Post on 18-Jan-2016
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
DISCIPLINA:
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
MERCADO DE CAPITAIS
Prof. SAULO FABIANO AMÂNCIO VIEIRA
LONDRINA
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CAPITULO 1 – ORIGEM DA MOEDA E INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
1.1 Atividade Econômica
Nesta unidade será valer-se-á de alguns conceitos macroeconômicos para analisar
o fluxo circulatório da renda que uma nação gera e suas repercussões no mercado
de capitais.
Identificação dos agentes econômicos
Os agentes econômicos são os responsáveis diretos pelas ações econômicas que
desenvolvem no sistema e podem ser divididos em:
� Famílias – engloba todos os tipos de unidades domésticas, unipessoais ou
familiares, com ou sem laços de parentesco, empregados ou não, que
formam o potencial de recursos para o processamento de atividades
produtivas e os que recebam transferências pagas pela previdência social a
outras entidades.
� Empresas – são os agentes econômicos para os quais convergem os
recursos da produção disponíveis. Reúnem-se as produtoras do setor
primário (agricultura), secundário (indústria) e terciário (serviços).
� Governo – é um agente coletivo que contrata diretamente o trabalho de
unidades familiares e que adquire uma parcela da produção das empresas
para proporcionar bens e serviços úteis a sociedade como um todo. Suas
receitas resultam do sistema tributário.
� Setor externo – envolve as transações econômicas entre unidades
familiares, empresas, e governo do país com agentes de outros países.
Bens e Serviços
� De capital – são os bens utilizados na fabricação de outros bens e serviços,
mas não desgastam totalmente no processo produtivo. Ex. máquinas,
estradas, etc.
� De consumo – destinam-se à satisfação direta das necessidades humanas.
Dividem-se em Bens de consumo duráveis (automóvel, geladeira) e Bens de
consumo não-duráveis (alimentação, roupas).
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� Intermediários – são os bens transformados ou agregados na produção de
outros bens e são consumidos totalmente no processo produtivo, ou seja,
necessitam transformar-se para se tornar bens de consumo. Ex. trigo, minério
de ferro.
Fatores de produção
� Trabalho – constitui-se de todas as pessoas disponíveis para trabalhar. É o
principal fator de produção.
� Terra – são os elementos naturais disponíveis, ou seja, incorporável às
atividades econômicas.
� Capital – compreende o conjunto das riquezas acumuladas pela sociedade
(fábricas, edifícios, máquinas, escolas, hospitais) e é com elas que a
população ativa se equipa para exercício das atividades de produção.
O fluxo circular de renda inicia-se com a participação dos agentes, famílias e
empresas. Os primeiros detêm os fatores de produção que são utilizados pelas
empresas por determinado preço. Posteriormente as famílias consomem os bens de
consumo.
Em sociedades que possuem economia em equilíbrio a renda não é consumida
integralmente, e essa parte que não é consumida chama-se poupança.
Poupança pode ser considera a parcela de renda não consumida. Tal parcela se dá
em função dos seguintes fatores: capacidade de poupar dos agentes; desejo de
poupar e oportunidade de poupar. Esta poupança pode ser aplicada em atividades
produtivas através da realização de investimentos, ou seja, aplicação de recursos
em algo lucrativo que aumenta seu estoque de riqueza.
A atividade econômica apresenta descompassos temporais em seus fluxos de
recebimentos e pagamentos que geram aos sujeitos econômicos excessos de
liquidez ou necessidade de liquidez a investir/financiar durante um período de
tempo. Devido a isto é necessária a existência de alguns mecanismo que permita a
transferência de recursos de unidades econômicas com superávit de liquidez a
unidades econômicas com necessidade de liquidez.
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Assim, tem-se que a existência de bens destinados à acumulação nos leva à
necessidade da utilização dos intermediários financeiros, e com isso surgem os
mercados financeiros.
Tem-se ainda que a necessidade da existência de bens públicos justifica a
incorporação do governo ao fluxo. Pode-se complementar dizendo que quando
numa economia a poupança domestica não é suficiente para financiar o
investimento e o déficit público, através da intermediação financeira se importará
poupança exterior para cobrir este descompasso.
Pode-se dividir o desenvolvimento da economia em três estágios:
� 1º - Economia de escambo
� 2º - Introdução da moeda
� 3º - Intermediação financeira
1º - Economia de escambo
O escambo é a troca direta, sem intervenção de um instrumento monetário.
Representa o estágio típico de economias com suas atividades econômicas voltadas
para o consumo direto. Neste estágio tem-se como inconvenientes: custo para
manter a acumulação em ativos reais; dificuldades de especialização e divisão do
trabalho; perda de eficiência na alocação de recursos.
2º - Introdução da moeda
Em um primeiro momento poderíamos entender moeda como um conjunto de notas
e moedas que se encontram circulando na economia em poder público. Entretanto
tal definição não contempla as diversas formas que circulam na economia,
demandando assim a compreensão de conceitos que envolvem moeda.
Moeda pode ser conceituada como um conjunto de ativos financeiros de uma
economia que os agentes utilizam em suas transações. Possui característica
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diferenciada já que a mesma não produz nada, não é bem de consumo e tão pouco
bem de investimento.
As moedas podem ser agrupadas em três tipos:
� Moedas metálicas - emitidas pelo Banco Central, constituem pequena
parcela da oferta monetária e visam facilitar as operações de pequeno valor
e/ou com unidade monetária fracionária (troco).
� Pape-moeda – também emitido pelo Banco Central, representa parcela
significa da quantidade de dinheiro em poder do público.
� Moeda escritural – representada pelos depósitos a vista (depósitos em conta
corrente) nos bancos comerciais (é a moeda contábil, escriturada nos bancos
comerciais).
A moeda é vista como um bem de uso comum em todo o tipo de transação que
permite a participação de operação de troca, na qual se realiza compra ou venda
simultânea de mercadorias, em operações separadas de intercâmbio, trazendo
vários benefícios, entre eles:
� Aumento do grau de especialização;
� Redução no tempo gasto nas trocas;
� Eliminação da necessidade de dupla coincidência de desejos.
Na economia a moeda cumpre quatro papéis importantes:
1. Meio de pagamento: é a capacidade que a moeda tem de diminuir dívidas em
última instância, ou seja, é um ativo financeiro de liquidez imediata;
2. Reserva de valor: ser um repositório de poder de compra sobre o tempo, ou
seja, processo de poupar o poder de compra da hora que a renda é recebida
até a hora que a renda é gasta;
3. Unidade-padrão de conta: fornecer uma unidade de conta, ou seja, criar
mediação de valor na economia;
4. Intermediária de trocas entre agentes: meio ou instrumento de troca
geralmente aceito pelos agentes econômicos na concretização de suas
transações.
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Oferta de Moeda
A moeda pode ser classificada de acordo com várias definições. Ao classificar-se o
total de moedas de um país, tornam-se necessárias definições de medidas de oferta
de moeda; a essa oferta chama-se agregados monetários ou meio de pagamento ,
que são definidos como estoque de moeda disponível para uso da coletividade
(setor privado e não bancário) a qualquer momento e que podem ou não incluir as
quase-moedas. Visa, com este conceito, medir a liquidez, ou seja, as necessidades
do setor produtivo privado (excluindo-se os bancos), para satisfazer a suas
transações de bens e serviços.
Podem ser considerados agregados monetários de maio relevância conceitual:
� Meio circulante – moeda em espécie (papel-moeda impresso e moedas
metálicas cunhadas);
� Papel-moeda emitido – é o total de papel-moeda legal existente, autorizado
pelo Banco Central;
� Papel-moeda em circulação – engloba todas as espécies emitidas do meio
circulante;
� Depósitos a vista no sistema bancário – também chamado de moeda
escritural, possui significativa relevância pois tem alto poder de expansão;
� Base monetária – consiste na soma de duas parcelas: o papel-moeda emitido
e as reservas voluntárias e compulsórias;
� Oferta monetária – em sentido restrito: totalização dos ativos monetários
mantidos pelo público (papel-moeda e depósitos a vista); em sentido amplo:
saldos totalizados de todos os ativos financeiros, monetários e quase
monetários.
O primeiro conceito de moeda, com o qual trabalhar-se-á é o mais restrito, composto
por dois elementos: moeda manual (moedas metálicas e notas em poder do público)
e moeda escritural (depósitos a vista em instituições financeiras), este é o conceito
de M1. Abaixo os demais conceitos de moedas:
� M1 = Moeda Manual (moedas metálicas e notas em poder do público)+
Moeda Escritural (depósitos a vista);
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� M2 = M1 + títulos públicos (federal, estadual e municipal)
� M3 = M2 + Poupança
� M4 = M3 + Depósitos a prazo + Letras de câmbio + Letras hipotecárias
� M5 = M4 + Capacidade aquisitiva dos cartões de crédito
Oferta de Moeda pelos bancos comerciais – efeito multiplicador
Os bancos comerciais também podem aumentar a oferta de moeda (meios de
pagamento) com a multiplicação da moeda escritural ou depósito a vista. Tal
capacidade de multiplicar moeda dos bancos resulta da possibilidade de
manutenção de valores inferiores em espécie do total dos depósitos a vista
recebidos dos clientes. Isso ocorre devido a não utilização total dos recursos de
forma simultânea por parte dos clientes e do resultado do fluxo de entrada e saída
desses mesmos recursos. Por exemplo, a cada R$100,00 de depósito a vista os
bancos precisam deixar em caixa apenas de 3 a 5% de encaixe técnico, sendo que
o restante ele pode realizar empréstimos.
Controle de oferta de moeda pelo Banco Central – Instrumentos de política
monetária
O controle da oferta de moeda é realizada pelo Banco Central através dos seguintes
instrumentos:
� Controle das emissões
O Banco Central controla, por força de lei, o volume de moeda manual da
economia, cabendo a ele as determinações das necessidades de novas
emissões.
� Compulsório ou reservas obrigatórias
A taxa de reservas compulsórias é um instrumento de alta eficácia para controlar
o processo de multiplicação da moeda escritural. É uma conta corrente mantida
pelos bancos no Banco Central que tem que ser mantida de acordo com o
volume de negociações realizadas.
� Open market (mercado aberto)
São compras e vendas de títulos do governo pelo Banco Central. O Banco
Central coloca títulos no mercado através de leilões, dos quais participam as
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instituições financeiras dealers de mercado. Os dealers são as instituições mais
atuantes no mercado e são também chamado de market makers.
� Redesconto
O Banco Central realiza empréstimos, conhecidos por empréstimos de
assistência a liquidez, que visa equilibrar necessidades de caixa de instituições
financeiras ocasionadas por um aumento significativo na demanda de recursos
pelos depositantes. A taxa de juros cobrada pelo Banco Central nessas
operações é chamada de taxa de redesconto.
3º - Intermediação financeira
Defini-se intermediação financeira como uma atividade que tem a finalidade de
viabilizar o atendimento das necessidades financeiras de curto, médio e longo
prazos, manifestadas pelos agentes econômicos carentes de recursos, aplicando ao
mesmo tempo o excedente monetário dos agentes superavitários, com mínimo de
riscos.
As pré-condições para a existência da intermediação financeira são:
� Superação do escambo;
� Existência de moeda
� Excedente financeiro;
� Bases institucionais para o funcionamento do mercado de intermediação
financeira;
� Existência de agentes econômicos dispostos a trocar ativos monetários por
ativos financeiros, dados os riscos e ganhos reais possíveis.
Para que haja intermediação financeira, além das precondições já citadas, é
necessário que também ocorra:
� Casamento entre captação/aplicação
� Capital próprio.
A intermediação financeira justifica-se pelas imperfeições apresentadas pelo
mercado que provocam a superioridade dos custos associados ao investimento
direto de valores quando comparados ais custos de intermediação. Estas
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imperfeições, amplamente tratadas na literatura econômica, são basicamente os
custos de transação gerados pela mediação e a transformação de ativos, e a
existência de informação assimétrica.
A transferência de recursos entre os agentes superavitários e deficitários é
viabilizada pela transformação de títulos primários (emitidos diretamente pelos
tomadores iniciais) em títulos secundários (emitidos por terceiros), tornando-os
atrativos para os poupadores e aumentando sua liquidez.
Os intermediários financeiros interpretam papel importante na transformação dos
ativos financeiros, que tem uma forma pouco desejável para o grande público, em
outro tipo de ativos que esteja mais adequado com as necessidades dos
investidores. Essas transformações implicam algumas funções econômicas:
� Redução do risco mediante a diversificação – economias de escala na gestão
de carteiras de ativos, que por sua vez tem três razões principais:
o Indivisibilidade – nem todos os ativos estão disponíveis em todo o tipo
de valor nominal.
o Economias de gestão.
o Economia de transações.
� Adequação às necessidades de emprestadores e tomadores
� Gestão de mecanismos de pagamentos.
A atuação dos intermediários financeiros traz diversos benefícios aos sistema
econômico:
� Devido ao elevado grau de especialização e sofisticação, os intermediários
financeiros podem oferecer produtos e serviços mais adequados para uma
clientela diferenciada;
� Ao conectar-se com vários ofertantes e tomadores de recursos, os
intermediários financeiros podem aumentar a agilidade e reduzir custo através
da escala em que trabalha, diferentemente dos agentes econômicos que
operam isolado;
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� Ao manejar um grande fluxo de informações sobre tomadores e ofertadores,
os intermediários podem evitar a alocação de recursos de forma improdutiva,
o que leva a perda desses para a economia;
� Os intermediários financeiros promovem a liquidez do mercado à medida que
viabilizam o fluxo de negociação com ativos financeiros.
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CAPITULO 2 – SISTEMA FINANCEIRO
Conceitos e funções
Defini-se sistema financeiro de um país como um conjunto de instituições,
instrumentos e mercados agrupados de forma harmônica, com a finalidade de
canalizar a poupança das unidades superavitárias até o investimento demandado
pelas deficitárias.
Pode-se entender ainda o sistema financeiro como a soma das unidades
operacionais que o compõem e dos responsáveis pelas políticas monetárias,
creditícia, cambial e fiscal, que regulam seu funcionamento, bem como os fluxos
monetários entre os que dispõem de recursos financeiros e os que deles careçam,
para suas atividades de produção ou de consumo.
O sistema financeiro, de maneira simplificada pode assumir três funções básicas na
economia:
1. facilitar a designação temporal de recursos, permitindo que os agentes
transladem suas decisões de investimento e consumo entre distintos
momentos de tempo e áreas geográficas, aumentando suas possibilidades de
eleição;
2. permitir a canalização da poupança ao investimento, permitindo que a
poupança encontre seu uso alternativo mais produtivo;
3. proporcionar ferramenta para a redistribuição e diversificação dos riscos,
permitindo sua gestão por parte dos agentes.
Sempre haverá três elementos principais:
1. instituições ou intermediários financeiros;
2. mercados financeiros;
3. ativos financeiros.
A evolução do sistema financeiro pode ser distinguida em três etapas:
� Fase Baseada nos Bancos
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A evolução caracteriza-se porque nela os bancos são os protagonistas no
desempenho das funções básicas que assumem os sistemas financeiros:
captação e investimento da poupança financeira; controle e disciplina da atuação
de seus clientes; e administração do sistema de pagamento da economia.
� Fase dirigida pelo mercado
Caracteriza-se pela aparição e crescente importância das instituições não
bancárias. Essas instituições introduzem novos instrumentos financeiros nos
mercados de capitais e monetários, competindo com os bancários na captação e
colocação de fundos.
� Fase em que se produz forte desenvolvimento da titularização
Caracteriza-se pela transferência da função captação e alocação dos novos
fluxos de poupança dos intermediários financeiros para os mercados
diretamente.
O entendimento do sistema financeiro internacional inicia-se pela compreensão da
ordem monetária internacional. De maneira geral as diversas ordens monetárias
internacionais que se sucederam historicamente contemplaram os seguintes
aspectos:
� Definição dos participantes;
� Grau de adesão de cada membro ao conjunto de regras estabelecidas;
� Padrão monetário;
� Relação entre as várias moedas dos países participantes;
� Convertibilidade entre moedas;
� Financiamento dos desequilíbrios dos balanços de pagamentos;
� Criação de instituições tutelares.
A evolução do sistema financeiro internacional registrou no século XX três fases
principais: o padrão-ouro, o padrão dólar e o padrão dos direitos especiais de giro.
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Sistema Financeiro Nacional
O SFN é composto por um conjunto de instituições financeiras e instrumentos
financeiros que visam transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas,
empresas, governo) superavitários para os deficitários.
� Órgão normativo máximo: Conselho Monetário Nacional
� Lei de Reforma Bancária de 1964
� Lei do Mercado de Capitais de 1965
� Lei de criação dos Bancos Múltiplos de 1988
Possui como Subsistema Normativo:
� CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN)
� BANCO CENTRAL (BACEN)
� (CVM) COMISSÃO VALORES MOBILIÁRIOS
� INSTITUIÇÕES ESPECIAIS (BANO DO BRASIL, BNDES, CEF)
CMN
FINALIDADE PRINCIPAL: FORMULAÇÃO DE TODA A POLÍTICA DE MOEDA E
DO CRÉDITO, OBJETIVANDO ATENDER AOS INTERESSES ECONÔMICOS E
SOCIAIS DO PAÍS.
Objetivos:
• Fixar diretrizes e as normas da política cambial
• Regulamentar as operações de câmbio
• Controlar a paridade da moeda e o equilíbrio do Balanço de Pagamentos
• Regulamentar as taxas de juros
• Regular a constituição e o funcionamento das instituições financeiras
• Fixar índices de encaixe, capital mínimo e normas de contabilização
• Acionar medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios
• Disciplinar o crédito e orientar na aplicação dos recursos
• Regular as operações de redesconto e as operações no mercado aberto
É composto pelo:
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• Ministro da Fazenda
• Ministro de Planejamento
• Presidente do Banco Central
Comissões Consultivas: assessoram em assuntos tais como:
• Assuntos Bancários
• Mercado de Capitais e Mercados Futuros
• Crédito Rural
• Crédito Industrial
• Política Monetária
• Política Cambial
BACEN
• Executor das políticas traçadas pelo CMN e órgão fiscalizador do SFN.
• Banco fiscalizador e disciplinador do MF.
• Banco que aplica penalidades, na intervenção e na liquidação extrajudicial de
instituições financeiras.
• Banco gestor do SFN ao expedir normas e autorizações e promover o
controle das instituições financeiras.
• Banco executor da política monetária.
• Banco do Governo.
Atribuições do BACEN
• Fiscalizar as instituições financeiras.
• Autorizar o funcionamento, instalação e transferência de sedes, fusões e
incorporações das IF.
• Realizar e controlar operações de redesconto e as de empréstimo no âmbito
das IF bancárias.
• Emitir dinheiro e controlar a liquidez do mercado.
• Controlar o crédito, os capitais estrangeiros e receber os depósitos
compulsórios dos bancos.
• Efetuar operações de compra/venda de títulos públicos e federais.
• Supervisionar o sistema de compensação de cheques.
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• Receber depósitos compulsórios das IF e executar operações de política
monetária.
CVM
Funções Básicas da CVM
• Incentivar a poupança no mercado acionário.
• Estimular o funcionamento das bolsas de valores e das instituições
operadoras do mercado acionário.
• Assegurar a lisura nas operações de compra/venda de valores mobiliários.
• Promover a expansão dos negócios do mercado acionário.
• Proteger aos investidores do mercado acionário.
INSTITUIÇÕES ESPECIAIS
Banco do Brasil
• Sociedade Anônima de capital misto, controlada pela União. Até 1986 foi
considerada uma autoridade monetária, atuando na emissão de moeda. O
privilégio foi revogado por decisão do CMN.
• Agente financeiro do Governo Federal: na execução de sua política creditícia
e financeira sob a supervisão do CMN.
• Banco Comercial: pode exercer atividades próprias dessas instituições.
• Banco de Investimento e Desenvolvimento: financia atividades rurais,
industriais, comerciais e de serviços, além de fomentar a economia de
diferentes regiões.
BNDES
• Empresa pública vinculada ao Ministério do Planeja-mento, principal
instrumento de médio e longo prazo de execução da política de financiamento
do Governo Federal.
• Objetivo: reequipar e fomentar empresas de interesse ao desenvolvimento do
país.
• Atua através de agentes financeiros, pagando uma comissão chamada del
credere.
• Esses agentes são co-responsáveis na liquidação da dívida junto ao BNDES.
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CEF
• As caixas econômicas são instituições financeiras públicas, autônomas e que
apresentam um claro objetivo social.
• A CEF executa atividades características dos bancos comerciais e múltiplos.
• A CEF é o principal agente do SFH, atuando no financiamento da casa
própria.
• O SFH foi criado em 1964 e , com a extinção do BNH, a CEF se transformou
no seu órgão executivo.
• Os recursos para o SFH são originados pelo FGTS, cadernetas de poupança
e fundos próprios dos agentes financeiros.
• Outros objetivos da CEF:
– Administrar com exclusividade os serviços de loterias federais
– Constituir-se no principal arrecadador do FGTS
– Ter o monopólio das operações de penhor, que são empréstimos
garantidos com bens de valor e alta liquidez como jóias, metais
preciosos, pedras preciosas, etc..
Subsistema de Intermediação
Instituições Financeiras Bancárias
• Bancos Comerciais:
– Constituídas em forma de S.A.
– Executam operações de crédito de curto prazo
– Capacidade de criar moeda
– Tendência a concentração via fusões
– Prestação de serviços, pagamento de cheques, cobranças,
transferências, ordens de pagamentos, aluguel de cofres, custódia de
valores, operações de câmbio
– Classificação:
• Bancos de varejo: trabalham com muitos clientes
• Bancos de negócios: voltados a grandes operações
• Private bank: atende pessoas físicas de renda/patrimônio
elevado
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• Personal bank: atende pessoas físicas de renda elevada e
pequenas e médias empresas
• Corporate bank: atende pessoas jurídicas de grande porte
• Bancos Múltiplos: formados com base nas atividades (carteiras) de quatro
instituições: banco comercial, banco de investimento e desenvolvimento,
sociedade de crédito, financiamento e investimento e sociedade de crédito
imobiliário.
• Para ser configurada como Banco Múltiplo, uma instituição deve operar pelo
menos duas das carteiras mencionadas, sendo uma delas a de Banco
Comercial ou Banco de Investimento.
• Sua criação foi uma evolução do mercado, que mostrava que a segregação
de operações impunha restrições ao setor financeiro com grandes disponibili-
dades em algumas IF e déficits em outras.
Instituições Financeiras não Bancárias
• Não têm capacidade de criação de moeda.
• Bancos de Investimento: grandes fornecedores de créditos de médio e longo
prazo, suprindo os agentes carentes de recursos com fundos para capital de
giro e capital fixo.
• Realizam operações de maior escala como repasse de recursos oficiais e
recursos do exterior.
• Avais, fianças, custódias, administração de carteiras de títulos e valores
mobiliários, etc.
• Usam recursos de terceiros provenientes da colocação de CDB, vendas de
cotas de fundos de investimento, empréstimos contratados no país e no
exterior.
• Não têm capacidade de criação de moeda.
• Bancos de Desenvolvimento: instituições públicas estaduais que visam
promover o desenvolvimento econômico e social da região de atuação.
• Apóiam o setor privado da economia por meio de empréstimos,
financiamentos e arrendamento mercantil.
• Sua constituição e funcionamento dependem de autorização do Banco
Central.
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• Não têm capacidade de criação de moeda.
• Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento: conhecidas como
financeiras, dedicam-se a financiar bens duráveis às pessoas físicas por meio
do mecanismo de crédito direto ao consumidor (CDC).
• Além dos recursos próprios, a fonte de recursos destas IF, consiste no aceite
e colocação de LC no mercado.
• As LC são emitidas pelo devedor e aceitas pela IF.
• Crédito com interveniência: a IF compra os créditos comerciais de uma loja. A
empresa comercial emite as LC e a financeira as aceita.
• Não têm capacidade de criação de moeda.
• Sociedades de Arrendamento Mercantil: realizam operações de leasing de
bens nacionais, adquiridos de terceiros e destinados ao uso dos
arrendatários.
• Os recursos são levantados pela emissão de debêntures e empréstimos no
país e no exterior.
• Os principais tipos de leasing são:
– Operacional: similar a um aluguel, realizado pelas empresas
fabricantes dos bens.
– Financeiro: realizado por bancos múltiplos e sociedades de
arrendamento mercantil. No final do prazo pode ser exercido o direito
de compra pelo valor residual.
– Lease - back: venda e aluguel automático de um bem.
• Não têm capacidade de criação de moeda.
• Cooperativas de Crédito: voltadas a viabilizar créditos a seus associados,
além de prestar determinados serviços.
• Sociedades de Crédito Imobiliário: voltam-se ao financiamento de operações
imobiliárias, que envolvem compra e venda de imóveis. Prestam apoio a
outras operações do setor imobiliário como loteamentos, incorporações, etc.
Os recursos são levantados por meio de letras imobiliárias e cadernetas de
poupança.
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• Associações de Poupança e Empréstimo: IF que atuam também na área
habitacional, por meio de financia-mentos imobiliários.
INSTITUIÇÕES AUXILIARES
� Bolsas de Valores
� Sociedades Corretoras de Valores Mobiliários
� Sociedades Distribuidoras de Valores Mobiliários
� Agentes Autônomos De Investimento
Bolsas de Valores
• Proporcionam liquidez aos títulos negociados, atuando por meio de pregões
contínuos.
• Têm responsabilidade pela fixação de preços justos, formados pelo
mecanismo da oferta e da procura.
• Obrigam-se a divulgar todas as operações realizadas no menor tempo
possível.
Mercado de Balcão: resume operações realizadas com diversos papeis, sem
necessidade de registro em bolsa. Não possui lugar físico.
As Caixas de Liquidação (clearing) atuam nos pregões e têm a função de registrar,
liquidar e compensar as diversas operações.
Sociedades Corretoras
• Instituições que efetuam, com exclusividade, a intermediação financeira nos
pregões das bolsas de valores, das quais são associadas, por meio da
compra de um título patrimonial.
– Promovem ou participam de lançamentos públicos de ações.
– Administram e custodiam carteiras de títulos e valores.
– Organizam e administram fundos e clubes de investimento.
– Efetuam a intermediação em títulos e valores mobiliários.
– Efetuam compra/venda de metais preciosos.
– Operam em bolsas de mercadorias e futuros.
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– Operam em câmbio.
– Prestam assessoria técnica em assuntos inerentes ao mercado
financeiro.
Outras Instituições Auxiliares
• Sociedades distribuidoras: também intermediam em títulos e valores
mobiliários, assemelhando-se seus objetivos aos das corretoras.
– Intermediação em títulos e valores mobiliários de renda fixa e variável.
– Operações no mercado aberto.
– Participação em lançamento público de ações.
• Agentes autônomos de investimentos: são pessoas físicas credenciadas
pelas IF intermediadoras para atuarem na colocação de títulos e valores
mobiliários e outros serviços, pelo recebimento de uma comissão.
Instituições não Financeiras
• Sociedades de Fomento comercial: conhecidas como empresas de factoring,
são empresas comerciais que operam por meio da compra de duplicatas,
cheques e outros títulos, de forma similar ao desconto bancário. A empresa
de factoring assume o risco do título negociado.
– Seus recursos são empréstimos bancários ou fundos próprios.
• Companhias Seguradoras: são consideradas no sistema financeiro porque
têm a obrigação de aplicar parte de suas reservas no mercado de capitais.
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CAPITULO 3 – MERCADOS FINANCEIROS
Mercados Financeiros
Em uma economia, existem diversos tipos de mercados, que podem ser agrupados
em:
� Mercado de produtos, onde operam bens e manufaturados ou serviços; e
� Mercado de fatores, que corresponde aos fatores de produção.
Neste capitulo será abordado apenas o mercado financeiro, que pode ser definido
como o mecanismo ou ambiente através do qual se produz um intercambio de ativos
financeiros e se determinam seus preços. São marcados onde é realizada a
transferência de recursos das unidades superavitárias para deficitárias.
Dentro deste contexto, os mercados financeiros devem cumprir as seguintes
funções:
� Estabelecer o contato entre os agentes superavitários e deficitários;
� Ser um mecanismo eficiente de fixação de preços para ativos; e
� Reduzir os prazos e os custos da intermediação.
Em relação às características que todo mercado financeiro pode ter, podemos
agrupa-las da seguinte forma: do tipo institucional e relacionadas à oferta e
demanda.
As de tipo institucional são:
� Transparência: possibilidade de obter informação relativa ao mercado de
forma fácil, barata e rápida;
� Liberdade: trata-se da não existência de limitações de entrada ou saída de
compradores e vendedores, a liberdade para negociar prazos e quantidades
desejadas, e enquanto a formação do preço.
As características relacionadas à oferta e à demanda são:
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� Profundidade: um mercado é considerado profundo quando existem ordens
de compra e venda acima e abaixo do preço de equilíbrio, ou seja, existem
curvas de oferta e demanda.
� Amplitude: um mercado é amplo quando as ordens de oferta e demanda
existem e quantidade suficientes, ou seja, existe elasticidade nas curvas de
oferta e demanda do mercado.
� Flexível: m mercado é flexível quando diante de qualquer variação no preço
de um ativo aparecem rapidamente novas ordens de compra e venda.
A classificação dos mercados financeiros é tarefa difícil e função do grande número
de parâmetros utilizados para este fim. A seguir uma classificação proposta.
Grau de transformação dos ativos
Direto (sem transformação); e
Intermediado (com transformação, com intermediação de títulos primários
e secundários)
Forma de funcionamento
Busca direta – nesse tipo de mercado tanto os compradores como os
vendedores de ativos tem que se encarregar por si mesmos de buscar
sua contraparte sem ajuda de agentes especializados.
Prestadores de serviços (brokers) – agente altamente especializado que,
em troca de uma comissão, tratam de buscar uma contrapartida e/ou
negociar preços aceitáveis para operações específicas de seus
clientes.
Mediadores (dealers) – agentes especializados cujo papel é oferecer aos
participantes a liquidez implícita na execução imediata de suas ordens;
e
Leilão – o mercado leilão tem como característica permitir a todos os
participantes integrar-se num processo comum e único de fixação de
preços (todos os operadores têm acesso às ordens de compra e
venda).
Tipos de ativos
Monetários ou de dinheiro
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Mercado de crédito (desconto comercial, crédito comercial, crédito
bancário, empréstimo de curto prazo)
Mercado de títulos (dívida pública de curto prazo, ativo de
empresas, ativos bancários)
Capitais
Crédito de longo prazo (empréstimos, operações de leasing,
operações de factoring, operações hipotecárias).
Mercado de valores
Ajudas oficiais
Fase de negociação – a classificação é baseada na transformação dos títulos
que são negociados no mercado financeiro
Primários – fase onde são criados os títulos ou em que ocorre a primeiro
negociação entre vendedores (agentes deficitários) e os compradores
(agentes superavitários).
Secundários – fase em que os títulos são renegociados (a negociação
ocorre entre o primeiro adquirente do título e outros interessados em
adquiri-lo)
Prazo ou condições – classificação conforme necessidade de recursos em
prazos específicos
A vista ou spot
Futuros
Opções
Tipo de moeda
Moeda nacional
Internacional
Grau de intervenção
Livres – o volume negociado e o preço dos ativos são determinados pela
oferta e a demanda.
Regulados – onde o governo pode exercer orientação a respeito do
volume negociado e preço dos ativos.
Grau de formalização
Organizados – é aquele no qual são negociados grandes volumes de
títulos de forma simultânea com determinados parâmetros. Ex. Bolsa
de Valores.
24
Não organizados – é aquele no qual não há regra estrita para negociações
e não há necessidade da existência de um lugar concreto para sua
operacionalização.
Grau de concentração de recursos financeiros
Centralizados – grande importância mundial, Ex. Wall Street em Nova
York.
Não centralizados - pouca importância mundial.
Necessidades dos clientes
Crédito – supre as necessidades de crédito de curto prazo, ex. capital de
giro para as empresas e consumo para as famílias.
Capitais – supre as necessidades de financiamento e longo prazo, ex.
investimentos para empresas e aquisição de bens duráveis para as
famílias.
Cambial – supre as necessidades quanto a realização das operações de
compra e venda de moeda estrangeira (fechamento de câmbio). Como
exemplo dessas necessidades tem-se as importações (necessidade de
compra de moeda estrangeira) e as exportações (necessidade de
venda de moeda estrangeira) por parte das empresas.
Monetária – supre as necessidades do governo de fazer política monetária
e dos agentes intermediários de caixa. Nesse segmento são realizadas
operações de curto e curtíssimo prazo e sua liquidez é regulada pelas
autoridades monetárias.
Ativos ou produtos
Um ativo financeiro é um instrumento que canaliza a poupança até o investimento.
As empresas em busca por financiamento podem acudir ao mercado mediante os
ativos financeiros emitindo ações ou emitindo títulos de dívida. AS funções que
tradicionalmente atribui-se aos ativos financeiros são as seguintes:
Transferências de fundos entre os diferentes agentes econômicos, dos
superavitários aos deficitários. Dessa forma, converte-se em instrumentos
idôneos de canalização da poupança gerada;
25
Transferência de riscos do emissor ao receptor dos ativos, posto que os ativos
consistem basicamente num compromisso de pagamento que será sujeito às
variações positivas ou negativas da atividade do emissor do ativo.
As características principais dos ativos financeiros concentram-se em:
� Liquidez – que é a facilidade com que o investidor possa obter os recursos
investidos no ativo. Capacidade de conversibilidade em outros ativos ou bens.
� Risco – é entendido como a variabilidade ou instabilidade na rentabilidade
esperada ou a possibilidade de que o emissor descumpra com o pactuado,
isto é, o pagamento do principal e juros.
� Rentabilidade – é a capacidade de o ativo produzir juros ou outros
rendimentos para o adquirente como pagamento de sua cessão de fundos e
sua assunção de riscos ao longo de um período de tempo determinado.
Capacidade de ganho que esses ativos podem auferir aos seus possuidores.
O retorno esperado de um ativo financeiro esta diretamente relacionado com a
noção do preço. Dados fluxo de caixa efetivo esperado de um ativo financeiro e seu
preço, pode-se determinar sua taxa de retorno esperada.
Classificação
Os ativos financeiros podem ser classificados em:
� Ativos indiretos
o Nas complexas sociedades modernas nas quais os agentes
econômicos encontram-se dispersos e suas necessidades são cada
vez mais sofisticadas, o sistemas financeiro tem um papel chave.
Subscreve ou adquire uma parte importante das emissões de títulos
levadas a cabo pelas unidades demandantes de fundos ou deficitárias,
ao mesmo tempo em que emite outros passivos mais ajustados às
necessidades dos poupadores ou unidades de gasto superavitárias ao
objeto de arrecadar os fundos que precisa para sua atividade de
intermediação.
26
� Ativos Primários
o São ativos emitidos pelos tomadores últimos, os demandantes últimos
de fundos ou as unidades de gasto com déficit, colocados em contato
direto pelos mediadores financeiros para negociarem com os
poupadores últimos ou unidades de gasto com superávit.
o Títulos de renda fixa – prometem rendimento fixo (taxas pré-fixadas) ou
determinado por parâmetros conhecidos (taxas pós-fixadas).
� Públicos
� Privado
o Títulos patrimoniais – representam participação na propriedade da
empresa. Sua remuneração é baseada nos dividendos que a empresa
possa pagar e na valorização de seus ativos (valorização variável).
o Títulos Derivativos – têm seus rendimentos determinados ou derivados
dos preços de outros ativos, como os contratos de opções e de futuro.
Títulos de renda fixa
� Envolvem uma programação determinada de pagamento (investidores
conhecem antecipadamente os fluxos monetários que vão receber)
� Representam promessas de pagamentos futuros de valores específicos em
datas determinadas;
� Os detentores desses títulos têm três direitos fundamentais:
o Receber os juros periódicos predeterminados;
o Devolução do principal, uma vez finalizada a vida do produto;
o Transmissão do produto.
� Um título de renda fixa é um título de dívida, trata-se de um contrato por meio
do qual você empresta dinheiro ao emissor do papel que, em troca, lhe paga
quantias fixas a intervalos regulares.
Títulos de renda variável
� São aqueles em que não há um conhecimento prévio dos rendimentos futuros
e o valor de resgate pode assumir valores superiores, iguais ou inferiores ao
valor aplicado.
� As ações e as debêntures conversíveis em ações são produtos de renda
variável;
27
� As ações são títulos de participação negociáveis que representam parte do
capital social de uma sociedade anônima. Portanto, uma ação é parte
proporcional do capital social de uma empresa.
� Principais características das ações:
o Para o investidor
� O retorno não é previamente definido
� Não há obrigatoriedade do retorno do capital e/ou pagamentos
de dividendos;
� O investidor torna-se acionista da empresa
o Para a emissora
� É um título patrimonial
� Não representa uma obrigação perante a terceiros.
28
CAPITULO 4 – MERCADO DE CAPITAIS
O Sistema Financeiro Nacional é composto por instituições responsáveis pela
captação de recursos financeiros, distribuição e circulação de valores e pela
regulação desse processo. Nesse sistema, a intermediação financeira (troca de
recursos entre agentes) desenvolve-se de forma segmentada em quatro sub-
divisões do mercado financeiro: o mercado monetário (transações de curtíssimo
prazo), o mercado de crédito (operações de financiamento de curto e médio prazos,
destinados aos ativos permanentes e/ou capital de giro das empresas e ao crédito
direto ao consumidor); mercado de câmbio (mercado de troca de moeda entre
agentes); e, o mercado de capitais, foco deste capitulo.
O Mercado de Capitais contempla as operações com valores mobiliários (ações,
debêntures, commercial paper, bônus de subscrição) de médio e longo prazo.
Objetivo : proporcionar liquidez aos títulos de emissão das empresas e viabilizar seu
processo de capitalização. Tal objetivo se da pelo fato das empresas requererem
volumes expressivos de recursos, que serão aplicados a prazos longos.
Considerando a aversão dos investidores em comprometer recursos por longos
períodos, os mercado de capitais tem como missão tornar tais investimentos líquidos
e, consequentemente, menos arriscados e mais atraentes para s investidores.
Constituição : o mercado de capitais é constituído pelos mercados de balcão e de
bolsa e tem como agentes as clearings, as sociedades corretoras, as sociedades
distribuidoras de valores mobiliários, além de outras instituições financeiras
autorizadas a realizar serviços de custódia e intermediação financeira de títulos.
� Clearings – são empresas que se dedicam a gerenciar sistemas de garantias
para a liquidação das operações realizadas e para a custódia (guarda e
administração dos valores mobiliário negociados). No Brasil a Companhia
Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) é responsável por 95% das
operações com ações realizadas no mercado a vista da Bovespa. O Sistema
Especial de Liquidação e Custódia (Selic) é um sistema de registro eletrônico
29
de operações criado em 1979 para integrar a negociação, custódia e
liquidação dos títulos públicos.
� Sociedades corretoras – são instituições financeiras membros da bolsa de
valores, habilitadas a negociar com exclusividade no pregão físico (viva-voz)
ou eletrônico destas.
� Sociedade distribuidoras de valores – são agentes auxiliares que
participam da intermediação de valores mobiliários no mercado primário,
colocando-os à venda para o público.
Segmentação do Mercado
Mercados primário e secundário
Os principais títulos negociados no mercado de capitais são os representativos do
capital de empresas (as ações) ou de empréstimos tomados, via mercado, por estas
(debêntures simples, conversíveis em ações e comercial papers). Tais negociações
podem ocorrer tanto no mercado primário quanto no secundário.
Mercado Primário – compreende a oferta pública de novos valores mobiliários, com
aporte de recursos à companhia. Ao oferecer novas ações ao mercado, a empresa
esta vendendo parte de seu capital e admitindo sócios em seu negócio. Ao oferecer
títulos de dívidas, esta admitindo credores.
Para proceder à colocação de títulos a empresa deverá promover a abertura de seu
capital (companhia aberta – sociedade por ações), cujos valores mobiliários são
admitidos à negociação nos mercados organizados e que se encontra registrada em
órgão competente (no Brasil a CVM), que deverá registrar e autorizar a operação.
Quando tal operação é realizada pela primeira vez, convenciona-se dizer que a
empresa esta realizando seu Initial Public Offering (IPO). Tanto a primeira quanto as
colocações subseqüentes de títulos no mercado pela empresa ocorrem via operação
de underwriting (subscrição pública).
30
Underwriting (subscrição pública) é o processo pelo qual uma instituição financeira
coordena e eventualmente garante a colocação dos títulos da companhia no
mercado. O coordenador (ou Underwriter) pode ser um banco de investimento, uma
sociedade corretora ou uma sociedade distribuidora de valores mobiliários.
Os tipos mais comuns de underwriting são:
� Puro – a instituição mediadora subscreve todo o lote de títulos, paga-os
integralmente à empresa emissora e se encarrega de coloca-los
posteriormente no mercado;
� Garantia Firme – a instituição mediadora compromete-se a absorver os
títulos eventualmente não vendidos, garantindo à empresa o recebimento da
totalidade dos recursos previstos;
� Melhores esforços – o risco da não colocação dos títulos corre única e
exclusivamente por conta da empresa emissora. A instituição mediadora
compromete-se apenas a fazer o melhor esforço na venda.
São atribuições do coordenador ou underwriter:
1. o assessoramento na definição do perfil da operação;
2. a elaboração do prospecto de emissão;
3. encaminhamento dos processos à CVM (companhia e emissão)
4. o registro dos valores mobiliários em bolsa ou mercado de balcão
organizado;
5. o marketing da operação;
6. a distribuição dos títulos (em conjunto com as demais participantes do
pool de distribuição);
7. a liquidação da operação;
8. o anúncio de encerramento da distribuição.
Mercado secundário – uma vez ocorrido o lançamento inicial ao mercado, as ações
ou títulos de dívida passam a ser negociados no mercado secundário, que
compreende os mercados balcão, organizados (regulados pela CVM) ou não, e as
bolsas de valores. Esse mercado tem como finalidade da liquidez aos títulos
emitidos no mercado primário.
31
Os Mercados de Bolsa e de Balcão
Bolsa de Valores
As bolsas de valores são associações civis, sem fins lucrativos e com funções de
interesse público. Seu patrimônio é representado por títulos que pertencem às
sociedades corretoras membros. As bolsas possuem autonomia financeira,
patrimonial e administrativa, sendo sua diretoria escolhida entre os membros das
corretoras. Estão, no Brasil, sujeitas à supervisão da CVM e obedecem as diretrizes
estabelecidas pelo CMN.
A negociação de títulos em bolsas (mercado secundário) é feita exclusivamente
pelas sociedades corretoras, tanto no pregão físico (viva voz) quanto no eletrônico.
As corretoras atuam como intermediárias especializadas prestando serviços como:
diretrizes para seleção de investimentos, intermediação de operações de câmbio,
assessoria a empresas na abertura de capital, emissão de debêntures, renovação
do registro de capital entre outros.
Mercado Balcão
O mercado Balcão caracteriza-se por ser um mercado de titulo sem lugar físico
determinado para as transações, as quais são realizadas por telefone e/ou via
computadores entre as instituições financeiras. Nesses mercados são negociadas
ações de empresas não listadas na Bolsa de Valores, além de outras espécies de
títulos.
No Brasil, a Sociedade Operadora do Mercado de Ativos (SOMA) foi o primeiro
mercado de balcão organizado. O ambiente de negócio SOMA consiste num sistema
de negociação que interliga e fecha eletronicamente ordens de compra e venda das
instituições credenciadas no Brasil. Como diferencial conta com a atuação de
formadores de mercado, mais conhecidos como market makers.
Market makers - são instituições credenciadas que se responsabilizam por
promover a liquidez a um ou mais papeis negociados na SOMA. Para isto, eles são
obrigados a abrir, de forma contínua, ofertas de compra e venda de lotes mínimos
desses ativos a preços que devem obedecer a um percentual máximo pré-
32
estabelecido de diferença entre o preço de compra e o preço de venda (spread). Os
ativos negociados na SOMA são custodiados e liquidados na CBLC.
Principais Títulos do Mercado de Capitais
Títulos privados de renda variável
Ações
São títulos de renda variável, emitidos pelas companhias abertas, que representam
a menor fração de seu capital. O investidor em ações é um co-proprietário da
sociedade por ações da qual é acionista, participando dos seus resultados. As ações
são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela negociação em bolsa de
valores ou no mercado balcão.
Tipo de ações:
� Ordinárias : proporcionam participação nos resultados da empresa e
conferem ao acionista o direito de voto em assembléias gerais.
� Preferenciais : tem prioridade no recebimento de dividendos e no reembolso
de capital em caso de liquidação ou dissolução da sociedade. O número de
ações preferenciais sem direito a voto no mercado brasileiro não pode
ultrapassar a 2/3 do capital da empresa. As ações preferenciais sem direito a
voto adquirirão esta prerrogativa caso a companhia deixe de distribuir os
dividendos fixos mínimos a que fizerem jus durante o prazo de 3 exercícios
consecutivos.
Tanto as ações ordinárias quanto as preferenciais, são sempre nominativas,
originando-se do fato da notação ON (ordinária nominativa) ou PN (preferenciais
nominativas) depois do nome da empresa.
As ações ainda podem ser divididas em:
� Blue chips ou de 1 linha: são ações de grande liquidez (grande quantidade de
negócios) e procura no mercado por parte dos investidores; em geral emitidas
por empresas tradicionais, de grande porte e com excelente reputação;
� De 2 linha: são ações menos líquidas, emitidas por empresas de boa
qualidade, em geral de grande e médio porte;
33
� De 3 linha: são ações com pouca liquidez, em geral emitidas por companhias
de médio e pequeno porte (porém, não necessariamente de menor
qualidade), cuja negociação se caracteriza pela decontinuidade.
Rentabilidade das ações
É variável. Parte dela é composta de dividendos ou participações nos resultados e
benefícios concedidos pela empresa, advindos apenas da posse da ação, outra
parte advêm de eventual ganho de capital da venda da ação.
� Dividendos : a participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a
forma de distribuição de dividendos em dinheiro, em percentual a ser definido
pela empresa, de acordo com os seus resultados. Quando uma empresa
obtêm lucro, em geral, destina parte desse lucro para re-investimento, parte
para reservas e parte para pagamento de dividendos. A companhia aberta
deve distribuir, no mínimo 25% de seu lucro líquido ajustado como dividendo
do período.
� Juros sobre o capital próprio (JSCP) : as empresas, na distribuição de
resultados a seus acionistas, podem optar por remunera-los por meio do
pagamento de juros sobre o capital próprio, em vez de distribuição de
dividendos.
� Bonificações em ações : advém do aumento de capital de uma sociedade,
mediante a incorporação de reservas e lucros, quando são então distribuídas
gratuitamente novas ações a seus acionistas, em número proporcional às já
possuídas.
� Bonificações em dinheiro: excepcionalmente, além dos dividendos, uma
empresa poderá conceder a seus acionistas uma participação adicional nos
lucros, por meio de uma bonificação em dinheiro.
� Direitos de subscrição: é o direito de aquisição de novo lote de ações pelos
acionistas antigos - com preferência na subscrição – em quantidade
proporcional à possuídas.
Opções sobre ações
São direitos de compra ou de venda de um lote de ações, a um preço determinado
(preço de exercício), durante um prazo estabelecido (vencimento). Para se adquirir
34
uma opção, paga-se ao vendedor (que poderá ser a própria empresa emissora das
ações ou um investidor) um prêmio, cuja negociação é realizada em bolsa de
valores. A rentabilidade é dada em função da relação preço/prêmio, existente entre
os momentos de compra e venda das opções.
� Opções de compra : são aquelas que garantem a seu titular o direito de
comprar do lançador (o vendedor) um lote determinado de ações, ao preço de
exercício, a qualquer tempo até a data de vencimento da opção.
� Opções de venda : são aquelas que garantem a seu titular o direito de vender
ao lançador (vendedor da opção) um lote determinado de ações, ao preço de
exercício, na data de vencimento da opção.
Principais Títulos privados de renda fixa
Debêntures e debêntures conversíveis em ações
São títulos emitidos pelas sociedades por ações, representativos de parcela de
empréstimo contraído pela emissora com o investidor (chamado debenturista), a
médio e/ou longo prazos, garantidos pelo ativo da empresa.
Classificam-se:
� Quanto a conversibilidade em ações
o Conversíveis – podem ser convertidas em ações;
o Não Conversíveis – não podem ser convertidas em ações. Neste caso
os empréstimos são liquidados normalmente no prazo previsto.
� Quanto a garantia
o Com garantia real – debêntures garantidas por bens integrantes do
ativo da emissora ou de terceiros, sob a forma de penhor (garantia
representada por bens móveis da empresa ou de terceiros) e hipotecas
(garantia representada por bens imóveis).
o Com garantia flutuante – asseguram privilégio geral sobre os ativos da
emissora, em caso de falência desta. Os bens, entretanto, não ficam
vinculados à emissão, permitindo à emissora dispor deles sem prévia
autorização dos debenturistas.
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A emissão de debêntures pode ser pública ou privada. A primeira é direcionada ao
público investidor em geral e deve ser feita por uma companhia aberta registrada na
CVM. A segunda é dirigida a um grupo restrito de investidores, não sendo requerido
o registro junto a CVM.
São características comuns das debêntures:
� Valor nominal: valor de face do título; representa a quantia em dinheiro que a
empresa toma emprestada e promete repagar na data do vencimento;
� Cupom: montante de juros pagos a cada semestre ou ano, expresso de forma
fixa como percentual do valor nominal (por exemplo 6%aa) ou taxas
flutuantes (baseado no rendimento do IGPM, TJLP, Selic, etc).
� Repactuação: datas nas quais as condições atuais dos títulos podem ser
alteradas a critério da emissora.
� Resgate antecipado: dá à emissora o direito (ao custo de juros mais elevados,
em geral) de recomprar os títulos de dívidas antes do vencimento, geralmente
pagamento prêmio sobre o valor nominal.
� Acordo de recompra: dá ao investidor o direito de revender o título à empresa
emissora;
� Fundo de amortização: de forma a garantir que o vencimento dos títulos
ocorrerá sem sobressaltos ou ameaça de dificuldades financeiras, a empresa
pode retirar do mercado pequenos lotes de títulos a cada ano.
� Cláusulas restritivas: estabelecem condições que visam proteger o investidor,
caso não cumpridas, podem deflagrar um evento de avaliação ou de
amortização (vencimento antecipado dos títulos a critério dos debenturistas).
Comercial papers ou Notas Promissórias
São títulos de emissão de sociedades por ações abertas, representativos de dívida
de curto prazo (mínimo de 30 e máximo de 360 dias). Em geral, são emitidos com
deságio e não prevêem pagamento de cupom.
36
Custos de capitação pelo mercado de capitais
A abertura de capital em bolsa (mercado primário) exige o cumprimento de uma
série de etapas (e a aceitação dos custos a elas associados). Tais etapas são:
1. análise preliminar sobre a conveniência da abertura;
2. escolha da auditoria independente;
3. escolha de intermediário financeiro (underwriter);
4. estudos técnicos para a definição do preço e volume da operação;
5. adaptação dos estatutos e outros procedimentos legais;
6. contratos de coordenação e distribuição da emissão;
7. assembléia geral extraordinária deliberativa da operação e do período de
preferência;
8. processos de obtenção de registros na CVM;
9. processo de registro da empresa em bolsa de valores;
10. formação do pool de distribuição (conjunto de instituições financeiras que
auxiliará o coordenador no processo de distribuição dos títulos);
11. marketing para atingir investidores potenciais;
12. anúncio de início de distribuição pública;
13. subscrição dos novos títulos ou leilão na bolsa;
14. liquidação financeira (repasse dos recursos levantados à companhia
emissora);
15. anúncio de encerramento de distribuição pública;
16. manutenção da condição de companhia aberta;
17. política de distribuição de resultados.
Dessa forma constituem-se custos relacionados à abertura de capital:
Custos legais
� contratação de auditoria externa;
� taxa de fiscalização do registro de emissão e de manutenção de companhia
aberta na CVM;
� anuidade à bolsa;
� serviço de ações escriturais;
� registro de escritura de debêntures no cartório de registro de imóveis
(emissão de debêntures)
37
� honorários do agente fiduciário (emissão de debêntures)
Custos de divulgação
� custo de elaboração e publicação de demonstrações financeiras, prospectos
e anúncios de início e de encerramento de distribuição em jornais;
� financiamento de visitas à empresa emissora e apresentações aos
investidores;
� comissão de coordenação (em torno de 1,5% do montante emitido);
� comissão de garantia (se houver, em torno de 4% do montante emitido)
� comissão de colocação (em torno de 4,5% do montante emitido);
� estrutura da diretoria de relações com o mercado.
Existem ainda custos indiretos associados à abertura de capital, a saber:
underpricing (as ações ofertadas a um preço menor do que o preço de fechamento
no primeiro dia de negociações) e a perda de confidencialidade (informações
relevantes para a competitividade da empresa que devem ser divulgadas aos
investidores).
38
CAPITULO 5 – ANÁLISE TOP DOWN
A análise fundamentalista é uma importante instrumento utilizado para a análise de
investimento em ações. Esta análise utiliza os fundamentos econômico-financeiros
para determinação do valor da empresa.
Assim, conceitua-se análise fundamentalista como o estudo de toda a informação
disponível no mercado sobre determinada empresa, com a finalidade de obter seu
verdadeiro valor, e assim formular uma recomendação de investimento.
Objetivo Principal: avaliar o comportamento da empresa visando a determinação
do valor dela. Parte do princípio de que as ações tem valor intrínseco, que esta
associado com a performance da companhia emissora e com a situação geral da
economia.
Justificativa: é antecipar o comportamento futuro de uma determinada empresa no
mercado, ou seja, o preço de uma ação não reflete o verdadeiro valor da empresa,
mas sim uma tendência de que isso ocorra em um futuro próximo.
Para estimar o valor de uma ação em determinado instante, a análise
fundamentalista baseia-se em três pontos:
1. demonstrações financeiras passadas;
2. situação atual da economia e estimativas futuras de variáveis com influência
sobre o preço;
3. grau de confiança do investidor em relação ao grau de intervenção
governamental.
Pode ser ainda estimado o valor da empresa em função:
- do lucro esperado em exercícios futuros;
- dos investimentos realizados e à realizar;
- das fontes de financiamento utilizadas.
Outro importante conceito que se faz necessário para a compreensão da análise
fundamentalista é o de eficiência de mercado. Denomina-se mercado eficiente o
39
mercado em que seus preços reflitam toda informação relevante disponível e o
ajuste a nova informação seja instantâneo. Características deste mercado: ser
competitivos, transparentes, ter liquidez e ter um tamanho tal que se reduza os
custos de transação.
Etapas do trabalho do analista fundamentalista
1ª ETAPA: PESQUISA
- coleta de informações sobre a empresa;
- fontes de pesquisa:
- entrevista pessoal
- Leitura de:
Relatórios macroeconômicos;
Relatórios setoriais
Relatório da administração
Demonstrações contábeis publicadas
Informações em tempo real
Imprensa especializada
Publicações especiais.
- Base de dados
- Apresentações na bolsa de valores
2ª ETAPA: TRANSFORMAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM IDÉIA
- corresponde ao desenvolvimento propriamente dito da análise e nela será
demonstrado o conhecimento do tema.
3ª ETAPA: COMUNICAÇÃO DAS IDÉIAS
- transmitir de forma adequada ao demandante as informações.
Análise Top Down e Botton up
40
A análise fundamentalista, como outros métodos de análise, engloba distintos
enfoques e sistemas de utilização. O primeiro enfoque utilizado é a análise Top
Down (de cima para baixo) e em contraposição a ele a análise Botton Up.
Na análise Top Down os analistas crêem que o que movem as bolsas a longo prazo
são as principais variáveis macroeconômicas. Na Botton Up pensam que o que tem
de ser feito é analisar o comportamento e as perspectivas de cada empresa para
detectar quais oferecem melhor oportunidade de investimento. Ambos os enfoques
não são excludentes.
A análise top down é utilizada pelos analistas que partem de um contexto global,
para a formulação de uma conclusão sobre a empresa que ele deve recomendar.É
direcionada do estudo da macroeconomia ao estudo da micro economia.
Durante seu desenvolvimento, são realizadas análises da economia em geral, do
setor de atuação da empresa, e mais especificamente da empresa em si,
objetivando a determinação de oportunidades e ameaça no ambiente externo da
empresa.
Os passos básicos para a realização da análise top down estão descritos a seguir:
Análise Macroeconômica
Análise Setorial
Análise dos Fundamentos das Empresas
Análise macroeconômica
Fornece os parâmetros para a mensuração da atividade econômica geral de um
dado sistema econômico. A justificativa para a realização de uma análise
macroeconômica é que a bolsa de valores deve refletir de alguma forma o
desempenho da economia na qual ela está inserida.
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O objetivo da macroeconomia é o estudo de um conjunto de variáveis
macroeconômicas cujas inter-relações presidem ao funcionamento do sistema
econômico.
Estrutura Básica de um modelo macroeconômico PARTE DA ECONOMIA MERCADOS VARIÁVEIS
Real
Bens e serviços
Nível de renda e produto nacional Nível de preços (inflação) Poupança agregada Investimentos agregados Exportações globais Inportações globais
Trabalho Nível de emprego Taxa de salários monetários
Monetária
Monetário Taxas de juros Estoque de moeda
Títulos Preço dos títulos Divisas Taxa de câmbio
É possível identificar alguns indicadores econômicos mais importantes, cuja
relevância afeta significativamente o comportamento do mercado de capitais, como,
por exemplo:
Impactos de variáveis econômicas VARIÁVEIS ECONÔMICAS IMPACTO NO MERCADO DE AÇÕES Crescimento do PIB Impacto positivo – é bom para o mercado Produção industrial Aumentos contínuos são um sinal de força, o
que é bom para o mercado Inflação Em detrimento dos preços das ações, a
inflação mais alta leva a taxas de juros mais altas e menores multiplicadores preço/lucro, e geralmente torna as ações menos atrativas.
Lucros empresariais Grandes lucros são bons para o mercado Desemprego Um depressor – um aumento do desemprego
significa que os negócios estão começando a desacelerar.
Resultado primário Superávits são bons para as taxas de juros e os preços das ações. Já os déficits podem causar inflação.
Taxa de juros Outro depressor – taxas crescentes tendem a ter efeito negativo no mercado de ações.
Oferta de moeda O crescimento moderado pode ter um impacto positivo na economia e no mercado. Mas o rápido crescimento é inflacionário e, portanto, prejudicial para o mercado de ações.
42
Taxa de cambio
A taxa de cambio, que é o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda
estrangeira, nos permite calcular a relação de troca, ou seja, o preço relativo entre
diferentes moedas.
A taxa de cambio de uma economia depende de variáveis, como por exemplo
� Aumento nos preços dos produtos (inflação)
� Balança comercial
� Conta de capitais do balanço de pagamentos
Uma queda na taxa de cambio, ou seja, uma diminuição no poder de compra da
moeda local, induz a um aumento nas exportações da economia.
Taxas de juros
Taxa de juros é uma variável chave no comportamento bursátil, e isto por várias
razões. Expectativas de lucros que guiam decisões de investimento são
extremamente imprevisíveis. Se as taxas de juros caem, os investidores vão a bolsa
buscando maior rentabilidade, a demanda de ações sobe e com ela os preços das
ações.
Quando as taxas de juros da economia caem, os investidores buscam novas formas
de obter rentabilidade, migram para as aplicações de renda variável. Taxas de juros
baixas supõem menos custos financeiros para as empresas e maior consumo de
famílias e empresas.
Quando as taxas de juros da economia estão baixas, as pessoas tendem a consumir
mais e os custos financeiros das empresas passam a ser menores.Estes fatores
geram um aumento no potencial de ganho das empresas e reflete nas cotações de
suas ações que passaram a ter preço mais alto.
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Todas as variáveis que influem nas taxas de juros devem ser consideradas pelo
analista: maior inflação provocará altas das taxas de juros; maior déficit público
provocará altas de taxas; uma taxa de cambio em queda pode provocar também
altas nas taxas de juros.
A estimativa das taxas de juros é uma das mais difíceis atribuições em
macroeconomia. De qualquer forma podemos utilizar como parâmetros os fatores
que determinam seu nível, como por exemplo:
- oferta de poupança interna;
- demanda por investimentos das empresas;
- oferta/demanda de recursos do governo;
- taxa esperada de inflação.
Crescimento Econômico
O crescimento econômico produz aumento nos lucros empresariais e, portanto, no
lucro por ação. Com o aumento no lucro por ação, os fluxos futuros de ganhos
proporcionados pela ação também serão maiores e os seus preços,
consequentemente, subirão.
Assim, o crescimento econômico é caracterizado pelo aumento da capacidade
produtiva de bens e serviços da economia, num determinado período de tempo.
Como exemplo de alguns fatores que determinam a sensibilidade dos lucros da
empresa para com crescimento econômico temos:
- sensibilidade nas vendas;
- alavancagem operacional;
- alavancagem financeira.
Inflação
Definimos inflação como sendo o aumento generalizado nos preços de uma
economia. Esse aumento pode ser obtido com a variação de uma cesta de produtos
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que constituem o consumo médio de uma família. Com o aumento geral do nível de
preços, a inflação surge como uma variável macroeconômica que afeta diretamente
a situação financeira da empresa, devido ao grande excesso de circulação de
moeda no mercado, causando grande aumento do consumo e com conseqüência
aumento dos preços.
Os principais índices que medem a inflação no Brasil:
• Índice geral de preços do IBGE
• Índice geral de preços do mercado da FGV
• Índice de preços ao consumidor da FIPE
• Índice nacional de preços do consumidor (INPC) do IBGE
• Índice da Cesta Básica (Procon - Dieese)
A inflação afeta a bolsa de valores da seguinte forma:
- obriga as autoridades monetárias a reduzir a oferta monetária da economia e com
isso aumenta o preço do dinheiro (taxa de juros);
- dificulta o crescimento econômico em função do desestimulo à produção.
Conclui-se que a inflação ascendente gera queda na bolsa de valores, sendo que o
inverso estimula as negociações nesse mercado.