Post on 09-Nov-2018
TASSIANA CANÇADO MELO SÁ
BIOCOMPATIBILIDADE DE RESINAS COMPOSTAS
PARA TÉCNICAS DIRETA E INDIRETA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS
2014
TASSIANA CANÇADO MELO SÁ
BIOCOMPATIBILIDADE DE RESINAS COMPOSTAS
PARA TÉCNICAS DIRETA E INDIRETA
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Prótese Dentária da Associação Brasileira de Odontologia/MG, como pré-requisito para obtenção do título de especialista.
Orientador: Prof. José Flávio Batista Gabrich Giovannini
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS
2014
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente ao meu orientador, José Flávio Batista Gabrich
Giovannini, pelos grandes ensinamentos e dedicação não só nessa monografia, mas
durante toda minha vida. Você é muito especial para mim.
Aos grandes mestres do curso de especialização pelos ensinamentos e
paciência no processo, em especial ao Professor Emmerson Moisés e Aloísio Borges.
A todos os amigos de curso pela excelente convivência....
Ao meu professor e pai, Júlio Celso, que nunca mediu esforços para me ajudar
na minha formação pessoal e profissional. Você é fundamental.
A minha mãe e meu irmão Ico... sempre tão pacientes.. amo vocês...
A Deus pela oportunidade e por ter colocado essas pessoas na minha vida.
RESUMO
As resinas compostas à base de metilmetacrilato, indicadas para técnica direta e
para técnica indireta, liberam subprodutos decorrentes de sua degradação, com
potencial de citotoxicidade demonstrado in vitro. Isto pode influenciar na sua
biocompatibilidade e marcadores da inflamação, se identificados, auxiliam a ilustrar
seus efeitos nos pacientes. Os efeitos desses componentes liberados in vivo e em
longo prazo ainda não são bem entendidos e difíceis de serem identificados.
Evidências clínicas limitadas relacionaram o uso de resinas compostas a processos
inflamatórios na cavidade oral. Lançou-se no mercado uma resina composta à base
de silorano (FiltecTM P90), cuja contração de polimerização (1%) é menor que os
materiais à base de metilmetacrilato (1,7 a 3,5%). Tal modificação contornaria a
contração de polimerização e a tensão decorrente, problemas associados a
formação de gap marginal, risco de sensibilidade pós-operatória e reincidência de
cáries. Estudos sobre a biocompatibilidade das resinas compostas à base de
silorano são recentes e demonstram bom desempenho. O objetivo desse trabalho foi
fazer uma revisão de literatura sobre a biocompatibilidade de resinas compostas
para técnicas direta e indireta. Constatou-se o potencial de citotoxicidade in vitro das
resinas compostas, tanto à base de metacrilato como silorano, porém, os efeitos dos
componentes liberados em longo prazo ainda não estão esclarecidos. É importante
que os profissionais respeitem as limitações das resinas compostas e executem os
procedimentos restauradores com critério. Com isso, menos produtos de
degradação são liberados e os efeitos deletérios das resinas compostas podem ser
controlados.
PALAVRAS CHAVE: Resinas compostas. Biocompatibilidade. Silorano.
ABSTRACT
The composite resin-based on methyl methacrylate, indicated for direct and indirect
technical release by-products resulting from their degradation, with demonstrated
cytotoxicity potential in vitro. This may influence the resin biocompatibility and
markers of inflammation, if identified, help to illustrate the effects in patients. The
effects of these components released in vivo and in the long term are still not well
understood and difficult to be identify. Limited clinical evidence related the use of
composites resin to inflammatory processes in the oral cavity. It launched on the
market a composite resin-based on silorane (FiltecTM P90), which polymerization
shrinkage (1%) is lower than the materials based on methyl methacrylate (1.7 to
3.5%). This modification would circumvent the polymerization shrinkage and tension
arising, problems associated with marginal gap formation, risk of postoperative
sensitivity and recurrent caries. Studies about the biocompatibility of resin-based on
silorane are recent and it have been showing good performance. The aim of this
study was to review the literature about the biocompatibility of composite resins for
direct and indirect techniques. It was found the potential cytotoxicity in vitro of
composite resins, on resin-based on methyl methacrylate and silorane, however, the
effects of the components released in long term remain unclear. It is important that
professionals respect the limitations of composites resin and perform restorative
procedures with accurate criterion. Following this less degradation products are
released and the deleterious effects of composites can be controlled.
KEYWORDS: Composite resin. Biocompatibility. Silorane.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 6
2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................... 9
2.1 Resinas compostas para técnicas diretas ........................................................ 9 2.2 Resinas compostas para técnicas indiretas ................................................... 11 2.3 Biocompatibilidade de materiais restauradores odontológicos resinosos . 15 2.3.1 Biocompatibilidade de resinas compostas à base de metacrilato............. 17 2.3.2 Biocompatibilidade das resinas compostas à base de silorano ................ 23
3 OBJETIVOS ........................................................................................ 6
3.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 6
3.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 6
4 DISCUSSÃO ..................................................................................... 29
5 CONCLUSÕES ................................................................................... 6
REFERÊNCIAS .................................................................................... 35
INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
As resinas compostas restauradoras são materiais utilizados para
restaurar e repor tecidos dentais perdidos (por meio de cárie dental ou trauma) e
também para cimentação de coroas, facetas e outros dispositivos odontológicos pré-
fabricados (ANUSAVICE; SHEN; RAWLS, 2013). Esta categoria de materiais
odontológicos restauradores foi introduzida na década de 70 e um grande
desenvolvimento vem ocorrendo nas últimas décadas. As resinas compostas à base
de metacrilato também foram introduzidas nesta época. Sua fase orgânica, também
chamada matriz, consiste basicamente em Bis-GMA em combinação com outros
monômeros como trietilenoglicoldimetacrilato (TEGDMA) (ZIMMERLI et al., 2010) e
uretanodimetacrilato (UDMA), que contribuem para a resistência física e estabilidade
do material (WEINMANN; THALACKER; GUGGENBERGER, 2005). O Bis-GMA
contém cadeias revestidas por silano organofuncional (agente de união), que
permite a interação química entre a matriz resinosa e partículas de carga,
componentes da fase inorgânica responsáveis pelas propriedades mecânicas do
material. Essas cadeias podem conter sílica e quartzo cristalino, entre outros
componentes (NASJLETI; CASTELLI; CAFFESSE, 1983).
As resinas compostas ditas convencionais (à base de metilmetacrilado)
podem contrair-se de 2,6 a 7,1% (em volume) se polimerizadas quimicamente ou
inseridas em incremento único. Nas resinas compostas fotoativadas, passíveis de
inserção incremental, a taxa de contração pode ser de 2,0 a 4,3%. Esse é
considerado o principal problema associado ao material (BARATIERI et al., 2001).
7
Para reduzir o problema da contração de polimerização existente nas resinas
compostas à base de metacrilato para técnica direta, um novo compósito foi
desenvolvido (FiltekTM P90, 3M-ESPE, Germany), livre de metacrilato. Os
monômeros de silorano são polimerizados, resultando em uma contração neutra de
anéis, reduzindo a taxa final de contração para 1%, significativamente menor em
comparação com 1,7 a 3,5% dos materiais à base de metacrilato (WEINMAN;
THALACKER; GUGGERBERGER, 2005). O nome silorano se refere a sua
composição química: siloxanes e oxiranos. É um produto com menor contração,
maior resistência à fadiga e menor potencial de descoloração marginal. O siloxanos
têm propriedades hidrofóbicas, reduzindo a descoloração exógena e a absorção de
água (WEINMANN; THALACKER; GUGGENBERGER, 2005). O oxirano é
responsável pelas propriedades físicas e pela menor contração de polimerização
(ZIMMERLI et al., 2010) apresentadas pelas resinas compostas à base de silorano.
Diversos avanços ocorreram nas resinas compostas e alguns deles estão
associados ao seu componente monomérico. Isso levou a melhores propriedades
quimicas e mecânicas, menores valores de contração e biocompatibilidade
aprimorada. A biocompatibiidade dos compósitos está relacionada a sua toxicidade
quimica e à infiltração marginal de fluidos orais, o que geralmente está associado
aos efeitos na polpa. Compósitos com polimerização deficiente servem como
reservatórios de componentes lixiviáveis que podem induzir inflamação pulpar e,
ainda, serem liberados ao meio oral (ANUSAVICE; SHEN; RAWLS, 2013). Existem
dois mecanismos que podem causar a liberação de substâncias a partir de materiais
poliméricos: monômeros livres e/ou aditivos que são expostos por solventes ou por
componentes criados pela degradação do polímero por hidrólise ou por enzimas
catalisadoras (MOUSAVINASAB, 2011). O grau de conversão dos compósitos à
8
base de resina composta varia de 55% a 75% quando diretamente polimerizados por
ativação pela luz halógena ou de LED. Esse grau de conversão pode ser ainda
menor se há contato da superfície da resina composta com o oxigênio durante a
reação (25% a 35%), liberando diversos monômeros e produtos residuais
(BAKOPOULOU; PAPADOPOULOS; GAREFIS, 2009). A liberação de substâncias
pelos materiais dentários pode ter influência na sua biocompatibilidade (SCHMALZ;
SCHUSTER; SCHWEIKL, 1998).
Idealmente, um material para aplicações odontológicas como as resinas
compostas deveria ser inerte aos tecidos dentários e de suporte, bem como à
mucosa bucal. Adicionalmente, não deveria conter substâncias tóxicas difusíveis
capazes de atingir a circulação sanguínea causando respostas sistêmicas, incluindo
efeitos carcinogênicos e teratogênicos. Esse material deveria também ser livre de
agentes que poderiam causar sensibilização ou uma resposta alérgica no paciente.
Associado a esses fatores e a explosão ocorrida no uso de compósitos resinosos,
algumas questões a respeito da segurança biológica desses materiais foram
levantadas e, a partir, disso uma busca crescente visando conhecimento da
biocompatibilidade desses materiais (ANUSAVICE; SHEN; RAWLS, 2013).
REVISÃO DA LITERATURA
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Resinas compostas para técnicas diretas
As duas propriedades dos compósitos dentais que mais despertam
interesse nas linhas de pesquisa são a contração de polimerização e a tensão
decorrente da contração de polimerização. Os dois parâmetros contribuem para
alterações clínicas relevantes como a formação de gap marginal, maior risco de
sensibilidade pós-operatória, descoloração marginal e de cáries secundárias. Para
reduzir a contração de polimerização das resinas compostas, foram reduzidas as
áreas reativas por unidade de volume na estrutura das moléculas deste material, por
meio do aumento do peso molecular e da porcentagem de partículas de carga
inorgânica. Entretanto, esse processo é limitado, já que pode aumentar
demasiadamente a viscosidade da resina composta, resultando em propriedades
reológicas indesejáveis (PEUTZFELDT; ASMUSSEN, 2004). Nos últimos anos, com
o objetivo de reduzir a contração de polimerização das resinas, a 3M/ESPE
desenvolveu uma resina composta livre de metacrilato, apresentando um anel
catiônico que se abre. Nesse material, a polimerização é iniciada por um cátion
ácido que abre o anel de oxirano, o que produz a abertura do anel epóxico, gerando
uma cadeia de monômeros multifuncionais. A principal diferença entre os
monômeros metacrilatos e os monômeros oxiranos é que metacrilatos são ativados
mediante radicais intermediários, e os oxiranos se polimerizam mediante
intermediários catiônicos (WEINMAN; THALACKER; GUGGERBERGER, 2005).
10
O novo compósito criado (FiltekTM P90, 3M-ESPE, Germany), baseado em
uma resina composta livre de metacrilato, contém cadeias poliméricas substituídas
por monômeros de silorano. Os monômeros de silorano reduzem a contração de
polimerização para 1%, considerando que essa contração nas resinas à base de
metilmetacrilato varia de 1,7 a 3,5% (WEINMAN; THALACKER; GUGGERBERGER,
2005). As resinas compostas à base de silorano são constituídas por duas
moléculas e suas propriedades são então combinadas: a molécula de siloxano,
responsável pela biocompatibilidade e hidrofobicidade do sistema; e a molécula de
oxirano, responsável pela alta reatividade e pela baixa contração final de
polimerização do material. Sua citotoxicidade é comparável à de monômeros de
metacrilato. Esse material é composto por 23% de matriz resinosa, 3% de
estabilizadores e iniciadores e 74% de carga de vidro (GUGGENBERGER;
WEINMANN, 2000). As resinas compostas à base de silorano apresentam menores
valores de contração de polimerização e stress, além de maior estabilidade em
ambientes com luz quando comparadas às resinas compostas à base de
metacrilato. Ao mesmo tempo, as resinas compostas à base de silorano revelaram
propriedades mecânicas comparáveis com as dos compósitos de metacrilato, o que
é relevante para um resultado clínico de sucesso (WEINMAN; THALACKER;
GUGGERBERGER, 2005). A contração decorrente da polimerização das resinas
compostas à base de metacrilato gera tensão e consequente comprometimento da
interface dente-resina composta. Isso pode levar à microinfiltração, sensibilidade
pós-operatória e reincidência de cáries (KERMANSHAH et al., 2013). Kostoryz et al.
(2001) acrescentam que a resina composta à base de silorano pode ser utilizada
também como alternativa em pacientes com sensibilidade ao metacrilato,
relacionadas a monômeros não polimerizados de Bis-GMA.
11
Em 2011, um estudo foi realizado para comparar a adaptação marginal
clínica de restaurações executadas utilizando-se resinas compostas à base de
silorano (FiltekTM P90, 3M-ESPE, Germany) e à base de metacrilato (CeramXTM,
Dentisply DeTrey), após um ano de observação. O objetivo foi testar a hipótese de
que a redução da contração de polimerização melhora a adaptação marginal. Foram
avaliadas 158 restaurações, que não excediam incrementos de 2,0mm, em 80 pré-
molares e 78 molares. Para avaliação foram utilizados critérios de análise de gaps
marginais utilizando pontuacões em 4 sitios (já pré estabelecidos) das restaurações.
Os autores concluíram que, apesar das resinas P90TM e CeramTM apresentarem
valores de contração de polimerização distintos (1% e 2,6%, respectivamente), a
relevância dessa diferença não foi demonstrada clinicamente, já que a adaptação
marginal não diferiu de forma significativa (SCHMIDT et al., 2011).
2.2 Resinas compostas para técnicas indiretas
Em meados da década de 1990, surgiu no mercado odontológico um
grande número de resinas compostas híbridas para uso indireto, os chamados
cerômeros ou ceramic optimized - polymer. Na verdade, esses materiais são resinas
compostas recomendadas para restaurações confeccionadas em laboratório,
contendo partículas de cargas cerâmicas e partículas de vidro imersas em uma
matriz orgânica de metacrilato, o que auxilia na melhora suas propriedades físico-
químicas (TOUATI, 1996). O processo de confecção das resinas compostas para
técnicas indiretas envolve fotoativação, que pode estar associada ao calor e à
pressão, existindo diferentes métodos de acordo com cada marca comercial. Tal
12
associação de formas de ativação da polimerização pode aumentar a conversão dos
monômeros em polímeros (CONCEIÇÃO, 2000). Esse aumento na conversão
melhora as propriedades físicas e a resistência ao desgaste (ANUSAVICE; SHEN;
RAWLS, 2013).
As resinas compostas para técnicas indiretas são compósitos laboratoriais
criados a partir de modificações de resinas compostas de uso direto (HIRATA;
MAZZETTO; YAO, 2000). Restaurações do tipo onlay e inlay apresentam menor
desgaste e infiltração e resolveram algumas das limitações de compósitos diretos
(ANUSAVICE; SHEN; RAWLS, 2013). São constituídos por aproximadamente 75% a
85% de cargas cerâmicas em peso e uma matriz constituída de polímeros que
preenchem os espaços entre as cargas. A matriz orgânica é composta por
monômeros de metacrilato, como o Bis-fenol Glicidil Dimetacrilato (Bis-GMA), Tri-
etileno Glicol Dimetacrilato (TEGDMA) e Uretano Dimetacrilato (UDMA) (TOUATI,
1996).
Os cerômeros são indicados clinicamente para restaurações inlay, onlay,
facetas estéticas e coroas totais Apresentam vantagens em relação às restaurações
em cerâmicas em relação a facilidade no processo de confecção laboratorial e bom
polimento após ajuste oclusal em boca (TOUATI, 1996).
Adicionalmente, Silva e Carvalho (1998) compararam as resinas
compostas de uso indireto com as restaurações cerâmicas e observaram algumas
vantagens dos primeiros, tais como: maior facilidade de reparo nas restaurações em
caso de fraturas (apesar de trazer consigo as limitações de uma restauração que
recebeu reparos), maior facilidade no ajuste da restauração em boca e, quando
usados em restaurações protéticas sobre implantes, promovem melhor dissipação
das forças oclusais, diminuindo o impacto no tecido ósseo. É importante lembrar que
13
as próteses sobre implantes metalocerâmicas também permitem, desde que
corretamente ajustadas em boca.
Paglia (2001) e Gomes e Porto (2001) classificaram os cerômeros em
dois grupos: os sem reforço e os reforçados por fibras. Os cerômeros sem reforço
são representados pelas marcas comerciais Belle Glass HPTM (Kerr), ArtglassTM
(Heraeus Kulzer), SolidexTM (Shofu) e SinfonyTM (3M/Espe). Já os cerômeros
reforçados por fibras são Targis/VectrisTM (Ivoclar) e Sculpture/FibrekorTM
(Jeneric/Penton), mais indicados para restaurações unitárias mais extensas e
prótese parciais fixas de até três elementos. A qualidade desses sistemas foi
relatada longitudinalmente por Altieri et al. (1994) que realizaram um estudo clínico
longitudinal de próteses parciais fixas reforçadas com fibras e observaram um índice
de falhas de 50% em 12 meses (n=14). Por outro lado, a resistência à fratura e a
adaptação marginal de próteses adesivas posteriores confeccionadas com o
Sistema Targis/VectrisTM foram avaliadas por Behr et al. (1999). Esses autores
encontraram valores de resistência de 600 a 700N para o sistema avaliado,
resultados muito superiores à força exercida em pacientes até com bruxômanos
(300N).
O processo de confecção das restaurações em resinas compostas para
técnicas indiretas, assim como o das resinas compostas de uso direto, envolve
polimerização ativada por luz, na qual fotoiniciadores promovem as reações de
transformação das unidades monoméricas orgânicas de baixo peso molecular
(meros) em redes de polímeros (ANUSAVICE; SHEN; RAWLS, 2013).
A eficiência da polimerização dos compósitos pode estar relacionada a
fatores intrínsecos como o tipo e a concentração do fotoiniciador, composição da
matriz orgânica e da fase inorgânica. Além disso, pode ser influenciada também por
14
fatores extrínsecos como tipo e espectro de luz, parâmetros de radiação (energia e
tempo de radiação), modo de cura e posicionamento da ponteira em relação ao
material (LEPRINCE et al., 2013).
A polimerização desses materiais também pode ocorrer de modo parcial
(LOVELL et al., 2003), ocorrendo liberação de monômeros residuais não
polimerizados para o meio bucal (SPAHL; BUDZIKIEWICZ; GEURSTSEN, 1998), o
que aumenta o risco de toxicidade (FILIPOV; VLADIMIROV, 2006) e reações
imunoinflamatórias (KUAN et al., 2012). Mesmo depois de adequada polimerização
das resinas compostas para técnica indireta, monômeros residuais de metacrilato
podem ser liberados das restaurações e induzir alterações nos tecidos periodontais
(NASJLETL; CASTELLI; CAFFESSE, 1983). Além disso, estudos in vitro e
utilizando modelos animais têm relatado atividade citotóxica e potencial mutagênico
de diferentes resinas compostas à base de metacrilato, em diversos tipos celulares
(GEURTSEN et al.,1998; RAKICH et al., 1999; HEIL et al., 2002).
Para melhorar as propriedades mecânicas dos cerômeros foram
desenvolvidos sistemas de polimerização adicionais. Dentre os sistemas
disponíveis, podem-se citar os sistemas indiretos de resinas compostas fotoativadas
por luz estroboscópica, sistemas de resinas fotoativadas com polimerização
adicional por calor e luz, além de sistemas fotoativados com polimerização adicional
por calor sob pressão de nitrogênio, em ambiente com ausência de oxigênio. Esse
último sistema possibilita um maior grau de conversão de monômeros em polímeros
em cerca de 90%, durante o processo de polimerização (CONCEIÇÃO, 2000).
15
2.3 Biocompatibilidade de materiais restauradores odontológicos resinosos
Para que um material seja considerado biocompatível, o mesmo deve
funcionar adequadamente para finalidade específica, sem produzir reações adversas
ao hospedeiro (WILLIAMS, 1987). O aumento na aplicação de materiais
restauradores resinosos estimulou o desenvolvimento de muitos estudos para
avaliar a sua biocompatibilidade, principalmente em relação às substâncias químicas
constituintes da sua fase orgânica, que podem liberar monômeros residuais durante
e após o processo de polimerização (MICHELSEN et al., 2003). Esses monômeros
liberados podem ser encontrados na saliva de pacientes após confecção de
restaurações (LEE et al., 1998). Esses monômeros livres podem aumentar o risco de
toxicidade (FILIPOV; VLADIMIROV, 2006) e reações imunoinflamatórias (KUAN et
al., 2012).
Em resinas compostas, a liberação de monômeros de metacrilato,
associado aos produtos de polimerização, tem sido considerada como a fonte de
uma série de reações biológicas como toxicidade, reações pulpares e efeitos
alergênicos (BAKOPOULOU; PAPADOPOULOS; GAREFIS, 2009). A liberação de
componentes (monômeros residuais, oligômeros ou produtos de degradação) das
resinas compostas pode influenciar a biocompatibilidade dos sistemas
restauradores. A liberação de monômeros residuais em altas quantidades é lenta e
acontece de 7 a 28 dias após a polimerização da resina composta. Entretanto, 50%
da quantidade liberada de TEGDMA ocorrem nas primeiras 24 horas. Uma
quantidade maior de Bis-GMA é liberada se comparada ao TEGDMA. O tempo de
40 segundos de fotoativação, usualmente utilizado, parece ser insuficiente para
prevenir a liberação dos monômeros (POLYDOROU et al., 2007). Para não agravar
16
ainda mais essa situação, cada incremento da restauração não deve exceder 2,0 a
3,0mm de espessura pois há uma limitação da penetração da luz. A intensidade da
lâmpada deve ser verificada e esta deve estar o mais próxima possível do material
no momento da polimerização (ANUSAVICE; SHEN; RAWLS, 2013).
Ferreira e Vieira (2008) realizaram um estudo in vitro para analisar, por
meio de um microscópio estereoscópico, a adaptação marginal em dentes extraídos
com restaurações diretas e indiretas em resina composta. Esse estudo baseou-se
no fato de que a utilização da técnica indireta permite alcançar um contorno proximal
e adaptação melhores. Além disso, a contração de polimerização é melhor
controlada. Porém, constatou-se que restaurações classe II em resina composta
com margens cervicais em esmalte possuem comportamento similar pela técnica
direta e indireta.
Os polímeros dos materiais resinosos podem ser degradados pela água
(maior componente da saliva) e por diferentes mecanismos e fatores etiológicos, tais
como: força de mastigação, mudanças na temperatura, mudanças químicas na dieta
ou microrganismos bucais (GUPTA et al., 2012). Jaffer, Finer e Santerre (2002)
afirmaram que a esterase, enzima presente na saliva, degrada os monômeros de
Bis-GMA e TEGDMA. Com isso, ocorre a liberação, por meio aquoso ou com
metanol, de diversas substâncias degradadas das resinas compostas, Algumas
delas, como o metacrilato de metila, têm potencial alergênico (DURNER et al.,
2010).
17
2.3.1 Biocompatibilidade de resinas compostas à base de metacrilato
Como as resinas compostas mais utilizadas no mercado são à base de
metacrilato, diversos estudos foram realizados para analisar sua biocompatibilidade.
Nasjletl, Castelli e Caffesse (1983) realizaram um estudo para verificar em macacos
a reação dos tecidos periodontais a esses materiais. Foram selecionados 18 animais
e foram realizadas as restaurações diretas em resina composta com 3,0mm de
diâmetro e 2,0mm de profundidade. Os autores constataram que as restaurações
causaram respostas inflamatórias crônicas nos tecidos periodontais dos animais
após 1 a 6 meses da realização das mesmas.
Estudos recentes indicam que componentes individuais das resinas
compostas (como TEGDMA e HEMA) são capazes de gerar lesão em diversos tipos
celulares. Dependendo do período de exposição, o TEGDMA induz a apoptose ou
necrose em células humanas primárias (SPAGNUOLO et al., 2004). O monômero
Bis-GMA é genotóxico a linfócitos e pode atuar diretamente no DNA, causando lesão
celular (DROZDZ et al., 2011).
Lee et al. (2006) pesquisaram o efeito de monômeros resinosos após sua
diluição: glicidilmetacrilato (GMA), TEGDMA e HEMA. Observou-se que todos os
monômeros testados apresentaram efeitos citotóxicos e genotóxicos, dependendo
da dose. A citotoxicidade média foi maior nas culturas de células incubadas com
GMA, TEGDMA e HEMA. As células expostas a 300µM de GMA, 7mM de TEGDMA
e 14mM de HEMA apresentaram um aumento na apoptose celular no período de 24
horas.
Os monômeros TEGDMA, hidroxietilmetacrilato (HEMA) e
gliceroldimetacrilato (GDMA) foram capazes de induzir a morte celular em
18
macrófagos in vitro, sendo o TEGDMA mais citotóxico que HEMA. Para exposições
inferiores a 8 horas não foi observado aumento na apoptose (BECHER et al., 2006).
Eckhardt et al. (2009) constataram que o monômero TEGDMA causou
uma pequena redução na viabilidade celular, observada apenas quando o
monômero estava em altas concentrações. Já Geurtsen et al. (1998) acrescentaram
que as substâncias mais citotóxicas foram: Bis-GMA, uretanodimetildimetacrilato
(UDMA), bisfenoldimetacrilato (Bis-MA), dietileneglicoldimethacrilato (DEGDMA),
TEGDMA, etoxilatobisfenoldimetacrilato (Bis-EMA); os co-iniciadores:
dimetiltetradecilamina (DMTDA), dimetildodecilamina (DMDDA); o inibidor:
dibutilmetilfenol (BHT); e os contaminantes: trifenilstibana (TPsb) e trifenilfosfano
(TPP). Um alto potencial citotóxico foi determinado pelos mais importantes
monômeros Bis-GMA e UDMA, e também pelos co-monômeros DEGDMA e
TEGDMA.
Gregson et al. (2008) utilizaram monócitos derivados de macrófagos
(U937), além de fibroblastos humanos gengivais e pulpares em cultura para verificar
a indução de atividade hidrolítica do TEGDMA. O monômero induziu a secreção de
citocina CCL2 das células U937 e aumentou a atividade da hidrolase nos
fibroblastos humanos, tanto pulpares quanto gengivais. A habilidade do TEGDMA
em alterar diretamente as funções celulares pode contribuir para as reações
adversas nas áreas adjacentes às restaurações em resina composta.
Emmeler et al. (2008) também investigaram a citotoxicidade do monômero
TEGDMA e de seus produtos metabólicos em cultura de células pulmonares
humanas. Os subprodutos resultantes foram trietilenoglicol (TEG), ácido metacrilico
(MA), ácido 2,3–epoximetacrílico (2,3-EMA) e formaldeído. Foi constatado que as
doses que poderiam suprimir a atividade mitocondrial em 50% foram: 1,65mM (2,3-
19
EMA), 1,83mM (TEGDMA), 4,91mM (MA) e 5,48mM (paraformaldeído). Concluiu-se
que a formação de intermediários tóxicos pode contribuir significativamente para a
toxicidade induzida pelo TEGDMA.
Em osteoblastos, Imaziato et al. (2007) descreveram os efeitos de
monômeros liberados por resinas compostas para técnica direta. Observou-se a
liberação de monômeros como TEGDMA e HEMA em até 72 horas após a
incubação. Essa liberação pode ser a causa das diferentes influências encontradas
nos osteoblastos, tais como: diminuição na atividade de diferenciação, expressão de
osteonectina e expressão de colágeno tipo 1.
Nos últimos anos, uma série de estudos tem sido executados para
determinar os mecanismos moleculares que envolvem os efeitos tóxicos das resinas
compostas, devido à necessidade de melhora em suas propriedades biológicas
(BAKOPOULOU; PAPADOPOULOS; GAREFIS, 2009). Os resultados com culturas
de células demostraram que os monômeros de metacrilato, comumente usados em
restaurações em resinas compostas, podem afetar o recrutamento de leucócitos nos
sítios de inflamação, pela diminuição da expressão de moléculas de adesão
intercelular (KOSTORYZ et al., 2001), induzindo a atividade enzimática e a
expressão de fatores de crescimento e citocinas (GREGSON et al., 2008).
Adicionalmente, os monômeros residuais resinosos suprimem a atividade dos
macrófagos, alterando a resposta inflamatória (RAKICH et al., 1999).
Kostoryz et al. (2001) demonstraram que o Bis-GMA diminui
significativamente a expressão da molécula de adesão intercelular CAM-1 em
células estimuladas por TNF-α, o que sugere que metacrilatos podem diminuir o
recrutamento de leucócitos para os sítios de inflamação.
20
Kuan et al. (2012) afirmaram que o Bis-GMA de maneira dose
dependente apresentou citotoxicidade e capacidade de estimular a produção de
fator de necrose tumoral (TNF-α), a liberação das citocinas IL-1β e IL-6 e a produção
de óxido nítrico e derivados do oxigênio.
Bailey, Weir e Washburn (2006) avaliaram os efeitos de produtos
residuais e monômeros não polimerizados na resposta inflamatória e na viabilidade
de macrófagos. Para extrair os monômeros residuais, cada espécime de resina
composta foi lavada por 3 vezes com etanol e 2 vezes com RPMI (Roswell Park
Memorial Institute Medium) estéril. Foi constatada a existência de grande quantidade
de monômeros que não reagiram na polimerização, bem como seu potencial para
serem liberados do material. A resina composta que continha o sistema Bis-GMA e
HEMA mostrou o maior potencial para conter esses monômeros, além de ter
induzido uma maior expressão gênica para as citocinas testadas. A alteração na
morfologia dos macrófagos foi significativa se comparada ao grupo controle. As
citocinas predominantes liberadas em todos os espécimes foram IL-1β e TNF-α.
Bolling et al. (2013) concluíram que HEMA e TEGDMA podem interferir na
regulação pós-transcricional da síntese e liberação de IL-1β e TNF-α, e que baixas
concentrações monoméricas podem interferir na ativação de macrófagos.
Concluíram também que seus efeitos podem persistir até 24 horas após a
exposição.
Já Rakich et al. (1999) afirmam que o UDMA, HEMA e Bis-GMA não
causaram liberação de IL-1 ou TNF-α de macrófagos não estimulados, em qualquer
concentração.
Noda et al. (2003) verificaram a liberação de TNF-α por monócitos (THP-
1) quando em contato por duas semanas com monômeros HEMA, TEGDMA e de
21
íons metálicos (níquel e ouro) ativados ou não por LPS. As culturas que receberam
LPS foram incubadas por mais 24 horas a 37ºC com 5% de CO2. Observou-se que
nenhum dos componentes ativou os monócitos a secretar TNF-α. Porém, quando o
LPS foi incorporado, a liberação ocorreu de forma significativa. Os autores
concluíram que o TEGDMA não pode induzir a liberação de TNF-α dos monócitos
THP-1 sozinho, mas suprimiu a indução de LPS e secreção de TNF-α, sugerindo
alguma modificação na resposta inflamatória normal dos tecidos pulpares.
Moharamzadeh et al. (2007) compararam os efeitos biológicos de
monômeros residuais (TEGDMA, Bis-GMA e UDMA) em fibroblastos gengivais
humanos e queratinócitos (HaCaT). Em altas concentrações, os monômeros
mostraram efeitos tóxicos nos fibroblastos e queratinócitos. O monômero de Bis-
GMA foi o mais tóxico. Os monômeros induziram a liberação de IL-1β pelas células
testadas.
Eckhardt et al. (2009) descreveram os efeitos do monômero trietilenoglicol
dimetacrilato (TEGDMA a 0.125, 0.25, 0.5, 1.0 e 2.0mM) na inibição de citocinas
com e sem estímulo de LPS bacteriano (25µg/ml) em macrófagos. Não houve
mudança na produção de citocinas ou na expressão da superfície antigênica
aumentando a concentração de TEGDMA por 6, 24 ou 48 horas. Já com a
estimulação do LPS, observou-se diminuição na expressão da superfície antigênica
e da secreção de todas as citocinas testadas (TNF-α, IL-6 ou IL-10), com o aumento
da concentração de TEGDMA.
Moharamzadeh et al. (2008) utilizaram modelos de mucosa oral humana
para verificar o efeito de resinas compostas sobre o epitélio de revestimento e o
tecido conjuntivo, bem como sobre a produção de citocinas pró-inflamatórias. A
superfície dos modelos de tecido foi exposta a três tipos experimentais de resinas
22
compostas por 24 horas: à base de TEGDMA, à base de UDMA e à base de Bis-
GMA / TEGDMA. Foi constatado que ocorreu significativa redução na viabilidade dos
modelos de tecido após 24 horas de exposição à resina composta com base de
TEGDMA. A exposição à resina composta com base TEGDMA aumentou
significativamente a quantidade liberada de IL-1β. Os autores concluíram que
há uma alta toxicidade em resinas compostas contendo TEGDMA.
Embora a maioria dos trabalhos avalie os efeitos de monômeros
resinosos isoladamente em culturas de células, alguns autores utilizaram materiais
odontológicos para verificar a ação conjunta das substâncias liberadas por eles nas
células. Karaoglanoglu et al. (2010) pesquisaram a citotoxicidade de discos de
cimentos ionômero de vidro (Ionofil UTM, Ketac MolarTM Easymix), compômero
(DyractTM) e resinas compostas (Valux PlusTM, AlertTM, Filtek P-60TM) em cultura de
fibroblastos de ratos (L929), por 24h, 48h e 10 dias. Ao final de 24hs, todos os
materiais, exceto as resinas compostas AlertTM e FiltekTM, apresentaram efeitos
citotóxicos significativos sobre os fibroblastos. Após 48hs, somente os cimentos
ionômero de vidro (Ionofil UTM e Ketac MolarTM) apresentaram valores significativos
de citotoxicidade em relação ao grupo controle. Passados 10 dias, nenhum dos
materiais testados nao houve diferença significativa na citotoxicidade em relação ao
grupo controle.
Os estudos anteriormente citados têm sido executados para determinar
os diversos mecanismos que envolvem os efeitos tóxicos das resinas compostas.
Clinicamente há estudos que verificaram essa biocompatibilidade. Lorato, em 1972,
realizou restaurações diretas tipo classe V em resina composta com profundidade
inferior a 3,0mm. Após 2 meses da realização das restaurações foi observado que
64% das restaurações que tinham extensão subgengival desenvolveram gengivite
23
ao redor das restaurações. As outras 22 restaurações restantes não desenvolveram
reação inflamatória ao redor da restauração. Porém sabe-se que não há indicação
clínica para restaurações Classe V com término cervical localizado em nível
subgengival.
Ababneha, Al-Omarib e Alawnehc, em 2011, analisaram o tipo de
material utilizado em restaurações associados com saúde periodontal em cavidades
classe II, III e V em 102 indivíduos. Constatou-se que a superfície dentária
restaurada com compósitos ou ionômero de vidro tiveram menores índices de placa
se comparados até com superfícies não restauradas (dentes hígidos). Em
restaurações classe III os materiais à base de ionômero de vidro ou compósitos e
porcelana foram associados com melhores condições peiodontais se comparadas
com outros tipos de materiais restauradores, como resina acrílica e metais não
nobres.
2.3.2 Biocompatibilidade das resinas compostas à base de silorano
Os estudos sobre a biocompatibilidade das resinas compostas à base de
siloranos são recentes e escassos. Ilday et al. (2013) verificaram a influência de
resinas compostas à base de silorano no fluido crevicular gengival. Tal associação
mostrou-se relacionada também ao fator de necrose tumoral (TNF-α), interleucina-6
e interleucina-8, antes e após 15 dias as 25 restaurações de cavidades classe II com
extensão ou término subgengival. Esse tipo de restauração e seu término precisam
ser questionados uma vez que a adesão à dentina pode representar um desafio. A
adesão em cavidades sem esmalte no ângulo cavossuperficial poderia comprometer
24
a adesão, uma vez que a dentina apresenta grande umidade intrínseca e matéria
orgânica (BARATIERI et al., 2001). A inflamação gengival foi analisada por inspeção
visual e pela introdução leve de uma sonda periodontal no sulco gengival. A coleta
do fluido crevicular gengival foi feita nas superfícies mesial ou distal do dente. Os
níveis de interleucinas, TNF-α e do fluido crevicular gengival foram alterados antes e
após as restaurações, mostrando que a resina composta à base de silorano pode ter
um efeito negativo em relação à liberação de citocinas e ao volume do fluido
crevicular gengival.
Castañeda (2011) implantou no tecido subcutâneo de 135 camundongos,
tubos contendo dois tipos de resinas compostas: FiltekTM P90 e FiltekTM Supreme
XT, que possuem diferentes composições na sua matriz orgânica. No grupo controle
foi instalado um tubo vazio. A matriz da resina composta FiltekTM P90 é formada por
uma polimerização catiônica de um anel aberto dos monômeros de silorano. A
resina composta FiltekTM Supreme XT tem base de metacrilato. Os resultados do
estudo foram observados 7, 21 e 63 dias após a implantação. As respostas às
resinas compostas e aos grupos controles foram similares no tecido subcutâneo,
demonstrando que a nova resina composta FiltekTM P90 apresenta compatibilidade
com tecidos in vivo.
Para avaliar as respostas pulpar e periapical às resinas compostas
FiltekTM P90 e FiltekTM Supreme XT, Castañeda et al. (2013) realizaram cavidades
classe V profundas em 50 pré-molares de cães. É necessário porém ressaltar que
nesse tipo de cavidade a adesão pode ser prejudicada devido ao tipo de substrato
dentinário. Como já citado, pode haver também uma maior contração de
polimerização nesse tipo de restauração. Os 50 dentes foram aleatoriamente
distribuídos em seis grupos: grupo I e IV para restaurações com FiltekTM P90 para 10
25
e 90 dias; grupos II e V para restaurações com FiltekTM Supreme XT para 10 e 90
dias; grupos III e VI com cimento de óxido de zinco e eugenol. Após a realização das
cavidades e das restaurações no período pré-determinado (10 ou 90 dias), os
dentes foram radiografados. As análises foram realizadas em microscópio óptico
aliado a uma câmera digital. Não foram encontradas reações adversas pulpares e
periapicais nos dentes restaurados com as resinas compostas quando utilizadas em
cavidades classe V.
Bracket et al. (2007) testaram o efeito da resina composta à base de
silorano disposta em solvente saliva sobre cultura de fibroblastos, avaliando a
citotoxicidade em 0, 1, 3, 5 e 8 semanas. Os autores constataram que a resina
composta à base de silorano foi inicialmente citotóxica. Entretanto, esta citotoxidade
foi significativamente reduzida com o tempo, sugerindo que após o período inicial há
um menor risco biológico de componentes liberados pela resina composta à base de
silorano.
Schulz et al. (2012) verificaram o efeito sobre queratinócitos gengivais
humanos das substâncias liberadas por resinas compostas de metracrilato e pela
resina composta FiltekTM P90 em contato direto com solventes (saliva e etanol a
75%). Foi constatado que as massas moleculares liberadas pela resina composta
em contato com os solventes foram de 337 para a saliva e 393 para o etanol. Este
resultado sugere que o etanol é um diluente com maior propensão a liberação de
substâncias. Esses efeitos foram evidenciados pela redução de RNA total das
células testadas e um significante número de células em estágios precoces de
apoptose. Entretanto, esse resultado é mínimo se comparado com a exposição
celular à resina de metacrilato testada (FiltekTM Supreme XT composta por Bis-GMA,
TEGDMA, UDMA e Bis-EMA).
26
Yamasaki et al. (2013) testaram três tipos de resina composta de baixa
contração: KALORETM (UDMA), N’DurancTM (Bis-EMA, UDMA) e Filtek P90TM
(Silorano). As resinas P90TM e KALORETM mostraram resultados similares: menor
contração de polimerização e 34% menos stress de polimerização quando
comparadas ao grupo controle. Foram detectados monômeros residuais para todas
as resinas compostas à base de metacrilato (exceto para NDUR). O grau de
conversão da P90TM foi o mais alto entre as resinas compostas testadas. O grau de
conversão, e indiretamente a quantidade de monômeros residuais, tem relação
direta com a capacidade de vedamento marginal e a biocompatibilidade do material.
Não foi detectada a presença de monômeros residuais para a resina composta à
base de silorano.
Krifka et al. (2012) avaliaram a citotoxicidade de resinas compostas com
diferentes composições em contato com células pulpares humanas. Foram avaliadas
as resinas Tetric CeramTM (Bis-GMA, UDMA e TEGDMA), Tetric EvoCeramTM (Bis-
GMA, UDMA e bis-EMA), SolitaireTM 2 (Bis-GMA e BisEMA), HermesTM III (Silorano)
e VitrebondTM (cimento ionômero de vidro modificado por resina composta à base de
HEMA). Esse estudo demonstrou que a resina HermesTM III (Silorano) foi a menos
citotóxica e a resina SolitaireTM 2 (bis-GMA e BisEMA) a mais citotóxica pois induziu
uma maior produção de espécies reativas de oxigênio, o que indica um aumento na
progressão de apoptose nessas células.
Um estudo in vitro comparou a citotoxicidade de resinas compostas à
base de metacrilato (Clearfil AP-XTM, ReflexionsTM, Vertice FlowTM) com uma resina
composta à base de silorano (FiltekTM Silorane). Confeccionou-se um molde com
2,0mm de espessura e 8,0mm de diâmetro, sobre o qual as resinas compostas
foram fotoativadas por 20 segundos. As células utilizadas para esse experimento
27
foram fibroblastos de tecido conjuntivo de ratos (linhagem L929). O experimento foi
executado quando as células estavam na fase de crescimento exponencial. Os
espécimes de teste foram colocados na superfície do meio de maneira que toda a
sua superfície ficasse em contato com o meio. Após 24 horas, a lise celular foi
observada em microscópio e classificada. As resinas compostas de metacrilato
apresentaram leve citotoxicidade (menos de 20% de lise celular) e a resina
composta à base de silorano não demonstrou citotoxicidade (BEKTAS et al., 2012).
Wellner et al. (2012) investigaram a liberação de citocinas por leucócitos
humanos incubados com materiais dentários à base de metacrilato e silorano. Nesse
estudo, empregou-se as resinas compostas TetricEvo FlowTM e FiltekTM Silorane.
Através do ensaio foram quantificadas 24 citocinas, entre elas as interleucinas IL-1β,
IL-2, IL-4, IL-6, IL-8, IL-12, interferon gama (IFN-γ) e TNF-α. Os resultados
mostraram que foi liberado mais TNF-α e IL-1β após incubação com leucócitos
humanos com silorano que com TetricTM. Os mesmos resultados também foram
encontrados para a citocina IL-6 e as outras medidas, ou seja, indicou-se que houve
a liberação de maior quantidade de citocinas nas culturas em que os leucócitos
foram incubados com resinas compostas à base de silorano. Foi constatado também
que existiu uma variação exacerbada na secreção de citocinas em determinadas
amostras, o que pode estar associado a reações individuais aos materiais resinosos
testados.
OBJETIVOS
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
O objetivo desse estudo foi fazer uma revisão de literatura a respeito da
biocompatibilidade apresentada por resinas compostas indicadas para técnicas
direta e indireta, com o intuito de auxiliar cirurgiões dentistas no conhecimento dos
materiais restauradores utilizados na sua prática diária.
3.2 Objetivos específicos
a) descrever a composição e características de resinas compostas utilizadas
no mercado, como à base de metacrilato;
b) relacionar estudos in vitro com estudos que visam a prática clínica diária
dos cirurgiões dentistas;
c) aprofundar o conhecimento a respeito de novas resinas compostas à
base de silorano.
DISCUSSÃO
4 DISCUSSÃO
Um dos critérios de classificação das resinas compostas restauradoras
consiste em indicá-las para técnica direta ou para técnica indireta. Popularmente, a
última citada é também conhecida como cerômero. Porém, do ponto de vista da
Ciência dos Materiais, esse termo não encontra respaldo. O termo foi criado pela
contração dos termos cerâmica (cerô) e polímero (mero) que não tem
fundamentação teórica e por isso é utilizado de maneira errônea. O termo mais
adequado é resinas compostas para técnicas indiretas, uma vez que se refere ao
material que é polimerizado fora da boca do paciente (técnica indireta).
A seleção das resinas compostas para técnica indireta deve estar
relacionada com a extensão da cavidade. Mesmo sendo corretamente indicadas,
pode ocorrer a liberação de monômeros residuais não polimerizados dessas resinas
para o meio bucal (SPAHL; BUDZIKIEWICZ; GEURSTSEN, 1998). Isso pode ocorrer
porque a polimerização dos compósitos também está relacionada a fatores como o
tipo e a concentração do fotoiniciador, composição da matriz orgânica e da fase
inorgânica (fatores relacionados ao produto utilizado) ou por fatores extrínsecos
como tipo e espectro de luz, parâmetros de radiação (energia e tempo de radiação),
modo de cura e posicionamento da ponteira em relação ao material (LEPRINCE et
al., 2013). Esses fatores podem ser controlados pelo profissional no momento da
escolha do material e precauções relacionadas a técnica.
As resinas compostas e seus componentes apresentam efeitos tóxicos
significativos, que são claramente demonstrados através de testes in vitro em
30
diferentes células (ANUSAVICE; SHEN; RAWLS, 2013). Bailey, Weir e Washburn
(2006) verificaram a permanência de grande quantidade de monômeros não
reagidos na polimerização, bem como seu potencial de liberação para a cavidade
bucal. Através dos estudos apresentados pode-se inferir que as resinas compostas
podem liberar monômeros e produtos de degradação que podem alterar o
relacionamento do material com os tecidos a elas relacionados, como a polpa
dentária.
Os monômeros TEGDMA, hidroxietilmetacrilato (HEMA) e
gliceroldimetacrilato (GDMA) foram capazes de induzir a morte celular em
macrófagos in vitro, sendo o TEGDMA mais citotóxico que HEMA (BECHER et al.,
2006). O monômero TEGDMA causou uma pequena redução na viabilidade celular,
apenas em altas concentrações (ECKHARDT et al., 2009). Além disso, o TEGDMA
induziu a secreção de citocina CCL2 das células U937 e aumentou a atividade da
hidrolase nos fibroblastos humanos, tanto pulpares quanto gengivais. Outra citocina
alterada associada é a IL-1β (MOHARAMZADEH et al., 2008). Bølling et al. (2013)
concordam e acrescentam que, além da IL-1β, a citocina TNF-α pode ser liberada
dos macrófagos e que seus efeitos podem persistir até 24 horas após a exposição
ao monômero. Emmeler et al. (2008) acrescentaram que a formação de
intermediários tóxicos pode contribuir significativamente para a toxicidade induzida
pelo monômero. Porém, Noda et al. (2003) destacam que o TEGDMA isoladamente
in vitro não pode induzir a liberação de TNF-α em monócitos. Quando associado ao
lipopolissacarídeo (LPS) bacteriano, essa liberação pode acontecer, podendo induzir
alguma modificação na resposta inflamatória normal dos tecidos pulpares.
O monômero Bis-GMA, normalmente utilizado em resinas compostas para
técnicas direta e indireta, pode diminuir o recrutamento de leucócitos para os sítios
31
de inflamação (KOSTORYZ et al., 2001) e pode estar associado à produção de fator
de necrose tumoral (TNF-α), à liberação das citocinas IL-1β e IL-6 e à produção de
óxido nítrico e derivados do oxigênio. Rakich et al. (1999) discordam e afirmam que
não só o Bis-GMA como também UDMA, HEMA não causaram liberação de IL-1 ou
TNF-α de macrófagos se não estimulados, em qualquer concentração. As células
precisam ser ativadas in vitro para liberarem os produtos da inflamação, como
através do LPS bacteriano.
A toxicidade celular dos monômeros presentes nas resinas compostas
está muitas vezes foi associada a sua concentração. Os monômeros de Bis-GMA a
10µM e de TEGDMA a 1mM, em estudos prévios, demonstraram ausência de
citotoxicidade sobre células humanas em cultura (células endoteliais ECV 304 e
monócitos THP-1) (KOSTORYZ et al., 2001; ECKHARDT et al., 2009). Baseado
nisso, GREGSON et al. em 2008 acrescentam que o monômero TEGDMA induziu a
secreção de citocina CCL2 das células na concentração de 1.25mM e Bolling et al.
(2013) o relaciona o também a liberação de IL-1β e TNF-α. Lee et al. (2006)
acrescentam que na concentração de 7mM, o monômero de TEGDMA gerou
apoptose em fibroblastos e células da polpa dentária. Foi anteriormente
demonstrado que o monômero Bis-GMA apresenta citotoxicidade e capacidade de
estimulação e liberação das citocinas de maneira dose dependente (RAKICH et al.,
1999; KUAN, 2012). Esses dados precisam ser observados uma vez que para a
execução de restaurações em resinas compostas, as doses utilizadas devem estar
associadas a ausência de toxicidade celular. A dose para os monômeros de Bis-
GMA acima de 10µM e de TEGDMA acima 1mM podem causar danos as células.
Sendo assim a concentração de resina composta à base de BisGMA e ou contendo
TEGDMA precisa ter uma concentração do monômero inferior a esse valor para não
32
ser capaz de induzir uma resposta inflamatória ou toxicidade celular, o que pode
alterar sua biocompatibilidade.
Evidências clínicas limitadas relacionaram o uso de resinas compostas à
inflamação oral (ANUSAVICE; SHEN; RAWLS, 2013). Nasjletl, Castelli e Caffesse
(1983), afirmaram que as restaurações diretas em macacos após 1 a 6 meses da
execução causaram respostas inflamatórias crônicas nos tecidos periodontais da
restauração. Lorato, em 1972, concorda e acrescenta que 64% das restaurações
diretas classe V em resina composta que apresentavam extensão subgengival
desenvolveram gengivite ao redor das restaurações. Porém, é importante destacar
que não há indicação clínica para restaurações classe V com extensão subgengival.
Ababneha, Al-Omarib e Alawnehc, em 2011, contrastam e afirmam que as
superfícies dentárias restauradas com compósitos apresentavam baixos índices de
placa aderida se comparados até com superfícies não restauradas (dentes hígidos).
Todo o direcionamento do cirurgião dentista deve se relacionar a
diminuição da liberação desses monômeros e da utilização de resinas compostas de
menor contração em regiões sujeitas a maior tensão, como em cavidades classe II.
Levando isso em consideração, a nova resina composta criada à base de
silorano (FiltekTM P90, 3M/ESPE, Germany) segundo Weinman, Thalacker e
Guggerberger (2005) reduz consideravelmente o valor de contração de
polimerização se relacionada com as resinas compostas à base de metilmetacrilato.
Essa redução estaria associada a menor formação de gap marginal, menor risco de
sensibilidade pós-operatória, descoloração marginal e de cáries secundárias. Porém,
Schmidt et al. (2011) observaram que, apesar das resinas compostas P90TM e
CeramTM apresentarem valores de contração de polimerização distintos, não houve
diferença clinica entre as mesmas e, consequentemente, não houve diferença na
33
adaptação marginal. Isso pode estar associado às formas sobre as quais
normalmente é avaliada a adaptação clínica, como através da inspeção visual ou da
sonda exploradora e a confiabilidade de cada operador, ou seja, a contração
decorrente da polimerização é difícil de ser constatada clinicamente. Yamasaki et al.
(2013) afirmaram ainda que o grau de conversão da P90TM foi o mais alto entre
várias resinas compostas testadas inclusive à base de metilmetacrilato. O grau de
conversão e, indiretamente a quantidade de monômeros residuais, têm relação
direta com a capacidade de vedamento marginal e a biocompatibilidade do material.
Não foi detectada a presença de monômeros residuais para a resina composta à
base de silorano. Então, o que poderia explicar o maior grau de conversão
apresentado por essa resina composta poderia ser o fato da sua polimerização
ocorrer através da contração neutra de anéis com ausência de monômeros como
BisGMA e TEGDMA.
Estudos sobre a biocompatibilidade dos siloranos são recentes e, com
base nisso, boas características têm sido associadas a esse material (BRACKET et
al., 2007; CASTAÑEDA, 2011; SCHULZ et al., 2012; BEKTAS et al., 2012; KRIFKA
et al., 2012; WELLNER et al., 2012; CASTAÑEDA et al., 2013). Apesar de Yamasaki
et al. (2013) não terem encontrado monômeros residuais nas resinas compostas à
base de silorano, esta foi relacionada a um aumento nos níveis de interleucina-6,
interleucina-8, TNF-α e da quantidade de fluido crevicular gengival (ILDAY et al.
2013). Esses resultados são questionados também por resultados encontrados por
Wellner et al. (2012) que afirmam que foi liberada uma maior quantidade de diversas
citocinas, como CXCL8, CCL3 e CCL2, após incubação com leucócitos humanos
com a resina compostas à base de silorano, quando comparada com resinas
compostas à base de metilmetacrilato.
CONCLUSÕES
5 CONCLUSÕES
As resinas compostas para técnicas direta e indireta, e produtos liberados
da sua degradação, apresentam potencial de citotoxicidade, claramente
demonstrado através de testes in vitro. Porém, os efeitos desses componentes
liberados em longo prazo e in vivo ainda não são bem entendidos e são difíceis de
serem detectados. Diante disso é importante que os cirurgiões dentistas respeitem
as limitações das resinas compostas e, caso optem por sua utilização, que as
executem com rigorosos critérios como: respeitar sua indicação com término em
esmalte, tempo de fotoativação adequados e execução sob isolamento absoluto.
Assim, menos produtos de degradação podem ser liberados e os efeitos deletérios
das resinas compostas podem ser mais bem controlados.
Mais estudos precisam ser realizados para o melhor entendimento desses
mecanismos e, consequentemente, maior segurança para sua aplicação clínica.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS1
ABABNEHA, K.T.; AL-OMARIB, M.; ALAWNEHC, T.N. The Effect of Dental Restoration Type and Material on Periodontal Health. Oral Health & Preventive Dentistry, v.9, n.4, p.395-403, 2011.
ALTIERI, J.V. et al. Longitudinal clinical evaluation of fiber-reinforced composite fixed partial dentures: a pilot study. Journal of Prosthetic Dentistry, v.71, p.16-22, 1994.
ANUSAVICE, K.J.; SHEN, C.; RAWLS, H.R. Compósitos a base resinosa. In: Materiais Dentários. 12. ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2013. Cap. 13, p.275-306.
BAILEY, L.O.; WEIR, M.D.; WASHBURN, N.R. Quantification of macrophage viability and inflammatory response to dental bonding resins. Journal of Bioactive and Compatible Polymers, v.21, p.185-205, May, 2006.
BAKOPOULOU, A.; PAPADOPOULOS, T.E.; GAREFIS, P. Molecular Toxicology of Substances Released from Resin–Based Dental Restorative Materials. International Journal of Molecular Sciences, v.10, n.9, p.3861-3869, 2009.
BARATIERI, L.N. et al. Restaurações diretas com resinas compostas em dentes posteriores. In: Odontologia Restauradora: fundamentos e possibilidades: 1. ed. São Paulo: Editora Santos, 2001. Cap. 8, p-225-304.
BECHER, R. et al. Pattern of cell death after in vitro exposure to GDMA, TEGDMA, HEMA and two compomer extracts. Dental Materials, v.22, p.630-640, 2006.
BEKTAS, O.O. et al. Cytotoxicity evaluation of methacrylate- and silorane-based composite resins. Cumhuriyet Dental Journal, v.15, n.4, p.327-334, 2012.
BEHR, M. et al. In-vitro study of fracture strength and marginal adaptation of fibre-reinforced adhesive fixed partial inlay dentures. Journal of Dentistry, v.27, p.163-168, 1999.
BOLLING, A.K. et al. Dental monomers inhibit LPS - induced cytokine release from the macrophage cell line RAW264.7. Toxicology Letters, v.216, p.130-138, 2013.
1 A NBR 6023 adota o termo REFERÊNCIA de forma genérica por existir atualmente uma grande
diversidade de fontes de informação, bibliográficas e não bibliográficas.
36
BRACKET, M.G. et al. In vitro cytotoxicity of dental composites based on new and traditional polymerization chemistries. Journal of Biomedical Materials Research, Part B: Applied Biomaterials, v.81B, n.2, p.397-402, May, 2007.
CASTAÑEDA, E.R. Filtec silorane and filtec supreme XT resins: tissue reaction after subcutaneous implantation in isogenic mice. Brazilian Dental Journal (Impresso), v.22, n.2, p.105-110, 2011.
CASTAÑEDA, E.R. et al. Pulpal and periapical response after restoration of deep cavities in dogs’ teeth with filtek silorane and filtek supreme XT systems. Operative Dentistry, v.38, n.1, p.73-81, 2013.
CONCEIÇÃO, E.N. Dentística: saúde e estética. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 346p.
DROZDZ, K. et al. Bisphenol A-glycidyl methacrylate induces a broad spectrum of DNA damage in human lymphocytes. Archives of Toxicology, v.85, p.1453-1461, 2011.
DURNER, J. et al. Metabolism of TEGDMA and HEMA in human cells. Biomaterials, v.31, p.818-823, 2010.
ECKHARDT, A. et al. Inhibition of cytokine and surfasse antigen expression in LPS stimulated murine macrophages by triethylene glycol dimethacrylate. Biomaterials, v.30, p.1665-1674, 2009.
ECKHARDT, A. et al. TEGDMA-induced oxidative DNA damage and activation of ATM and MAP Kinases. Biomaterials, v.30, p.2006-2014, 2009.
EMMLER, J. et al. Cytotoxicity of the dental composite component TEGDMA and selected metabolic by-products in human pulmonary cells. Dental Materials, v.24, p.1670-1675, 2008.
FILIPOV, I.A.; VLADIMIROV, S.B. Residual monomer in a composite resin after light-curing with different sources, light intensities and spectra of radiation. Brazilian Dental Journal, v.17, n.1, p.34-38, 2006.
FERREIRA, M.C.; VIEIRA, R.S. Marginal leakage in direct and indirect composite resin restorations in primary teeth: An in vitro study. Journal of Dentistry, v.36, p.322-325, 2008.
37
GEURTSEN, W. et al. Cytotoxity of 35 dental resin composite monomers/additives in permanent 3T3 and three human primary fibroblast cultures. Journal of Biomedical Material Research, v.41, n.3, p.474-480, Sept. 1998.
GOMES, J.C.; PORTO, C.L. Análise in vitro do efeito dos sistemas adesivos e materiais restauradores, cerâmica e cerômero, na resistência adesiva com substrato dentinário, através do teste de microtração. Revista ABO Nacional, v.9, n.1, p.48-53, 2001.
GREGSON, K.S. et al. In vitro induction of hydrolytic activity in human gingival and pulp fibroblasts by triethylene glycol demethacrylate and monocyte chemotactic protein-1. Dental Materials, v.24, p.1461-1467, 2008.
GUGGENBERGER, R.; WEINMANN, W. Exploring beyond methacrylates. American Journal of Dentistry, v.13, p.82-84, Nov. 2000.
GUPTA, S.K. et al. Release and toxicity of dental resin composite. Toxicology International, v.19, n.3, p.225-234, Sept./Dec. 2012.
HEIL, T.L. et al. Human peripheral blood monocytes versus THP-1 monocytes for in vitro biocompatibility testing of dental material components. Journal of Oral Rehabilitation, v.29, p.401-407, 2002.
HIRATA, R.; MAZZETTO, A.H.; YAO, E. Alternativas clínicas de sistemas de resinas compostas laboratoriais: quando e como usar. Jornal Brasileiro de Clínica & Estética em Odontologia, v.4, n.19, p.13-22, 2000.
ILDAY, N. et al. The effects of silorane composites on levels of cytokines and periodontal parameters. Contemporary Clinical Dentistry, v.4, n.4, p.437-442, 2013.
IMAZIATO, S. et al. Effects of monomers eluted from dental resin restoratives on osteoblast-like cells. Journal of Biomedical Materials Research, Part B: Applied Biomaterials, p.380-386, 2007.
JAFFER, F.; FINER, Y.; SANTERRE, J.P. Interactions between resin monomers and commercial composite resins with human saliva derived esterases. Biomaterials, v.23, p.1707-1719, 2002. KARAOĞLANOĞLU, S. et al. Cytotoxicity evaluation of seven different resin based restorative materials: in vitro study. Materials Research Innovations, v.14, p.243-246, 2010.
38
KERMANSHAH, H. et al. Microleakage evaluation of silorane-based composites versus low shirinkage methacrylate-based composites. The Journal of Islamic Dental Association of Iran, v.25, n.2, p.91-98, July, 2013.
KOSTORYZ, E.L. et al. Effects of dental resins on TNF-a-induced ICAM-1 expression in endothelial cells. Journal of Dentistry Research, v.80, p.1789-1792, 2001.
KRIFKA, S. et al. Oxidative stress and cytotoxicity generated by dental composites in human pulp cells. Clinical Oral Investigations, v.16, p.215-224, 2012.
KUAN, Y.H. et al. The up regulation of tumor necrosis factor-α and surface antigens expression on macrophages by bisphenol A - glycidyl- methacrylate. International Endodontic Journal, v.45, p.619-626, 2012.
LEE, S.Y. et al. Leached components from dental composites in oral simulating fluids and the resultant composite strengths. Journal of Oral Rehabilitation, v.25, p.575-588, 1998.
LEE, D.H. et al. Involvement of oxidative stress in mutagenicity and apoptosis caused by dental resin monomers in cell cultures. Dental Materials, v.22, p.1086-1092, 2006.
LEPRINCE, J.G. et al. Progress in dimethacrylate-based dental composite technology and curing efficiency. Dental Materials, n.29, p.139-156, 2013.
LORATO, D.C. Influence of a composite resin restoration on the gingiva. Journal of Prosthetic Dentistry, v.28, n.4, p.402-404, 1972.
LOVELL, L.G. et al. The effect of light intensity on double bond conversion and flexural strength of a model, unfilled dental resin. Dental Materials, v.19, p.458-465, 2003.
MICHELSEN, V.B. et al. Identification of organic eluates from four polimer-based dental filling material. European Journal of Oral Sciences, v.111, p.263-271, 2003. MOHARAMZADEH, K. et al. Cytotoxicity of resin monomers on human gingival fibroblasts and HaCaT Keratinocytes. Dental Materials, v.23, p.40-44, 2007.
MOHARAMZADEH, K. et al. Mucotoxicity of dental composite resins on a tissue-engineered human oral mucosal model. Journal of Dentistry, v.36, p.331-336, 2008.
39
MOUSAVINASAB, S.F. Biocompatibility of composite resins. Dental Research Journal, v.8, n.5, p.21-29, Dec., 2011.
NASJLETL, C.E.; CASTELLI, W.A.; CAFFESSE, R.G. Effects of composite restaurations on the periodontal membrane in monkeys. Journal of Dental Research, v.62, n.1, p.75-78, Jan. 1983.
NODA, M. et al. Sublethal, 2-week exposures of dental material components after
TNF- secretion of TNP-1 monocytes. Dental Materials, v.19, p.101-105, 2003.
PAGLIA, A. Remodelando a arquitetura gengival e colocação de uma ponte fixa reforçada com fibra. Jornal Brasileiro de Clínica & Estética em Odontologia, v.5, n.28, p.278-282, 2001.
PEUTZFELDT, A.; ASMUSSEN, E. Determinants of in vitro gap formation of resin composites. Journal of Dentistry, v.32, p.109-115, 2004.
POLYDOROU, O. et al. Elution of monomers from two conventional dental composite materials. Dental Materials, v.2, n.3, p.1535-1541, 2007.
RAKICH, D.R. et al. Effect on dentin bonding agents on the secretion of inflammatory mediators from macrophages. Journal of Endodontics, v.25, n.2, p.114-117, Feb. 1999.
SCHMALZ, G.; SCHUSTER, U.; SCHWEIKL, H. Influence of metals on IL-6 release in vitro. Biomaterials, v.19, p.1689-1694, 1998.
SCHULZ, S.D. et al. Human gingival keratinocyte response to substances eluted from Silorane composite material reveal impact on cell behavior reflected by RNA levels and induction of apoptosis. Dental Materials, v.2, n.8, p.e135-e142, 2012.
SCHMIDT, M. et al. Marginal adaption of a low-shrinkage silorane-based composite: 1-year randomized clinical trial. Clinical of Oral Investigation, v.15, p.291-295, 2011.
SILVA, J.A.; CARVALHO, B. Utilização de resinas indiretas em prótese sobre implante. Revista da Associação Brasileira de Odontologia, São Paulo, v.6, n.2, p.107-110, 1998.
40
SPAGNUOLO, G. et al. NF-KB Protection against apoptosis indeced by HEMA. Journal of Dental Research, v.83, n.11, p.837-842, 2004.
SPAHL, W.; BUDZIKIEWICZ, H.; GEURTSEN, W. Determination of leachable components from four commercial dental composites by gas and liquid chromatography / mass spectrometry. Journal of Dentistry, v.26, p.137-145, 1998.
TOUATI, B. The evolution of aesthetic restorative for inlays and onlays: a review. The International Aesthetic Chronicle, v.8, n.7, p.657-666, 1996.
WEINMANN, W.; THALACKER, C.; GUGGENBERGER, R. Siloranes in dental composites. Dental Materials, v.21, p.68-74, 2005.
WELLNER, P. et al. Cytokine release from human leukocytes exposed to silorane-and methacrylate-based dental materials. Dental Materials, v.28, p.743-748, 2012.
WILLIAMS, D.F. Definitions in Biomaterials. New York: Elsevier, 1987. 72p.
YAMASAKI, L.C. et al. Polymerization development of “low-shrink” resin composites: Reaction kinetics, polymerization stress and quality of network. Dental Materials, v.29, p.e169-e179, 2013.
ZIMMERLI, B. et al. Composite materials: composition, properties and clinical applications. Schweiz Monatsschr Zahnmed, v.120, n.11, p.972-979, 2010.