: FAO, 2010) e sua contribuição com a disponibilidade de pescado
como alimento à humanidade alcançou praticamente 50%. No Brasil,
a atuação da aquacultura também é crescente, com estimativas de
crescimento de 14% para 2011 (fonte: Sindirações, 2011).
Acompanhando este crescimento, produtores e fabricantes de alimentos
para aquacultura enfrentam atualmente numerosos desafios, como a
constante evolução dos aspectos regulatórios, o surgimento de restrições
ambientais e a redução global de matérias-primas essenciais, tornando cada
vez mais difícil combinar alta produtividade com práticas sustentáveis. Neste
contexto, na última década muito tem se discutido sobre a substituição da
farinha de peixe por fontes alternativas de proteína animal e/ou vegetal.
Vários estudos demonstraram que o ganho de desempenho através da
nutrição clássica, contendo farinha de peixe, dificilmente pode ser alcançado
com dietas contendo exatamente o mesmo valor nutricional (proteínas,
aminoácidos, gordura), porém sem a farinha de peixe. A diferença pode
ser explicada devido à presença de componentes biologicamente ativos de
baixo peso molecular presentes na farinha de peixe, que impulsionam o
crescimento do animal. Contudo, devido ao tratamento térmico no qual a
matéria-prima é submetida durante o processo de produção da farinha, as
quantidades destes compostos ativos passam a ser muito baixas.
A Pesquisadores da AQUATIV isolaram e concentraram estes
compostos, basicamente constituídos de peptídeos, aminoácidos e
nucleotídeos ativos. Também demonstraram em nossos centros de testes
que estes compostos ativos são fundamentais para a atividade fisiológica
de peixes e camarões, refletindo no desempenho produtivo dos animais.
A AQUATIV demonstrou que a atividade biológica destes
compostos de baixo peso molecular exige a presença de matéria-prima
fresca de alta qualidade e de um processo suave que evite a desnaturação
protéica. O bioprocesso de hidrólise AQUATIV proporciona um alto
nível destes compostos de baixo peso molecular preservando sua
atividade biológica: os “Nutrientes Ativos NaturaisTM” (NAN).
Naturalmente palatáveis, os NANTM apresentam alta atratividade
para os animais, além de promover benefícios funcionais e nutricionais,
permitindo a otimização dos custos de formulação e a substituição da
farinha de peixe. Os Hidrolisados AQUATIV são promotores naturais
de crescimento que melhoram a ingestão de alimentos e aceleram o
crescimento, reduzindo o tempo de cultivo e os custos de produção.
A missão da AQUATIV, empresa pertencente ao grupo
internacional Diana Ingredients, é desenvolver hidrolisados funcionais
naturais que auxiliem produtores de peixes e camarões e fabricantes de
alimentos a superar os desafios produtivos.
Hidrolisados Funcionais: Um Concentrado de Desempenho
Juliane Gaiotto, Mestre em produção animal especialista em nutrição de peixes e
camarões, AQUATIV DO BRASIL
40 41
Análise global dos canais de informação mais confiáveis
sobre animais pelos consumidores“O Mercado Animal” - uma análise do Laboratório Adem da Universidade de Parma, verifica o mercado global de Pet Food e produtos Pet, assim como o acesso de consumidores por informações relacionadas a
posse e cuidados de animais em diferentes canais
Consumidores recorrem mais a pet shops quando procuram por conselhos sobre cuidado animal
m olhar global no mercado Pet mostra que as
vendas em Pet Food e Petcare estão surgindo na América
Latina liderada pelo mercado brasileiro. De acordo com
Euromonitor Internacional, as vendas de produtos Pet
Food e Petcare cresceram de US$ 4.8 bilhões para US$
8.3 bilhões de 2005 a 2010. Atualmente, a América Latina
representa 10,2% do mercado global, um aumento de
7,6% em 2005. O Brasil é o maior mercado da região, com
vendas de Petcare em US$ 5.2 bilhões em 2010, seguido
por México (US$ 1 bilhão) e Argentina (US$ 645 milhões).
A Euromonitor prevê que os valores das vendas de Petcare
na América Latina terão 5,5% de taxa de crescimento anual
composta sobre o período de 2010-2015.
O crescimento do mercado Pet na América Latina
acompanha o aumento da população animal ao redor do
mundo, incluindo Reino Unido. Uma pesquisa da Mintel
para a Associação de Fabricantes de Pet Food divulgou
que cerca de uma em cada quatro (22.9%) famílias do
Reino Unido possui ao menos um cão, um aumento de
2,1% sobre os últimos cinco anos. A população de cães
no Reino Unido está agora no nível mais alto de todos os
U
Em Foco 1
tempos, 8,3 milhões - quase tão alta quanto à população de
gatos de 8,6 milhões.
Uma pesquisa de 2010 da AISAD, uma Associação
Italiana de Animais, procurou os lugares de maior
confiança para consumidores obterem informações em
questões relacionadas à posse de animais. A pesquisa
concluiu que lojas especializadas são os lugares de maior
confiança para conselhos em cuidado animal, higiene,
nutrição e registros. Os criadores foram considerados de
maior confiança por consumidores para garantias em
origem de animais e assistência relacionada, assim como
saúde animal e criação. A pesquisa concluiu que as lojas
especializadas são mais confiáveis para compra de animais
confiáveis, porém criadores e proprietários particulares de
animais também foram considerados pontos de referência
importantes. Embora haja uma pequena competição em
canais de informação que ofereçam interação direta, a Web
é considerada uma importante fonte de informação para
todos os tópicos relacionados a animais.
Fonte: Euromonitor International
42 43Em Foco 2
CRESCIMENTO DAS VENDAS EM PERCENTUAIS DE DOIS DÍGITOS
A América Latina, indubitavelmente, tem sido a
protagonista no mercado global de produtos para o
cuidado animal nos últimos anos. No período em análise,
de 2005 a 2010, o valor das vendas de alimentos e produtos
Pet Care cresceu de US$ 4,8 bilhões para US$ 8,3 bilhões,
conforme dados da Euromonitor International. Isto
representa uma taxa de crescimento anual de 11,9%.
Como consequência a participação no mercado global
contabilizada para a América Latina cresceu de 7,6% em
2005 para 10,2% em 2010. O Brasil é de longe o maior
mercado na região, com um volume de vendas de US$ 5,2
bilhões em 2010, seguido do México com US$ 1 bilhão e
da Argentina com US$ 645 milhões.
ExPANSÃO DA RENDA FAMILIAR
O crescimento da renda familiar tem sido o condutor
do aumento do valor das vendas. De acordo com os dados
da Euromonitor International, a proporção de famílias
brasileiras com uma renda anual de no mínimo US$
25,000 na avaliação do poder de compra, saltou de 21,7%
para 30,1% durante o período analisado, enquanto que
na Argentina a expansão foi de 33,5% para 44,8%. Chile,
Venezuela e Peru também apresentaram aumento neste
tópico. Estes crescimentos são indicativos do surgimento
desta vibrante classe média, algo que era previamente
notado como ausente na América Latina.
Contudo, o crescimento da renda em alguns países
da região, mais notadamente no México e Colômbia,
foi muito menos expressivo e isto ocorreu grandemente
Expansão da classe média conduz a um “boom” de produtos PET
na América LatinaLiderado pelo vibrante mercado brasileiro, as vendas de alimentos e de produtos Pet Care
estão surgindo na América Latina na esteira de uma emergente e forte classe-média
devido ao alto grau de dependência da estagnada economia dos USA,
da epidemia de vírus H1N1 (gripe suína) e da instabilidade trazida
pela violência associada às drogas.
Consumidores de maior poder aquisitivo na América Latina
tem demandado intensa busca a produtos Pet e tem aumentado seus
gastos nos cuidados com a saúde de seus animais. De acordo com
o Dr. Valter Yoshio Hato, sócio de uma clínica veterinária em São
Paulo, “Pessoas que escolheram não ter filhos, frequentemente tem
um pequeno animal para preencher o vazio por não ter uma criança,
e por ser “como” uma criança, as pessoas não poupam despesas e
então gastam”. Ele acrescenta que “Cerca de 80% dos animais que nos
recebemos aqui na clínica são cães. Outros 15% (mais ou menos) são
gatos. Os restantes são animais diversos, como macacos. Nós ainda
outro dia tivemos aqui uma iguana”.
As operações simples custam desde US$ 30 e vão até US$ 1.700
nos casos mais complexos, como procedimentos em coluna e remoção
de cataratas nos olhos. De um modo geral as vendas nos cuidados com
a saúde dos Pets na América Latina, excluindo aqui a prescrição de
medicamentos, aumentou de US$ 69,4 milhões para US$ 119,1 milhões
no período analisado, um aumento de 71,6% segundo os dados da
Euromonitor International.
Recentemente, em São Paulo, foi realizado o Congresso sobre
Produtos para Pets, ilustrando a crescente demanda na região de
outros produtos para Pets, como as roupas. O valor das vendas nesta
categoria de produtos cresceu cerca de 36% no período analisado,
para US$ 334 milhões.
INFLAÇÃO E ALTA DEPENDêNCIA DA ExPORTAÇÃO DE “COMMODITIES” REPRESENTAM AMEAÇA
A Euromonitor International divulgou que o valor das vendas de
produtos para Pet Care alcançou uma taxa de crescimento de 5,5%
sobre o período 2005-2010, para US$ 10,9 bilhões, aos preços de 2010.
Isso representa uma significativa redução no ritmo de expansão e é
indicativo de um gradual amadurecimento do mercado da região.
Esta previsão também leva em conta um número de fatores de
risco ao crescimento, particularmente das economias da região que tem
alta dependência das exportações de “commodities”, em que os preços
tendem a ser bastante cíclicos, e o risco apresentado pela inflação. Por
exemplo, os preços na Argentina foram inflacionados de 6,3% a 10,4%
entre 2009 e 2010, mas alguns economistas independentes acreditam
que os preços aos consumidores aumentaram até 30% durante o ano.
Enquanto o mercado de alimentos para pets tem demonstrado sua
capacidade de lidar com as pressões inflacionárias, como em 2008, um
novo enfrentamento afetaria o crescimento da renda e inevitavelmente
colocaria por terra a estelar performance do recente crescimento.
Para melhores esclarecimentos, favor contatar Emily Woon, titular
de pesquisas de cuidados com os pets da Euromonitor International on
emily.woon@euromonitor.com.
Avenida Marcelino Pires, 8555Jardim São Francisco
Cep: 79826-300 / Dourados - MS
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44 45Em Foco 3
ATENDIMENTOO Cliente é um Rei
esses últimos dias, tive novamente uma
oportunidade de aprender mais um pouco sobre o
atendimento e quero dividir com vocês essa experiência,
que sem dúvida nos fortalece como vendedores, como
profissionais de negócios.
A primeira lição foi de um caso onde uma
funcionária da empresa de informática (sistemas),
que atende a Algomix no suporte a nossa equipe do
administrativo, que colocou em seu MSN, uma frase
muito interessante para quem faz atendimento, ou seja,
quem vende. Sim, porque quem dá suporte de sistemas,
também é um vendedor, vocês têm dúvida disso? Todos
somos vendedores e no caso desta funcionária que
presta serviços de suporte, nós necessitamos do serviço
dela, para realizar o nosso trabalho e veja só o que ela
teve coragem de colocar no MSN.
“Não incomodem”.
Acredite, essa é a frase escrita para quem tentasse
chamá-la ao MSN, para resolver algum problema, ou
seja, se alguém precisasse dos serviços ao qual ela está
contratada para fazer.
Chamou-me demais a atenção este fato e nos coloca
mais uma vez na mesa de discussões, para falar de valores,
de princípios, de responsabilidades, coisas que qualquer
colaborador deveria fazer. Ora, se sou um funcionário
de suporte em sistemas tem que estar disponível a
qualquer hora, em qualquer momento. Como posso
fazer um absurdo desses de dizer ao meu cliente que
não me incomode? O cliente incomoda? Se tratarmos
os nossos clientes como essa pessoa despreparada fez
conosco, vamos à falência; vamos quebrar. Precisamos
tratar o cliente com respeito, com admiração, com
responsabilidade. Fazendo ele se sentir um Rei, porque
na verdade o cliente é um Rei, ou pelo menos deve ser
tratado como tal.
O cliente é tudo para a empresa. Imagine sua
empresa, ou seu local de trabalho, sem os clientes.
Tente fazer essa avaliação. Pare um tempo e reflita
Saul Jorge ZeucknerDiretor Comercial
Rações Algomix / Ki-Tal Alimentos
N sobre isso, sua empresa, a empresa que você trabalha,
sem vendas. Já imaginou como seria a sobrevivência
sua e de sua empresa?
Tal falha de atendimento tem levado inúmeras
empresas a enfrentar dificuldades, pois o mercado
não admite mais essas pessoas despreparadas. Temos
que ser bons naquilo que fazemos independente de
qualquer função que exerçamos na empresa, para que
a companhia como um todo, possa progredir e cumprir
com sua missão.
Estive lendo uma reportagem que fala de Tiger
Woods, simplesmente o maior jogador de golfe de todos
os tempos. Você não precisa saber jogar Golfe, para saber
quem é Tiger Woods, ele é o Jogador de golfe mais bem
sucedido de toda a história e ainda está em atividade. Ele
está descontente com sua tacada e contratou um novo
técnico para poder modificar seu jeito de bater na bola.
Acreditem, apesar de possuir a melhor tacada do mundo
ele ainda está insatisfeito. Esse descontentamento
dele é com ele mesmo. Na entrevista, ele diz que não
dorme porque acha que pode melhorar as tacadas e está
treinando muito para melhorar nesse aspecto. Este é o
espírito dos vencedores; não se contentar nunca, buscar
melhorias sempre, ir ao seu limite, ser a cada dia melhor.
Para vendedores, supervisores, gerentes e mesmo a
diretoria das empresas, tem que possuir esse espírito, da
melhoria contínua. Se tiverem oportunidade de assistir
ao documentário de Airton Senna, que foi um vencedor
incontestável, verão que ele também fazia de tudo para
ser o melhor. Aquelas corridas debaixo de chuva, que
ninguém conseguia acompanhar o Senna Foram muitos
anos de treino. Ele queria ser sempre o melhor, buscava
seu limite, mas sempre foi um vencedor.
Não tem como sermos vencedores, sem dedicação,
sem planejamento, sem organização, portanto, para que
nosso atendimento seja o melhor, necessitamos treinar,
aprender a cada dia e acima de tudo nos dedicar a essa
profissão maravilhosa de vendas.
46 47
AMINAS BIOGêNICAS
Aminas biogênicas são formadas como conseqüência do
processo metabólico natural de animais, plantas e microrganismos.
Em alimentos frescos (animal ou vegetal) elas são
geralmente encontradas em concentrações muito baixas
(<10 ppm). Contudo, em alimentos in natura (não frescos)
e/ou processados à partir de matérias primas (pescado,
carnes, ovos e leite) não conservadas ou apresentando início
de deterioração, esses compostos podem estar presentes em
concentrações elevadas (>50 ppm) causando intoxicação
quando ingeridas.
1. Classif icação e formação de As aminas biogênicas são classif icadas de acordo
com sua estrutura em: heterocíclicas (histamina e
triptamina), aromáticas (tiramina e feniletilamina)
e alifáticas (putrescina, cadaverina, espermina e
espermidina).
São bases orgânicas de baixo PM e podem ser
formadas através da descarboxilação de aminoácidos
livres por enzimas da microbiota ou pela aminação
de aldeídos e decomposição de fosfolipídios. Como a
contaminação microbiana é acompanhada de aumento
na produção das enzimas de descarboxilação, a presença
de aminas biogênicas pode ser um bom indicador da
qualidade do alimento.
Microrganismos, tais como os dos gêneros
Enterobacteriacae, Clostridium, Lactobaci l lus,
Morganella , Proteus, Hafnia , Klebsiel la ,
Citrobacter e Photobacterium podem ser produtores
desses compostos quando se desenvolvem nos
alimentos.
2. Toxicidade Os níveis de aminas biogênicas produzidas e detectadas em
vários alimentos têm sido constantemente avaliados devido à
sua elevada toxicidade, a qual aumenta com o aumento do PM
e concentração de aminas presentes. A Tabela 1 apresenta as
principais aminas biogênicas, seus efeitos toxicológicos e
sintomas em casos de ingestão de alimentos com teores elevados.
Aminas biogênicas versus produtos derivados de pescado –
Escombrotoxicose: a Escombrotoxicose é causada pela ingestão
de peixes com altos níveis de histamina e suas variantes
produzidas pelas bactérias Morganella morganii, Proteus
vulgaris, Citrobacter feudii e o Photobacterium phosphoreum.
Estas bactérias decompõem a carne do pescado pela
descarboxilação da histidina transformando-a em histamina e
desencadeando um quadro alérgico.
A escombrotoxicose foi historicamente designada de
“envenenamento por escombróides”, pois era frequentemente
associada a peixes como atum e cavala, pertencentes à família
dos Scombridae.
Contaminantes Químicos de Raçõesparte 12
Segurança Alimentar
Figura 1. Pescado fresco, quando não refrigerado, logo após sua captura e utilizado na alimentação para pets pode favorecer a contaminação por aminas biogênicas.
Figura 2. Estruturas químicas de algumas aminas biogênicas.
Figura 3. Captura de atum - pescado da família Scombridae -que deu origem a denominação - Escombrotoxicose.
Histamina
1 2
3
45
6
7
β
Tiramina
Feniletilamina
Triptamina
NH2
NH2
NH2
NH2
NH2
HN
H2N
HO
NH
N
Cadaverina
48 49
(Önal, 2007)
Tabela 1: Efeitos tóxicos e sintomas causados pela ingestão de alimentos com teores elevados de aminas biogênicas
Aminas Biogênicas
HISTAMINA
TRIPTAMINA
TIRAMINA
FENILETILAMINA
CADAVERINA e PUTRECINA
Efeitos tóxicos
Vaso dilatação
Libertação de adrenalina e noradrenalina
Excitação da musculatura lisa do útero, intestino e respiratório
Estimulação dos neurônios sensoriais e motores
Controle da secreção ácida gástrica
Mediador primário da resposta alérgica imediata
Vaso constrição
Aumento da pressão sanguínea
Vaso constrição, Aumento do débito cardíaco, da pressão
sanguínea, da taxa respiratória e da glicose no sangue
Libertação da noradrenalina a partir do SN parassimpático
Vaso constrição
Libertação da noradrenalina a partir do SN parassimpático
Aumento da pressão sanguínea
Diminuição da pressão sanguínea
Bradicardia
Pontencia a toxicidade das outras aminas
Sintomas
Cutâneos: erupção, urticária, edema
e inflamação localizada
Gastrointestinais: náuseas/diarréia/contracções abdominais
Outros: hipotensão, dor de cabeça, palpitação, formigueiro
(casos severos: sensação de queimadura, broncoespasmos
e dificuldade respiratória)
Hipertensão
Aumento das pupilas, lacrimação e salivação
Dor de cabeça e enxaqueca
Hipertensão
Dor de cabeça e enxaqueca
Hipertensão
Paresia das extremidades
Os animais são sensíveis à escombrotoxina (histamina),
porém os em idade avançada bem como os enfermos,
estão sujeitos aos sinais mais graves com insuficiência
respiratória e choque anafilático.
3. Fatores que influenciam a ocorrência desses compostos
Os fatores predominantes na produção de aminas
biogênicas, após a captura, preparo do pescado e/ou seu
processamento, são o TEMPO e a TEMPERATURA
em que o produto é exposto após a captura e durante o
armazenamento.
Nos ambientes tropicais, onde o pescado é capturado em
águas com temperatura que excedem em muito os 20ºC,
as condições tornam-se favoráveis à produção de aminas
biogênicas pelas bactérias descarboxilase positivas,
havendo assim uma necessidade evidente de, no mínimo,
manter o pescado refrigerado após a sua captura. Embora o
crescimento bacteriano seja inibido à temperaturas de zero
a 5ºC, a atividade enzimática não cessa, continuando assim
a formação de aminas.
Outro fator importante para a produção de aminas é o pH.
Existem trabalhos que encontraram níveis elevados de
tiramina nas sardinhas a pHs baixos, sendo a atividade da
descarboxilase favorecida quando em ambientes ácidos (pH
de 4,0 a 5,5).
4. Aminas biogênicas em alimentos para pets Considerando que derivados e resíduos de fábrica de
pescado são utilizados na fabricação de alimentos para pets,
Figura 4. Alimentos para gatos, úmidos e/ou secos, contendo pescado ou seus resíduos podem ser fonte de aminas biogênicas.
tanto úmidos quanto secos, a possibilidade de contaminação
é uma realidade. Alguns trabalhos têm sido desenvolvidos
quanto à presença de aminas biogênicas em alimentos
destinados a esses animais.
Glória e colaboradores (2010) analisando 10 amostras
de ração destinadas a cães adultos e filhotes, o nível total de
aminas foi significativamente alto em rações para adultos se
comparado com rações para filhotes (18,2 e 10,5 mg/100g
respectivamente). A cadaverina foi a amina mais encontrada
em ambas as rações (26,3 e 24,3 respectivamente). Em
adultos, a cadaverina foi seguida pela tiramina (24,9%),
putrescina (19,7%) e espermidina (12,3%), enquanto em
rações para filhotes, foi seguida pela espermidina (22,6%),
tiramina (16,8%) e putrescina (16,5%). Importante observar
as alergias desenvolvidas em pequenos animais quando os
mesmo são alimentados com rações derivadas de pescado.
5. Métodos de análise e legislação Alguns métodos descritos para análise de aminas
biogênicas são os baseados na cromatografia (em camada
delgada, liquida e gasosa) além de ensaios bioquímicos e
eletroforese capilar.
Os limites máximos de histamina e tiramina permitidos
em alimentos são claros na legislação de muitos paises. No
Brasil, o Ministério da Agricultura, através da Portaria
185, 13/05/1997 (BRASIL, 1997), estabelece o limite
de 100 ppm (100 mg / kg de músculo) de histamina no
músculo de peixes das espécies pertencentes as famílias
Scombridae, Scomberesocidae, Clupeidae, Coryphaenidae
e Pomatomidae.
6. Conclusão A presença de aminas biogênicas em alimentos
destinados a pets pode ser um indicativo da qualidade e das
condições higiênico-sanitárias nos quais os mesmos são
processados e/ou armazenados. Pela sua elevada toxicidade
é importante o seu controle para evitar intoxicações
alimentares. O Grupo do Labmico – Laboratório de
Contaminantes alimentares da UFSC está desenvolvendo
um projeto de avaliação de aminas biogênicas em alimentos
para gatos e cães à base de pescado.
7. Recomendação de leituraBRASIL. Portaria No 185 de 13 de maio de 1997.
Regulamento técnico de identidade e qualidade de peixe
fresco (inteiro e eviscerado);considerando a necessidade
de padronizar os processos de elaboração dos produtos
de origem animal. Ministerio da Agricultura. Brasília,
DF. MA, 1997. Disponível em: <http://extranet.
agricultura. gov.br/sislegis-consulta>. Acesso em: 18
nov. 2010.
Önal A. A review: current analytical methods for
the determination of biogenic amines in foods. Food
Chemistry 103:1475-1486, 2007.
Gloria, E.M.A.; Goes, F.C.S.; Silva, T.M. Profile and
levels of bioactive amines in adult and puppy dog food.
In: Scussel, V.M.; Nones, J.; De Souza Koerich, K.;
Santana, F.C. de O.; Beber, M.; Neves, L.S.D’e.; Manfio,
D. International Conference on Pet Food Quality &
Safety & 14th National Mycotoxin Meeting Abstract
Book, 180pp, Florianópolis, SC, Brazil, p.52, 2010.
No próximo exemplar serão abordadas as bactérias
patogênicas e enterotoxigênicas que podem ser
encontradas e/ou se desenvolver nos ingredientes
utilizados no processamento de alimentos para pets
bem como nos produtos f inais.
Profa. PhD Vildes M Scussel, MSc Karina Koerich de Souza, Janaina Nones, Daniel Manfio.Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes Alimentares - LABMICO, www.labmico.ufsc.br Depto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – Brasil.
50 51
Processo de Extrusão
CLAUDIO MATHIASANDRITZ FEED & BIOFUEL
EXTRUSION DIVISION Claudio.mathias@andritz.com
mathiasclaudio@uol.com.br
Pet Food Online
Continuação na próxima edição
Lipídios são muito estáveis durante o tratamento
térmico, e por causa do conteúdo lipídico relativamente
baixo em grãos de cereais, a sua transformação durante
a extrusão não tem sido fortemente investigada. Como
a maioria dos outros componentes, existem possíveis
interações entre lipídios e proteínas, e as interações
def initivas entre lipídios e amidos.
Os produtos extrusados têm sido geralmente
estáveis e livres de rancidez enzimática. A rancidez pode
ser causada por alterações hidrolíticas e oxidativas. Os
ácidos graxos livres são prejudiciais aos alimentos,
porque eles são mais suscetíveis à oxidação do que os
triglicerídeos. Os ácidos graxos livres são também
responsáveis por alguns sabores desagradáveis que
pode afetar a palatabilidade. A hidrólise de triglicérides
a ácidos graxos livres e glicerol não parece ocorrer, de
forma signif icativa, durante o processo de extrusão.
Na verdade, a extrusão pode impedir esta hidrólise
pela desnaturação de enzimas hidrolíticas. Devido ao
fato de que as lipases e as peroxidases são geralmente
inativadas durante condições normais de extrusão,
a estabilidade do produto é melhorada. A rancidez
oxidativa pode ser um problema quando temperaturas
extremamente altas e umidades baixas são empregadas
durante a extrusão. Temperatura excessiva de extrusão
Gordura total na receita(%) 2.07.012.017.0
densidade do produto (g / l)256309408533
EfEito dos nívEis dE gordura intErna total na dEnsidadE do produto:
LIPIDS Lipídios pertecem a família de produtos que
incluem todas as gorduras e óleos. O valor nutricional
dos lipídios podem ser afetadas pelo processo de
extrusão através de diferentes mecanismos, tais como
isomerização, oxidação ou hidrogenação.
Sabe se que a recuperação de gordura usando o
metodo de extrato etéreo é menor após o processo de
extrusão, em contra partida a quantidade de gorduras
ou lipídios é muito semelhante antes e após a extrusão,
quando se utiliza o método de extração por hidrólise
ácida antes da extração com éter. Considerando este
aspecto a análise gordura dos produtos extrusados
deve incluir a hidrólise ácida, e não apenas o método de
soxhlet. No entanto, as ligações lipídicas que ocorrem
durante o processo extrusão não afeta a digestão quando
o alimento extrusado é consumido. Se o processo de
extrusão é realizado com umidades baixas (<20%) e
altas temperaturas (> 150 ° C / °> 302 ° F), é bastante
provável que haverá a formação de complexos lipídio /
amilose e lipídio / proteína. Os ácidos graxos livres e
lipídios polares são os mais reativas nessas situações.
Teores lipídicos acima de 7% na receita pode começar
a impactar no processo de extrusão. O torque é reduzido
porque as gorduras e óleos diminuem o atrito no canhão
da extrusora e a expansão do produto é reduzida por
causa da pressão insuficiente desenvolvidos durante a
extrusão. (veja abaixo).
aumenta os valores de peróxidos e outros produtos de
oxidação (Rao e Artz, 1989).
A adição de antioxidantes tais como BHA, BHT,
etoxiquim, misturas de tocoferóis e/ ou acetato de ferro
reduz a oxidação lipídica em produtos extrusados. Os
níveis típicos de antioxidantes são 0,2% do nível total
de gordura na receita. Ácidos cítrico e ascórbico são
frequentemente adicionados a nível de 0,01% como
sequestradores de oxigênio e atuam sinergisticamente
com os antioxidantes ,, diminuindo a disponibilidade de
oxigênio.
As altas temperaturas e o curto tempo de retenção
utilizados no processo de extrusão são raramente
suf icientemente altos para a destruição térmica de
lipídios. Pesquisadores observaram a formação de
complexos lipídios / amilose durante a extrusão.
Lipídios polares e de ácidos graxos livres, tendem a
formar laços mais fortes nestes complexos do que os
lipídios não polares.
Lipídios ou gorduras são componentes importantes
em alimentos para animais de estimação e aquáticos
uma vez que são uma excelente fonte de energia. Os
níveis de gordura de produtos extrusados podem
exceder 30%, mas geralmente são inferiores a 22% do
alimento. Qualquer requerimento adicional de nível
de gordura é normalmente aplicado como cobertura
externa.
52 53Pet Market
Limma JúniorDiretor da Nutridani Alimentos
A minha vida no campo empre fui um grande fã dos animais. Quando
eu morava no sítio com meus pais, em Registro (SP),
acordava com o barulho das criações. Era mugido de
vaca no curral, grunhido de porco no chiqueiro, latidos
de cachorros e miados de gatos embaixo da janela do
meu quarto. Basicamente era uma sinfonia. Não era a
de Beethoven, mas para quem sente apreço pela vida no
campo, esses barulhos são tão bons quanto às musicas do
nosso criativo compositor alemão. Da minha infância até
a adolescência, cresci nesse meio nostálgico. Da minha
casa, na época, até a cidade, eram pouco mais de 18 km.
Seis deles de moto até a rodovia e os restantes de ônibus
até Registro. Eu e minhas duas irmãs fizemos isso por
anos, até cada um passar em uma universidade diferente.
Foram bons anos.
Talvez eu tenha tirado dessa vida roceira, da qual
eu me orgulho, o gosto apurado pelos animais. Ainda
lembro-me do meu bezerro, o Bastião, que andava
devagar e era carinhoso como um cão ou mesmo um
gato. Devido a problemas de gestação, ele nasceu doente.
Viveu uns quatro anos e tinha o tamanho de um pônei.
Tinha cara de dó, assim como a minha cocker, a Malu.
Mas era uma figura.
O Bastião era vermelho. Tinha o pescoço curto e as
orelhas grandes. Para falar a verdade, aquelas orelhas
eram grandes demais para o tamanho da cabeça. Ficavam
desproporcionais. Mas o malandro sabia que era especial.
Tanto que, em todas as vezes em que ele fugiu dos pastos
onde ficava, não recebeu nenhuma repreensão, comuns
em sítios pequenos como o nosso em Registro. Até a
mãe dele, uma vaca que não tinha raça, mas parecia um
nelore de tão brava e arisca, cuidava dele mesmo depois
do tempo da desmama. Era um sarro.
Com meus oito anos, brincava de laçar o Bastião.
Quase nunca acertava. Eu era ruim que doía. Mas nas
vezes na qual o laço alcançava o pescoço curto daquele
S bezerro, era mais que uma vitória. Por sorte não tentei a
carreira de ‘peão de boiadeiro’. Por sorte mesmo porque
com a mira que eu tinha, passaria fome.
Sem dizer os outros bichos. Não me lembro bem a época
e nem o ano, mas cheguei a ter 21 gatos espalhados pelo
sítio. Eles não eram exatamente meus. Eram gatos sem
donos, gatos andarilhos e tinha até os gatos dos vizinhos,
que também apareciam e por ali f icavam. Era gato em
cima do trator, gato na árvore, gato embaixo do tanque
e da máquina de lavar. Eles se tornaram tantos que, às
vezes, os miados coletivos incomodavam.
Ao escrever esse artigo apareceram mais situações
engraçadas. Ainda lembro-me da primeira vez em que fui
caçar passarinho de estilingue. Naquela época, com 10
anos, ainda não tinha consciência do errado. E nem tinha
como ter porque isto era normal no ambiente roceiro em
que eu vivia. Na primeira ‘pelotada’ do então caçador, a
minha primeira janela quebrada. A janela da casa do meu
avô. Como meus pais não me deixavam sair para muito
longe, era obrigado a caçar no quintal de casa, o qual
era cheio de arvores, mas também tinha a casa dos meus
avôs. Do mesmo jeito que ganhei o estilingue eu o perdi:
ainda me recordo do olhar de reprovação da minha mãe.
Dois dias depois lá estava eu com o estilingue em
uma mão e uma pedra na outra. Pronto. Derrubei o meu
primeiro passarinho. Não me lembro mais qual era a
espécie, mas lembro que senti um remorso tão grande
por aquela ação que larguei a arma no crime do chão e
fui para casa. O passarinho virou alimento para alguns
amigos que estavam comigo.
Assim foi minha vida na infância. Nada demais. Mas
hoje paro para pensar o quanto ela se tornou importante
para mim. Dessa forma, trato os cães e gatos não apenas
como um negócio, mas como seres merecedores de
respeito. Essa deve ser a f ilosofia de vida para quem
trabalha no meio petfood.
54 55
1 - INTRODUÇÃO Em humanos, as necessidades dos ditos micro
nutrientes, aqueles exigidos em concentrações mínimas
(determinadas em ppm e ppb), é bastante semelhante,
quando comparadas em peso metabólico, às necessidades
destes mesmos nutrientes nos animais, incluindo os animais
de companhia, entretanto, salvo em situações específicas,
como atletas e patologias, o suprimento destes micro
nutrientes se faz na maioria das vezes, pela dieta de rotina
dos indivíduos. Embora muitos alimentos humanos sejam
enriquecidos com minerais e vitaminas, não existe uma
grande preocupação de suprir exatamente as quantidades
Caderno Técnico 1
Premix Mineral e Vitamínico em alimentos comerciais de cães e gatos
Parte 01mínimas diárias e, tão pouco, com os excessos.
Se, por um lado, humanos podem ingerir alimentos
com deficiências ou excessos determinados nutrientes, a
variabilidade alimentar corrige certas distorções que por
ventura venham a ocorrer, o que não é verdadeiro quando
animais de companhia recebem rações comerciais, onde caso
ocorra possíveis erros nas quantidades destes nutrientes,
sejam por falta ou por excesso, estes erros se maximizam
devido á repetição da mesma dieta, por anos a fio.
Além disto, dietas humanas, como são multivariadas,
consistem em alimentos crus ou submetidos á processamentos
mínimos, como a cocção. Incluem-se nestas dietas frutas,
legumes, leguminosas, cereais e produtos de origem animal
e isto faz com que o aproveitamento destes nutrientes seja
maximizado. Já os alimentos comerciais de animais de
companhia são submetidos a processamentos mais danosos
a determinados nutrientes presentes naturalmente nos
ingredientes, como a extrusão e a pasteurização, por exemplo.
Somado ao processamento principal, é conveniente lembrar
que muitas das matérias primas, como as farinhas de origem
animal e mesmo os subprodutos vegetais foram submetidos
anteriormente ao processo de extrusão, à autoclavagem,
secagem e prensagem. Todos estes processamentos
levam a perdas nutricionais importantes, perdas que
exigem que formulações de alimentos comerciais atentem
cuidadosamente para o fornecimento correto de micro
nutriente, evitando assim os riscos inerentes à deficiência ou
excesso dos mesmos.
Assim esta revisão objetiva a discutir sobre os
microelementos minerais e vitamínicos e a importância
de escolher as mesclas corretas para a incorporação em
alimentos comerciais.
2 – ELEMENTOS MICRO MINERAIS As características genéticas, principalmente dos cães
de raças grandes, o surgimento de várias modalidades
esportivas para cães, a interação saúde-nutrição e a utilização
de rações cada vez mais complexas tanto para cães quanto
para gatos, tornam necessário um maior conhecimento das
necessidades nutricionais de minerais por estes animais.
Os microelementos minerais (ou oligoelementos)
estão presentes em quantidades muito pequenas nos
tecidos (ppm) e atuam em doses ínfimas. Ao contrário dos
macroelementos, não entram na estrutura dos tecidos,
salvo em raras exceções (iodo da tiroxina, ferro da
hemoglobina). As carências agudas com sintomas graves
são raras na prática, mas podem existir subcarências com
repercussão sobre o desempenho e a saúde dos cães e gatos.
As carências podem ser induzidas também por excesso de
outros fatores alimentícios, produzindo-se as interações
já descritas. Os métodos de estimação das necessidades
dos microelementos são geralmente muito globais e
as variações das concentrações nas rações são difíceis
de apreciar, de maneira que os aportes recomendados
comportam inevitavelmente uma certa imprecisão.
As recomendações do NRC 2006 são consideradas
como necessidades “mínimas”, entretanto é importante
considerar, ademais das necessidades mínimas, as possíveis
inter-relações que possam vir a ocorrer entre os próprios
minerais e entre os minerais e outros componentes da dieta.
Na prática, não basta apenas realizar um aporte
de minerais sem considerar os distintos fatores que
56 57
vão influenciar sua absorção e, portanto, utilização no
organismo. Existem diversas circunstâncias que vão influir
na eficiência com a qual um mineral é absorvido:
2.1. Interações entre minerais
a) Formação de precipitados insolúveis quando dois ou mais
cátions competem pelo mesmo ânion. Este é o caso do ácido
fítico, pois quando um sal solúvel é ionizado no intestino, o
cátion pode ser seqüestrado por ele, formando fitatos, que
são sais estáveis e insolúveis, o que os torna não absorvíveis.
Esta reação ocorre, sobretudo, com Ca, Zn e Fe.
Por outro lado, pode ocorrer que quando a molécula
ligante não esteja presente em excesso, a suplementação de
um elemento pode aumentar a disponibilidade de outro ao
reduzir-se suas possibilidades para formar complexos (p.ex.,
quando se adiciona Cu à dieta a concentrações relativamente
altas aumenta-se a disponibilidade de elementos traços
como o Zn, diminuindo a incidência de dermatoses).
Também pode ser citado o exemplo dos fitatos
(hexafosfato de inositol) que ao ser analisado no laboratório é
considerado como P total, mas os cães e gatos não são capazes
de romper esta molécula por não existir suficiente fitase no
intestino, tornando o P não assimilável. Estes fenômenos de
precipitação podem ocorrer também com fosfatos e oxalatos.
b) Competição entre cátions pela mesma proteína de
transporte, para passar a parede intestinal. Um exemplo
deste fenômeno ocorre entre o Fe e Cu, que são antagonistas,
competindo pela transferrina (o Cu tem preferência de
união, o que pode diminuir a absorção de Fe).
c) Os processos enzimáticos essenciais podem ser
bloqueados pela troca de um cofator metálico por um metal
inativo. Um exemplo é o que ocorre com uma das enzimas
essenciais à síntese de porfirina (fração da hemoglobina)
que é ativada pelo Zn mas inibida pelo chumbo (Pb).
d) Quando um metal que forma parte de uma metaloenzima
é substituído por outro, a atividade enzimática pode bloquear,
acelerar ou não variar. É o caso da carboxipeptidase (uma
metaloenzima de Zn). Quando Zn é substituído pelo Co há
uma diminuição de atividade enzimática.
e) Quando há um aporte excessivo de um metal, não somente
há uma menor absorção intestinal sendo que também há uma
reexcreção no lúmen intestinal do excesso de metal, o que
pode acarretar excreção de outros metais durante o processo.
f) Mesmo que tenhamos considerado estas interações
de forma isolada, geralmente se produzem simultânea ou
consecutivamente mais de um processo.
2.2. Interações Vitamina-Minerais
As vitaminas também podem interferir na absorção
intestinal de minerais, tal como o caso do aumento na
absorção de Fe causado pela vitamina C, ou a necessidade
de vitamina D para absorção do Ca através do intestino.
Isto se complica mais se considerarmos as interações entre
vitaminas (p. ex., um excesso de niacina pode deprimir a
vitamina D e interferir, portanto, na assimilação e uso do Ca).
2.3. Interações entre Minerais e Gorduras
Estas interações podem influir na biodisponibilidade
deste mineral no organismo. Um exemplo é a inter-relação
existente entre os microminerais e os ácidos graxos,
formando sabões insolúveis no trato digestivo. Além disso,
há interações entre a síntese de ácidos graxos essenciais e
minerais. Neste caso, em dietas para cães e gatos, que contem
normalmente altos níveis de lipídios, esta interação deve ser
levada em consideração para uma formulação exata da dieta.
2.4. Interações Fibra-Minerais
Diversos estudos têm demonstrado que a presença de
fibra não digestível interfere e diminui a absorção de grande
parte dos minerais. Estes estudos têm se concentrado,
sobretudo na diminuição da absorção de Ca, P, Mg e Zn.
2.5. Interferência pH-Minerais
O pH intestinal tem grande influência sobre a absorção
mineral já que, em geral, pHs alcalinos diminuem a
absorção (exceto dos metais alcalinos) e os cátions tendem a
formar precipitados insolúveis quando o pH é elevado.
2.6. Minerais quelatados
Embora detalhes bioquímicos sobre o mecanismo de
controle homeostático de minerais no organismo animal
não estejam ainda bem estabelecidos, sabe-se que um dos
fatores que mais influenciam na absorção dos minerais
é a sua forma química. Também já se sabe que os micro
elementos fornecidos sob a forma inorgânica podem ter sua
biodisponibilidade influenciada por fatores como outros
nutrientes da dieta (minerais, proteínas e carboidratos),
bem como condições fisiológicas do próprio animal.
Este fato levou à busca, nos anos recentes, de técnicas
para desenvolver micro elementos mais estáveis e
biodisponíveis, sob a forma de quelatos, justamente para
Microelementos CobaltoCobreCromoEstanhoFlúorIodo
ManganêsMolibdênio
NíquelSelênioSilícioFerro
VanádioZinco
taBEla 1 - MicroElEMEntos MinErais funcionais na nutrição aniMal.
Adaptado de Nunes (1998).
Caderno Técnico 1
58 59
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
Médica Veterinária, MSc., DSc Nutrição Animal
Professora Associada da UFLA – Departamento de Zootecnia
e-mail: borgesvet@ufla.br
favorecer determinados processos metabólicos e fisiológicos
que normalmente não são realizados com capacidade plena,
quando os micro elementos são fornecidos da maneira
convencional.
A quelatação consiste na formação de anéis
heterocíclicos de coordenação, constituídos por um átomo
metabólico central, que coordena duas ou mais espécies
iônicas ou moléculas, ligadas às posições ativas do mesmo.
As propriedades dos íons metálicos quelatados diferem
daquelas dos íons livres ou simplesmente hidratados
porque sua presença nas estruturas quelatadas modifica
características químicas e físicas dos grupos coordenados,
protegendo-os da influência dos agentes externos,
tornando-os resistentes à dissociação dos componentes e
dando-lhes estabilidade química.
Segundo Vandergrift (1993) uma definição técnica de
quelatos seria um mineral da primeira série de transição
da cadeia periódica (Cr, Mn, Co, Ni, Cu, Zn) que se liga
a aminoácidos via ligação coordenada covalente, formando
uma substância estável e eletricamente neutra. Neste
estado, quelato, o metal é quimicamente inerte, não sofrendo
influências de outros componentes das dietas, como
fibra e gorduras. As vitaminas, componentes essenciais
para os transportadores do cátion, não são necessárias
no transporte de quelatos, uma vez que a absorção dos
mesmos é feita por um sistema de absorção intestinal
diferente daqueles dos cátions metabólicos ordinários. De
acordo com Manspeaker et al. (1987), os minerais quelatos
seriam absorvidos intactos pela mucosa intestinal, através
de transporte ativo.
As substâncias capazes de exercer ação quelatante são
numerosas, sendo representadas por ácidos inorgânicos
bifásicos, ácidos orgânicos dicarboxílicos, diaminas,
aminoácidos e peptídeos, etc. Do ponto de vista nutricional,
apenas quelatos formados com aminoácidos ou dipeptídeos
são interessantes. Não obstante, apenas quelatos com peso
molecular total abaixo de 1500 são capazes de penetrar
a membrana intestinal sem exigir hidrólise adicional no
lume. Este aspecto é interessante pois, se estes quelatos
não são hidrolisados, são capazes de contrabandear um
mineral através do intestino, como parte de uma molécula
de dipeptídeo.
O processo de quelatação envolve a ligação da
porção amino livre do aminoácido com o elemento
mineral di ou trivalente. Assim como ocorrem ligações
entre as proteínas e outros nutrientes em algumas
dietas submetidas a altas temperaturas, os quelatos
podem ser obtidos por exposição de elementos minerais
e aminoácidos a temperatura e vapor adequados.
Outra forma de quelatação possível seria através de
microrganismos, mais comumente fungos e leveduras.
Segundo Lyons (1993) alguns microrganismos podem
acumular minerais, tornando-os mais disponíveis. Este
autor cita que o selênio encontrado em algumas leveduras
se apresenta sob a forma de selênio - cisteína ou selênio
- metionina, com alto grau de biodisponibilidade. Os
principais minerais quelatados são: zinco, ferro, cobre,
magnésio, manganês, cromo, selênio e cobalto
Mais além que o processo de absorção, os quelatos
podem favorecer alguns processos metabólicos, uma vez
que a relação mineral - aminoácido pode indicar o tipo de
tecido no qual o mineral será introduzido. O aminoácido
determinará o tecido específico ou processo metabólico
no qual o mineral tomará parte, favorecendo, desta forma,
alguns processos produtivos.
O uso dos minerais quelatados vem sendo destaque
na nutrição animal no mundo inteiro e de acordo com
Maletto (1988), num futuro próximo serão as fontes de
microminerais de eleição, em função de diversos fatores,
dos quais ressalta :
• Absorção próxima a 100%;
• Alta estabilidade;
• Alta disponibilidade biológica;
• Maior tolerância do organismo animal (menos tóxico);
• Ausência de problemas de interações com outros
macro e microminerais da dieta, o que pode acarretar na
insolubilização de parte dos minerais;
• Ausência de problemas de interações com outros nutrientes
da dieta, como gordura e fibra, que podem formar ligações
indesejáveis com os metais, insolubilizando-os.
No trato digestivo do animal, a inter-relação entre
os vários elementos minerais pode ser tanto sinérgica
quanto antagônica. Os íons minerais podem interferir
entre eles entrando em competição seletiva a respeito
dos sítios de absorção. Sabe-se hoje que existem íons
minerais capazes de reduzir a biodisponibilidade de um
ou mais íons de outra natureza; para alguns íons esta
interferência e recíproca. Com relação a este complexo
fenômeno, a grande parte dos casos relacionados com a
capacidade de inibição dos microelementos minerais foram
A maioria dos alimentos para cães e gatos fornece os
minerais em sua forma simples (não quelatada). Contudo,
a maioria dos elementos minerais, para serem absorvido,
devem fazer uma ligação iônica com os aminoácidos que
se encontram livres no estômago e intestino, ou aqueles
presentes na membrana das células do trato intestinal.
Vários fatores podem interferir nesse processo quando
ele ocorre dentro do organismo. O mais freqüente é a
competição de diferentes minerais para se ligarem
aos mesmos aminoácidos. Isso ocorre somente com os
minerais na forma simples, impedindo que alguns deles
sejam absorvidos. Esse é o caso do zinco e o cobalto que
precisam da metionina para serem absorvidos. O zinco
quelatado não sofre a inf luência de minerais antagonistas
(cobalto) na sua absorção, esse fato é constatado pela
maior taxa de absorção, menor excreção urinária e por
sua maior distribuição nos tecidos.
Os minerais quelatados diminuem os riscos da não
absorção, pois entram no trato intestinal já ligados
ao aminoácido. O mineral quelatado é absorvido pelo
organismo e nele se mantém intacto, ou seja, a sua
ligação com o aminoácido permanece inalterada. Essa
absorção é feita por um mecanismo de transporte
passivo (Wapnir e Stiel, 1986).
Fonte: V.I. Georgievskii
Essa associação entre o mineral e o aminoácido,
antes de entrarem no organismo, aumenta a
“biodisponibilidade” do mineral. Esse termo denota
quanto do mineral absorvido encontra-se disponível
para ser utilizado pelo organismo.
Experimentos de minerais quelatados tem sido
desenvolvidos por vários pesquisadores (Lowe et al.,
1994; Kuhlman et al., 1997; Lowe e Wiseman, 1997).
Usando-se parâmetros como velocidade de crescimento
dos pêlos, presença de zinco no sangue e pelagem,
estes pesquisadores chegaram à conclusão da maior
absorção dos minerais quelatados em comparação aos
simples. O zinco associado a metionina foi achado em
uma concentração duas vezes maior em relação ao zinco
simples em um desses estudos (Lowe et al., 1994). O
mesmo autor detectou uma concentração 3,5 vezes
maior do zinco quelatado na pelagem, em experimento
com cães em 1997. Logo, f ica claro que o zinco quelatado
tem absorção e metabolismo diferentes do zinco na
forma simples. Essas evidências levam a considerar o
zinco quelatado melhor em relação ao zinco simples na
qualidade da pelagem dos cães e gatos.
Mineral Zinco
CobaltoCobaltoCobreCobreCobre
ManganêsFerro, Cobre, Zinco, Manganês
Aminoácido MetioninaTriptofanoMetioninaTriptofano
LisinaHistidina
Não específicoNão específico
Tecido Atendido Pêlos
Coração, RinsBaço, Coração, Pulmão
MúsculosOssosFígado
Fígado, Músculo, ÚteroOxigenação celular
taBEla 2 - tEcidos do organisMo atEndidos por MinErais QuElEtados EspEcíficos
Adaptado de PREMIERPET (2003)
Caderno Técnico 1
O uso de minerais ligados a aminoácidos decorre do
fato de existir uma necessidade específica de certos tecidos
e sistemas enzimáticos do organismo por determinados
tipos de aminoácidos. Como sabemos, os aminoácidos são
os compostos primários das proteínas. Assim, quando
eles são transportados pelo organismo para o seu tecido
específico, carregam juntamente o mineral que a ele estiver
ligado, garantindo a absorção e deposição do mineral no
tecido que dele necessita.
quantificados. A competição é especialmente acirrada
entre os íons minerais Cu, Zn, e Fe, que disputam a mesma
via de absorção. Deste modo, uma dieta com altos níveis
de cobre pode bloquear a absorção do Zn e do Fe, levando
a deficiências destes últimos.
Outros fatores interferem na absorção dos sais
minerais, como por exemplo o álcool, a gordura e a fibra,
o que acarretaria no transporte do mineral para fora do
organismo junto com as fezes.
60 61
RESUMO
A caquexia é uma síndrome bastante prevalente em
pacientes com câncer, sendo caracterizada pela acentuada
perda de peso, anorexia e distúrbios metabólicos. A instalação
da síndrome anorexia-caquexia (SAC) é dependente de
muitos fatores: tipo de tumor, resposta do hospedeiro ao
tumo e mecanismos de regulação da homeostase que, no
quadro de neoplasia, podem se apresentar alterados. O
manejo nutricional tem como objetivo aumentar a sobrevida
e a qualidade de vida do paciente. Carboidratos devem ser
reduzidos, por representarem a principal fonte energética
para as células tumorais, e deve-se elevar a inclusão de
lipídeos pela sua difícil utilização por células neoplásicas e por
reduzir os efeitos colaterais aos tratamentos. Altos níveis de
proteína podem ser incluídos para a manutenção da massa
magra. Nutracêuticos, como o ômega-3, e aminoácidos como
Caderno Técnico 2
Suporte nutricional em cães com câncerParte 01
a arginina e glutamina, também são utilizados com o objetivo
de promover a saúde do paciente com neoplasia.
1. INTRODUÇÃO
Com os avanços na pesquisa sobre a saúde de animais
de companhia e os avanços na nutrição dos mesmos, a
expectativa de vida de cães e gatos tende a se prolongar,
tornando crescente a população de animais senis e,
consequentemente, a incidência de casos clínicos que
acometem animais nesta faixa etária.
Atualmente sabe-se que um a seis milhões casos
de neoplasia por ano são diagnosticados em cães de
companhia e o aumento dos diagnósticos relaciona-se não
apenas à maior longevidade dos animais, mas também ao
maior interesse da comunidade científica e até mesmo de
proprietários em obter maiores conhecimentos sobre esta
patologia. Também há o propósito da utilização de cães
como modelo experimental para humanos, uma vez que as
células cancerígenas possuem características semelhantes
em ambas as espécies (Paoloni, 2007).
Fatores genéticos e do meio ambiente, como idade,
nutrição, sexo, estado reprodutivo, levam á alterações em
genes, promovendo o crescimento descontrolado de células
anormais (Parreira, 2007).
A caquexia associada ao quadro neoplásico caracteriza-
se pela perda progressiva de peso devido á fatores como a
desnutrição, anorexia por inabilidade de ingestão ou por
inapetência. Além disso, as células tumorais competem pelos
nutrientes adquiridos para a sua manutenção e proliferação,
acelerando o processo de caquexia, os distúrbios metabólicos
e atuação dos fatores mediadores (Argilés, 2005).
O manejo nutricional possui como objetivo auxiliar
na redução da massa tumoral, na redução sinais clínicos
secundários ás terapias convencionais, na melhoria da
qualidade de vida do animal e na ampliação sua expectativa
de vida (Wakshlag, 2008).
2. SÍNDROME DA ANORExIA-CAQUExIA O apetite de um animal é controlado por mecanismos
complexos mediados pelo sistema nervoso central,
envolvendo paladar, olfato, capacidade do trato
gastrointestinal, função hepática e níveis circulantes de
nutrientes.
Anorexia é a perda espontânea de apetite que ocorre
comumente em pacientes oncológicos, devido às alterações
presentes em olfato e paladar ou alterações nervosas
(Argilés, 2003). Sua causa é incerta, envolvendo substâncias
produzidas pelo próprio tumor ou pelo paciente, em resposta
á neoplasia (Inui, 2009, Martín, 1999 in Silva, 2006).
Na caquexia ocorre a mobilização igualitária de
gorduras e tecido muscular, produção de citocinas e
alterações metabólicas (Inui, 2009), diferente da desnutrição,
na qual há a mobilização predominante de tecido adiposo.
No caso, o animal caquéxico apresenta uma perda de peso
progressiva por diversos mecanismos patológicos, frente
ao aparente consumo ideal de energia (Wakshlag, 2008).
Devido à estreita relação entre a anorexia e caquexia, o
termo mais utilizado é o da síndrome anorexia-caquexia
(SAC) (Silva, 2006). Em humanos, mais 50% dos pacientes
neoplásicos desenvolvem a SAC e pacientes que apresentam
tumor maligno em trato digestório e pulmão são os mais
acometidos (Shils, 1979).
62 63
Pacientes caquéticos apresentam maior intolerância
aos tratamentos antineoplásicos, sendo mais suscetíveis
aos efeitos colaterais (Campos, 2004; Martín, 1999 in
Silva 2006) e apresentam menor expectativa de vida
quando comparados àqueles que não perderam peso (J. J.
Wakshlag, 2008, Olgivie, 2000, Silva 2006).
O quadro de neoplasia pode ser dividido em quatro
fases: a primeira, silenciosa, sem sinais clínicos; segunda
fase, sinais clínicos leves, onde o paciente encontra-
se mais suscetível aos efeitos colaterais de terapias
convencionais; terceira fase, sinais clínicos graves,
sendo os animais em caquexia enquadrados nesta fase;
e quarta fase, recuperação do quadro neoplásico,onde
os animais podem apresentar alterações metabólicas
persistentes (Olgivie, 2000). Além disto a neoplasia
é classificada em primária, tumores levam á alterações
metabólicas, e secundária, com deficiência na absorção
e/ou inabilidade de ingestão de nutrientes, mas sua
origem é multifatorial (Silva, 2006).
As citocinas são glicoproteínas solúveis produzidas
por macrófagos e linfócitos em resposta ao tecido
tumoral e são fatores chave no desenvolvimento do
quadro de caquexia(Argilés, 2003) podendo, com a
progressão da doença, atuar como fatores endócrinos.
(Inadera, 2002).
O fator de necrose tumoral (TNFa) está associada a
inibição da lipase lipoprotéica estimulando o aumento da
lipólise e proteólise. É responsável pela diminuição da
ingestão de alimentos e balanço nitrogenado negativo
(Tisdale, 2002; Inadera, 2002).
Já o interferon g (IFNg), produzido a partir de células
T e natural killer (NK), atua potencializando a ação
exercida pelo TNF, reduzindo o apetite e estimulando a
lipólise e proteólise (Carvalho, 1992 in Silva, 2006). A
interleucina 1 (IL-1) pode ser produzida por diversos
tipos celulares, dentre eles macrófagos, monócitos,
células endoteliais, fibroblastos, epitélio intestinal,
eosinófilos, mastócitos e neutrófilos. Atua da mesma
forma que o TNF, porém é menos eficiente na função de
inibição da ingestão. Altera a síntese protéica hepática e
induz febre (Nutritotal, 2004). Outra citocina que atua
de maneira semelhante a IL-1, é a IL-6. Esta, produzida
por macrófagos, queratinócitos, monócitos, fibroblastos
e células endoteliais, não possui relação direta com o
desenvolvimento da SAC em animais (Tisdale, 2002).
Hormônios também estão relacionados ao
desenvolvimento do quadro de caquexia, a regulação
da ingestão de alimentos sofre interferência de
neuropeptídeos como a leptina, grelina, neuropeptídeo
Y, melanocortina, insulina, endorfinas, colecistoquininas
e galamina (Inui, 2009).
Produzida e secretada pelo tecido adiposo, a leptina
promove a regulação da gordura corporal através da sua
concentração sérica. Na caquexia, os níveis de leptina,
assim como os de insulina, estão reduzidos, estimulando
o centro nervoso com sinais orexígenos hipotalâmicos,
que exercem a estimulação do apetite, reduz a atividade
e o gasto energético. Na caquexia cancerosa, as
citocinas produzidas atuam estimulando a produção e
secreção da leptina, ativando, assim, os sinais nervosos
anorexígenos.
O neuropeptídeo Y está difundido no cérebro, é
estimulado pela redução da leptina, possuindo o efeito
orexígeno. Porém seu manejo em pacientes com câncer
mostrou-se ineficaz (Inadera, 2002).
A grelina é secretada pelas células do fundo gástrico
do estômago, é uma estimulante do apetite, e no paciente
com SAC pode apresentar-se em níveis reduzidos, porém
estudos são controversos sobre a real interferência da
grelina na redução de apetite do hospedeiro.
A Melanocortina (MC) atua juntamente com
a adrenocorticotrofina (ACTH) e o melanócito
estimulante (MSH) e são responsáveis pela regulação da
temperatura corporal e apetite dos animais.
O histórico clínico, o exame físico, com determinação
de escore corporal e acompanhamento da evolução do
quadro clínico são essenciais para a avaliação de perda
de peso do paciente (Wakshlag, 2008).
3. RELAÇÃO ENTRE TRATAMENTOS CONVENCIONAIS E NUTRIÇÃO
A adequada nutrição do paciente com câncer é
de grande importância na promoção da qualidade de
vida e na longevidade do animal. A redução de sinais
decorrentes de tratamentos convencionais, como a
quimioterapia e radioterapia, podem ser minimizados ao
se realizar um adequado suporte nutricional.
Pacientes com neoplasia são submetidos às
quimioterapias que podem contribuir com o quadro
de desnutrição ocasionado pelos efeitos colaterais da
medicação, como náuseas, vômitos, aversão alimentar,
anorexia, mucosites e toxicoses (Olgivie, 2000).
Os danos em mucosa intestinal, com a lesão em
microvilosidades intestinais, reduzem a capacidade
absortiva dos nutrientes ingeridos.
A radioterapia é um tratamento pouco utilizado na
clínica de cães e gatos, e sua influência sobre a ingestão
de alimentos depende da região corporal irradiada, o
fracionamento e a dose utilizada. Quando em região
cefálica, pode levar à diminuição na produção de saliva,
dificultando o processo de deglutição, além de alterar
a microbiota oral. Além disto, lesões na mucosa oral,
decorrentes da radioterapia, afetam o olfato e paladar dos animais, podendo reduzir
o consumo alimentar e ocasionando ou agravando um quadro de desnutrição. A
radioterapia em tórax pode levar ao comprometimento do esôfago e causar disfagia, e
em abdomem ou pelve poderá ocasionar lesões intestinais levando a náuseas, vômitos e
diarréia pela má absorção dos nutrientes (Olgivie, 2000).
A remoção cirúrgica do tumor estabelecido é uma forma de tratamento do quadro
neoplásico ou uma alternativa para a redução dos sinais clínicos decorrentes do
câncer. Alterações alimentares são necessárias dependendo do local onde se realizará a
intervenção cirúrgica. A gravidade do déficit nutricional será diretamente relacionada ao
local e extensão do segmento retirado do trato digestório do paciente (Olgivie, 2000).
Diferente do que era preconizada, a remoção cirúrgica do tumor não altera a taxa
de necessidades metabólicas do animal (Wakshlag, 2008).
4. ENERGIA
A elevada exigência energética no quadro de neoplasia é o responsável pela
perda de peso. Pacientes com câncer podem apresentar metabolismo hipermetabólico,
normometabólico ou hipometabólico dependendo do tipo de tumor, estágio da doença
ou forma de tratamento (Tisdale, 2002). O estado hipermetabólico é mais freqüente
em pacientes em estágios mais avançados da doença devido à maior avidez das células
neoplásicas por glicose (Guppy, 2002 in Silva, 2006).
5. CARBOIDRATOS
Células cancerosas utilizam, preferencialmente, a glicose como fonte de energia, em
torno de 50 a 60% a mais que células normais (Guppy, 2002 in Silva, 2006). A glicose
é utilizada pelas células neoplásicas através da glicólise anaeróbia com formação de
lactato, o qual é reconvertido em glicose pelas células hepáticas, em detrimento de
seis moléculas de adenosina trifosfato (ATP). Esse mecanismo é denominado ciclo de
Cori (Olgivie, 2000; Silva, 2006). Esse requerimento energético é responsável pela
perda de peso e massa corporal do animal. Em humanos, estima-se que o ciclo de cori é
responsável pelo gasto de 300 kcal por dia (Tisdale, 2002).
Deve-se evitar a administração de fluidos contendo lactato ou alimentos contendo
elevados níveis de carboidratos, pois isso estimularia a conversão do lactato em glicose,
exacerbando a demanda energética para tal processo (Olgivie, 2000).
Segundo Olgivie (1992), cães que apresentavam linfoma foram alimentados com
dietas contendo altos teores de carboidratos (58% na MS) e baixo lipídeo (9% na MS),
apresentaram níveis séricos de glicose, insulina e lactato mais elevados, quando e
comparação a animais que receberam dietas contendo baixo carboidrato (14% na MS) e
alto lipídeo (37% na MS).
Segundo Cabral e Correa (2004) citado por Silva (2005), em humanos, foram
observadas a ocorrência de resistência insulínica, pela diminuição da sensibilidade de
tecidos periféricos, e intolerância a glicose, pela redução de sensibilidade em receptores
das células beta.
Mesmo com a mobilização de glicose para a produção de energia e consequente
proliferação das células cancerosas, a glicemia se mantém devido á utilização de
aminoácidos e lactato na gliconeogênese hepática (Silva, 2006).
Fernanda S Ebina
Médica Veterinária, Mestranda UFLA Nutrição de Cães e Gatos
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
Médica Veterinária, MSc., DSc Nutrição Animal
Professora Associada da UFLA – Departamento de Zootecnia
e-mail: borgesvet@ufla.br
Caderno Técnico 2
64 65Caderno Técnico 3
biotecnologia moderna desenvolveu enzimas
para diferentes processos e produtos da industria, como
para produção de iogurtes, embutidos, queijos, cerveja,
vinho, etanol, biogás, tratamento de águas residuais,
aditivos zootécnicos, dentre outros. Além destes processos,
já bem conhecidos, enzimas podem ser empregadas como
aditivos de processamento de rações, aplicáveis no processo
de extrusão. Técnicas de recombinação gênica e mutações
possibilitam a produção de enzimas específicas para certas
áreas da nutrição animal, produção esta que já atingiu
escala comercial desde a década de 1980. Grande variedade
de fungos, bactérias e leveduras podem ser empregadas
para esta finalidade.
Amilases são enzimas que catalisam a hidrólise de
ligações α-1-4 glicosídicas de polissacarídeos, como
glicogênio, amido ou seus produtos de degradação.
Atuam liberando diversos produtos, incluindo dextrinas
e progressivamente pequenos polímeros compostos de
unidades de glicose. As amilases são divididas em duas
categorias: endoamilases e exoamilases. As endoamilases
catalisam as hidrólises de forma aleatória no interior
da molécula de amido. Esta ação causa formação de
ramos lineares de oligossacarídeos com cadeias de vários
comprimentos. As exoamilases hidrolisam a partir das
extremidades não-redutoras da cadeia resultando em
Uso de amilases em raçõesextrusadas para cães
produtos finais pequenos. Esquema para identificar e
classificar as amilases encontra-se na Figura 1. A α-amilase
é um exemplo de endoamilase, enquanto a glicoamilase é
exemplo de exoamilase. A adição conjunta de ∝-amilase
e glicoamilase promove hidrólise e quebra das cadeias
polissacarídicas da amilose e amilopectina, o que reduz
a viscosidade e aumenta a fluidez da massa de ração nos
processos térmicos com umidade, como na extrusão.
Comercialmente a produção de amilases é feita por
diversos fungos e bactérias. Recentemente amilases
bacterianas têm sido produzidas por microrganismos
geneticamente modificados (diversas linhagens de Bacillus
spp). A produção de amilases fúngicas empregam culturas
dos gêneros Trichoderma spp e Aspergillus awamori.
Como regra geral, amilases bacterianas são mais estáveis
em relação à temperatura do que amilases provenientes de
culturas de fungos.
Na extrusão, processo envolvido na fabricação
de alimentos para cães e gatos, os materiais úmidos,
amiláceos e protéicos são cozidos, expandidos pela
gelatinização do amido e plasticizados por calor, pressão
e cisalhamento mecânico. Este processamento é bastante
agressivo para as enzimas, devendo-se avaliar seu
impacto sobre a retenção da atividade destas proteínas,
que via de regra e zero. No entanto, algumas enzimas
desenvolvidas para emprego durante o processamento
termoresistentes, sendo possível sua utilização no pré-
condicionador da extrusora onde não há pressão e as
temperaturas são inferiores a 100º C.
Uso de amilases no processo de extrusão pode ser
ferramenta para produção mais econômica, com redução
dos custos de energia elétrica e aumento da produção
de equipamentos. Estudos com alimentos para cães na
Universidade do Kansas - EUA e na Universidade do
Texas A&M – EUA, verificaram aumentos da produção
de ração da extrusora de 20% a 30%, sem contudo
ocorrer aumento do consumo de energia elétrica
gerando economia de 5% a 10% dos custos de extrusão.
Características como forma da ração, textura, dureza e
densidade dos kibbles não se alteraram.
Em dois experimentos realizados na UNESP de
Jaboticabal-SP, avaliou-se o uso de duas α-amilase. Em
cada um dos experimentos existia um tratamento sem
enzimas (CO1, controle 1; CO2, controle 2) e outros com
adição de enzimas: experimento 1 - 120KNU de α-amilase
/ g (a partir de Bacillus licheniformis) no estado líquido
adicionado diretamente no condicionador; experimento
2 - 63KNU de α-amilase / g (a partir de Aspergillus
oryzae) em forma de pó, misturado com os ingredientes.
A digestibilidade dos alimentos foi testado em 6 cães
por tratamento, por coleta total de fezes. A adição de
enzima resultou em um aumento de 28% (experimento
1) e 43% (experimento 2) na produtividade de alimentos,
com redução de 27% e 37% no custo de energia elétrica
para a produção de alimentos. A qualidade do Kibble,
AMILASES
α-1,4-Glucanase
α-amilaseendo-α-1,4-Glucanase
endo-α-1,6-Glucanase
exo-α-1,4-Glucanase
exo-α-1,6-Glucanase exopululanase
pululanase
isoamilase
exomaltohexahidrolase
exomaltopentahidrolase
exomaltotetrahidrolase
β-amilase
Glicoamilase (amiloGlicosidade)isopululanase
α-1,6-Glucanase
Figura 1. Classificação das enzimas amilases. Fonte: NIGAM; SINGH (1995)
Temperatura do
condicionador (°C)
Densidade do Kibble (g/L)
Produtvidade (kg MS/h)
Consumo de Energia (kW/h)
Custo da eletricidade
(R$/100 kg MS)1
Experimento 1 Experimento 2CO1
92.2±2.06
404±5.3
84.1±1.3
15.2±0.46
2,9±0.05
Enzyme
92.0±1.43
410±6.0
108.3±8.2*
12.7±0.28*
2.3±0.13*
Enzyme
95±3.0
340±14.1
139.9±5.4*
5.7±0.16*
0.81±0.02
CO2
95.0±2.00
340±14.1
97.5±6.6
5.5±1.05
1.14±0.10
taBEla 1 - parâMEtros da Extrusão das raçõEs ExpEriMEntais
1 calculado considerando R$ 0.194 por KW/h* Diferença estatistica entre os tratamentos (P<0.05)
Parâmetros de Produção
Fabiano Cesar Sá, aluno de doutorado, FCAV/Unesp – Campus
de Jaboticabal
Aulus Cavalieri Carciofi, Professor dos departamentos de
Clínica e Cirurgia Veterinária, FCAV/Unesp – Campus de
Jaboticabal
Rodolfo Agustin Pereyra, DSM Produtos Nutricionais
gelatinização do amido (> 89%) e a digestibilidade dos
alimentos não se alterou com a adição de enzimas.
A utilização de enzimas de processo na extrusão
pode ser rentável, pois reduz da viscosidade do material
dentro da extrusora, aumentando a produtividade
com economia de energia elétrica e de mão de obra na
produção de rações para cães.
LITERATURA CONSULTADA
BURHAN A.; NISA, U.; GOKHAN, C.; OMER,
C.;ASHABIL, A.; OSMAN, G. Enzymatic properties
of a novel thermostable, thermophilic, alkaline and
chelator resistant amylase from an alkaliphilic Bacillus
sp. isolate ANT-6. Process Biochemistry, London, v. 38
, p. 1397-1403, 2003.
CAMPESTRINI, E.; SILVA, V. T. M.; APPELT, M. D.
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45f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária)
– Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Jaboticabal, 2011.
A
66 67
Aboissa
(11) 3353-3000
aboissa@aboissa.com.br
www.aboissa.com.br
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Rothoplás Embalagens
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(16) 3368-3118
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SPF do Brasil
(19) 3583-6003
www.spfbrasil.com.br
Wenger do Brasil
(19) 3871-5006
edds@wenger.com
www.wenger.com
Wid / Muyang
(11) 5042-4144
www.wid-eng.com
Serviços
3ª capa
2ª capa
5
63
57
61
41
39
21
23
43
13
9
33
7
27
63
53
47
45
49
37
61
51
29
Nome:
Empresa:
Endereço:
Nº: Complemento:
Cidade:
Cep: UF:
Fone: ( )
Fax: ( )
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Tipo de Empresa:( ) Fábrica de Ração ( ) Palatabilizantes( ) Vitaminas e Minerais( ) Aditivos e Anti-Oxidantes( ) Veterinários( ) Zootecnista( ) Pet Shop( ) Farmacologia( ) Corantes( ) Embalagens ( ) Graxaria Independente ( ) Graxaria / Frigorífico( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos( ) Fornecedor de Insumos e Matérias-Primas( ) Prestadores de Serviços( ) Consultoria / Assessoria( ) Universidades / Escolas( ) Outros
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