Post on 13-Apr-2016
description
1 Artigo Cientifico apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso 2 Acadêmica de Enfermagem da Faculdade de Rondônia FARO / IJC camila.thainafroes@hotmail.com 3 Orientadora da Faculdade de Rondônia – FARO/IJN – cleidilenels@hotmail.com
BENEFÍCIOS PROPORCIONADOS AOS FREQUENTADORES DO CENTRO DE
CONVIVÊNCIA DO IDOSO NO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO, RONDÔNIA
Camila Thainá Froes Teixeira2, Cleidilene Luiza dos Santos3
Resumo
Este estudo teve como objetivo evidenciar os benefícios do Centro de Convivência do Idoso para a vida dos seus
participantes, trata-se de uma pesquisa quantitativa com perguntas abertas e fechadas, cuja a coleta foi feita entre
a primeira e a segunda semana de setembro, foram entrevistados 68 idosos que frequentavam o Centro de
Convivência do Idoso - CCI a mais de dois meses, para análise dos resultados foi usado a plataforma Microsoft
Word e Excel. Dentre os entrevistados a maior parte era do sexo feminino (69,12%) com idade entre 60 a 80 anos,
solteiras (40,43%), com renda mensal em média de um salário mínimo (59,57%), a maior parte pratica atividade
física regulamente (93,62%) onde apesar das doenças apresentadas, mostravam-se dispostas e satisfeitos com a
vida e participavam ativamente das atividades desenvolvidas como hidroginástica, dança, coral, artesanato dentre
outros e pontuaram que os maiores benefícios do Centro de Convivência do Idoso é a disponibilização de
atendimento médico, estreitamento de novos vínculos de amizade, inclusão em um grupo social e a possibilidade
de ter voz ativa dentro da comunidade, houve também melhora na alta estima com relatos da recuperação dos casos
de depressão e a melhoria da saúde com a prática de atividade física. Conclui-se que os Centros de Convivência
dos Idosos pode ser usado como referência dentro da comunidade para promover a saúde do idosos através do
envelhecimento ativo sendo um dos fatores determinantes para uma qualidade de vida na terceira idade.
Palavras-chave: Envelhecimento Ativo, Qualidade de Vida, Idoso, Enfermagem
BENEFITS PROVIDED TO ELDERLY LIVING CENTERS GOERS IN PORTO
VELHO, RONDÔNIA
Abstract
This study aimed to demonstrate the benefits of Social Center for the Elderly to the lives of its participants, it is a
quantitative survey with open and closed questions, whose collection was made between the first and second week
of September, they were interviewed 68 elderly attending the Elderly Community Centre - JRC to more than two
months for analysis of the results was used Microsoft Word and Excel platform. Among the respondents most
were female (69.12%) aged 60 to 80 years old, single (40.43%), with an average monthly income of a minimum
wage (59.57%), the largest of regularly practicing physical activity (93.62%) where despite the presented diseases,
showed their readiness and satisfied with life and participated actively in activities like water aerobics, dance,
choir, crafts among others, and scored the biggest benefits of the Centre of Living for the Elderly is the provision
of medical care, narrowing of new bonds of friendship, inclusion in a social group and the ability to have a voice
within the community, there was also improvement in high esteem with reports of recovery of cases of depression
and improving health through physical activity. In conclusion, the Living Centers Seniors can be used as a
reference within the community to promote the health of older people through active aging is one of the
determining factors for quality of life in old age.
Key-word: Active Aging, Quality of Life, Elderly, Nursing
2
1 INTRODUÇÃO
O envelhecer é o curso natural da vida que envolve múltiplos fatores podendo ser eles
individuais, sociais ou até mesmo culturais, o idoso tende a se encontrar na posição de
mudanças por causa do envelhecimento, a percepção dele se concentra na busca pelo
envelhecimento bem-sucedido entendido pelo estar saudável, ativo e sadio. Esses fatores são
adversos a condições de fragilidade como, por exemplo, os problemas psicossociais como a
inatividade ou o não convívio social, diminuição da saúde acarretado por doenças que debilitem
o estimulo cognitivo ou motor (DAWALIBI;GOULART; PREARO, 2014).
Atualmente o Brasil passa por uma transição demográfica significativa com o aumento
da população idosa devido à queda da taxa de fecundidade e de mortalidade, isso se deve aos
avanços na área da saúde associada às inovações tecnológicas resultando em uma maior
expectativa de vida para a população (CRUZ; CAETANO; LEITE, 2010).
Segundo o censo de 2010 a participação da população idosa (com idade média de 65
anos ou mais) na pirâmide etária aumentou de 4,8% em 1991 para cerca de 7,4% em 2010, visto
que a população de crianças (de 0 a 4 anos) tiveram seus percentuais diminuídos na
representação da população total de 5,7% em 1991 para 3,7% em 2010, representando mais
indicadores do envelhecimento da população brasileira (IBGE, 2010).
De acordo com o Estatuto do Idoso - Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, entende-
se por pessoa idosa e possui direitos assegurados indivíduos que apresentam idade igual ou
superior a sessenta anos, também é amparado o acesso a vida, cidadania, dignidade, convivência
familiar e comunitária, preservação da intelectualidade espiritual e social bem como da saúde
física e mental, além de terem o direito ao estabelecimento de mecanismos que facilitem
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento
(BRASIL, 2013)
Entretanto, a discussão sobre o envelhecimento saudável entrou em ascensão na
década de 70, quando foi constatado por intermédio de seminários e fóruns o crescimento e a
necessidade de uma assistência e promoção da saúde diferenciada além de políticas públicas
voltadas ao bem estar da população idosa, desta maneira surgiram os primeiros grupos de
convivência da terceira idade mantidos pelo governo onde tinham como meta a promoção da
qualidade de vida e a autonomia dos idosos na sociedade (RODRIGUES,2001).
Os grupos de convivência são locais que oferecem a reintegração dos idosos em um
ambiente social através das atividades culturais, oficinas, palestras e da estimulação de
atividades físicas (ARAÚJO; COUTINHO; CARVALHO, 2005).
3
O principal objetivo dos grupos de convivência é o resgate da identidade social dos
idosos que não possuem perspectiva de vida, oferecendo a possibilidade de apresentá-los a um
ambiente diferente do que está acostumado, ambiente este que promove a aceitação do
envelhecimento como processo natural da vida, a troca mútua de experiências, estimulação das
práticas saudáveis além do contato com pessoas da mesma idade e que possuem uma visão em
comum: A busca da autonomia e independência como estilo de vida na melhor idade
(OLIVEIRA, 2012).
Para proporcionar dinâmicas mais interativas e com maior socialização, o lazer é
trabalhado dentro dos grupos de convivência, essa prática ocupa o tempo livre do idosos com
atividades que entretém e proporcionam uma rotina diferente das obrigações e preocupações
familiares no qual o idoso está habituado a vivenciar, além de ser um estimulo prazeroso para
que os frequentadores sejam assíduos e não apenas itinerantes dentro do grupo, o lazer também
estimula os idosos a se conscientizarem que a chegada da terceira idade é na verdade um
momento alegre, de criação de vínculos e de uma nova perspectiva de vida (MORI; SILVA,
2010)
O presente estudo objetivou identificar e descrever os benefícios que as atividades
desenvolvidas no Centro de Convivência do Idoso de Porto Velho trouxeram para a vida de
seus frequentadores e mostrar a importância de investimentos nas instituições do setor primário
que trabalham com a prevenção e promoção da saúde, no caso, mantendo os idosos ativos
dentro da comunidade oferecendo bem estar e qualidade de vida.
4
2 METODOLOGIA
Esse estudo tratou-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa
realizado por meio de uma coleta de dados com 68 idosos frequentadores do Centro de
Convivência de Idosos de Porto Velho-Rondônia.
O Centro de Convivência do Idoso foi inaugurado no dia 29 de março de 2019,
localizado na Avenida Amazonas nº6888, bairro Tiradentes, neste espaço frequentam por dia
em média 140 idosos e tem como finalidade proporcionar a essa população o convívio social
através de atividades disponibilizadas como as oficinas de artesanato, coral, dança,
hidroginástica, jogos e alongamento, buscando o desenvolvimento da coordenação motora e a
estimulação da vontade de aprendizado, também oferece atendimento médico e de assistência
social totalmente gratuito preservando o direito de acesso a saúde, dignidade e respeito .
A amostra foi composta por idosos com idade de 60 a 85 anos e que frequentam o
Centro de Convivência do Idoso por tempo igual ou superior a 2 meses e que sejam capazes de
assimilar e responder de maneira fidedigna o formulário de coleta de dados. No total foram
abordados 75 idosos, entretanto apenas 68 se disponibilizaram a cooperar na pesquisa.
Os dados foram colhidos por meio de entrevistas através de formulários com perguntas
fechadas e abertas, em alguns casos, quando havia acompanhante com o idoso entrevistado, o
mesmo respondia o questionário de acordo com a resposta do idoso quando este apresentava
alguma debilitada na fala ou audição.
A análise de dados obtidos com o preenchimento dos formulários referente ao perfil
sóciodemográfico e os fatores que, na opinião dos idoso, foram identificados como benéficos,
foi realizada utilizando-se da literatura vigente. A tabulação o dos dados foi realizada por meio
de planilhas do software Excel e do Microsoft Word, e após análise, os resultados foram
expostos em tabelas e gráficos
Os dados obtidos da população supracitadas foram mantidas em completo sigilo,
citação ou dados que exponha algum dos participantes mantendo a individualidade e
resguardando o idoso de todo e qualquer constrangimento.
5
3 RESULTADOS
Na Tabela 1 mostra as variáveis sociodemográficas da população que frequenta o Centro
de Convivência do idoso que é composta – no geral - 69,12% por mulheres e 30,88% por
homens com idade entre 60 a 80 anos na maior parte solteiros (33,80%), de religião católica
(50%), residem com os filhos (35,30%) e mais da metade tem renda mensal de um salário
mínimo.
Tabela 1 - Distribuição das variáveis sóciodemográficas de idosos frequentadores do CCI que
participaram da pesquisa, considerando-se o sexo, no município de Porto Velho - RO
VARIÁVEL FEMININO MASCULINO TOTAL
N =47 % N= 21 % N=68 %
FAIXA ETÁRIA
66-70 21 44,7% 8 38,10% 29 42,65%
71-75
60-65
15
8
32%
17%
6
3
28,6%
14,3%
21 30,9%
11 16,20%
76-80 3 6,3% 4 19% 7 10,25%
ESTADO CIVIL
Solteiro 19 40,40% 4 19,05% 23 33,80%
Divorciado 11 23,40% 5 23,80% 16 23,55%
Viúvo
Casado
12
3
25,55%
6,40%
3
8
14,30%
38,10%
15 22,05%
11 16,20%
Outros 2 4,25% 1 4,75% 3 4,40%
RELIGIÃO
Católico
Evangélico
24
19
51,05%
40,45%
10
8
47,60%
38,10%
34 50%
27 39,71%
Outros 4 8,5% 3 14,30% 7 10,29%
RESIDE COM
QUEM?
Filhos 20 42,55% 4 19,05% 24 35,30%
Sozinho 12 25,53% 8 38,10% 20 29,40%
Familiares 12 25,53% 4 19,05% 16 23,55%
Conjugue 3 6,39% 5 23,80% 8 11,75%
RENDA MENSAL
Um salário*
Dois salários
Não possui renda
Três salários
> que três salários
28
10
6
2
-
60%
22%
13%
5%
-
14
5
-
2
-
66,70%
23,80%
-
9,50%
-
42 62%
15 23%
- 9%
4 6%
- -
*Salário mínimo equivalente a R$ 788 reais.
De acordo com o Gráfico 1 grande parte das mulheres (40,43%) que frequentam o
Centro de Convivência do Idoso possui como escolaridade o Ensino Fundamental Incompleto,
já os homens 28,57% possui o Ensino Fundamental Incompleto e 28,57% têm o Ensino
6
Fundamental Completo, no Total Geral 16,18% não possuem escolaridade e apenas 5,88% têm
o Ensino Superior.
Gráfico 1 – Distribuição conjunta quanto ao nível de escolaridade e o sexo dos idosos
A Tabela 2 mostra o que é qualidade de vida na percepção dos idosos, 27,94%
afirmaram ter uma boa saúde faz parte da qualidade de vida, 27,94% pontuaram que é
importante uma boa alimentação, outros 17,65% referiram que é necessário ter amigos e
11,76% indicaram viver financeiramente bem interfere no reflexo do bem estar.
Tabela 2 – Percepção da qualidade de vida e envelhecimento ativo na visão do Idoso
frequentador do CCI, considerando-se sexo do indivíduo.
VARIÁVEL FEMININO MASCULINO TOTAL
N =47 % N= 21 % N=68 %
O que é qualidade de vida?
Ter saúde 17 36,17% 2 9,52% 19 27,94%
Boa alimentação 13 27,65% 6 28,57% 19 27,94%
Ter amigos 6 12,77% 6 28,57% 12 17,65%
Ter felicidade
Viver financeiramente bem
6
5
12,77%
10,64%
4
3
19,05%
14,29%
10 14,71%
8 11,76%
De 1 a 10 satisfação com a
vida
1 - 4 2 4,26% - - 2 2,94%
5-7 13 27,65% 7 33,33% 20 29,41%
8-10 32 68,09%% 14 66,67% 46 67,65%
Possui objetivos de vida?
Sim* 32 68,09% 15 71,43% 47 69,10%
Não 15 31,91% 6 28,57% 21 30,90%
*Os objetivos de vida estão demonstrados no gráfico 2
31
,9%
28
,57
%
40
,43
%
28
,57
%
10
,65
%
9,5
2%
0,0
0%
19
,05
%
17
,02
%
14
,29
%F E M I N O M A S C U L I N O
Ensino FundamentalCompleto
Ensino FundamentalIncompleto
Ensino Médio Completo
Ensino Superior
Sem escolaridade
7
O Gráfico 2 é referente aos objetivos de vida citados pelos idosos que responderam SIM
quando foi perguntado se apesar da idade ainda possuíam objetivos de vida, dentre os quais
25% dos idosos citaram que pretendiam aprender algo novo (algumas citações foram “voltar a
estudar”, “aprender algum tipo de arte” e até mesmo “tirar a carteira de motorista”), 13,24%
tem como objetivo melhorar a situação financeira, 17,65% planeja viajar e 7,35% pretendem
envelhecer com saúde.
Gráfico 2 – Distribuição dos objetivos de vida autodeclarados pelos idosos participantes do estudo.
Já na Tabela 3 relaciona a distribuição de fatores de risco e de proteção à saúde, no geral
89,71% referiram praticar atividade regularmente enquanto 10,29% não praticam, quando
perguntado de como classificariam a saúde de 1 a 10 57,45% das mulheres deram de 8-10
enquanto 4,25% classificaram com 1-4, enquanto a maioria dos homens (47,62%) pontuaram a
saúde de 5-7, esse fato relaciona-se diretamente com a presença de doenças crônicas onde
dentre a população pesquisada a patologia mais citada foi, respectivamente, Hipertenção
Arterial 35,29%, e Osteoporose 16,18%, entretanto , 6,38% das mulheres e 42, 86% dos homens
mencionaram não possuir nenhuma doença crônica. No que se refere as atividades físicas que
mais gosta 23,52% referiram a Dança como atividades habitual e 26,47% pontuaram a
hidroginástica, a atividade menos praticada é o artesanato (7,35%) sendo a população feminina
a mais adepta (8,51%).
25
,00
%
7,3
5%
13
,24
% 17
,65
%
5,8
8%
30
,88
%
T O T A L
Aprender algo novo
Envelhecer com saúde
Melhoria da situaçãofinanceira
Viajar
Voltar para terra de origem
(vazio)
8
Tabela 3- Distribuição dos fatores de risco e de proteção à saúde considerando-se o sexo do
participante.
VARIÁVEL FEMININO MASCULINO TOTAL
N =47 % N= 21 % N=68 %
Pratica atividade física
Sim 44 93,62% 17 80,95% 61 89,71%
Não 3 6,38% 4 19,05% 7 10,29%
De 1 a 10 como classifica o
estado de saúde
1 - 4 2 4,25% 2 9,52% 4 5,88%
5-7 18 38,30% 10 47,62% 28 41,18%
8-10 27 57,45% 9 42,86% 36 52,94%
Apresenta alguma dessas
doenças
Hipertensão Arterial
Osteoporose
19
11
40,43%
23,40%
5
-
23,81%
-
24 35,29%
11 16,18%
Diabete de Mellitus
Doenças Cardíacas
Doenças Respiratórias
Não Possui Doença
Outros*
Atividade que mais gosta
Dança
Artesanato
Coral
Jogos
Hidroginástica
Alongamento
Caminhada
5
6
1
3
2
9
4
6
2
16
9
1
10,64%
12,77%
2,13%
6,38%
4,25%
19,15%
8,51%
12,77%
4,25%
34,04%
19,15%
2,13%
2
1
-
9
4
7
1
-
4
2
2
5
9,52%
4,76%
-
42,86%
19,05%
33,33%
4,76%
-
19,05%
9,52%
9,52%
23,82%
7 10,29%
7 10,29%
1 1,47%
12 17,65%
6 8,83%
16 23,53%
5 7,35%
6 8,82%
6 8,82%
18 26,47%
11 16,19%
6 8,82%
*Inclui: Depressão
Na tabela 4 visualizamos a distribuição da população pesquisadas considerando os
fatores psicossociais, dentre eles, como o Idoso obteve conhecimento do Centro de
Convivcência do Idoso – CCI onde 70,59% afirmaram que foi por intermédio de Conhecidos
e/ou Familiares e apenas 1,47% referiu que foi através de veículos de comunicação (Televisão,
internet e jornal), no quesito Relações Interpessoais 51,47% dos idosos classificaram a relação
do grupo entre si como Ótima, 51,47% dos participantes pontuaram que o motivo para
frequentar o CCI é, respectivamente, o fortalecimento do vínculo de amizade que acaba
afastando o sentimento de solidão (51,47%), Indicação Clínica, de Amigos, Familiares e
Conhecidos (26,47%) e a prática de Exercício Físico disponibilizado pelo local (22,06%).
9
Tabela 4- Distribuição dos participantes do estudo considerando-se fatores psicossociais
relacionados ao CCI
VARIÁVEL POPULAÇÃO DA
AMOSTRA
N =68 %
Como conheceu o CCI?
Indicação por profissionais da saúde
Conhecidos e/ou familiares
Televisão, Internet, jornal
Outros
Relação dos idosos com os outros integrantes CCI
11
48
1
8
16,18%
70,59%
1,47%
11,76%
Ótima 35 51,47%
Boa
Regular
Ruim
27
6
-
39,71%
8,82%
-
O que levou a participar do CCI
Amizade, não fica mais só 35 51,47%
Indicação clínica, de amigos, familiares, conhecidos 18 26,47%
Prática de exercício físico 15 22,06%
No Gráfico 3 mostra a percepção dos idosos sobre os principais Benefícios que
perceberam após começar a frequentar o Centro de Convivência do Idosos, cerca de 36,76%
referiram que a Inclusão em um Grupo Social é uma das maiores vantagens, 27,95% afirmaram
que houve melhora no estado de saúde através da prática de atividade física disponibilizado e
incentivado pelo local, 22,06% relataram que houve melhora da autoestima parte dessa
evolução é relacionado com o desenvolvimento dos novos laços de amizade (10,29%) e a
disponibilização de atendimento médico (2,94%).
Gráfico 3 - Percepção dos idosos sobre os benefícios de frequentar o Centro de Convivência
do Idoso
2,9
4%
10
,29
%
36
,76
%
22
,06
%
27
,95
%
T O T A L
Disponibilização deatendimento médico
Fazer novas amizades
Inclusão em um grupo social
Melhoria da auto-estima
Melhoria na saúde com aprática de atividade fisica
10
4 DISCUSSÃO
O predomínio do sexo feminino no estudo é de 69,12% com idade entre 60 a 80 anos,
este resultado corrobora com a pesquisa de LUSTOSA (2013) onde 86,3% da população era do
gênero feminino. NICODEMO E GODOI (2010) afirmam que esse fato se deve a maior adesão
das mulheres em procurar atendimento à saúde e do bem estar proporcionando maior
longevidade se comparado com a população masculina
No que se refere ao estado civil cerca de 40,43% das mulheres eram solteiras e 42,55%
residiam com os filhos, esses dados se contrapõem com os encontrados por VICENTE (2012)
onde 70,8% da população eram casados e residiam com o conjugue.
Acerca a renda mensal, 61,76% recebem apenas um salário mínimo e 36,76% possuem como
escolaridade o ensino fundamental incompleto e 30,88% tinham o ensino fundamental completo,
entretanto no achado de ARAGONI et al (2013) apesar de 53,9% dos idosos serem considerados
com extrato econômico na classe “C” porém 34,9% haviam completado o primário e 27,1%
possuíam o primário incompleto ou não tinham escolaridade.
No estudo realizado por PEREIRA, R. et al (2011) os fatores que mais dificultam o
acesso a qualidade de vida é a baixa escolaridade e a baixa renda, pois quando interligadas essas
duas questões expõem o idoso a piores condições de moradia e segurança física, dificultando o
acesso ao lazer e os cuidados com a saúde.
No que se refere a qualidade de vida, RIBEIRO (2010) afirma que a qualidade de vida
está diretamente relacionado ao nível de envelhecimento bem-sucedido que tem como fatores:
socioeconômicos, condições de saúde, de interação social e na disseminação dos seus valores
éticos e culturais. Segundo TAHAN e CARVALHO (2010) essa interação causa um estilo de
vida melhor despertando a autoestima dos indivíduos e a necessidade de um olhar profundo e
mais amplo para si mesmo e para a vida, resultando em uma maior longevidade
Quando perguntado se ainda tinham objetivos de vida 30,88% afirmaram que não
possuíam objetivo algum e 69,09% afirmaram que possuíam sim objetivos de vida, ARAÚJO
(2010) afirma que é possível estimular o idoso a vivenciar situações novas que anteriormente
foram deixadas de lado devido a dedicação que tinham com a vida adulta atarefada, e aos poucos
ir retomando a participação social, cultural e civil através do contato com novas atividades na
terceira idade, esse fator proporciona alegria e vontade de viver aumentando a longevidade e o
despertar de novos horizontes.
No que diz respeito a fatores de risco e de proteção à saúde relacionando a prática de
atividade física 89,71% praticam algum tipo de exercício físico e 10,29% não realizam,
11
Segundo Franchi e Montenegro (2005) um dos principais benefícios da atividade física é a
manutenção da capacidade funcional de realizar atividades do dia a dia, como por exemplo,
varrer a casa, lavar roupa, lavar a louça, entretanto a inatividade física está relacionado ao
desenvolvimento de doenças crônicas, menor índice de flexibilidade e até mesmo com
problemas emocionais como a depressão (EIRAS et al, 2010).
Em relação as doença crônica 35,29% apresentaram Hipertensão Arterial, 16, 18%
Osteoporose, 10,29% Diabetes Mellitus, 10,29% Doenças Cardiacas, 8,82% disseram ter outros
tipos de doenças (algumas citadas foram Doença na Próstata e Depressão ) e 1,47% referiram
doença respiratória, esses dados vão de encontro com a pesquisa realizada em Belo Horizonte
por BORGES (2008) onde 85,28% do total 197 da população relataram possuir pelo menos
uma doença, 89,85% fazia uso de algum medicamento cuja as indicações mais citadas foram
para Hipertensão arterial sistêmica 89,84%, diabetes mellitus 88,5%, cardiopatias 53,1% e
osteoporose 12,39%.
Com relação as atividades que mais gostam de participar no Centro de Convivência do
Idoso 23,53% dos idosos preferem a hidroginástica, 23,53% citaram a dança, 16,18% praticam
alongamento, 8,82% participam do coral, 8,82 % preferem a caminhada e 7,53% realiza
trabalhos artesanais, Teixeira (2007) afirma que essas oficinas estimulam os idosos a utilizarem
seu tempo livre em atividades que resgatam o lazer em conjunto com o desenvolvimento da
personalidade gerando autoestima, maior vinculo social decorrente ao maior entrosamento dos
idosos nas atividades físicas e festivas, aumentando o suporte emocional e diminuindo os níveis
de estresse e do sedentarismo (WICHMANN, 2011).
Outro fator importante e que está estritamente ligado ao convívio social dos idosos é
relacionado ao que motivou a frequentar o CCI, mais da metade 51,47% referiu que as amizades
e o sentimento de não se sentir mais só é o grande estimulo a participarem das atividades,
enquanto para 22,06% dos frequentadores o motivo é a busca da atividade física proporcionada
no local, já para 26,47% dos idosos o estimulo vem da indicação clínica e do apoio que os
amigos e os familiares fazem para que o participe do local, esse resultado reafirma a pesquisa
de Oliveira (2012) onde referiu que o resgate da identidade social é decorrente ao maior vinculo
de amizade aliado com a busca de novos aprendizados estimulando as práticas saudáveis e o
contato com pessoas da mesma idade e que possuem algo em comum: A busca da autonomia e
independência como opção de vida.
Um fator importante sobre a população que frequenta o centro de convivência do idoso
é referente a como descobriu o local, 70,59% dos idosos conheceram o CCI por intermédio de
12
conhecidos ou familiares, 16,18% foram até o lugar por indicação de profissionais da saúde
como médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, 11,76% referiram ter conhecido
de outras maneiras e apenas 1,47% citou a internet, televisão e jornais, entretanto para os
gestores e provedores de cuidados da saúde é imprescindível o conhecimento dos marcadores
que contribuam para a promoção da qualidade de vida como os centros de convivência de idosos
para que estes sejam incrementados como estratégias em saúde objetivado o cuidado, promoção
da saúde e o bem-estar da população idosa (PEREIRA, K. et al 2011).
Entre os idosos pesquisados, 51,47% afirmaram que sua relação com outros
participantes era ótima, 39,71% classificaram como boa e 8,82 diz ser regular, o que reforça a
ideia que existe uma interação social positiva entre os que frequenta o CCI, segundo Silva 2010
o bem estar entre os idosos é comum devido a manutenção dos vínculos de amizades e ao estilo
de vida diferenciado dos frequentadores.
Na percepção dos idosos sobre quais são os benefícios do Centro de Convivência do
Idoso a maioria relatou que a inclusão em um grupo social e a possibilidade de ter voz ativa
dentro da sociedade que eles passaram a desfrutar é um dos grandes efeitos benéficos do CCI,
em segundo a melhoria do estado de saúde por meio da prática de exercício físico, outros
alegaram maior autoestima, onde alguns dos participantes relataram que ouve melhora
significativa da depressão apenas por conversar diariamente com alguém e ter apoio emocional,
esse fato se relaciona com os 10,29% dos idosos que acredita que o maior benefício do CCI são
os laços de amizade construído, outros indicaram que a disponibilização de atendimento médico
tem grande importância para os participantes do grupo.
É o que reafirma o estudo realizado por Rizzolli e Surdi (2010) em dois grupos de
convivência na cidade de Fraiburgo - Santa Catarina, onde identificou-se que as principais
razões que motivavam os idosos a participarem dos grupos de convivência era ,
respectivamente, o fortalecimento da autoestima, as orientações médicas, a chance de iniciar
novos laços de amizades e também a melhoria na saúde, já na pesquisa de Wichmann (2013)
foram relatados pelos os idosos a diminuição da ingestão de medicamentos e a melhora
significativa das doenças crônicas além da maior disposição no dia a dia para a realização de
tarefas de casa.
13
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo evidenciou a importância dos Centros de Convivência dos Idosos para a
terceira idade, onde através das atividades e serviços disponibilizados resgatam os idosos dos
paradigmas criados pela sociedade e os trazem para o envelhecimento ativo, busca de novos
aprendizados e consequentemente ao bem estar, os resultados desse processo se percebe por
meio da adesão do idoso às atividades desenvolvidas e consequentemente a melhoria da saúde
do idoso onde começam a se caracterizar por estarem mais sadios e emocionalmente mais
seguros a aceitarem que o envelhecimento faz parte do processo da vida e que se vivido de
maneira correta resulta em maior longevidade e qualidade de vida.
Vale ressaltar que esses resultados foram de acordo com a amostra populacional e que
outros fatores devem ser estudados posteriormente para outros eventuais achados, é de suma
importância que os profissionais da saúde conheçam os benefícios dos grupos de convivência
de idosos para que indiquem e corroborem para a maior aceitabilidade e a difusão desses locais
entre a população da terceira idade de todos os diversos níveis sociais.
14
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, L. F., COUTINHO, M. P. L., CARVALHO, V.A M. L.,- Representações Sociais
da Velhice entre Idosos que Participam de Grupos de Convivência- Psicologia Ciência e
Profissão, Paraíba, pag. 118-131, 25 (1), 118-131, 2011.
BORGES, P.L.C. et al. Perfil dos idosos nos grupos de convivência, Cad. Saúde Pública, Rio
de Janeiro, 24(12):2798-2808, dez, 2008.
BRASIL [Estatuto do idoso (2003)]. Legislação sobre o idoso : Lei nº 10.741, de 1º de
outubro de 2003 (Estatuto do idoso) e legislação correlata [recurso eletrônico]. – 3. ed. –
Brasília : Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara, 2013. 124 p. – (Série
legislação ; n. 104) [acessado 2015 mai 01].
CRUZ, D. T; CAETANO, V. C; LEITE, I. C. G.Envelhecimento populacional e bases legais
da atenção à saúde do idoso, Caderno Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 18 (4): 500-8, 2010
DAWALIBI,N.W.,GOULART, R.M.M., PREARO, L.C, - Fatores relacionados à qualidade
de vida de idosos em programas para a terceira idade, Ciência & Saúde Coletiva, São Paulo,
19(8):3505-3512, 2014
EIRAS,B. S., et al; Fatores de Adesão e Manutenção da Prática de Atividade Física por
Parte dos Idosos, Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 31, n. 2, p. 75-89, janeiro 2010
FRANCHI M. B. K., MONTENEGRO M.R.; Atividade física: uma necessidade para a boa
saúde na terceira idade, Revista Brasileira em Promoção da Saúde, vol. 18, núm. 3, pp. 152-
156 Universidade de Fortaleza Fortaleza-Ceará, Brasil, 2005
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo 2010.
LUSTOSA, L. P. et al Fragilidade e funcionalidade entre idosos frequentadores de grupos
de convivência em Belo Horizonte, MG, Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro,
16(2):347-354, 2013.
15
MORI, G., SILVA, L. F. Lazer na terceira idade: desenvolvimento humano e qualidade de
vida Motriz, Rio Claro, v.16 n.4 p.950-957, out./dez. 2010
NICODEMO, D.; GODOI, M. P. Juventude dos anos 60-70 e envelhecimento: estudo de
casos sobre feminização e direitos de mulheres idosas. Revista Ciência em Extensão, v. 6, n.
1, p. 40-53, 2010.
OLIVEIRA, A. M. M.et al. Representações Sociais e Envelhecimento: uma Revisão
Integrativa de Literatura, Revista Brasileira de Ciências da Saúde, Volume 16 Número 3
Páginas 427-434 2012
PEREIRA, K. C. R. et al Contribuição das condições sociodemográficas para a percepção
da qualidade de vida em idosos, REV. Bras. Geriatr. Gerontol.,14(1):85-95, Rio de Janeiro,
2011
PEREIRA, R.J et al. Influência de fatores sociossanitários na qualidade de vida dos idosos
de um município do Sudeste do Brasil, Ciência & Saúde Coletiva, 16(6):2907-2917, 2011
REIS, LUCIANA ARAÚJO DOS et al, Percepção do Suporte Familiar em Idosos de Baixa
Renda e Fatores Associados, Texto contexto - enferm. vol.20 no.spe Florianópolis, 2011
RIBEIRO, L. F. - Qualidade de vida na terceira idade, Ágora: R. Divulg. Cient., ISSN 2237-
9010, Mafra, v. 17, n. 2, 2010
RODRIGUES, N.C., Política Nacional do Idoso, Retrospectiva Estud. interdiscip. envelhec.,
Porto Alegre, v.3, p.149-158, 2001
SILVA, H.S.; et al Envelhecimento bem-sucedido e vulnerabilidade em saúde:
aproximações e perspectivas, Rev. comunicação saúde educação v.14, n.35, p.867-77, out-
dez 2010
16
TAHAN, J.; CARVALHO, A.C.D.; Reflexões de Idosos Participantes de Grupos de
Promoção de Saúde Acerca do Envelhecimento e da Qualidade de Vida, Saúde Soc. São
Paulo, v.19, n.4, p.878-888, 2010
TEIXEIRA. S. M. Lazer e tempo livre na “terceira idade”: potencialidades e limites
no trabalho social com idosos, revista Kairós, São Paulo, 10(2), pp. 169-188, dez, 2007
VICENTE, F.R.; SANTOS, A.M.A.; Avaliação Multidimensional dos Determinantes do
Envelhecimento Ativo em Idosos de um Município de Santa Catarina, Texto Contexto
Enferm, Florianópolis, 22(2): 370-8, Abr-Jun 2013 .
WICHMANN, F. M. A. et al Satisfação do idoso na convivência em grupos, Revista
Contexto & Saúde, Ijuí v. 10 n. 20 jan.-jun. 2011
WICHMANN, M. F. A. et al . Grupos de convivencia como suporte ao idoso na melhoria
da saúde. Rev. bras. geriatr. Gerontol,, Rio de Janeiro , v. 16, n. 4, Dec.8 2013