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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI
APOSTILA PRÁTICA DE PROJETOS DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
ESPÍRITO SANTO
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http://www.coladaweb.com/pedagogia/planejamento-educacional
O ato conjunto de planejar propicia um encontro no qual quem participa exerce
o que é mais humano no homem: a condição de dialogar, de expor ideias e ideais, de
tratar do presente, como ato que se desenvolve e do futuro, como projeção do que se
deseja. Essa é, de fato, a contingência que destaca o ser humano do âmbito zoológico,
hipótese por meio da qual instaura-se a possibilidade
de relacionamento entre os iguais e os diferentes, “no simples gozo da convivência
humana”, sem as pesadas características do labor ou do trabalho.
Particularmente, é correto dizer que o Planejamento Escolar pode ser
entendido como um processo contínuo e sistemático de reflexão, decisão, ação e
revisão, realizado pela comunidade de uma escola. Ele existe para fazer frente aos
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problemas que a realidade educacional apresenta, orientado pelas crenças e valores
adotados por quem se compromete nessa empreitada.
Este modelo de planejamento envolve a fase anterior ao início das aulas, o
durante e o depois, significando o exercício da ação – reflexão – ação, que exprime a
sua especificidade renovadora, seu caráter inovador e recorrente. Como processo
dinâmico, deve expressar uma natureza coletiva e participativa, isto é, a comunidade
escolar identifica os problemas de ensino, de aprendizagem, de relacionamentos, etc.,
pesquisa suas raízes e propõe formas para a superação dos mesmos.
Em uma análise crítica e pertinente, Vianna (1994, p.8) constata que “o
planejamento escolar está quase sempre desvinculado da realidade pessoal e social
da escola, sem nenhum tipo de pesquisa prévia, de sondagem de aptidões ou
necessidades”. Partindo de uma visão pragmática, pode-se entender que o processo
de planejamento nas escolas tem como objetivos principais: evitar a rotina e a
improvisação; economizar tempo, recursos financeiros e esforços; favorecer a
coerência do trabalho educativo; promover a participação de todos os interessados –
diretos e/ou indiretos – no processo educativo/escolar; propiciar a execução, o
acompanhamento e a avaliação do trabalho desenvolvido.
Do processo de planejamento nas escolas deve resultar uma proposta
educacional a ser operacionalizada no Plano Escolar, que consolida o programa anual
de trabalho da instituição em todas as suas dimensões e é fruto desse processo de
planejamento da unidade, em função das reflexões críticas e permanentes da
comunidade na qual está inserida, tendo em vista um novo padrão de qualidade e de
utilização dos recursos disponíveis.
Portanto, enquanto o Planejamento caracteriza-se pela reflexão contínua sobre
a prática pedagógica do cotidiano, o Plano Escolar deve constituir-se na formalização
dos diferentes momentos desse processo. E, se o Planejamento exige alguma
formação dos envolvidos para se ter claro o significado técnico-político da educação
escolar, além do papel de cada um no bojo desse sistema, a elaboração e a execução
do Plano Escolar exige competência técnica, um “saber técnico”, que implica em
acompanhamento e avaliação das ações previstas e determinadas, em harmonia com
a legislação e decisões que estruturam e determinam a organização e o
funcionamento das escolas, bem como sua legítima aspiração por uma autonomia
institucional.
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Estabelecendo-se o Planejamento como a etapa inicial de um processo de
discussões, debates, propostas e tomada de decisões sobre o cotidiano e a realidade
da escola, o Plano Escolar estrutura-se como um documento resultante dessa reflexão
sobre a realidade definida.
O Plano Escolar constitui-se, basicamente, na expressão objetiva das
intenções e decisões da comunidade escolar, com vistas ao que se pretende realizar,
com que finalidade, num determinado período de tempo. Em decorrência, a
importância do Plano Escolar na produção de uma educação de qualidade torna-se
evidente e esperada.
A IMPORTÂNCIA DE SE ENTENDER O QUE É
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
http://www.escoladavida.eng.br/planejamento/planejamento.htm
O ato de planejar acompanha o homem desde os primórdios da evolução
humana. Todas as pessoas planejam suas ações desde as mais simples até as mais
complexas, na tentativa de transformar e melhorar suas vidas ou as das pessoas que
as rodeiam.
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Mas não é só na vida pessoal que as pessoas planejam suas ações, o
planejamento atinge vários setores da vida social. Se o ato de planejar é tão
importante, porque algumas pessoas ainda resistem em aceitar este fato,
principalmente no contexto escolar? Diante desse questionamento objetivou-se
identificar os motivos pelos quais os professores resistem em preparar suas aulas e
conscientizá-los da importância de utilizar o plano de aula como um norteador da ação
pedagógica.
“O planejar é uma realidade que acompanhou a trajetória histórica da
humanidade. O homem sempre sonhou, pensou e imaginou algo na sua vida. ”
(MENGOLLA, SAN’TANNA, 2001, p.15).
Segundo Moretto (207, P. 100), percebe-se que o planejamento é fundamental
na vida do homem, porém no contexto escolar ele não tem tanta importância assim “o
planejamento no contexto escolar não parece ter a importância que deveria ter”.
Hoje vivemos a segunda grande onda do planejamento. A primeira entra em
crise na década de 70. A década de 80, embora, na prática, se apresente como uma
grande resistência ao planejamento, contém os mais efetivos anos em termos da
compreensão da necessidade, do estudo, do esclarecimento e da confirmação desta
ferramenta. (GANDIN, 2008)
A citação demonstra a dimensão da necessidade de se compreender a
importância do ato de planejar, não apenas no nosso dia-a-dia, mas principalmente,
no dia-a-dia de sala de aula.
http://pedagogiasaojudastadeu.blogspot.com.br/2012/07/planejamento-educacional.html
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Para Moretto (2007), planejar é organizar ações. Essa é uma definição simples,
mas que mostra uma dimensão da importância do ato de planejar, uma vez que o
planejamento deve existir para facilitar o trabalho tanto do professor como do aluno.
O planejamento deve ser uma organização das ideias e informações.
Gandin (2008) sugere que se pense no planejamento como uma ferramenta
para dar eficiência à ação humana, ou seja, deve ser utilizado para a organização na
tomada de decisões e para melhor entender isto precisa-se compreender alguns
conceitos, tais como: planejar, planejamento e planos que segundo Menegolla &
Sant’Anna (2001, p.38) “são palavras sofisticadamente pedagógicas e que “rolam” de
boca em boca, no dia-a-dia da vida escolar. ”
Porém, para Padilha (2003, p. 29), estes termos têm sido compreendidos de
muitas maneiras. Dentre elas destaca-se:
Planejamento: É um instrumento direcional de todo o processo educacional,
pois estabelece e determina as grandes urgências, indica as prioridades
básicas, ordena e determina todos os recursos e meios necessários para a
consecução de grandes finalidades, metas e objetivos da educação.
(MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001)
Plano Nacional de Educação: Nele se reflete a política educacional de um
povo, num determinado momento histórico do país. É o de maior abrangência
porque interfere nos planejamentos feitos no nível nacional, estadual e
municipal. (MEC, 2006)
Plano de Curso: O plano de curso é a sistematização da proposta geral de
trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa
dada realidade. Pode ser anual ou semestral, dependendo da modalidade em
que a disciplina é oferecida. (VASCONCELLOS, 1995, p.117 in Padilha, 2003)
Plano de Aula: É a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia
letivo. (“...). É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no
período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de
ensino-aprendizagem. ” (PILETTI, 2001, p.73)
Plano de Ensino: É a previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente
para um ano ou um semestre; é um documento mais elaborado, no qual
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aparecem objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico.
(LIBÂNEO, 1994)
Projeto Político Pedagógico: É o planejamento geral que envolve o processo
de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta
pedagógica da instituição. É um processo de organização e coordenação da
ação dos professores. Ele articula a atividade escolar e o contexto social da
escola. É o planejamento que define os fins do trabalho pedagógico. (MEC,
2006)
http://educaja.com.br/2011/01/projeto-politico-pedagogico-como-elaborar.html
Os conceitos apresentados têm por objetivo mostrar para o professor a
importância, a funcionalidade e principalmente a relação íntima existente entre essas
tipologias. Segundo Fusari (2008, p.45), “Apesar de os educadores em geral
utilizarem, no cotidiano do trabalho, os termos “planejamento” e “plano” como
sinônimos, estes não o são. ”
Outro aspecto importante, segundo Schmitz (2000, p.108) é que “as
denominações variam muito. Basta que fique claro o que se entende por cada um
desses planos e como se caracterizam. ” O que se faz necessário é estar consciente
que: “Qualquer atividade, para ter sucesso, necessita ser planejada. O planejamento
é uma espécie de garantia dos resultados. E sendo a educação, especialmente a
educação escolar, uma atividade sistemática, uma organização da situação de
aprendizagem, ela necessita evidentemente de planejamento muito sério. Não se
pode improvisar a educação, seja ela qual for o seu nível. ” (SCHMITZ, 2000, p.101)
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A educação, a escola e o ensino são os grandes meios que o homem busca
para poder realizar o seu projeto de vida. Portanto, cabe à escola e aos professores o
dever de planejar a sua ação educativa para construir o seu bem viver (MENEGOLLA
& SANT’ANNA, 2001).
A citação acima deixa clara a importância tanto da escola como dos professores
na formação humana; por este motivo todas as ações educativas devem ter como
perspectiva a construção de uma sociedade consciente de seus direitos e obrigações,
sejam eles individuais ou coletivos.
Infelizmente, apesar do planejamento da ação educativa ser de suma
importância, existem professores que são negligentes na sua prática educativa,
improvisando suas atividades. Em consequência, não conseguem alcançar os
objetivos quanto à formação do cidadão.
A ausência de um processo de planejamento de ensino nas escolas, aliado às demais dificuldades enfrentadas pelos docentes do seu trabalho, tem levado a uma contínua improvisação pedagógica das aulas. Em outras palavras, aquilo que deveria ser uma prática eventual acaba sendo uma “regra”, prejudicando, assim, a aprendizagem dos alunos e o próprio trabalho escolar como um todo. (FUSARI, 2008, p.47).
Para Moretto (2007, p.100) “Há, ainda, quem pense que sua experiência como
professor seja suficiente para ministrar suas aulas com competência. ” Professores
com este tipo de pensamento desconhecem a função do planejamento bem como sua
importância. Simplesmente estão preocupados em ministrar conteúdo,
desconsiderando a realidade e a herança cultural existente em cada comunidade
escolar bem como suas necessidades.
Outro aspecto que vem influenciando o ato de planejar dos professores são os
materiais didáticos ou as instruções metodológicas para os professores que
acompanham estes materiais. Na presente pesquisa não se pretende discutir se eles
são bons ou ruins e sim a forma com a qual estão sendo utilizados pelos professores.
O que acontece é que o professor faz um apanhado geral dos conteúdos dispostos
no material e confronta com o tempo que tem disponível para ensinar esses conteúdos
aos alunos e a partir desses dados divide-os atribuindo a este ato erroneamente o
nome de plano de aula.
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Muitas vezes os professores trocam o que seria o seu planejamento pela escolha de um livro didático. Infelizmente, quando isso acontece, na maioria das vezes, esses professores acabam se tornando simples administradores do livro escolhido. Deixam de planejar seu trabalho a partir da realidade de seus alunos para seguir o que o autor do livro considerou como mais indicado. (MEC, 2006, p. 40)
Outra situação muito comum em relação à elaboração do plano de aula é que
“em muitos casos, os professores copiam ou fazem cópia do plano do ano anterior e
o entregam a secretaria da escola, com a sensação de mais uma atividade
burocrática” (FUSARI, 2008, p. 45).
Luckesi (2001) afirma que o ato de planejar, em nosso país, principalmente na
educação, tem sido considerado como uma atividade sem significado, ou seja, os
professores estão muito preocupados com os roteiros bem elaborados e esquecem
do aperfeiçoamento do ato político do planejamento. Os professores precisam quebrar
o paradigma de que o planejamento é um ato simplesmente técnico e passar a se
questionarem sobre o tipo de cidadão que pretendem formar, analisando a sociedade
na qual ele está inserido, bem como suas necessidades para se tornar atuante nesta
sociedade.
http://www.slideshare.net/MaryanneMonteiro/planejamento-educacional-57207271
Para Luckesi (2001, p.108):
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O planejamento não será nem exclusivamente um ato político-filosófico, nem exclusivamente um ato técnico; será sim um ato ao mesmo tempo político-social, científico e técnico: político-social, na medida em que está comprometido com as finalidades sociais e políticas; científicas na medida em que não pode planejar sem um conhecimento da realidade; técnico, na medida em que o planejamento exige uma definição de meios eficientes para se obter resultados.
O ato de planejar não pode priorizar o lado técnico em detrimento do lado
político social ou vice-versa, ambos são importantes. Por este motivo, devem ser muito
bem pensados ao serem formulados visando à transformação da sociedade.
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL, DE CURRÍCULO E DE
ENSINO
http://107.21.65.169/content/ABAAAAsLUAE/planejamento-escolar
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Na área da educação temos os seguintes tipos de planejamento:
Planejamento educacional
Consiste na tomada de decisões sobre a educação no conjunto do
desenvolvimento geral do país. A elaboração desse tipo de planejamento requer a
proposição de objetivos em longo prazo que definam uma política da educação. É o
realizado pelo Governo Federal, através do Plano Nacional de Educação e da
legislação vigente.
Planejamento de currículo
O problema central do planejamento curricular é formular objetivos
educacionais a partir daqueles expressos nos guias curriculares oficiais. Nesse
sentido, a escola não deve simplesmente executar o que é prescrito pelos órgãos
oficiais. Embora o currículo seja mais ou menos determinado em linhas gerais, cabe
à escola interpretar e operacionalizar estes currículos. A escola deve procurar adaptá-
los às situações concretas, selecionando aquelas experiências que mais poderão
contribuir para alcançar os objetivos dos alunos, das suas famílias e da comunidade.
Planejamento de ensino
Podemos dizer que o planejamento de ensino é a especificação do
planejamento de currículo. Consiste em traduzir em termos mais concretos e
operacionais o que o professor fará na sala de aula, para conduzir os alunos a
alcançar os objetivos educacionais propostos. Um planejamento de ensino deverá
prever:
Objetivos específicos estabelecidos a partir dos objetivos educacionais.
Conhecimentos a serem aprendidos pelos alunos no sentido determinado pelos
objetivos.
Procedimentos e recursos de ensino que estimulam, orientam e promovem as
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atividades de aprendizagem.
Procedimentos de avaliação que possibilitem a verificação, a qualificação e a
apreciação qualitativa dos objetivos propostos, cumprindo pelo menos a função
pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle no processo educacional.
http://escolaestadualprofessorgersonlopes.blogspot.com.br/2014_07_01_archive.html
IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESCOLAR E DA
ESCOLHA DO CURRÍCULO
O trabalho docente é uma atividade consciente e sistemática, em cujo centro
está a aprendizagem ou o estudo dos alunos sob a direção do professor. O
planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação
docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.
A escola, os professores e os alunos são integrantes da dinâmica das relações
sociais; tudo o que acontece no meio escolar está atravessado por influências
econômicas, políticas e culturais que caracterizam a sociedade de classes. Isso
significa que os elementos do planejamento escolar – objetivos, conteúdos, métodos
– estão recheados de implicações sociais, têm um significado genuinamente político.
Por essa razão, o planejamento é uma atividade de reflexão acerca das nossas
opções e ações; se não pensarmos detidamente sobre o rumo que devemos dar ano
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nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses
dominantes na sociedade.
A ação de planejar é uma atividade consciente de previsão das ações docentes,
fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo como referência
permanente situações didáticas concretas (isto é, a problemática social, econômica,
política e cultural que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a
comunidade, que interagem no processo de ensino).
O planejamento escolar tem, assim, as seguintes funções:
Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos de trabalho docente que
assegurem a articulação entre as tarefas da escola e as exigências do contexto
social e do processo de participação democrática.
Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político-pedagógico e
profissional, as ações efetivas que o professor irá realizar em sala de aula,
através de objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas de ensino.
Assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente,
de modo que a previsão das ações docentes possibilite ao professor a
realização de um ensino de qualidade e evite a improvisação e rotina.
Prever objetivos, conteúdos e métodos a partir da consideração das exigências
propostas pela realidade social, do nível de preparo e das condições
socioculturais e individuais dos alunos.
Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente, uma vez que torna
possível inter-relacionar, num plano, os elementos que compõem o processo
de ensino: os objetivos (para que ensinar), os conteúdos (o que ensinar), os
alunos e suas possibilidades (a quem ensinar), os métodos e técnicas (como
ensinar) e a avaliação, que está intimamente relacionada aos demais.
Atualizar o conteúdo do plano sempre que é revisto, aperfeiçoando-o em
relação aos progressos feitos no campo de conhecimentos, adequando-os às
condições de aprendizagem dos alunos, aos métodos, técnicas e recursos de
ensino que vão sendo incorporados na experiência cotidiana.
Facilitar a preparação das aulas: selecionar o material didático em tempo hábil,
saber que tarefas professor e alunos devem executar, replanejar o trabalho
frente a novas situações que aparecem no decorrer das aulas.
Para que os planos sejam efetivamente instrumentos para a ação, devem ser
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como um guia de orientação de devem apresentar ordem sequencial, objetividade,
coerência, flexibilidade.
ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO
Conhecimento da realidade
Para poder planejar adequadamente a tarefa de ensino e atender às
necessidades do aluno é preciso, antes de qualquer coisa, saber para quem se vai
planejar. Por isso, conhecer o aluno e seu ambiente é a primeira etapa do processo
de planejamento. É preciso saber quais as aspirações, frustrações, necessidades e
possibilidades dos alunos. Fazendo isso, estaremos fazendo uma Sondagem, isto é,
buscando dados.
Uma vez realizada a sondagem, deve-se estudar cuidadosamente os dados
coletados. A conclusão a que chegamos, após o estudo dos dados coletados, constitui
o Diagnóstico.
Sem a sondagem e o diagnóstico corre-se o risco de propor o que é impossível
alcançar ou o que não interessa ou, ainda, o que já foi alcançado.
Requisitos para o planejamento
Objetivos e tarefas da escola democrática: estão ligados às necessidades de
desenvolvimento cultural do povo, de modo a preparar as crianças e jovens
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para a vida e para o trabalho.
Exigências dos planos e programas oficiais: são as diretrizes gerais, são
documentos de referência, a partir dos quais são elaborados os planos
didáticos específicos.
Condições prévias para a aprendizagem: está condicionado pelo nível de
preparo em que os alunos se encontram em relação ás tarefas de
aprendizagem
Elaboração do plano
A partir dos dados fornecidos pela sondagem e interpretados pelo diagnóstico,
temos condições de estabelecer o que é possível alcançarem o que julgamos
possíveis e como avaliar os resultados. Por isso, passamos a elaborar o plano através
dos seguintes passos:
Determinação dos objetivos.
Seleção e organização dos conteúdos.
Análise da metodologia de ensino e dos procedimentos adequados.
Seleção de recursos tecnológicos.
Organização das formas de avaliação.
Estruturação do plano de ensino.
Execução do plano
Ao elaborarmos o plano de ensino, antecipamos, de forma organizada, todas
as etapas do trabalho escolar. A execução do plano consiste no desenvolvimento das
atividades previstas.
Na execução, sempre haverá o elemento não plenamente previsto. Às vezes,
a reação dos alunos ou as circunstâncias do ambiente dispensa o planejamento, pois,
uma das características de um bom planejamento deve ser a flexibilidade.
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Avaliação e aperfeiçoamento do plano
Ao término da execução do que foi planejado, passamos a avaliar o próprio
plano com vistas ao replanejamento.
Nessa etapa, a avaliação adquire um sentido diferente da avaliação do ensino-
aprendizagem e um significado mais amplo. Isso porque, além de avaliar os resultados
do ensino-aprendizagem, procuramos avaliar a qualidade do nosso plano, a nossa
eficiência como professor e a eficiência do sistema escolar.
http://www.blogeducacao.org.br/2010/02/como-elaborar-o-plano-de-desenvolvimento-da-escola/
O PLANO DA ESCOLA
O plano da escola é o plano pedagógico e administrativo da unidade, onde se
explicita a concepção pedagógica do corpo docente, as bases teórico-metodológicas
da organização didática, a contextualização social, econômica, política e cultural da
escola, a caracterização da clientela escolar, os objetivos educacionais gerais, a
estrutura curricular, diretrizes metodológicas gerais, o sistema de avaliação do plano,
a estrutura organizacional e administrativa.
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O plano da escola é um guia de orientação para o planejamento do processo
de ensino. Os professores precisam ter em mãos esse plano abrangente, não só para
uma orientação do seu trabalho, mas para garantir a unidade teórico-metodológica
das atividades escolares.
Roteiro para elaboração do plano da escola
Posicionamento sobre as finalidades da educação escolar na sociedade e na
nossa escola
Bases teórico-metodológicas da organização didática e administrativa: tipo de
homem que queremos formar, tarefas da educação, o significado pedagógico-
didático do trabalho docente, relações entre o ensino e o desenvolvimento das
capacidades intelectuais dos alunos, o sistema de organização e administração
da escola.
Caracterização econômica, social, política e cultural do contexto em que está
inserida a nossa escola.
Características socioculturais dos alunos
Objetivos educacionais gerais da escola
Diretrizes gerais para elaboração do plano de ensino da escola: sistema de
matérias – estrutura curricular; critérios de seleção de objetivos e conteúdo;
diretrizes metodológicas gerais e formas de organização do ensino e
sistemática de avaliação.
Diretrizes quanto à organização e a à administração: estrutura organizacional
da escola; atividades coletivas do corpo docente; calendário e horário escolar;
sistema de organização de classes, de acompanhamento e aconselhamento
de alunos, de trabalho com os pais; atividades extraclasse; sistema de
aperfeiçoamento profissional do pessoal docente e administrativo e normas
gerais de funcionamento da vida coletiva.
COMPONENTES BÁSICOS DO PLANEJAMENTO DE
ENSINO
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http://mariadejesusoria.blogspot.com.br/2011/04/definicoes-de-planejamento-plano-e.html
O plano de ensino é um roteiro organizado das unidades didáticas para um ano
ou semestre. É denominado também de plano de curso, plano anual, plano de
unidades didáticas e contém os seguintes componentes: ementa da disciplina,
justificativa da disciplina em relação ao objetivos gerais da escola e do curso; objetivos
gerais; objetivos específicos, conteúdo (com a divisão temática de cada unidade);
tempo provável (número de aulas do período de abrangência do plano);
desenvolvimento metodológico (métodos e técnicas pedagógicas específicas da
disciplina); recursos tecnológicos; formas de avaliação e referencial teórico (livros,
documentos, sites, etc.). Exemplo:
Ementa: É uma descrição discursiva que resume o conteúdo conceitual ou
conceitual/procedimental de uma disciplina.
Justificativa: A justificativa deverá responder a três questões básicas do
processo didático: o por quê? O para quê e o como.
Objetivos: É a descrição clara do que se pretende alcançar como resultado da
nossa atividade. Os objetivos nascem da própria situação: da comunidade, da família,
da escola, da disciplina, do professor e principalmente do aluno. Os objetivos,
portanto, são sempre do aluno e para o aluno.
Os objetivos educacionais ou gerais são as metas e os valores mais amplos
que a escola procura atingir a longo prazo, e os objetivos instrucionais, também
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chamados de específicos, são proposições mais específicas referentes às mudanças
comportamentais esperadas para um determinado grupo-classe.
Para manter a coerência interna do trabalho de uma escola, o primeiro cuidado
será o de selecionar os objetivos específicos que tenham correspondência com os
objetivos gerais das áreas de estudo que, por sua vez, devem estar coerentes com os
objetivos educacionais do planejamento de currículo. E os objetivos educacionais,
consequentemente, devem estar coerentes com a linha de pensamento da entidade
à qual o plano se destina.
Conteúdo: Refere-se à organização do conhecimento em si, com base nas
suas próprias regras. Abrange também as experiências educativas no campo do
conhecimento, devidamente selecionadas e organizadas pela escola. O conteúdo é
um instrumento básico para poder atingir os objetivos.
http://idecomunicacao.com.br/invista-no-marketing-de-conteudo-para-sua-empresa-crescer/
Em geral, os guias curriculares oficiais oferecem uma relação de conteúdo das
várias áreas que podem ser desenvolvidos em cada série. Pode-se selecionar o
conteúdo com base nesses guias. Não devemos esquecer, no entanto, de levar em
conta a realidade da classe. Outros cuidados que devem ser observados na seleção
dos conteúdos:
Devemos delimitar os conteúdos por unidades didáticas, com a divisão temática
de cada uma. Unidade didática são o conjunto de temas inter-relacionados que
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compõem o plano de ensino para uma série ou módulo. Cada unidade didática
contém um tema central do programa, detalhado em tópicos.
Conteúdo selecionado precisa estar relacionado com os objetivos definidos.
Devemos escolher os conhecimentos indispensáveis para que os alunos adquiram
os comportamentos fixados.
Um bom critério de seleção é a escolha feita em torno de conteúdos mais
importantes, mais centrais e mais atuais, com base no programa oficial da matéria,
no livro didático adotado pela instituição.
É importante é o fato de o mestre estar apto a levantar a idéia central do
conhecimento que deseja trabalhar. Para que tal ocorrência se verifique, é
indispensável que o professor conheça em profundidade a natureza do fenômeno
que pretende que seus alunos conheçam.
Conteúdo precisa ir do mais simples para o mais complexo, do mais concreto para
o mais abstrato.
Finalmente faça uma última checagem para verificar:
As unidades formam um todo homogêneo e lógico.
As unidades realmente contêm o conteúdo básico essencial.
O tempo para desenvolver cada unidade é realista.
Os tópicos de cada unidade possibilitam o entendimento da ideia central.
Os tópicos de cada unidade podem ser transformados em tarefas de estudo
para os alunos e em objetivos e habilidades.
Desenvolvimento metodológico ou metodologia de ensino: Procedimentos
de ensino são ações, processos ou comportamentos planejados pelo professor para
colocar o aluno em contato direto com coisas, fatos ou fenômenos que lhes
possibilitem modificar sua conduta, em função dos objetivos previstos (TURRA apud
PILETTI, 2003, p. 67).
Indica o que o professor e os alunos farão no desenrolar de uma aula ou
conjunto de aulas. Sua função é articularem objetivos e conteúdos com métodos e
procedimentos de ensino que provoquem a atividade mental e prática dos alunos
(resolução de situações problemas, trabalhos de elaboração mental, discussões,
resolução de exercícios, aplicação de conhecimentos e habilidades em situações
distintas das trabalhadas em classe, etc.)
O professor, ao organizar as condições externas favoráveis à aprendizagem,
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utiliza meio ou modos organizados de ação, conhecidos como técnicas de ensino. As
técnicas de ensino são maneiras particulares de organizar a atividade dos alunos no
processo de aprendizagem.
O desenvolvimento metodológico de objetivos e conteúdos estabelece a linha
que deve ser seguida no ensino (atividade do professor) e na assimilação (atividade
do aluno) da matéria de ensino.
http://projetual.com.br/conteudo-quais-formatos-devo-usar-nas-redes-sociais/
Ao planejar os procedimentos de ensino, não é suficiente fazer uma listagem
de técnicas que serão utilizadas, como aula expositiva, trabalho dirigido, excursão,
trabalho em grupo, etc. Devemos prever como utilizar o conteúdo selecionado para
atingir os objetivos propostos. As técnicas estão incluídas nessa descrição. Os
procedimentos têm uma abrangência bem mais ampla, pois envolvem todos os
passos do desenvolvimento da atividade de ensino propriamente dita. Os
procedimentos de ensino selecionados pelo professor devem:
Ser diversificados;
Estar coerentes com os objetivos propostos e com o tipo de aprendizagem
previsto nos objetivos;
Adequar-se às necessidades dos alunos;
Servir de estímulo à participação do aluno no que se refere às descobertas;
Apresentar desafios.
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Recursos tecnológicos (didáticos, audiovisuais ou de ensino): As
tecnologias merecem estar presentes no cotidiano escolar primeiramente porque
estão presentes na vida, mas também para:
Diversificar as formas de produzir e apropriar-se do conhecimento.
Serem estudadas, como objeto e como meio de se chegar ao conhecimento, já
que trazem embutidas em si mensagens e um papel social importante.
Permitir aos alunos, através da utilização da diversidade de meios,
familiarizarem-se com a gama de tecnologias existentes na sociedade.
Serem desmistificadas e democratizadas.
Dinamizar o trabalho pedagógico.
Desenvolver a leitura crítica.
Ser parte integrante do processo que permite a expressão e troca dos
diferentes saberes.
Avaliação: Avaliação é o processo pelo qual se determina o grau e a
quantidade de resultados alcançados em relação aos objetivos, considerando o
contexto das condições em que o trabalho foi desenvolvido.
No planejamento da avaliação é importante considerar a necessidade de:
Avaliar continuamente o desenvolvimento do aluno.
Selecionar situações de avaliação diversificadas, coerentes com os objetivos
propostos.
Selecionar e/ou montar instrumentos de avaliação.
Registrar os dados da avaliação.
Aplicar critérios aos dados da avaliação.
Interpretar resultados da avaliação.
Comparar os resultados com os critérios estabelecidos (feedback).
Utilizar dados da avaliação no planejamento.
O feedback deve ser encarado como retro informação para o professor sobre o
andamento de sua atuação. Dessa forma, a avaliação desloca-se do plano da
competição entre professor e aluno, para significar a medida real do conhecimento,
tornando-se assim menos arbitrária.
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HTTP://JOTTACLUB.COM/2015/03/PLANEJAMENTO-DE-VARIAS-MATERIAS-DO-6-AO-9-DE-ACORDO-COM-O-CBC/
PLANO BIMESTRAL
O planejamento do bimestre pode conter uma unidade didática ou mais. É uma
especificação maior do plano de curso. Uma unidade de ensino é formada de assuntos
inter-relacionados. O planejamento bimestral das unidades didáticas também inclui
objetivos, conteúdos, etc. Em princípio, deve ser planejado ao final do bimestre, ou
período que o antecede, pois esta lhe servirá de base ou apoio. Isto significa que os
bimestres ou unidades serão planejadas ou replanejadas ao longo do curso.
EXEMPLO DE PLANO BIMESTRAL
PROGRAMA 1º BIMESTRE
CURSO:
DISCIPLINA: PROFESSORA:
TURNO: CARGA HORÁRIA: horas/aula
SÉRIE: TURMA:
ANO:
OBJETIVOS
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PROGRAMA
CONTEÚDOS Nº
AULAS
ENCAMINHAMENTO
METODOLÓGICO
AVALIAÇÃO
RECURSOS TECNOLÓGICOS
REFERENCIAL TEÓRICO
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
PLANEJAMENTO DE AULA OU PLANO DE AULA
http://amigadapedagogia.blogspot.com.br/2010/03/planejamento-escolar-muito-mais-que-um.html
25
A aula é a forma predominante de organização didática do processo de ensino.
É na aula que organizamos ou criamos as situações docentes, isto é, as condições e
meios necessários para que os alunos assimilem ativamente conhecimentos,
habilidades e desenvolvam suas capacidades cognoscitivas.
O plano de aula é o detalhamento do plano de ensino. As unidades didáticas e
subunidades (tópicos) que foram previstas em linhas gerais são agora especificadas
e sistematizadas para uma situação didática real. A preparação da aula é uma tarefa
indispensável e, assim como o plano de ensino, deve resultar num documento escrito
que servirá não só para orientar as ações do professor como também para possibilitar
constantes revisões e aprimoramentos de ano para ano. Em todas as profissões o
aprimoramento profissional depende da acumulação de experiências conjugando a
prática e a reflexão criteriosa sobre a ação e na ação, tendo em vista uma prática
constantemente transformadora para melhor.
Na elaboração do plano de aula, deve-se levar em consideração, em primeiro
lugar, que a aula é um período de tempo variável. Dificilmente completamos numa só
aula o desenvolvimento de uma unidade didática ou tópico de unidade, pois o
processo de ensino e aprendizagem se compõe de uma sequência articulada de
fases:
Preparação e apresentação dos objetivos, conteúdos e tarefas.
Desenvolvimento da matéria nova.
Consolidação (fixação, exercícios, recapitulação, sistematização).
Síntese integradora e aplicação.
Avaliação.
Isto significa que não devemos preparar uma aula, mas um conjunto de aulas.
http://www.fbvcursos.com.br/Lista_de_Cursos_FBV.htm
26
Modelo de José Carlos Libâneo (Pedagogia crítico-social dos conteúdos):
Escola: Disciplina: Data:
Série: Professor:
Unidade didática:
Objetivos
Específicos
Conteúdos Nº aulas Desenvolvimento
Metodológico
Preparação:
Introdução do assunto:
Desenvolvimento e estudo
ativo do assunto:
Sistematização e aplicação:
Tarefas para casa:
Avaliação:
Referencial teórico:
Modelo de Nelson Piletti:
28
O CU RRÍCULO ESCOLAR
http://elizangelapedagoga.blogspot.com.br/p/curriculo-escolar.html
O Currículo Escolar é um elemento importante para o planejamento do
professor, pois pode organizar os conteúdos e as atividades, contudo ele é um recurso
para o educador e não uma lei rígida ou um mandamento a ser seguido
metodologicamente, ele pode ser usado como um norte para a práxis pedagógica,
com flexibilidade de ajustes para melhor atender as necessidades dos educandos.
Sendo que, cada instituição pode construir o seu currículo, ou este fazer parte da rede
escolar, podendo usar os livros didáticos no auxilio desta construção.
A origem da palavra currículo – currere (do latim) – significa carreira, por isso
ele é uma caminhada dentro do processo ensino e aprendizagem, que vai ajustando
os conteúdos a realidade dos educandos. Ele não é único no nosso país, mas os
Parâmetros Curriculares Nacionais oferecem uma sugestão, uma forma de definição
das disciplinas e distribuição dos conteúdos entre os componentes curriculares
propostos. Devido à dimensão territorial e à diversidade cultural, política e social do
país, nem sempre os Parâmetros Curriculares chegam às salas de aula.
Não se separa conteúdos de processo de instrução, ou seja, ação em desenvolvê-lo
em consonância com atividades práticas.
Segundo Sacristàn (1998), sem conteúdo não há ensino qualquer projeto
educativo acaba se concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos
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sujeitos que se educam (...) quando há ensino é porque se ensinam algo ou se ordena
o ambiente para que alguém aprenda algo (...) a técnica de ensinar não pode
preencher todo o discurso didático evitando problemas para o conteúdo colocado.
Assim, a educação pode ser compreendida como sendo uma atividade
expressa de formas distintas onde tanto o conteúdo programático e a didática usada
possam transformar o currículo em uma ação que produza a aprendizagem.
Defini-lo não é uma tarefa muito fácil, mas é importante na produção de novas
subjetividades no mundo contemporâneo. Daí o entendimento do currículo escolar
como um caminho, um curso ou uma listagem de conteúdos que devem ser seguidos
(GOODSON, 2005).
Nessa perspectiva, o termo está intimamente vinculado à ideia de
sequencialidade e de prescrição. Em relação à ideia de transitoriedade Silva (2005)
diz que: Uma história do currículo tem que ser uma história social do currículo,
centrada numa epistemologia social do conhecimento escolar, preocupada com os
determinantes sociais e políticos do conhecimento educacionalmente organizado.
Enfim, tem que descobrir quais conhecimentos, valores e habilidades eram
considerados verdadeiros e legítimos numa determinada época, assim
como determinar de que forma essa validade e legitimidade foram estabelecidas.
(SILVA 2005, p.10-11)
Em Silva (2005) encontra-se a ideia de vários currículos constroem sujeitos
também diferentes sendo diferenças sociais: Diferentes currículos produzem
diferentes pessoas, mas naturalmente essas diferenças não são meras diferenças
individuais, mas diferenças sociais, ligadas à classe, à raça, ao gênero. Dessa forma,
uma história do currículo não deve ser focalizada apenas no currículo em si, mas
também no currículo como fator de produção de sujeitos dotados de classe, raça,
gênero. Nessa perspectiva, o currículo deve ser visto não apenas como a expressão
ou a representação ou o reflexo de interesses sociais determinados, mas também
como produzindo identidades e subjetividades sociais determinadas. O currículo não
apenas representa, ele faz. É preciso reconhecer que a inclusão ou a exclusão no
currículo tem conexões com a inclusão ou exclusão na sociedade. (SILVA, 2005, p.10)
30
CURRÍCULO ESCOLAR: LIMITES E POSSIBILIDADES
http://www.blahcultural.com/dia-das-criancas-dicas-de-livros-para-ler-com-garotada/
Podemos dizer que ensinar, uma das funções essenciais da escola, é promover
a “transposição didática” de conhecimentos, um processo que torna os saberes
“ensináveis, exercitáveis e passíveis de avaliação” e em que é possível distinguir três
fases de transformação:
1ª - da cultura extraescolar para o currículo formal;
2ª - do currículo formal para o currículo real;
3ª - do currículo real para a aprendizagem efetiva (PERRENOUD, 1993, p. 25).
E para que isso se realize, a escola precisa construir um currículo que:
- Concilie os conhecimentos científicos que presidem a produção moderna e o
exercício da cidadania plena, a formação ética e a autonomia intelectual, as
competências cognitivas e as sociais, o humanismo e a tecnologia;
- Considere as múltiplas interações entre os conteúdos das disciplinas e a abertura e
a sensibilidade para identificar as relações entre escola e vida pessoal e social, entre
o aprendido e o observado, entre o aluno e o objeto do conhecimento e entre a teoria
e suas consequências e aplicações práticas como pressupostos decisivos de sua
organização;
- Reconheça a linguagem como elemento primordial para a constituição dos conceitos,
relações, condutas e valores, o conhecimento como construção coletiva e a
31
aprendizagem como mobilizadora de afetos, emoções e relações humanas (COLL,
1997);
- Selecione o que de fato é relevante e consistente no conjunto extraordinário de
conhecimentos hoje disponível, o que impõe à escola o compromisso de propiciar ao
professor o desenvolvimento da capacidade de ‘mapear’ os conhecimentos relevantes
na escala adequada às necessidades e possibilidades dos alunos.
Ora, essa tarefa reconhecidamente não é fácil. E uma das maiores dificuldades
para a sua realização está na prescrição, na maioria das escolas, de um currículo legal
e formal que reproduz uma colcha de retalhos de informações descontextualizadas e
fragmentadas, moldada por uma tradição pedagógica anacrônica e inócua, para dizer
o mínimo.
É como se desejássemos ajudar uma pessoa a visitar algum lugar maravilhoso
que conhecemos há muito tempo. Para orientá-la, desenhamos um mapa. Porém,
nosso mapa se baseia em informações ultrapassadas e desfocadas, engavetadas em
algum canto poeirento da memória. É pouco provável que este mapa seja eficaz. O
terreno mudou. As referências são outras. Muitas indicações não existem mais,
enquanto outras surgiram alterando o panorama. Precisamos estudar novamente a
área e promover um levantamento atualizado antes de criar um mapa útil, capaz de
servir de orientação segura em um terreno que não apenas pode ter mudado sua
aparência externa, mas sua própria natureza.
http://tiposeobjetivosdocurriculoescolar.blogspot.com.br/2012/09/curriculo-escolar.html
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O currículo escolar é um mapa ainda mais especial, pois, à parte essa função
Cartográfica básica, deve fornecer orientações sobre um território desconhecido na
ocasião em que está sendo desenhado.
A escola não pode mais fixar sua visão no dedo que aponta, mas olhar para
Aquilo que o dedo aponta: uma constelação de novos conhecimentos que, além de
representar o recurso mais importante do mundo contemporâneo, é uma das
instâncias em que a solidariedade se realiza como um dos elos mais fortes entre os
membros da espécie humana, o que exige a reflexão sobre o próprio conhecimento,
atitude que nos compromete e constitui, em última análise, o fundamento de toda
ética.
https://cdctecno.wordpress.com/2013/10/10/mapa-conceitual-do-curriculo-escolar/
Por isso, pensamos uma organização curricular orientada por:
(1) uma visão orgânica do conhecimento, coerente com essa metamorfose da
racionalidade, caracterizada por uma abordagem renovada e renovadora que trate os
conteúdos escolares e as situações de aprendizagem de modo a destacar as múltiplas
interações entre as disciplinas do currículo.
O processo de reflexão, conforme nos propõe Kemmis, implica “a imersão
consciente do homem no mundo de sua experiência [...] carregado de conotações
valore, intercâmbios simbólicos, correspondências afetivas, interesses sociais e
cenários políticos. ” Além disso, a reflexão:
33
- Expressa uma orientação para a ação e se refere às relações historicamente
situadas entre pensamento e a ação;
- Pressupõe relações sociais;
- Expressa e serve interesses particulares de natureza humana, política, cultural e
social;
- Reproduz ou transforma ativamente práticas ideológicas;
- É uma prática que exprime o poder de reconstrução social (NÓVOA, 1992)
(2) uma abertura e uma sensibilidade capazes de reconhecer o nexo entre o
conhecimento e os contextos contemporâneos da vida social e pessoal.
O currículo é por natureza uma rede de sentidos capaz de estabelecer uma
relação ativa entre o aluno e o objeto do conhecimento e de relacionar, dialeticamente,
o aprendido com o observado, a teoria com suas consequências e aplicações práticas.
Mas um grande obstáculo se interpõe: a realidade imediata, na medida em que
a educação escolar incorpora uma rotina metodológica conservadora muito resistente
que considera os objetos isolados e estáticos, plenamente construídos e definitivos.
Portanto, grande parte dos problemas decorre não apenas de eventuais deficiências
do conhecimento científico ou da sua organização histórica, mas, sobretudo, da
própria realidade (DEMO,1998).
http://slideplayer.com.br/slide/292459/
34
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SACRISTÁN, J.G. O Currículo: uma Reflexão sobre a Prática. Porto Alegre: Artes
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37
LEITURA COMPLEMENTAR
DISPONÍVEL EM: http://gestaoescolar.org.br/aprendizagem/projeto-escola-sustentavel-544933.shtml
ACESSO EM: 03/09/2016
AUTOR: Paulo: Libertad,
Projeto: Escola sustentável
Objetivos
Geral: Implantar práticas sustentáveis na escola.
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Para a direção, a coordenação pedagógica, os professores e os
funcionários: Identificar e promover atitudes sustentáveis no coletivo e,
individualmente, agir coerentemente com elas.
Para os alunos: Desenvolver atitudes diárias de respeito ao ambiente e à
sustentabilidade, apoiadas nos conteúdos trabalhados em sala de aula.
Para a comunidade do entorno: Ampliar o interesse por projetos ambientais
e se integrar em sua organização e implantação.
Conteúdos de Gestão Escolar
Administrativo: Levantamento da demanda dos recursos naturais que entram
na escola (água, energia, materiais e alimentos), dos resíduos e da situação
estrutural do edifício (instalações elétricas e hidráulicas).
Comunidade: Envolvimento na questão ambiental, com construção de novas
práticas e valores e a realização de interferências na paisagem.
Aprendizagem: Desenvolvimento de habilidades que contemplem a
preocupação ambiental nos âmbitos de energia, água, resíduos e
biodiversidade.
Material necessário
Contas de luz e água, plantas do projeto da escola, planilhas para a anotação de
dados sobre o consumo de recursos naturais, cartazes de papel reciclado para a
confecção de avisos sobre desperdício, papeis para mapas e croquis e material
escolar em geral.
Desenvolvimento
1ª etapa - Planejamento em equipe
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Reúna os funcionários e inicie uma conversa sobre a importância de criar um ambiente
voltado à sustentabilidade ambiental. Proponha a formação de grupos que avaliarão
como a escola lida com os recursos naturais, o descarte de resíduos e a manutenção
de áreas verdes ou livres de construção. É importante que a composição das equipes
esteja acordada por todos, assim haverá motivação e interesse. Você, gestor, pode
organizar a formação dos grupos, estimar os tempos e objetivos das tarefas e sugerir
parcerias. Por exemplo, funcionários da secretaria que cuidam da compra de
alimentos podem atuar com a equipe da cozinha.
2ª etapa - Diagnóstico inicial
Oriente cada grupo a fazer uma avaliação atenta do assunto escolhido. Por exemplo,
a equipe que analisará o uso da energia deve levantar informações sobre a
distribuição de luz natural, os períodos e locais em que a energia artificial fica ligada,
as luminárias usadas e a sobrecarga de tomadas. Já o grupo que cuidará da água
levantará o consumo médio na escola e verificará as condições de caixas-d’água,
canos e mangueiras. No fim, os resultados devem ser compartilhados com a
comunidade escolar.
3ª etapa - Implantação
Com base no diagnóstico inicial, monte com os grupos um projeto que contemple os
principais pontos a serem trabalhados. Algumas soluções são:
Energia - Incentivar a todos, com conversas e avisos perto de interruptores, a
desligar a energia quando houver luz natural ou o ambiente estiver vazio;
efetuar a troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes, mais
econômicas e eficientes, e fazer a manutenção periódica de equipamentos
como geladeiras e freezers.
Água - Providenciar o conserto de vazamentos e disseminar, com lembretes
nas paredes, a prática de fechar torneiras durante a lavagem da louça, a
40
escovação dos dentes e a limpeza do edifício. Se houver espaço e recursos,
construir cisternas é uma boa opção para coletar a água da chuva, que pode
servir para lavar o chão e regar áreas verdes.
Resíduos - Caso não haja coleta seletiva pelo serviço público, deve-se buscar
parcerias com cooperativas de catadores. Além disso, é possível substituir,
sempre que possível, sulfite, cartolina, isopor e EVA por papel Kraft reciclado e
trocar o cimento pela terra prensada na construção de alguns equipamentos,
como bancos no jardim. Outras iniciativas: manter compoteiras para a
destinação do lixo orgânico e a produção de adubo, implantar programas contra
o desperdício de comida e promover o uso e o descarte corretos dos produtos
de limpeza.
Biodiversidade - Investir no aumento da superfície permeável e de áreas
verdes cria espaços para o desenvolvimento de espécies animais e vegetais,
além de refrescar o ambiente, diminuir a poeira e aumentar a absorção de água
da chuva.
4ª etapa - Definição de conteúdo disciplinares
Em reuniões com coordenadores e professores, levante os conteúdos pedagógicos
que podem receber o apoio do projeto ao ser trabalhados em sala, como:
A importância da água para a vida na Terra;
O desenvolvimento dos vegetais;
A dinâmica da atmosfera terrestre;
As transformações químicas;
Os tipos de poluição;
Os combustíveis renováveis e não-renováveis;
As cadeias alimentares;
Os ciclos do carbono e do nitrogênio;
A importância dos aquíferos;
O estudo das populações, entre outros.
41
5ª etapa - Sensibilização da comunidade
Para aproximar as famílias e permitir que elas também apliquem as ações
sustentáveis do projeto em seu dia a dia, é preciso envolvê-las desde o início. Nesse
sentido, o diretor pode convocá-las a participar de reuniões e eventos sobre o tema,
expor as mudanças implantadas na escola em painéis, apresentar as reduções nas
contas de água e de luz e convidá-las a ver de perto a preocupação ambiental aplicada
nos diferentes locais da escola.
6ª etapa - Manutenção permanente das ações
Acompanhe o andamento das mudanças, anotando os resultados e as pendências.
Reúna os envolvidos para fazer as avaliações coletivas das medidas adotadas. Não
hesite em reforçar os princípios do projeto sempre que julgar necessário e procure
levar em consideração novas sugestões e soluções propostas por alunos, educadores
ou famílias. É importante ter em mente que essa manutenção deve ser permanente e
não apenas parte isolada do projeto.
Avaliação
Retome os objetivos do projeto, recordando o que a escola espera alcançar, e questione se eles foram atingidos, total ou parcialmente. Monte uma pauta de avaliação sobre cada item trabalhado e retome aqueles que merecem mais aprofundamento. Avalie também o envolvimento da equipe e dos alunos, se todos estão interessados na questão ambiental e se eles mudaram as atitudes cotidianas em relação ao desperdício.
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ARTIGO PARA REFLEXÃO
DISPONÍVEL EM:http://www.ensinosaudeambiente.uff.br/index.php/ensinosaudeambiente/article/viewFile/39/39
AUTOR: Marilyn A. Errobidarte de Matos
ACESSO EM: 03/09/2016
A METODOLOGIA DE PROJETOS, A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
Marilyn A. Errobidarte de Matos
CCET -Mestrado em Ensino de Ciências - Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul
Resumo
Este trabalho é produto de uma investigação sobre metodologia de projetos e
aprendizagem significativa, tendo como objetivo viabilizar uma aprendizagem
significativa de conceitos inerentes às Ciências no contexto da Educação Ambiental.
Neste artigo, descreve-se uma metodologia de projeto de trabalho desenvolvida para
a “comemoração” do dia mundial do meio ambiente em uma escola municipal em
43
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, envolvendo alunos de sétimos e oitavo ano do
ensino fundamental. Os resultados demonstraram que a metodologia empregada foi
eficiente para que ocorresse aprendizagem significativa nos alunos.
Palavras Chave: metodologia de projetos, aprendizagem significativa, educação
ambiental
Abstract
This work is a product of investigation on project methodology and Ausubel meaningful
learning, with the aim of achieving a meaningful learning of inherent to science
concepts in the Environmental Education context. In this article, it describes a
methodology for projects of work developed for the "celebration" of the World
Environment Day in a municipal school in Campo Grande, Mato Grosso do Sul,
involving students of seventh and eighth years of the basic education. The results
showed that the methodology used was efficient to have meaningful learning by
students.
Key words: project methodology, meaningful learning, environmental education
INTRODUÇÃO
No início do séc. XX, diante das novas necessidades de aprendizagem dos
educandos no cotidiano escolar, os filósofos John Dewey e William Heard Kilpatrick,,
propuseram uma nova concepção de educação - a Pedagogia Ativa (atual Pedagogia
de Projetos), que em síntese, versava sobre uma prática pedagógica onde o aluno
era sujeito de seu próprio conhecimento, embasado pela aplicação de projetos no
contexto escolar, visando evidenciar as experiências de vida adquiridas. (LEITE,
44
1996). Sendo assim, o método de projetos, na visão desses dois filósofos, é tido como
a base para a luta por uma educação progressista. No Brasil a discussão sobre
pedagogia de projetos iniciou-se na década de 30, com Anísio Teixeira e Lourenço
Filho, ambos idealistas da Escola Nova.
Hoje essa concepção de educação recebe denominações variadas, tais como:
projetos de trabalho, metodologia de projetos, metodologia de aprendizagem por
projetos e pedagogia de projetos e tem como principais estudiosos César Coll, Josette
Jolibert e Fernando Hernández. Apesar de várias denominações, essa concepção de
educação, independente do nome, versa sobre a importância de se considerar a
participação ativa do educando no processo ensino-aprendizagem através da
pesquisa. Haja vista que sua prática significa "uma maneira de entender para
compreensão, o que implica um processo de pesquisa que tenha sentido através de
diferentes estratégias de estudo. Projeto é uma concepção de como se trabalha a
partir de pesquisa" (HERNÁNDEZ, 1998)
A ideia fundamental dos projetos como forma de organizar os conhecimentos
escolares e que os alunos se iniciem na aprendizagem de procedimentos que lhes
permitam organizar as informações, descobrindo as relações que podem ser
estabelecidas a partir de um tema ou um problema. O professor é um facilitador,
favorece, recolhe e interpreta as contribuições dos alunos, no entanto, é ser ativo,
criativo e crítico que contrasta as suas intenções com sua prática.
Segundo Dewey, um projeto prova ser bom se for suficientemente completo para
exigir uma variedade de respostas diferentes dos alunos e permitir, a cada um, trazer
uma contribuição que lhe seja própria e característica. Essas respostas são
resultadas de uma aprendizagem significativa de conceitos, adquirida pelo aluno
durante o processo de ensino e aprendizagem (GERIR, 2003). Numa abordagem
construtivista Ausubeliana, a aprendizagem significativa caracteriza-se pela interação
entre o novo conhecimento e o conhecimento prévio. Nesse processo, que é não-
literal e não arbitrário, o novo conhecimento adquire significados para o aprendiz e o
conhecimento prévio fica mais rico, mais diferenciado, mais elaborado em termo de
significados, e adquire maior estabilidade. (MOREIRA, 1999)
45
Este trabalho é o produto de uma investigação sobre metodologia de projetos e
aprendizagem significativa, tendo como objetivo viabilizar uma aprendizagem
significativa de conceitos inerentes as Ciências no contexto da Educação Ambiental.
Trataremos aqui fundamentalmente da metodologia de projetos de trabalho
desenvolvida para a “comemoração” do dia mundial do meio ambiente em uma escola
municipal em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, envolvendo alunos de sétimos e
oitavos anos do ensino fundamental.
O projeto focalizado partiu da necessidade de se desenvolver na escola atividades
significativas em datas pontuais, considerando que as datas comemorativas são
previstas no calendário escolar e normalmente são comemorações isoladas e
descontextualizadas, apenas lembrando algum fato, e na maioria das vezes se torna
“festa”, sendo o aluno sujeito passivo no processo.
METODOLOGIA
Participaram desta pesquisa 52 alunos de duas salas de sétimos anos e 25 alunos
de oitavo ano, do ensino fundamental de uma escola municipal da cidade de Campo
Grande MS. As atividades desta pesquisa foram desenvolvidas durante o período de
quatro semanas, abrangendo duas aulas semanais de 60 minutos (em cada turma),
no primeiro semestre do ano letivo de 2007, sua estrutura envolveu seis etapas:
i) abrangência do tema;
ii) escolha dos subtemas;
iii) problematização;
iv) Pesquisa, sistematização e
produção;
v) Divulgação dos resultados;
vi) vi) avaliação
46
Na primeira etapa, Abrangência do tema, fez-se uma reunião com cada sala,
começando com uma breve apresentação sobre o dia mundial do meio ambiente, e
solicitou-se aos alunos que se manifestassem sobre o que sabiam a respeito de meio
ambiente.
A segunda etapa, escolha dos subtemas, as salas foram divididas em grupos de até
5 alunos, e então cada grupo propôs um subtema para pesquisar, nessa etapa o
professor deixou claro que os conteúdos trabalhados seriam os previstos nas
Diretrizes Curriculares, portanto os conteúdos seriam adequados ao subtema e este
ao tema meio ambiente.
Na terceira etapa, problematização, os alunos expressaram suas ideias, crenças,
conhecimentos e questões sobre o subtema escolhido. Terminada a etapa de
problematização, iniciamos a quarta etapa, pesquisa, sistematização e produção,
nesta fez-se necessário a mediação do professor, pois aqui os alunos desenvolveram
os questionamentos elaborados na problematização.
A última etapa, avaliação, os alunos foram avaliados durante todo o processo,
utilizou-se também uma avaliação coletiva e também uma auto avaliação.
Para se obter a interpretação dos dados utilizou-se da pesquisa qualitativa, e os
instrumentos de avaliação utilizados foram: observação, análise e teste. A
metodologia aqui descrita foi desenvolvida nas aulas de Ciências, tendo sua
culminância (divulgação dos resultados) no dia mundial do meio ambiente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Iniciando a primeira etapa com uma discussão, procurou-se coletar as concepções
sobre meio ambiente e também os conhecimentos prévios dos alunos. Nesta etapa
ficou evidente que a maioria tinha uma visão antropocêntrica de meio ambiente. Já
nesta etapa optou-se por iniciar os alunos na pesquisa, eles então teriam que procurar
em diferentes fontes definições de meio ambiente e apresentar para o professor e os
47
colegas. Com a apresentação de várias definições de meio ambiente, algumas ainda
equivocadas, o professor mediou a discussão e os equívocos foram desfeitos.
Na segunda etapa, os subtemas escolhidos pelo sétimo ano A foram: Dengue e
Leishmaniose, no sétimo ano B: poluição atmosférica, sonora, visual, do solo e das
águas e no oitavo ano: transgênicos, agricultura sustentável, agrotóxicos,
aproveitamento dos alimentos e lixo orgânico. Nesta etapa, o professor aproveitou a
experiência social dos alunos para discutir aspectos da realidade e possibilitar o
confronto entre as suas próprias visões de mundo com outras visões de mundo,
efetuar trocas de experiências entre o grupo, fazer análises de suas concepções sob
outros pontos de vista, provocando, assim, o questionamento de suas próprias ideias
e atitudes. Foi uma maneira de desafiá-los a atuarem como sujeitos ativos de sua
aprendizagem. Na etapa de problematização, surgiram perguntas, como exemplos
do sétimo ano A: a) a Dengue e a Leishmaniose são doenças que ocorrem em todos
os países? b). Elas são doenças ligadas à falta de preservação ambiental? c) A
educação ambiental pode mudar o quadro da Dengue? d). Temos mesmo que
sacrificar os cães com Leishmaniose? e). Essas doenças sempre existiram? f) O
desmatamento contribui para a proliferação dos mosquitos? g) São os mesmos
mosquitos?
Algumas perguntas que surgiram no sétimo ano B: a). Como podemos definir
poluição atmosférica? b) O que é considerado poluição? c). Quando eu posso
considerar poluição sonora? d) O que mede o som? e). Existe alguma legislação
sobre poluição sonora? f) O que é poluição visual? g) A poluição do solo pode ser
provocada pela natureza ou só é considerada poluição quando o homem atua?
Alguns questionamentos do oitavo ano: a) O que é agricultura sustentável? b). Uma
agricultura sustentável beneficia o meio ambiente? c) O que é agrotóxico? d). Existe
agrotóxico que mata só um tipo de praga? e). Os agrotóxicos são tóxicos para as
pragas e/ou para o homem? f) O que são transgênicos? g). Os alimentos
industrializados que tem transgênicos em sua composição especificam o uso destes
nos rótulos? h). Podemos comer transgênicos sem saber? i). É verdade que os
transgênicos causam câncer? j). Podemos relacionar alimentação com meio
ambiente? l) O que é lixo orgânico? m). Como podemos aproveitar o lixo orgânico?
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Com a disponibilidade de um laboratório de informática na escola, com internet, a
maioria das pesquisas foi feita nesse meio, no entanto alguns contribuíram trazendo
para a sala livros, revistas e panfletos, principalmente relacionados à Dengue, já que
a cidade de Campo Grande teve sérios problemas com grande número de casos
positivos. Percebeu-se que os alunos tinham dificuldade em selecionar as
informações da internet, um dado importante nesta etapa é a intervenção do
professor, que traz maior riqueza às discussões e o seu confronto favorece o exercício
da autonomia e da responsabilidade no educando, pois dele depende sua própria
aprendizagem.
Divulgação dos Resultados
A divulgação dos resultados do Projeto de Trabalho tem como objetivo socializar o
conhecimento produzido pelo grupo, neste caso, a divulgação foi no dia mundial do
meio ambiente (05 de junho). Muitas são as formas de divulgar o trabalho, no entanto,
optou-se em respeitar os limites de cada indivíduo, assim como suas habilidades.
O sétimo ano A produziu um teatro de fantoches sobre a Leishmaniose (Fig. 1), no
texto ficou evidente a aprendizagem significativa de conceitos, ou seja, as palavras
combinam-se comumente para formar sentenças e constituir proposições que
representam realmente conceitos e não objetos. Esse tipo de aprendizagem é
substantivo, ou seja, o conteúdo aprendido de uma forma significativa é explicado
com suas próprias palavras (Ausubel et al,1980). Nele os alunos relacionaram vários
conceitos novos com fatos cotidianos.
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Figura 1 – Teatro de fantoches Figura 2 –
Maquete sobre a Dengue
Um outro grupo da mesma série produziu uma maquete (Fig.2) representando um
bairro com vários locais propícios ao desenvolvimento das larvas do Aedes aegypti.
O mais significativo nesse trabalho foi a preocupação dos alunos em reforçar os
cuidados com o ambiente, em cada ponto da maquete tinha um “outdoor” com
informações sobre a Dengue.
O Roletrando sobre a Dengue e Leishmaniose (Fig.3), foi um jogo desenvolvido com
perguntas e respostas, nesse jogo o jogador rodava uma roleta que indicava se a
pergunta seria sobre a Dengue ou a Leishmaniose, respondia-se a pergunta, em caso
de acerto, marcava-se um ponto e ganhava-se o direito de jogar novamente. Em caso
de erro, dever-se-ia passar a vez para o outro jogador. Para elaborar as perguntas e
as respostas do jogo, os alunos necessariamente tiveram que associar vários
conceitos, propor uma hierarquia destes, comparar as informações e expressar os
significados de diversas maneiras.
Figura 3 – Roletrando Figura 4 – Jogo tipo trilha
O sétimo ano B produziu um jogo de tabuleiro tipo trilha (Fig. 4) sobre a poluição,
com perguntas e respostas relacionadas aos vários tipos de poluição. Um jogo de
Joken-pô com as mesmas regras deste, mas com um enfoque sobre a poluição
atmosférica e várias maquetes demonstrativas, comparando ambientes preservados
e poluídos foram também elaborados. Além disso, um outro grupo escreveu uma peça
de teatro abordando a poluição sonora. Na representação teatral, vários assuntos
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foram abordados, como a legislação, o respeito ao outro, a unidade de medida do
nível sonoro (decibel) dB etc. O assunto abordado merece destaque porque foi o que
mais gerou dúvidas nos alunos, sendo que estas foram sanadas durante o processo
de pesquisa e escrita da peça.
Figura 5 – Lixos orgânicos figura 6 Cartazes sobre alimentação
Os alunos do oitavo ano produziram vários cartazes, textos e uma seleção de lixos
orgânicos. Essa série apresentou uma discussão bem elaborada em sala de aula,
onde cada grupo apresentou seu trabalho, permitindo-se ser questionado pelos
colegas, potencializando, dessa forma, o aprendizado.
Para medir a eficiência da metodologia, aplicou-se um teste com questões
dissertativas em todas as séries, onde os conceitos aprendidos durante o
desenvolvimento do projeto foram aplicados em várias situações diferentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A metodologia de projetos rompe com o tradicionalismo do ensino, apontando para
um professor mais reflexivo, com uma postura pedagógica que reflete uma concepção
de conhecimento como produção coletiva. Essa concepção de ensino permite ao
aluno “testar” seu aprendizado ao longo do projeto, ele mesmo reconstrói seus
conceitos a cada etapa, relacionando o novo com ideias preexistentes na sua
estrutura cognitiva e transformando os conceitos em proposições. O teste demonstrou
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que a metodologia de projetos foi eficiente para que ocorresse aprendizagem
significativa nos alunos.
Percebeu-se também o desenvolvimento da autonomia nos alunos à medida que
pesquisavam em fontes diversas, bem como o interesse em buscar respostas aos
questionamentos, sem a solicitação do professor. Também a autonomia do professor,
que ao assumir um projeto deixa de seguir o currículo “engessado” que é comum nas
escolas.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Adilson Beatriz (UFMS) pelas sugestões e à Fundação de Apoio ao
Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul,
(FUNDECT) pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUSUBEL, D; Novak, J; Hanesin, Helen; Psicologia Educacional. Rio de Janeiro.
Editora Interamericana Ltda. 1980.
GERIR, Pedagogia de Projetos, Salvador, v.9, n.29, p.17-37, jan. /fev.2003.
Disponível em: http://www.liderisp.ufba.br/modulos/pedagproj.pdf. Acesso em 21 de
set. 2007
HERNANDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por
projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998.
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LEITE, L. H. A.; OLIVEIRA, M. E. P. de; MALDONADO, M. D. Projetos de trabalho.
In: BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação à
Distância. Diários: projetos de trabalho. Brasília: MEC/SEED, 1998. p. 57-98.
(Cadernos da TV Escola. PCN na Escola; n. 3). Disponível em:
http://www.mec.gov.br/seed/tvescola/pdf/diarios.pdf. Acesso em: 21 de set. 2007.
MOREIRA, Marco Antônio, Aprendizagem Significativa. Brasília. Editora da UnB,
1999