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BOLETIM ANUAL
DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS
2012
ANÁLISE DA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS
NOS PORTOS ORGANIZADOS E
TERMINAIS DE USO PRIVATIVO
Brasília – 2013
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................3
2. PORTOS ORGANIZADOS..................................................................................................................................6
2.1. MOVIMENTAÇÃO NOS PRINCIPAIS PORTOS ORGANIZADOS....................................................6
2.1.1. PORTO DE SANTOS....................................................................................................................................8
2.1.2. PORTO DE ITAGUAÍ...................................................................................................................................8
2.1.3. PORTO DE PARANAGUÁ..........................................................................................................................8
2.1.4. PORTO DO RIO GRANDE..........................................................................................................................9
2.1.5. PORTO DO ITAQUI......................................................................................................................................9
2.1.6. PORTO DE VILA DO CONDE.................................................................................................................10
2.1.7. PORTO DE SUAPE.....................................................................................................................................10
2.1.8. PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL................................................................................................10
2.1.9. PORTO DO RIO DE JANEIRO................................................................................................................11
2.1.10. PORTO DE VITÓRIA..............................................................................................................................11
3. TERMINAIS DE USO PRIVATIVO – TUPs................................................................................................11
4. COMÉRCIO EXTERIOR...................................................................................................................................12
4.1. EXPORTAÇÕES..............................................................................................................................................14
4.2. IMPORTAÇÕES..............................................................................................................................................17
5. MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS POR GRUPO DE MERCADORIA..................................................19
5.1. MINÉRIO DE FERRO...................................................................................................................................19
5.2. SOJA....................................................................................................................................................................20
5.3. MILHO...............................................................................................................................................................21
6. CONCLUSÃO........................................................................................................................................................23
3
1. INTRODUÇÃO
O ano de 2012 caracterizou-se pelo crescimento discreto da movimentação de
cargas no setor portuário nacional. Neste ano, algumas instalações portuárias obtiveram
menores movimentações de cargas quando comparadas ao ano de 2011. A conjuntura
econômica externa desfavorável e o baixo crescimento do PIB contribuíram para o discreto
desempenho da movimentação de cargas no transporte aquaviário. Destaque-se também que,
apesar desse cenário desfavorável, algumas instalações portuárias foram capazes de obter
crescimento em seus números de movimentação.
A movimentação total de cargas nas instalações portuárias brasileiras ao longo
do ano de 2012 foi de 904 milhões de toneladas, apresentando um aumento relativo de 2,06% e
absoluto de 18 milhões de toneladas em relação ao ano de 2011. Quando se compara com o ano
de 2010, tem-se um crescimento de 8,37%, o que mostra a atipicidade dos números do setor
durante o ano de 2012.
Tabela 1 – Movimentação Geral de Cargas nos Portos e Terminais Brasileiros – 2010-2012.
Fonte: Anuários Estatísticos e Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ.
ton. % ton. % VAR. ton. % VAR.
1. NATUREZA DA CARGA
GRANEL SÓLIDO 504.765.400 61,0 543.108.088 61,3 7,6 554.228.160 61,3 2,05
GRANEL LÍQUIDO 210.371.071 25,2 212.302.167 24,0 0,9 217.153.054 24,0 2,28
CARGA GERAL 118.799.265 14,3 130.149.953 14,7 9,6 132.384.253 14,6 1,72
TOTAL 833.935.735 100,0 885.560.212 100,0 6,2 903.765.466 100,0 2,06
2. TIPO DE NAVEGAÇÃO
LONGO CURSO 616.089.467 73,9 657.677.377 74,3 6,8 670.253.686 74,2 1,91
CABOTAGEM 185.822.683 22,3 193.392.534 21,8 4,1 201.015.906 22,2 3,94
NAVEGAÇÃO INTERIOR 28.382.718 3,4 31.638.112 3,6 11,5 29.894.862 3,3 -5,51
APOIO MARÍTIMO 2.112.012 0,3 1.520.588 0,2 -28,0 1.528.237 0,2 0,50
APOIO PORTUÁRIO 1.528.855 0,2 1.331.601 0,2 -12,9 1.072.775 0,1 -19,44
TOTAL 833.935.735 100,0 885.560.212 100,0 6,2 903.765.466 100,0 2,06
3. INSTALAÇÕES
PORTOS ORGANIZADOS 288.776.612 34,6 309.007.269 34,9 7,0 316.188.398 35,0 2,32
TERMINAIS DE USO PRIVATIVO 545.159.123 65,4 576.552.943 65,1 5,8 587.577.068 65,0 1,91
TOTAL 833.935.735 100,0 885.560.212 100,0 6,2 903.765.466 100,0 2,06
4. SENTIDO
EMBARQUE 562.063.531 67,4 593.177.264 67,0 5,5 606.059.915 67,1 2,17
DESEMBARQUE 271.872.204 32,6 292.382.948 33,0 7,5 297.705.551 32,9 1,82
TOTAL 833.935.735 100,0 885.560.212 100,0 6,2 903.765.466 100,0 2,06
GRUPO/ ANO2010 2011 2012
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Gráfico 1 – Evolução da movimentação de carga, por natureza.
Fonte: Anuários Estatísticos Portuários e Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ, 2012.
Na matriz aquaviária de transporte de 2012, os granéis sólidos representaram
61% do total geral de carga. Do acréscimo total de aproximadamente 18 milhões de toneladas de
em 2012, tais cargas contribuíram com 11,12 milhões, liderados principalmente pelo aumento
atípico na movimentação de milho, que de 10,81 milhões de toneladas movimentadas em 2011
alcançou a movimentação de 23,06 milhões de toneladas em 2012, representando um
crescimento de 113%.
O valor expressivo da movimentação de milho está relacionado com a queda da
safra dos Estados Unidos, maior produtor global, aliada à excepcional safra brasileira. É que a
segunda safra de milho, “safrinha”, obteve desempenho excepcional. Ambos os fatores
contribuíram para o comportamento atípico da movimentação de milho em 2012.
Os granéis líquidos, com destaque para os combustíveis e óleos minerais, tiveram
um incremento de 2,28% em relação a 2011. Em relação aos outros tipos de carga, apresentou a
taxa de crescimento mais expressiva. O desempenho da movimentação dessa natureza de carga
é preponderantemente determinado pelo mercado de combustíveis e óleos minerais, com
destaque para a Petrobras S. A..
Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a dependência nas
importações de combustíveis e óleos minerais para suprir a demanda interna foi acentuada em
2011 e 2012, refletindo-se na elevação de 4,73% de suas importações e na redução de 2,14% em
2012 quando comparados com o ano de 2011. Isso resultou em elevação de 2,92% na
504,8 543,1 554,2
210,4 212,3 217,2
118,8 130,1 132,4
-
100,0
200,0
300,0
400,0
500,0
600,0
700,0
800,0
900,0
1.000,0
2010 2011 2012
Milh
ões
de t
one
lada
s
Granel sólido Granel líquido Carga geral
5
movimentação de combustíveis e óleos minerais no mesmo período. Ainda segundo dados da
ANP, o aumento de 12% no consumo de gasolina no mercado doméstico em 2012,
comparativamente a 2011, impactou substancialmente no comportamento das importações de
combustíveis e óleos.
A carga geral apresentou o desempenho mais discreto em relação aos outros
tipos de carga entre 2011 e 2012, com crescimento de 1,72%. Dentro de carga geral, destacou-se
a redução da movimentação de produtos siderúrgicos (9,87%) e a elevação de mercadorias
conteinerizadas (3,54%) e de celulose (1,87%).
Um destaque especial deve ser dado ao crescimento da movimentação das cargas
conteinerizadas, que no agregado obteve taxa de crescimento de 3,54%. No entanto, quando se
desagrega a movimentação por tipo de navegação, observa-se o crescimento expressivo das
cargas transportadas via cabotagem, chegando ao aumento de 24,7% em comparação com o ano
de 2011. Já o longo curso apresentou uma redução de-0,3%, o que demonstra sua ligação como
comportamento do PIB.
A participação dos portos organizados e terminais de uso privativo – TUPs na
movimentação total do Brasil foi respectivamente de 316,2 e 587,6 milhões de toneladas. A
movimentação de cargas nos TUPs foi de 65% do total brasileiro, percentual que vem
apresentando um pequeno decréscimo nos últimos 3 anos. A movimentação dos portos
organizados foi de 35%, percentual esse que vem, aos poucos, crescendo nos últimos 3 anos,
conforme mostra a Figura a seguir.
Gráfico 2 – Participação na movimentação de cargas 2012 – Portos x TUPs
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ, 2012.
34,99%
65,01%
PORTOS
TUPs
6
2. PORTOS ORGANIZADOS
Os Portos Organizados em 2012 movimentaram 316,2 milhões de toneladas,
2,32% e 7,01% superiores aos anos de 2011 e 2010, respectivamente.
Cinco portos foram responsáveis pela maior parte da movimentação total de
cargas nos portos organizados. Juntos, os portos de Santos, Itaguaí, Paranaguá, Rio Grande e
Itaqui movimentaram 221 milhões de toneladas, o que representa cerca de 70% da
movimentação total de cargas nos portos brasileiros.
Em termos de toneladas movimentadas, o porto de Santos foi o porto que
apresentou a participação mais expressiva (28,7%) e um crescimento de 5,51%, fechando o ano
de 2012 com a movimentação de 90,7 milhões de toneladas1. Em 2012, Santos aumentou em 4,7
milhões de toneladas sua movimentação total de cargas em relação a 2011, com destaque para a
movimentação de contêineres, açúcar, soja e milho, como será visto mais detidamente adiante.
Em 2011, o porto de Santos apresentou um crescimento tímido de 0,7%. É
interessante destacar que em 2012, a despeito da conjuntura econômica desfavorável, o porto
apresentou um ritmo mais forte de crescimento, com uma taxa de 5,51%.
O porto de Itaguaí, com a segunda maior taxa de participação na movimentação
de cargas dos portos organizados, de 18,1%, apresentou uma redução de -1,81% no seu total de
movimentação de carga em relação ao ano de 2011. A redução de -4,3% na movimentação de
minério de ferro (diferença de 2,2 milhões de toneladas) e de -11% de carvão mineral (289, 7
mil toneladas) contribuiu para esse resultado.
Rio Grande, a quarta maior movimentação de cargas entre os portos organizados,
apresentou um desempenho semelhante ao do porto de Itaguaí. Ao mesmo tempo em que a
participação do porto do Rio Grande no agregado dos portos organizados de 2012 foi
significativa (5,4%). Comparativamente ao ano de 2011, o porto apresentou uma redução de
4,8% na movimentação de cargas.
Ainda entre os cinco principais portos que apresentaram as maiores
movimentações de carga em 2012, os portos de Paranaguá e Itaqui apresentaram taxas de
participação de 12,8% e 5%, respectivamente; e taxas de crescimento em relação a 2011 de
8,08% e 12,84%.
1 Esse número considera apenas o Porto Organizado de Santos, sem levar em consideração a movimentação dos Terminais de Uso Privativo em Santos.
7
Gráfico 3 – Evolução da Movimentação de Cargas nos Principais Portos
Fonte: Anuários Estatísticos Portuários e Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ, 2012.
Vale também se ressaltar que as dez mercadorias mais movimentadas nos portos organizados
(mercadorias conteinerizadas, minério de ferro, combustíveis e óleos minerais e produtos, soja,
açúcar, milho, fertilizantes e adubos, farelo de soja, trigo e bauxita) foram responsáveis por 82%
da movimentação de cargas nessas instalações, como ilustra o Gráfico seguinte.
Gráfico 4 – Participação das Principais Mercadorias na Movimentação de Cargas nos Portos
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ, 2012.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2010 2011 2012
Santos
Itaguaí
Paranaguá
Rio Grande
Itaqui
Em milhões de toneladas
18,46%
16,61%
10,79%
9,85%
7,42%
6,44%
6,14%
2,46%
2,02%
1,80%
18,02% Mercadorias conteinerizadas
Minério de ferrro
Combustíveis e óleos minerais e produtos
Soja
Açucar
Milho
Fertilizantes e adubos
Farelo de soja
Trigo
Bauxita
Outros
8
2.1. MOVIMENTAÇÃO NOS PRINCIPAIS PORTOS ORGANIZADOS
2.1.1. PORTO DE SANTOS
Em 2012, o porto de Santos apresentou um crescimento de 5,51% em relação a
2011, movimentando 90,7 milhões de toneladas. O crescimento na movimentação de soja
(11,08%), milho (117%), álcool etílico (25,39%) e farelo de soja (78,63%) foi determinante para o
resultado positivo de 5,51% observado no Porto em relação a 2011.
O crescimento nas exportações foi de 8 milhões de toneladas, representando
13,57% em relação ao ano de 2011, com destaque para as mercadorias conteinerizadas (5,6%),
soja (11,08%) e milho (117%). Já as importações apresentaram uma redução de -12,12% em
relação a 2011, com destaque para as mercadorias conteinerizadas (-8,44%), fertilizantes (-1,85
%) e combustíveis e óleos minerais (-37,6 %).
Em 2012, observou-se uma redução de -7,16% no número de atracações no porto
de Santos em relação a 2011, representando uma queda de 413 atracações, em razão do aumento
da tonelagem movimentada pelo uso de embarcações de maior porte, viabilizado pela dragagem
de aprofundamento do canal de navegação. Esse resultado comprova expectativas de resultados
provenientes da dragagem.
2.1.2. PORTO DE ITAGUAÍ
Em 2012 a movimentação geral de cargas no porto de Itaguaí apresentou um
decréscimo de -1,81% comparativamente ao ano de 2011, com movimentação total de 57,1
milhões de toneladas. A redução na movimentação de minério de ferro (-4,29%) e carvão
mineral (-11%) - que representam 90% da pauta de mercadorias movimentadas pelo Porto - foi
determinante para esse desempenho.
2.1.3. PORTO DE PARANAGUÁ
Em 2012 a movimentação geral de cargas no porto de Paranaguá apresentou um
crescimento de 8% em relação ao ano de 2011, com uma movimentação de 40,4 milhões,
9
impulsionada em grande medida pela movimentação de farelo de soja, milho, combustíveis e
óleos minerais.
No porto de Paranaguá, o crescimento das exportações foi de 2,4 milhões de
toneladas, 9,9% em relação ao ano de 2011, com destaque para as exportações de farelo de soja
(25,92%), milho (83,45%) e açúcar (4,23%). Já as importações apresentaram um crescimento de
4,58% em relação a 2011, com destaque para as mercadorias conteinerizadas (15,25%) e
combustíveis e óleos minerais (33,81%).
2.1.4. PORTO DO RIO GRANDE
Em 2012 a movimentação total de cargas do porto do Rio Grande diminuiu 4,8%
comparativamente ao ano de 2011, observando-se uma movimentação de 17,1 milhões. A
redução de 38,3% na movimentação de soja em relação ao ano de 2011 foi determinante para
esse resultado.
A diminuição acentuada na movimentação de soja em 2012, em relação a 2011, é
atribuída à queda da safra 2011/2012 de soja no Rio Grande do Sul, tópico que será abordado
mais adiante.
2.1.5. PORTO DO ITAQUI
Em 2012 a movimentação total de cargas do porto do Itaqui cresceu
expressivamente em relação ao ano de 2011. Isso representa 12,84% a mais, resultando na
marca inédita de 15,7 milhões de toneladas movimentadas. Destaca-se o crescimento da
movimentação de combustíveis e óleos minerais (7,38 %), da soja (9,62 %) e de fertilizantes e
adubos (38,3 %).
O incremento das importações combustíveis e fertilizantes (10,18%), somado ao
incremento das exportações de soja (9,62%) e milho (1329%) contribuiu para esse resultado.
10
2.1.6. PORTO DE VILA DO CONDE
Em 2012 a movimentação geral de cargas apresentou uma redução de -8,82% em
relação ao ano de 2011, com uma movimentação de 15,15 milhões de toneladas. Em 2012, a
queda da movimentação da bauxita (20%) e da alumina (5%) foi determinante para esse
desempenho.
2.1.7. PORTO DE SUAPE
Em 2012 a movimentação geral de cargas do porto de Suape apresentou uma
redução de 0,06% em relação ao ano de 2011, com movimentação de 11 milhões de toneladas.
Apesar do crescimento da principal mercadoria movimentada pelo porto de Suape, combustíveis
e óleos (9,45%) em relação a 2011 (48% do total geral de mercadorias movimentadas pelo
porto), a queda na movimentação de outras mercadorias reverteu esse movimento positivo. Faz-
se o destaque para a queda na movimentação de mercadorias conteinerizadas (-8,14%), o que
representa 41% do total de cargas movimentadas pelo porto de Suape.
2.1.8. PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL
Em 2012 a movimentação geral de cargas do porto de São Francisco do Sul foi
expressiva, apresentando um crescimento de 8,37% em relação a 2011, com uma movimentação
de 10,9 milhões de toneladas. A queda da movimentação de soja (-16,86%) e de mercadorias
conteinerizadas (-38,2%) no ano de 2012 em relação ao ano de 2011 impactou fortemente a
movimentação agregada do porto, posto que a participação dessas duas mercadorias na pauta
geral de movimentação de cargas de São Francisco do Sul é de mais de 50%. No entanto, esse
movimento negativo foi compensado pela excepcional movimentação de milho no período,
mercadoria cuja participação foi expressiva no Porto (22,62%) e apresentou um crescimento de
469% em relação ao ano de 2011.
Em relação a 2011, o crescimento da movimentação de reatores, caldeiras e
máquinas foi expressivo (23,13%), assim como a movimentação de soda cáustica (342%),
representando um acréscimo de mais de um milhão de toneladas.
11
2.1.9. PORTO DO RIO DE JANEIRO
A movimentação geral de cargas no porto do Rio de Janeiro, em 2012, apresentou
uma moderada taxa de crescimento de 0,67% em relação ao ano de 2011, com uma
movimentação total de 7,7 milhões de toneladas. O crescimento robusto dos contêineres em
cerca de 20 %, em relação a 2011, foi contrabalançado pela queda na movimentação de trigo (-
11,98 %) e de produtos siderúrgicos (-48,15 %).
2.1.10. PORTO DE VITÓRIA
Em 2012, o porto de Vitória apresentou uma redução de -15,79% em relação a
2011, movimentando 6,8 milhões de toneladas. As obras de dragagem/derrocagem, a ampliação
do cais comercial, problemas de infraestrutura, assim como o desempenho de algumas
mercadorias foram determinantes para esse resultado.
Das cinco principais mercadorias movimentadas pelo porto de Vitória, quatro
apresentaram queda quando comparadas com o ano de 2011: mercadorias conteinerizadas (-
8,46%), fertilizantes (-9,91%), mármore/ granito (-37,44%) e malte e cevada (-5,81%). Exceção
aos combustíveis e óleos minerais, que apresentou um aumento de 211,89%, representado pelo
acréscimo de 383 mil toneladas na movimentação do Porto.
A redução das exportações do porto de Vitória foi de aproximadamente 28%,
com destaque para a redução das exportações de mármore e granito (-37,44%), produtos
siderúrgicos (-15,47%) e açúcar (-16,94%). Já as importações apresentaram uma redução
menos acentuada (-5,86%), em grande medida pelo desempenho das importações de
combustíveis e óleos minerais, que aumentou expressivamente entre 2011 e 2012 (210,04 %),
correspondendo a um aumento na movimentação de 380,3 mil toneladas.
3. TERMINAIS DE USO PRIVATIVO - TUPs
Os TUPs em 2012 movimentaram 587,5 milhões de toneladas, o que significa um
crescimento de 7,78% em relação a 2010 e 1,91% em comparação a 2011. Minério de ferro,
combustíveis e óleos minerais foram responsáveis por 75,61% da movimentação de cargas dos
TUPs e por 49,16% de toda movimentação de cargas do sistema portuário brasileiro. Portanto,
não é de se estranhar que dos dez TUPs que mais movimentaram cargas em 2012, quatro têm
como principal grupo de mercadoria movimentada o minério de ferro e os outros quatro, os
12
combustíveis e óleos minerais. Esses dez TUPs foram responsáveis por 73,32 % de tudo que foi
movimentado nos terminais de uso privativo e por 47,67 % do total nacional.
O TUP CVRD Tubarão–ES movimentou 110,6 milhões de toneladas de cargas,
sendo a instalação portuária que mais movimentou carga no país. Especialista na movimentação
de minério de ferro, tal produto representou 93,19% de todas as operações do terminal em
2012.
Entre os TUPs especializados em granel líquido, destaca-se o TUP Almirante
Barroso – SP que movimentou 50,5 milhões de toneladas no ano de 2012. O Terminal foi
responsável por 25,9% de toda a movimentação de combustíveis, óleos minerais e produtos no
Brasil.
Gráfico 5 – Principais TUPs em Movimentação - 2012
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ, 2012.
4. COMÉRCIO EXTERIOR
A conjuntura econômica externa de 2012 foi de baixo crescimento da economia
Norte-Americana, crise na Zona do Euro e desaceleração do ritmo de crescimento da economia
12.774.232
13.718.404
16.391.516
21.658.012
23.512.589
37.041.162
39.818.902
50.541.216
105.033.621
110.334.523
0 50000000 100000000 150000000
TUP ALUMAR
TUP ALMIRANTE TAMANDARÉ (ILHA D´ÁGUA)
TUP PORTO TROMBETAS
TUP MADRE DE DEUS
TUP PONTA DE UBU
TUP ALMIRANTE MAXIMIANO FONSECA
TUP MBR
TUP ALMIRANTE BARROSO
TUP PONTA DA MADEIRA
TUP CVRD TUBARÃO
Em toneladas
13
chinesa (o ano de 2012 registrou o menor PIB chinês nos últimos 13 anos, de 7,8%). Segundo
dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), o volume do comércio mundial cresceu 5%
em 2011, divulgando uma estimativa pessimista para o ano de 2012, uma taxa de crescimento de
2,5%.
Com uma pauta de exportações concentrada em commodities, o Brasil se viu
vulnerável à desaceleração da atividade econômica externa. Tal circunstância se refletiu no
discreto crescimento das importações e exportações brasileiras. A consequente desaceleração da
economia nacional, com um PIB de 0,9% recém divulgado pelo IBGE, refletiu-se na redução das
exportações brasileiras.
Diante desse contexto, o ano de 2012 não trouxe resultados significativos para as
instalações portuárias brasileiras com relação às transações relacionadas ao longo curso,
voltadas ao comércio exterior. Considerando tanto os Terminais de Uso Privado quanto os
Portos Organizados, a tonelagem de cargas movimentadas por essas instalações cresceu 1,91%
em relação a 2011, alcançando 670,2 milhões de toneladas movimentadas.
Gráfico 6 – Evolução da Movimentação de Cargas no Longo Curso.
Fonte: Anuários Estatísticos Portuários e Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ, 2012.
A navegação de longo curso continua sendo a maior responsável pela
movimentação de cargas relacionadas com o transporte aquaviário. Atualmente, 74,2% de toda a
carga movimentada pelo setor portuário estão relacionadas à navegação de longo curso
(considerando-se os Portos Organizados e os Terminais de Uso Privado).
568,4531,2
616
657,6
670,2
400
450
500
550
600
650
700
2008 2009 2010 2011 2012
Em milhões de toneladas
14
Analisando a série histórica de 2010-2012, percebe-se que 2012 apresentou um
nível de movimentação 8,79% superior ao de 2010.
Faz-se nos próximos itens análise dos dados de movimentação de cargas nas
instalações portuárias brasileiras, apontando-se alguns fatores determinantes para a dinâmica
do setor portuário nacional relacionados ao comércio exterior.
Tabela 2 – Evolução da Movimentação de Cargas no Longo Curso, 2002-2012.
4.1. EXPORTAÇÕES
Analisando-se os dados de 2012, percebe-se o impacto da conjuntura econômica
externa no desempenho portuário nacional pela discreta taxa de crescimento apresentada pelas
exportações. No ano de 2012 as exportações brasileiras alcançaram 525,4 milhões de toneladas,
apresentando um crescimento de 2,16% em relação a 2011. O total exportado representou
78,4% do total de cargas relacionadas ao transporte aquaviário de longo curso.
Observou-se que, a despeito do baixo dinamismo da economia chinesa durante os
primeiros semestres de 2012, apontado por muitos analistas de mercado, a China se destacou
como importante parceiro comercial do Brasil. Tal relação refletiu-se em forte demanda por
minério de ferro brasileiro, mesmo com a desaceleração de sua produção siderúrgica.
Observou-se também um maior dinamismo da corrente de comércio com outros parceiros
comerciais.
Levando-se em consideração o cenário internacional, percebeu-se melhorias nas
condições de demanda externa vindas, não apenas da China, mas também das Filipinas, Omã,
índia e Singapura. O destaque para esses países asiáticos deve-se, em grande medida, a demanda
Ano Importação Exportação Total
2002 85.013.102 285.769.836 370.782.938
2003 87.715.381 313.880.887 401.596.268
2004 95.547.924 351.588.297 447.136.221
2005 82.974.736 390.082.685 473.057.421
2006 90.010.736 412.908.583 502.919.319
2007 111.208.520 447.837.373 559.045.893
2008 114.511.963 453.892.926 568.404.889
2009 91.505.738 439.771.431 531.277.169
2010 126.800.275 489.289.192 616.089.467
2011 143.347.478 514.329.899 657.677.377
2012 144.822.121 525.431.565 670.253.686
Fonte: Anuários Estatístico Portuário e Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ.
15
da China por minério de ferro brasileiro, o que vem levando a empresa VALE S.A. a alterar sua
estratégia logística de distribuição de minério para essa região.
A VALE, de olho no mercado chinês, aporta seus supernavios Valemax em portos
de Omã e Filipinas para depois distribuir o minério à China, pois ainda não possui autorização
para que os Valemax aportem nos portos chineses.
Gráfico 7 – Variação Absoluta da Movimentação de Cargas no Longo Curso – 2011/2012.
Fonte: Anuários Estatísticos Portuários e Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ.
Concomitantemente, alguns parceiros comerciais do Brasil, apresentaram
movimentações inferiores às observadas em 2011, com destaque para o Japão e a Holanda. A
queda acentuada da demanda por minério de ferro por parte desses dois países foi determinante
para esse resultado. O Japão apresentou uma redução de -17,9% de demanda de minério de
ferro do Brasil (uma queda de 6,7 milhões de toneladas), enquanto a Holanda apresentou uma
redução de -18,04% (uma redução de 5,2 milhões na demanda de minério de ferro do Brasil).
11,2
6,55,9
2,5 2,2 1,9 1,4 0,9
-0,9 -1,1-1,7 -1,9 -2 -2,2
-2,5
-4,5
-6,5-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14Variação Absoluta da Tonelagem Exportada
Em milhões de toneladas
16
Gráfico 8 – Destino das Cargas – Participação por país (%), 2012.
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ, 2012.
Constatou-se que a China foi o maior mercado consumidor dos produtos
brasileiros: cerca de 40% do total da tonelagem exportada pelas instalações portuárias
brasileiras, absorvendo mais de metade de todo o minério de ferro exportado.
As principais cargas exportadas pelo Brasil foram: minério de ferro, contêineres,
soja, açúcar e milho.
A seguir, apresenta-se a participação do grupo de mercadorias em relação às
cargas exportadas. Naturalmente, o minério de ferro destacou-se como o item de maior
relevância, devido à sua alta densidade, e, pelo fato do Brasil ser um dos maiores exportadores
mundiais do produto.
39%
7%7%4%
4%3%
2%
2%2%2%
28%
CHINA
JAPÃO
HOLANDA
ESTADOS UNIDOS
CORÉIA DO SUL
ITÁLIA
ESPANHA
FRANÇA
FILIPINAS
OMÃ
DEMAIS
17
Gráfico 9 – Participação das principais mercadorias na exportação em 2012.
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ, 2012.
4.2. IMPORTAÇÕES
Também relacionado à navegação de longo curso, as importações brasileiras
tiveram um crescimento moderado quando comparado ao ano de 2011. A desvalorização
cambial e a desaceleração da economia brasileira foram fatores determinantes para o resultado
da taxa de crescimento de 1% das importações brasileiras em 2012 quando comparado com
2011. Uma taxa distante da observada no biênio 2010/ 2011, quando as importações cresceram
13%.
Gráfico 10 – Evolução da Movimentação de Cargas no Longo Curso - Importação
Fonte: Anuários Estatísticos Portuários e Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ.
62%
7%
7%
4%
4%
4%
2%2%
1% 6%MINÉRIO DE FERRO
CONTÊINERES
SOJA
AÇÚCAR
MILHO
COMBUSTÍVEIS E ÓLEOS MINERAIS EPRODUTOSFARELO DE SOJA
PRODUTOS SIDERÚRGICOS
ALUMINA
114,5
91,5
126,8
143,3144,8
50
100
150
200
2008 2009 2010 2011 2012
Em milhões de toneladas
18
As importações brasileiras foram de 144,8 milhões de toneladas, frente as 143,3
milhões de toneladas movimentadas em 2011. Os principais produtos importados tiveram
origem nos Estados Unidos, China, Nigéria e Argentina.
As principais cargas importadas, em termos de tonelagem, foram: combustíveis e
óleos minerais, contêineres, fertilizantes e adubos e carvão mineral (Gráfico 12).
Gráfico 12 – Participação das Principais Mercadorias na importação, 2012.
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ. Gráfico 13 – Participação dos Principais parceiros brasileiros, Importação, 2012.
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ.
49%
14%
7%
6%
5%
2%2%
2%1%
11%
COMBUSTÍVEIS E ÓLEOSMINERAIS E PRODUTOSCONTÊINERES
FERTILIZANTES ADUBOS
CARVÃO MINERAL
BAUXITA
COQUE DE PETRÓLEO
TRIGO
ENXOFRE, TERRAS E PEDRAS,GESSO E CALSODA CÁUSTICA
PRODUTOS QUÍMICOSORGÂNICOSOutros
18%
7%
7%
7%
3%3%
3%3%3%2%
44%
ESTADOS UNIDOS
CHINA
NIGÉRIA
ARGENTINA
AUSTRÁLIA
CANADÁ
ARÁBIA SAUDITA
ARGÉLIA
ESPANHA
COLÔMBIA
DEMAIS
19
5. MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS POR GRUPO DE MERCADORIA
5.1. MINÉRIO DE FERRO
O minério de ferro respondeu por cerca de 36% do total de cargas
transacionadas pelas instalações portuárias brasileiras. É o principal produto em termos de
tonelagem. A movimentação total registrada foi de 331, 7 milhões de toneladas, 1,22% maior do
que em 2011.
Observa-se que em 2012, o volume exportado pouco se alterou, mas a queda do
preço do minério de ferro nos nove primeiros meses de 2012 resultou em uma perda de US$
FOB de 10,5 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC). Com a forte demanda chinesa por minério de ferro em 2012, observou-se um
crescimento de 7,14% dessas exportações, que representaram um acréscimo de 11,3 milhões de
toneladas de minério. No entanto, as acentuadas quedas na demanda de minério por parte do
Japão (-17,91%) e Holanda (-18,04%) representaram uma redução de 11,9 milhões de toneladas
de minério.
Com já apontado anteriormente, destaca-se também o acentuado crescimento
das exportações de minério de ferro para as Filipinas (206%) e Omã (179%) em relação ao ano
de 2011. O destaque para esses países asiáticos deve-se ao fato da empresa VALE S.A., visando
ganhar espaço no mercado chinês, precisar atracar seus supernavios Valemax nos portos de
Omã e Filipinas, uma vez que ainda não possui a autorização para que os mesmos atracassem
nos portos chineses.
Gráfico 14 – Distribuição do Minério entre Instalações Portuárias (%), 2012.
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ.
15%
85%
PORTO
TUP
20
Com relação ao tipo de instalação portuária responsável pela movimentação do
minério, os terminais de uso privado foram os principais responsáveis pela carga (85% da
movimentação). De fato, esse quadro é inexorável para o minério de ferro, pois este minério é
escoado, em sua maior parte, por instalações altamente especializadas de grandes empresas
mineradoras, com destaque para a VALE S.A. e seus terminais.
As cinco principais instalações portuárias que movimentaram minério de ferro
em 2012 respondem por 96% de todo o minério movimentado, sendo elas, por ordem
decrescente: TUP Ponta da Madeira (MA), TUP CVRD Tubarão (ES), Itaguaí (RJ), TUP MBR (RJ) e
TUP Ponta de Ubu (ES).
5.2. SOJA
Houve em 2012 a quebra da produção de soja na região sul do país provocada
por uma forte estiagem em função do fenômeno La Niña. De acordo com a Conab, La Ninã
provocou uma queda de 35% da produção de soja da região. Como o Brasil é um dos principais
produtores de soja no mundo, essa quebra de safra influenciou a elevação da cotação
internacional da commodity. Em um contexto de manutenção da demanda pela soja aliada a seu
preço mais elevado, observou-se uma redução da tonelagem embarcada da soja e um aumento
do seu valor exportado em US$ FOB.
A produção de soja foi de 65,7 milhões de toneladas, segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, mais de metade foi exportada, cerca de
36,9 milhões de toneladas. Enquanto a produção de soja foi reduzida em -12,2%, as exportações
reduziram 3,4% em relação a 2011.
Gráfico 15 – Comparativo de Produção e Exportação de Soja, 2012.
Fonte: Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias/ IBGE e Anuários Estatísticos Portuários e Sistema de
Informações Gerenciais da ANTAQ.
36,2 38,2 36,9
68,874,8
65,7
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
2010 2011 2012
Milh
ões
de tonela
da
s
Exportação
Produção
21
Nesse ano, a soja foi a quarta carga mais movimentada pelos portos e terminais
de uso privativo. Foram movimentadas 40 milhões de toneladas de soja, apresentando uma
redução de -2,97% frente a 2011, quando foram movimentadas 41,2 milhões de toneladas. A
soja representa 4,43% da tonelagem de cargas brasileiras relacionadas ao transporte aquaviário.
Em 2012, a China consumiu 55% de toda a soja exportada pelo Brasil. Cerca de
18 milhões de toneladas foram exportadas para a China, o que representou uma redução de -
6,8% em relação a 2011.
Com relação ao tipo de instalação portuária responsável pela movimentação de
soja, destacou-se a preponderância de instalações localizadas dentro dos portos organizados.
Aproximadamente 74% da movimentação de soja se dá por intermédio de terminais
especializados dentro dos portos organizados, o restante é movimentado por terminais de uso
privativo.
Gráfico 16 – Distribuição da soja entre Instalações Portuárias em 2012.
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ.
Observou-se que cinco instalações portuárias concentraram 67% de toda a
movimentação de soja em 2012. A participação na movimentação aquaviária em 2012 dessas
instalações ficou assim determinada: Santos (27%), Paranaguá (17%), TUP Hermasa (8%), São
Francisco do Sul (8%) e Itaqui (7%).
5.3. MILHO
O ano de 2012 apresentou elevada taxa de crescimento na tonelagem de milho,
aproximadamente 122%. Foram movimentados 23 milhões de toneladas desse granel agrícola.
Mais de 95% dessa movimentação estão voltados para a exportação, equivalendo a 22,1 milhões
de toneladas. Em se tratando de carga exportada, o milho figura na quinta posição em termos de
tonelagem movimentada.
74%
26%
PORTO
TUP
22
Gráfico 17 – Comparativo entre produção e exportação de milho
Fonte: Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias/ IBGE e Anuários Estatísticos Portuários e Sistema de
Informações Gerenciais da ANTAQ.
Em relação à participação na movimentação da carga entre instalações
portuárias, assim como a soja, a maior participação dos portos organizados é bastante evidente
na movimentação de milho. Mais de 80% da mercadoria foi movimentada dentro de terminais
especializados localizados nos portos organizados em 2012.
Gráfico 18 – Distribuição do Milho entre Instalações Portuárias em 2012
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais da ANTAQ.
Observou-se que cinco instalações portuárias concentraram quase 90% de toda a
movimentação de milho em 2012. A participação na movimentação aquaviária em 2012 dessas
instalações ficou assim determinada: Santos (42,9%), Paranaguá (21,13%), São Francisco do Sul
(10,74%), TUP CVRD Tubarão (9,14%) e TUP Hermasa Graneleiro (4,82%).
11,1 9,922,1
55,4 55,7
71,5
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
2010 2011 2012
Milh
ões
de tonela
da
s
Exportação
Produção
84%
16%
PORTO
TUP
23
6. CONCLUSÃO
O Brasil ainda continua crescendo em termos de quantidade de carga
movimentada, mesmo que em 2012 esse crescimento tenha sido modesto. Como todas as
economias do mundo, tal fato é reflexo dos mercados interno e externo, sendo função direta do
resultado do PIB e da corrente de comércio, dentre outros fatores econômicos.
Internamente, destaca-se a navegação de cabotagem e o crescimento da
quantidade de contêineres por ela movimentados. Também a navegação mantém seu ritmo de
transporte de cargas, contribuindo também para o uso do modal aquaviário como facilitador da
distribuição de cargas no País.
Externamente, o milho é o grande destaque, correspondendo a uma excelente
safra com o consequente aumento do volume de exportações na casa dos 20 milhões de
toneladas.
Também em 2012, o setor aquaviário observa a publicação da Medida Provisória
nº 595, de 6 de dezembro de 2012. Tal medida revoga a Lei nº 8.630/93, conhecida como Lei dos
Portos e injeta no mercado a possibilidade de maiores investimentos privados, de forma a
proporcionar maior capacidade no escoamento de cargas em instalações portuárias.
Espera-se, portanto, que os próximos anos sejam de maior resposta nos números
de movimentação portuária, principalmente no médio prazo, visto que investimentos em
infraestrutura tendem a se realizar em maiores intervalos de tempo.
Por outro lado, os portos brasileiros, a despeito de muitos entenderem que estão
em seus limites operacionais, continuaram a responder positivamente às demandas nas quais
foram submetidos, dando prova que ainda se tem capacidade de movimentação adequada aos
comércio exterior brasileiro.