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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
IBGE
Tcnico em Informaes Geogrficas e Estatsticas
NDICE LNGUA PORTUGUESA: Compreenso e interpretao de texto; ....................................................................................................................... 1 A organizao textual dos vrios modos de organizao discursiva; ..................................................................... 5 Coerncia e coeso;........................................................................................................................................................ 8 Ortografia; ....................................................................................................................................................................... 20 Classe, estrutura, formao e significao de vocbulos; Derivao e composio; ........................................ 30 A orao e seus termos; ............................................................................................................................................... 46 A estruturao do perodo; .......................................................................................................................................... 40 As classes de palavras: aspectos morfolgicos, sintticos e estilsticos; Linguagem figurada; Pontuao. ... 30
RACIOCNIO LGICO: Avaliao da habilidade do candidato em entender a estrutura lgica de relaes entre pessoas, lugares, coisas ou eventos, deduzir novas informaes e avaliar as condies usadas para estabelecer a estrutura daquelas relaes. As questes das provas podero tratar das seguintes reas: estruturas lgicas; lgica de argumentao; diagra- mas lgicos; aritmtica, lgebra e geometria bsica. ...................................................................................Pp 1 a 80
GEOGRAFIA: Noes bsicas de cartografia: Orientao: pontos cardeais; Localizao: coordenadas geogrficas (latitude e longitude); Representao: leitura, escala, legenda e convenes. ........................................................................ 1 Natureza e meio ambiente no Brasil: Grandes domnios climticos; Ecossistemas. ............................................ 5 As atividades econmicas e a organizao do espao: Espao agrrio: modernizao e conflitos; Espao urbano: atividades econmicas, emprego e pobreza; .............................................................................................................. 9 A rede urbana e as Regies Metropolitanas. ........................................................................................................... 16 Formao Territorial e Diviso Poltico-Administrativa: Diviso Poltico-Administrativa; Organizao federativa. 17
CONHECIMENTOS ESPECFICOS: Conhecimentos especficos sobre o IBGE: informaes sobre a Instituio, conceitos bsicos para o desenvolvi- mento do trabalho na Agncia e da atividade do Tcnico de Coleta. ....................................................... Pp 1 a 14
CONHECIMENTOS GERAIS: Elementos de poltica brasileira. .................................................................................................................................... 1 Cultura e sociedade brasileira: msica, literatura, artes, arquitetura, rdio, cinema, teatro, jornais, revistas e tele- viso................................................................................................................................................................................... 2 Histria do Brasil. ........................................................................................................................................................... 11 Descobertas e inovaes cientficas na atualidade e seus impactos na sociedade contempornea. ............. 27 Meio ambiente e sociedade: problemas, polticas pblicas, organizaes no governamentais, aspectos locais e aspectos globais. ........................................................................................................................................................... 29 Panorama da economia nacional. .............................................................................................................................. 46 O cotidiano brasileiro..................................................................................................................................................... 48
NOES DE INFORMTICA: Correio Eletrnico (mensagens, anexao de arquivos, cpias). Perifricos. Componentes. Estruturao de diret- rios, subdiretrios e arquivos. Windows 7. Browser. .....................................................................................Pp 1 a 55
Tcnico em Informaes Geogrficas e Estatsticas - IBGE
APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos
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APOSTILAS OPO
A Opo Certa Para a Sua Realizao
APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos
LNGUA PORTUGUESA
Compreenso e interpretao de texto; A organizao textual dos vrios modos de organizao discursiva; Coerncia e coeso; Ortografia; Classe, estrutura, formao e significao de vocbu-los; Derivao e composio; A orao e seus termos; A estruturao do perodo; As classes de palavras: aspectos morfolgicos, sintti-cos e estilsticos; Linguagem figurada; Pontuao.
COMPREENSO E INTERPRETAO DE TEXTOS
Os concursos apresentam questes interpretativas que tm por
finali-dade a identificao de um leitor autnomo. Portanto, o
candidato deve compreender os nveis estruturais da lngua por meio
da lgica, alm de necessitar de um bom lxico internalizado.
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto
em que esto inseridas. Torna-se, assim, necessrio sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compem o texto.
Alm disso, fundamental apreender as informaes
apresentadas por trs do texto e as inferncias a que ele remete.
Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de
uma postura ideolgica do autor diante de uma temtica qualquer.
Denotao e Conotao Sabe-se que no h associao necessria entre significante (expres-
so grfica, palavra) e significado, por esta ligao representar uma con-
veno. baseado neste conceito de signo lingustico (significante +
signi-ficado) que se constroem as noes de denotao e conotao.
O sentido denotativo das palavras aquele encontrado nos dicionrios, o
chamado sentido verdadeiro, real. J o uso conotativo das palavras a atribuio de
um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreenso, depende do contexto.
Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construo frasal, uma nova relao
entre significante e significado.
Os textos literrios exploram bastante as construes de base conota-tiva, numa tentativa de extrapolar o espao do texto e provocar reaes diferenciadas em seus leitores.
Ainda com base no signo lingustico, encontra-se o conceito de
polis-semia (que tem muitas significaes). Algumas palavras,
dependendo do contexto, assumem mltiplos significados, como, por
exemplo, a palavra ponto: ponto de nibus, ponto de vista, ponto
final, ponto de cruz ... Neste caso, no se est atribuindo um sentido
fantasioso palavra ponto, e sim ampliando sua significao atravs
de expresses que lhe completem e esclaream o sentido.
Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcanar a dois nveis de leitura: a informativa e
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-
em-se informaes sobre o contedo abordado e prepara-se o prximo
nvel de leitura. Durante a interpretao propriamente dita, cabe destacar
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para
resumir a ideia central de cada pargrafo. Este tipo de procedimento
agua a memria visual, favorecendo o entendimento.
No se pode desconsiderar que, embora a interpretao seja subjetiva, h
limites. A preocupao deve ser a captao da essncia do texto, a fim de responder
s interpretaes que a banca considerou como pertinentes.
No caso de textos literrios, preciso conhecer a ligao daquele
texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestaes de
arte da poca em que o autor viveu. Se no houver esta viso global
dos momen-tos literrios e dos escritores, a interpretao pode ficar
comprometida. Aqui no se podem dispensar as dicas que aparecem
na referncia bibliogrfica da fonte e na identificao do autor.
A ltima fase da interpretao concentra-se nas perguntas e opes
de resposta. Aqui so fundamentais marcaes de palavras como no,
exce-to, errada, respectivamente etc. que fazem diferena na escolha
adequa-da. Muitas vezes, em interpretao, trabalha-se com o conceito do
"mais adequado", isto , o que responde melhor ao questionamento
proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder
pergunta, mas no ser a adotada como gabarito pela banca examinadora
por haver uma outra alternativa mais completa.
Ainda cabe ressaltar que algumas questes apresentam um
fragmento do texto transcrito para ser a base de anlise. Nunca deixe
de retornar ao texto, mesmo que aparentemente parea ser perda de
tempo. A descontex-tualizao de palavras ou frases, certas vezes,
so tambm um recurso para instaurar a dvida no candidato. Leia a
frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto
pelo autor, desta maneira a resposta ser mais consciente e segura.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa
interpretao de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
01. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto; 02. Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa
a leitura, v at o fim, ininterruptamente; 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto
pelo monos umas trs vezes ou mais; 04. Ler com perspiccia, sutileza, malcia nas entrelinhas; 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06. No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor; 07. Partir o texto em pedaos (pargrafos, partes) para
melhor compre-enso; 08. Centralizar cada questo ao pedao (pargrafo, parte)
do texto cor-respondente; 9. Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo; 10. Cuidado com os vocbulos: destoa (=diferente de ...), no,
correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e
outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, s vezes,
dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas,
procurar a mais exata ou a mais completa; 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um
fundamento de lgica objetiva; 13. Cuidado com as questes voltadas para dados superficiais; 14. No se deve procurar a verdade exata dentro daquela
resposta, mas a opo que melhor se enquadre no sentido do texto; 15. s vezes a etimologia ou a semelhana das palavras
denuncia a resposta; 16. Procure estabelecer quais foram as opinies expostas
pelo autor, definindo o tema e a mensagem; 17. O autor defende ideias e voc deve perceb-las; 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito so
importants-simos na interpretao do texto. Ex.: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa
na realizao do fato (= morte de "ele"). Ex.: Ele morreu faminto. faminto: predicativo do sujeito, o estado em que "ele" se
encontrava quando morreu.; 19. As oraes coordenadas no tm orao principal,
apenas as idei-as esto coordenadas entre si; 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vo dar a ele
maior clareza de expresso, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo Cunegundes
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
Lngua Portuguesa 1 A Opo Certa Para a Sua Realizao
APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos
TEXTO NARRATIVO As personagens: So as pessoas, ou seres, viventes ou
no, for-as naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos.
Toda narrativa tem um protagonista que a figura central, o heri ou herona, personagem principal da histria.
O personagem, pessoa ou objeto, que se ope aos designos do prota-gonista, chama-se antagonista, e com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano.
As personagens secundrias, que so chamadas tambm de compar-sas, so os figurantes de influencia menor, indireta, no decisiva na narra-o.
O narrador que est a contar a histria tambm uma personagem,
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tncia, ou ainda uma pessoa estranha histria.
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-
nagem: as planas: que so definidas por um trao caracterstico, elas no
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e
tendem caricatura; as redondas: so mais complexas tendo uma dimen-
so psicolgica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reaes
perante os acontecimentos.
Sequncia dos fatos (enredo): Enredo a sequncia dos
fatos, a trama dos acontecimentos e das aes dos personagens.
No enredo po-demos distinguir, com maior ou menor nitidez, trs
ou quatro estgios progressivos: a exposio (nem sempre
ocorre), a complicao, o climax, o desenlace ou desfecho.
Na exposio o narrador situa a histria quanto poca, o ambiente,
as personagens e certas circunstncias. Nem sempre esse estgio ocorre,
na maioria das vezes, principalmente nos textos literrios mais recentes, a
histria comea a ser narrada no meio dos acontecimentos (in mdia),
ou seja, no estgio da complicao quando ocorre e conflito, choque de
inte-resses entre as personagens.
O clmax o pice da histria, quando ocorre o estgio de maior ten-
so do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o
desfecho, ou seja, a concluso da histria com a resoluo dos conflitos. Os fatos: So os acontecimentos de que as personagens
partici-pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados
decorre o g-nero do texto. Por exemplo o relato de um
acontecimento cotidiano constitui uma crnica, o relato de um
drama social um romance social, e assim por diante. Em
toda narrativa h um fato central, que estabelece o carter do
texto, e h os fatos secundrios, rela-cionados ao principal. Espao: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos
lu-gares, ou mesmo em um s lugar. O texto narrativo precisa
conter informaes sobre o espao, onde os fatos
acontecem. Muitas ve-zes, principalmente nos textos
literrios, essas informaes so extensas, fazendo aparecer
textos descritivos no interior dos textos narrativo. Tempo: Os fatos que compem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificao do
momento, dia, ms, ano ou poca em que ocorre o fato. A
temporalidade sa-lienta as relaes passado/presente/futuro
do texto, essas relaes podem ser linear, isto , seguindo a
ordem cronolgica dos fatos, ou sofre inverses, quando o
narrador nos diz que antes de um fa-to que aconteceu depois.
O tempo pode ser cronolgico ou psicolgico. O cronolgico
o tempo material em que se desenrola ao, isto , aquele que
medido pela natureza ou pelo relgio. O psicolgico no
mensurvel pelos padres fixos, porque aquele que ocorre no
interior da personagem, depende da sua percepo da realidade,
da durao de um dado acontecimento no seu esprito.
Narrador: observador e personagem: O narrador, como j dis-
semos, a personagem que est a contar a histria. A posio em que se coloca o narrador para contar a histria constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-zado por :
- viso por detrs : o narrador conhece tudo o que diz respeito s
personagens e histria, tendo uma viso panormica dos acon-
tecimentos e a narrao feita em 3a pessoa.
- viso com: o narrador personagem e ocupa o
centro da narra-tiva que feito em 1a pessoa. - viso de fora: o narrador descreve e narra apenas o que v,
aquilo que observvel exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
dor um observador e a narrativa feita em 3a pessoa.
Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-presentar um foco narrativo, isto , o ponto de vista atravs do qual a histria est sendo contada. Como j
vimos, a narrao feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.
Formas de apresentao da fala das personagens Como j sabemos, nas histrias, as personagens agem e
falam. H trs maneiras de comunicar as falas das personagens.
Discurso Direto: a representao da fala das personagens atra-vs do dilogo.
Exemplo: Z Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo
dono da verdade. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carna-val a cidade do povo e de ningum mais.
No discurso direto frequente o uso dos verbo de locuo ou
descendi: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar
e etc.; e de travesses. Porm, quando as falas das personagens so
curtas ou rpidas os verbos de locuo podem ser omitidos.
Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir,
com suas prprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-xemplo:Z Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-nos sombrios por vir.
Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se mistura fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narrao. Exemplo:Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto.
Quando me viram, sem chapu, de pijama, por aqueles lugares,
deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que
estivesse doido. Como poderia andar um homem quela hora ,
sem fazer nada de cabea no tempo, um branco de ps no cho
como eles? S sendo doido mesmo. (Jos Lins do Rego)
TEXTO DESCRITIVO Descrever fazer uma representao verbal dos aspectos mais
carac-tersticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
As perspectivas que o observador tem do objeto so muito
importantes, tanto na descrio literria quanto na descrio tcnica.
esta atitude que vai determinar a ordem na enumerao dos traos
caractersticos para que o leitor possa combinar suas impresses
isoladas formando uma imagem unificada.
Uma boa descrio vai apresentando o objeto progressivamente, vari-ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco.
Podemos encontrar distines entre uma descrio literria e
outra tc-nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas: Descrio Literria: A finalidade maior da descrio literria transmitir a
impresso que a coisa vista desperta em nossa mente atravs do sentidos.
Da decorrem dois tipos de descrio: a subje-
Lngua Portuguesa 2 A Opo Certa Para a Sua Realizao
APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos
tiva, que reflete o estado de esprito do observador, suas
prefern-cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa
ver e no o que v realmente; j a objetiva traduz a realidade
do mundo objeti-vo, fenomnico, ela exata e dimensional. Descrio de Personagem: utilizada para caracterizao
das personagens, pela acumulao de traos fsicos e
psicolgicos, pela enumerao de seus hbitos, gestos,
aptides e temperamen-to, com a finalidade de situar
personagens no contexto cultural, so-cial e econmico . Descrio de Paisagem: Neste tipo de descrio, geralmente
o observador abrange de uma s vez a globalidade do
panorama, para depois aos poucos, em ordem de
proximidade, abranger as partes mais tpicas desse todo.
Descrio do Ambiente: Ela d os detalhes dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as aes, tentando dar ao leitor uma visualizao das suas particularidades, de seus traos distintivos e tpicos.
Descrio da Cena: Trata-se de uma descrio movimentada,
que se desenvolve progressivamente no tempo. a
descrio de um incndio, de uma briga, de um naufrgio. Descrio Tcnica: Ela apresenta muitas das caractersticas ge-rais da
literatura, com a distino de que nela se utiliza um vocabu-lrio mais
preciso, salientando-se com exatido os pormenores. predominantemente
denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a
objetos, a aparelhos ou mecanis-mos, a fenmenos, a fatos, a lugares, a
eventos e etc.
TEXTO DISSERTATIVO Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertao
cons-ta de uma srie de juzos a respeito de um determinado assunto
ou ques-to, e pressupe um exame critico do assunto sobre o qual
se vai escrever com clareza, coerncia e objetividade.
A dissertao pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir o leitor a
respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a
conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questo.
A linguagem usada a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-do o contexto.
Quanto forma, ela pode ser tripartida em : Introduo: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados
funda-mentais do assunto que est tratando. a enunciao
direta e ob-jetiva da definio do ponto de vista do autor. Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias
colo-cadas na introduo sero definidas com os dados mais
relevan-tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em
blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a
sucesso deles resulte num conjunto coerente e unitrio que
se encaixa na introduo e de-sencadeia a concluso. Concluso: o fenmeno do texto, marcado pela sntese da ideia
central. Na concluso o autor refora sua opinio, retomando a in-troduo e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver
maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um
dissertao, cabe fazermos a distino entre fatos, hiptese
e opinio. - Fato: o acontecimento ou coisa cuja veracidade e
reconhecida; a obra ou ao que realmente se praticou. - Hiptese: a suposio feita acerca de uma coisa possvel ou
no, e de que se tiram diversas concluses; uma afirmao so-bre o desconhecido, feita com base no que j conhecido.
- Opinio: Opinar julgar ou inserir expresses de aprovao ou desaprovao pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-tos descritos, um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo.
O TEXTO ARGUMENTATIVO
Um texto argumentativo tem como objetivo convencer algum das nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer tema ou assunto.
constitudo por um primeiro pargrafo curto, que deixe a ideia
no ar, depois o desenvolvimento deve referir a opinio da pessoa que
o escreve, com argumentos convincentes e verdadeiros, e com
exemplos claros. Deve tambm conter contra-argumentos, de forma a
no permitir a meio da leitura que o leitor os faa. Por fim, deve ser
concludo com um pargrafo que responda ao primeiro pargrafo, ou
simplesmente com a ideia chave da opinio.
Geralmente apresenta uma estrutura organizada em trs partes: a introduo, na qual apresentada a ideia principal ou tese; o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e a concluso. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem
ser de diferentes tipos: exemplos, comparao, dados histricos, dados
estatstico, pesquisas, causas socioeconmicas ou culturais, depoimentos
- enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor
tem consistncia. A concluso pode apresentar uma possvel
soluo/proposta ou uma sntese. Deve utilizar ttulo que chame a ateno
do leitor e utilizar variedade padro de lngua.
A linguagem normalmente impessoal e objetiva.
O roteiro da persuaso para o texto argumentativo:
Na introduo, no desenvolvimento e na concluso do texto argumen-tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluda com suces-so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um pargrafo argumenta-tivo:
Declarao inicial: uma forma de apresentar com assertivi-dade e segurana a tese.
A aprovao das Cotas para negros vem reparar uma divida
moral e um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso
no Ensino Superi-or ao negro por meio de polticas afirmativas
uma forma de admitir a diferena social marcante na sociedade e
de igualar o acesso ao mercado de trabalho.
Interrogao: Cria-se com a interrogao uma relao prxima com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na introduo.
Por que nos orgulhamos da nossa falta de conscincia coletiva?
Por que ainda insistimos em agir como espertos individualistas?
Citao ou aluso: Esse recurso garante defesa da tese car-ter
de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois se
apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.
As pessoas chegam ao ponto de uma criana morrer e os pais no chorarem mais, trazerem a criana, jogarem num bolo
de mortos, virarem as costas e irem embora. O comentrio do fotgrafo Sebastio Salgado sobre o que presenciou na
Ruanda um chamado conscincia pbli-ca.
Exemplificao: O processo narrativo ou descritivo da exempli-ficao pode conferir argumentao leveza a cumplicidade. Porm, deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e no interfira no processo persuasivo.
Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe mdia.
Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-gundo
arrasto do ms. Clientes e funcionrios so assaltados e amea-ados de morte.
O cotidiano violento de So Paulo se faz presente.
Roteiro: A antecipao do que se pretende dizer pode funcionar como encaminhamento de leitura da tese.
Busca-se com essa exposio analisar o descaso da sociedade em
relao s coletas seletivas de lixo e a incompetncia das prefeituras.
Enumerao: Contribui para que o redator analise os dados e exponha seus pontos de vista com mais exatido.
Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Sade de So Pau-lo aponta
que as maiores vtimas do abuso sexual so as crianas meno-res de 12 anos.
Elas representam 43% dos 1.926 casos de violncia se-
Lngua Portuguesa 3 A Opo Certa Para a Sua Realizao
APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos
xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Prola Bying- vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
ton. do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.
Causa e consequncia: Garantem a coeso e a concatenao 2 pargrafo: H o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-
das ideias ao longo do pargrafo, alm de conferir carter lgico ao pro- gumentativos;
cesso argumentativo. O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo
No final de maro, o Estado divulgou ndices vergonhosos do Idesp a se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas
indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educao para ava- ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-
liar a qualidade do ensino (). O pssimo resultado apenas conse- sveis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte,
quncia de como est baixa a qualidade do ensino pblico. As causas problemas ambientais que afetam a populao.
so vrias, mas certamente entre elas est a falta de respeito do Estado Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemos
que, prximo do fim do 1 bimestre, ainda no enviou apostilas para al- contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservar
gumas escolas estaduais de Rio Preto. os ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo de
Sintese: Refora a tese defendida, uma vez que fecha o texto continuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmente ns, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentao. podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti-
Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo. ca.
Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que no o ideal,
3 pargrafo: A concluso desenvolvida com uma proposta de
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento. interveno relacionada tese.
O aspecto mais polmico era a venda de bebidas alcolicas nos es-
O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar os
tdios. A lei eliminou o veto federal, mas no exclui que os organizadores transtornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol-
precisem negociar a permisso em alguns Estados, como So Paulo. gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga-do que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias no
rante mais credibilidade ao processo argumentativo. existe contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder se
Recolher de forma digna e justa os usurios de crack que buscam transformar na salvao do mundo.
Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-
ajuda, oferecer tratamento humano dever do Estado. No faz sentido
isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to- sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas a
dos. Mundograduado.org combater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nada
Modelo de Dissertao-Argumentativa melhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos a
ferida que tomou conta do nosso Planeta Azul. Prof Francinete
Meio-ambiente e tecnologia: no h contraste, h soluo A ideia principal e as secundrias
Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi- Para treinarmos a redao de pequenos pargrafos narrativos, vamos
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre- nos colocar no papel de narradores, isto , vamos contar fatos com base na
vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan- organizao das ideias.
do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo a Leia o trecho abaixo:
se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas ao Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferro
progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respons- quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com
veis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte, pro- isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas, demons-
blemas ambientais que afetam a populao. trando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as mos,
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemos um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservar Como voc deve ter observado, nesse pargrafo, o narrador conta-nos
os ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo de um fato acontecido com seu primo. , pois, um pargrafo narrativo. Anali-
continuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmente semos, agora, o pargrafo quanto estrutura.
ns, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, As ideias foram organizadas da seguinte maneira:
podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti-
ca. Ideia principal:
O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar os Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferro
transtornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol- quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.
gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais Ideias secundrias:
do que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias no
existe contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder se Com isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas, transformar na salvao do mundo. demonstrando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as
Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci- mos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas a A ideia principal, como voc pode observar, refere-se a uma ao peri- combater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nada gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundrias melhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos a complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador
ferida que tomou conta do nosso Planeta Azul. conseguiu sair-se da perigosa situao em que se encontrava.
Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual Os pargrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado dissertativa assim organizada: de ideias secundrias. Entretanto, muito comum encontrarmos, em par-
1 pargrafo: Introduo com apresentao da tese a ser defendi- grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:
da; O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.
Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi-
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
Lngua Portuguesa 4 A Opo Certa Para a Sua Realizao
APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a-
proveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram
conten-tes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela me.
Nesse trecho, h dois pargrafos.
No primeiro, s h uma ideia desenvolvida, que corresponde ideia
principal do pargrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.
No segundo, j podemos perceber a relao ideia principal + ideias secundrias. Observe:
Ideia principal:
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a-proveitar o bom tempo.
Ideia secundrias:
Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela me.
Agora que j vimos alguns exemplos, voc deve estar se perguntando: Afinal, de que tamanho o pargrafo?
Bem, o que podemos responder que no h como apontar um
pa-dro, no que se refere ao tamanho ou extenso do pargrafo.
H exemplos em que se veem pargrafos muito pequenos;
outros, em que so maiores e outros, ainda, muito extensos.
Tambm no h como dizer o que certo ou errado em termos da ex-tenso do pargrafo, pois o que importante mesmo, a organizao das ideias. No entanto, sempre til observar o que diz o dito popular nem oito, nem oitenta.
Assim como no aconselhvel escrevermos um texto, usando apenas pargrafos muito curtos, tambm no aconselhvel empregarmos os muito longos.
Essas observaes so muito teis para quem est iniciando
os traba-lhos de redao. Com o tempo, a prtica dir quando e
como usar pargra-fos pequenos, grandes ou muito grandes.
At aqui, vimos que o pargrafo apresenta em sua estrutura,
uma ideia principal e outras secundrias. Isso no significa, no
entanto, que sempre a ideia principal aparea no incio do
pargrafo. H casos em que a ideia secundria inicia o pargrafo,
sendo seguida pela ideia principal. Veja o exemplo:
As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo estremeceu violentamente sob meus ps. Logo percebi que se tratava de um terremoto.
Observe que a ideia mais importante est contida na frase:
Logo per-cebi que se tratava de um terremoto, que aparece no final do pargrafo. As outras frases (ou ideias) apenas explicam
ou comprovam a afirmao: as estacas tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo estremeceu violentamente sob meus
ps e estas esto localizadas no incio do par-grafo.
Ento, a respeito da estrutura do pargrafo, conclumos que as ideias podem organizar-se da seguinte maneira:
Ideia principal + ideias secundrias
ou
Ideias secundrias + ideia principal
importante frisar, tambm, que a ideia principal e as ideias se-
cundrias no so ideias diferentes e, por isso, no podem ser separadas
em pargrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundrias deve-
mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia
principal e mant-las juntas no mesmo pargrafo. Com isso, estaremos
evitando e repetio de palavras e assegurando a sua clareza.
importan-te, ao termos vrias ideias secundrias, que sejam identificadas
aquelas que realmente se relacionam ideia principal. Esse cuidado de
grande valia ao se redigir pargrafos sobre qualquer assunto.
ESTRUTURAO E ARTICULAO DO TEXTO
Resenha Critica de Articulao do Texto Amanda Alves Martins Resenha Crtica do livro A Articulao do Texto, da autora
Elisa Guima-res
No livro de Elisa Guimares, A Articulao do Texto, a autora procura esclarecer as dvidas referentes formao e compreenso de um texto e do seu contexto.
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de
uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensveis para
a sua construo, como as intenes do falante (emissor), o jogo de ima-
gens conceituais, mentais que o emissor e destinatrio executam.(Manuel
P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado isso, um texto no pode existir de
forma nica e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente
quanto semanticamente para que haja um entendimento e uma
compreenso deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se
integram e se expli-cam de forma recproca.
Completando o processo de formao de um texto, a autora nos
escla-rece que a economia de linguagem facilita a compreenso dele,
sendo indispensvel uma ligao entre as partes, mesmo havendo
um corte de trechos considerados no essenciais.
Quando o tema a situao comunicativa (p.7), a autora nos esclare-ce a
relao texto X contexto, onde um essencial para esclarecermos o outro, utilizando-
se de palavras que recebem diferentes significados con-forme so inseridas em um
determinado contexto; nos levando ao entendi-mento de que no podemos considerar
isoladamente os seus conceitos e sim analis-los de acordo com o contexto
semntico ao qual est inserida.
Segundo Elisa Guimares, o sentido da palavra texto estende-se a
uma enorme vastido, podendo designar um enunciado qualquer, oral ou
escrito, longo ou breve, antigo ou moderno (p.14) e ao contrrio do que
muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen-
to, uma frase, um verbo ect e no apenas na reunio destes com mais
algumas outras formas de enunciao; procurando sempre uma
objetivida-de para que a sua compreenso seja feita de forma fcil e clara.
Esta economia textual facilita no caminho de transmisso
entre o enun-ciador e o receptor do texto que procura condensar
as informaes recebi-das a fim de se deter ao ncleo informativo (p.17), este sim, primordial a qualquer informao.
A autora tambm apresenta diversas formas de classificao
do discur-so e do texto, porm, detenhamo-nos na diviso de
texto informativo e de um texto literrio ou ficcional.
Analisando um texto, possvel percebermos que a repetio de um
nome/lexema, nos induz lembrar de fatos j abordados, estimula a nossa
biblioteca mental e a informa da importncia de tal nome, que dentro de
um contexto qualquer, ou seja que no fosse de um texto informacional,
seria apenas caracterizado como uma redundncia desnecessria. Essa
repeti-o normalmente dada atravs de sinnimos ou sinnimos
perfeitos (p.30) que permitem a permutao destes nomes durante o texto
sem que o sentido original e desejado seja modificado.
Esta relao semntica presente nos textos ocorre devido s interpre-taes
feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada semnti-ca referencial
(p.31) para causar esta busca mental no receptor atravs de palavras
semanticamente semelhantes que fora enunciada, porm, existe ainda o que a
autora denominou de inexistncia de sinnimo perfeito (p.30) que so sinnimos
porm quando posto em substituio um ao outro no geram uma coerncia
adequada ao entendimento.
Nesta relao de substituio por sinnimos, devemos ter cautela quando
formos usar os hipernimos (p.32), ou at mesmo a hiponmia (p.32) onde
substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-tituies pode-se
causar desajustes e o resultado final no fazer com que a
Lngua Portuguesa 5 A Opo Certa Para a Sua Realizao
APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-lao, errnea, pode ser utilizada.
Seguindo ainda neste linear das substituies, existem ainda as
nomi-naes e a elipse, onde na primeira, o sentido inicialmente
expresso por um verbo substitudo por um nome, ou seja, um
substantivo; e, enquanto na segunda, ou seja, na elipse, o substituto
nulo e marcado pela flexo verbal; como podemos perceber no
seguinte exemplo retirado do livro de Elisa Guimares: Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presena
suave. Mil deles no causam o incmodo de dez cearenses.
__No grita, ___ no empurram< ___ no seguram o brao da gente, ___ no impem suas opinies. Para os importunos inventaram eles uma
palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia
para essa casta de gente (...) (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem
crnicas escolhidas. Rio de Janeiros, Jos Olympio, 1958, p.82).
Porm preciso especificar que para que haja a elipse o termo
elptico deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e
os demais j ditos anteriormente so primordiais para a compreenso
e produo textu-al, uma vez que contribuem para a economia de
linguagem, fator de grande valor para tais feitos.
Ao abordar os conceitos de coeso e coerncia, a autora procura pri-
meiramente retomar a noo de que a construo do texto feita atravs
de referentes lingusticos (p.38) que geram um conjunto de frases que
iro constituir uma microestrutura do texto (p.38) que se articula com a
estrutu-ra semntica geral. Porm, a dificuldade de se separar a coeso
da coe-rncia est no fato daquela est inserida nesta, formando uma
linha de raciocnio de fcil compreenso, no entanto, quando ocorre uma
incoern-cia textual, decorrente da incompatibilidade e no exatido do
que foi escrito, o leitor tambm capaz de entender devido a sua fcil
compreen-so apesar da m articulao do texto.
A coerncia de um texto no dada apenas pela boa interligao
entre as suas frases, mas tambm porque entre estas existe a influncia
da coerncia textual, o que nos ajuda a concluir que a coeso, na
verdade, efeito da coerncia. Como observamos em Nova Gramtica
Aplicada da Lngua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):
A coeso e a coerncia trazem a caracterstica de promover a inter-
relao semntica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que
chamamos de conectividade textual. A coerncia diz respeito ao nexo
entre os conceitos; e a coeso, expresso desse nexo no plano lingusti-
co (VAL, Maria das Graas Costa. Redao e textualidade, 1991, p.7)
No captulo que diz respeito s noes de estrutura, Elisa Guimares, busca ressaltar o nvel sinttico representado pelas coordenaes e subor-dinaes que fixam relaes de equivalncia ou hierarquia respectiva-mente. Um fato importante dentro do livro A Articulao do Texto, o valor
atribu-do s estruturas integrantes do texto, como o ttulo, o pargrafo, as
inter e intrapartes, o incio e o fim e tambm, as superestruturas.
O ttulo funciona como estratgica de articulao do texto podendo
de-sempenhar papis que resumam os seus pontos primordiais, como
tam-bm, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.
Os pargrafos esquematizam o raciocnio do escritos, como enuncia Othon Moacir Garcia:
O pargrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
venientemente as ideias principais da sua composio, permitindo ao
leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estgios.
bom relembrar, que dentro do pargrafo encontraremos o chamado
tpico frasal, que resumir a principal ideia do pargrafo no qual esta
inserido; e tambm encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos
de pargrafo, cada qual com um ponto de vista especfico.
No que diz respeito ao tpico Inicio e fim, Elisa Guimares preferiu a-
bord-los de forma mtua j que um consequncia ou decorrncia do
outro; ficando a organizao da narrativa com uma forma de estrutura clssica e
seguindo uma linha sequencial j esperada pelo leitor, onde o incio alimenta a
esperana de como vir a ser o texto, enquanto que o fim exercer uma funo de dar
um destaque maior ao fechamento do texto, o que tambm, alimenta a imaginao
tanto do leito, quanto do prprio autor.
No geral, o que diz respeito ao livro A Articulao do Texto de Elisa
Guimares, ele nos trs um grande nmero de informaes e novos
concei-tos em relao produo e compreenso textual, no entanto,
essa grande leva de informaes muitas vezes se tornam confusas e
acabam por des-prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade
de todo o texto e dificultando o entendimento terico.
A REFERENCIAO / OS REFERENTES / COERNCIA E COESO
A fala e tambm o texto escrito constituem-se no apenas numa se-
quncia de palavras ou de frases. A sucesso de coisas ditas ou escritas
forma uma cadeia que vai muito alm da simples sequencialidade: h um
entrelaamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto
falado ou escrito. Os mecanismos lingusticos que estabelecem a
conectivi-dade e a retomada e garantem a coeso so os referentes
textuais. Cada uma das coisas ditas estabelece relaes de sentido e
significado tanto com os elementos que a antecedem como com os que a
sucedem, constru-indo uma cadeia textual significativa. Essa coeso, que
d unidade ao texto, vai sendo construda e se evidencia pelo emprego de
diferentes procedimentos, tanto no campo do lxico, como no da
gramtica. (No esqueamos que, num texto, no existem ou no
deveriam existir elemen-tos dispensveis. Os elementos constitutivos vo
construindo o texto, e so as articulaes entre vocbulos, entre as partes
de uma orao, entre as oraes e entre os pargrafos que determinam a
referenciao, os contatos e conexes e estabelecem sentido ao todo.)
Ateno especial concentram os procedimentos que garantem ao
texto coeso e coerncia. So esses procedimentos que desenvolvem a
din-mica articuladora e garantem a progresso textual.
A coeso a manifestao lingustica da coerncia e se realiza nas
relaes entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos,
adjetivos em relao aos substantivos; formas verbais em relao aos
sujeitos; tempos verbais nas relaes espao-temporais constitutivas do
texto etc.), na organizao de perodos, de pargrafos, das partes do todo,
como formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e
desenvolver um tema ou as unidades de um texto. Construda com os
mecanismos gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto. 1. Considere-se, inicialmente, a coeso apoiada no lxico. Ela pode
dar-se pela reiterao, pela substituio e pela associao.
garantida com o emprego de: enlaces semnticos de frases por meio da repetio. A mensa-
gem-tema do texto apoiada na conexo de elementos lxicos su-
cessivos pode dar-se por simples iterao (repetio). Cabe,
nesse caso, fazer-se a diferenciao entre a simples redundncia
resul-tado da pobreza de vocabulrio e o emprego de repeties
como recurso estilstico, com inteno articulatria. Ex.: As
contas do patro eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o
vaqueiro, mas Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patro
queria engan-lo.Enganava. Vidas secas, p. 143); substituio lxica, que se d tanto pelo emprego de
sinnimos como de palavras quase sinnimas.
Considerem-se aqui alm das palavras sinnimas,
aquelas resultantes de famlias ideolgi-cas e do campo
associativo, como, por exemplo, esvoaar, revoar, voar; hipnimos (relaes de um termo especfico com um
termo de sentido geral, ex.: gato, felino) e hipernimos (relaes de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais especfi-co, ex.: felino, gato);
nominalizaes (quando um fato, uma ocorrncia, aparece em
forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:
consertar, o conserto; viajar, a viagem). preciso distinguir-se en-
tre nominalizao estrita e. generalizaes (ex.: o co < o animal)
e especificaes (ex.: planta > rvore > palmeira); substitutos universais (ex.: Joo trabalha muito. Tambm o fao.
Lngua Portuguesa 6 A Opo Certa Para a Sua Realizao
APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos
O verbo fazer em substituio ao verbo trabalhar); enunciados que estabelecem a recapitulao da ideia global.
Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e tambm
deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono(Vidas Secas, p.11). Esse enunciado chamado de anfora
con-ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que
ele refere so retomados por outro enunciado que os resume
e/ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as repeties e
faz-se o discurso a-vanar, mantendo-se sua unidade.
2. A coeso apoiada na gramtica d-se no uso de: certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-
se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados
como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto,
diferentemente dos pronomes de 1 e 2 pessoa que se referem
pessoa que fala e com quem esta fala.
certos advrbios e expresses adverbiais; artigos; conjunes; numerais; elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado
anterior, a palavra elidida facilmente identificvel (Ex.: O jovem
recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for-
as. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
relao entre as duas oraes.). a prpria ausncia do termo
que marca a inter-relao. A identificao pode dar-se com o
prprio enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos
extraver-bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em
lugares p-blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que
remetem a uma situao no-verbal. Nesse caso, a articulao se
d entre texto e contexto (extratextual);
as concordncias; a correlao entre os tempos verbais.
Os diticos exercem, por excelncia, essa funo de progresso
textu-al, dada sua caracterstica: so elementos que no significam,
apenas indicam, remetem aos componentes da situao comunicativa. J
os com-ponentes concentram em si a significao. Referem os
participantes do ato de comunicao, o momento e o lugar da enunciao.
Elisa Guimares ensina a respeito dos diticos: Os pronomes pessoais e as desinncias verbais indicam os
participan-tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas
locues prepositivas e adverbiais, bem como os advrbios de tempo,
referenciam o momento da enunciao, podendo indicar simultaneidade,
anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ulti-mamente, recentemente, ontem, h alguns dias, antes de
(pretrito); de agora em diante, no prximo ano, depois de (futuro).
Maria da Graa Costa Val lembra que esses recursos expressam
rela-es no s entre os elementos no interior de uma frase, mas
tambm entre frases e sequncias de frases dentro de um texto.
No s a coeso explcita possibilita a compreenso de um
texto. Mui-tas vezes a comunicao se faz por meio de uma
coeso implcita, apoia-da no conhecimento mtuo anterior que
os participantes do processo comunicativo tm da lngua.
A ligao lgica das ideias Uma das caractersticas do texto a organizao sequencial dos
ele-mentos lingusticos que o compem, isto , as relaes de
sentido que se estabelecem entre as frases e os pargrafos que
compem um texto, fazendo com que a interpretao de um
elemento lingustico qualquer seja dependente da de outro(s). Os
principais fatores que determinam esse encadeamento lgico so: a
articulao, a referncia, a substituio voca-bular e a elipse.
ARTICULAO Os articuladores (tambm chamados nexos ou conectores) so conjun-es,
advrbios e preposies responsveis pela ligao entre si dos fatos denotados num
texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependn-cia de sentido das frases
no processo de sequencializao textual. As
ideias ou proposies podem se relacionar indicando causa, consequncia, finalidade, etc.
Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. Ingressei na Faculdade porque pretendo ser bilogo. Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
possvel observar que os articuladores relacionam os
argumentos di-ferentemente. Podemos, inclusive, agrup-los, conforme a relao que estabelecem.
Relaes de: adio: os conectores articula sequencialmente frases cujos
contedos se adicionam a favor de uma mesma concluso: e, tambm,
no s...como tambm, tanto...como, alm de, alm disso, ainda, nem.
Na maioria dos casos, as frases somadas no so permutveis, isto
, a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada.
Ele entrou, dirigiu-se escrivaninha e sentou-se. alternncia: os contedos alternativos das frases so
articulados por conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres-sar incluso ou excluso.
Ele no sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade.
oposio: os conectores articulam sequencialmente frases
cujos con-tedos se opem. So articuladores de oposio: mas,
porm, todavia, entretanto, no entanto, no obstante, embora,
apesar de (que), ainda que, se bem que, mesmo que, etc.
O candidato foi aprovado, mas no fez a matrcula. condicionalidade: essa relao expressa pela combinao de
duas proposies: uma introduzida pelo articulador se ou caso e
outra por ento (consequente), que pode vir implcito. Estabelece-se
uma relao entre o antecedente e o consequente, isto , sendo o
antecedente verdadeiro ou possvel, o consequente tambm o ser.
Na relao de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma
condio hipottica, isto ,, cria-se na proposio introduzida pelo articula-
dor se/caso uma hiptese que condicionar o que ser dito na proposio
seguinte. Em geral, a proposio situa-se num tempo futuro.
Caso tenha frias, (ento) viajarei para Buenos Aires.
causalidade: expressa pela combinao de duas proposies, uma
das quais encerra a causa que acarreta a consequncia expressa na
outra. Tal relao pode ser veiculada de diferentes formas:
Passei no vestibular porque estudei muito visto que j que uma vez que _________________ _____________________
consequncia causa
Estudei tanto que passei no vestibular. Estudei muito por isso passei no vestibular
_________________ ____________________ causa consequncia
Como estudei passei no vestibular Por ter estudado muito passei no vestibular ___________________ ___________________
causa consequncia
finalidade: uma das proposies do perodo explicita o(s) meio(s) para se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais so: para, afim de, para que.
Lngua Portuguesa 7 A Opo Certa Para a Sua Realizao
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Utilizo o automvel a fim de facilitar minha vida.
conformidade: essa relao expressa-se por meio de duas proposi-es, em que se mostra a conformidade de contedo de uma delas em relao a algo afirmado na outra.
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara. segundo consoante
como de acordo com a solicitao...
temporalidade: a relao por meio da qual se localizam
no tempo aes, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de duas proposies.
Quando
Mal
Logo que terminei o colgio, matriculei-me aqui. Assim que
Depois que
No momento em que Nem bem
a) concomitncia de fatos: Enquanto todos se divertiam,
ele estu-dava com afinco. Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada uma das proposies.
b) um tempo progressivo: proporo que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.
bar enchia de frequentadores medida que a noite caa.
Concluso: um enunciado introduzido por articuladores como
portan-to, logo, pois, ento, por conseguinte, estabelece uma
concluso em relao a algo dito no enunciado anterior:
Assistiu a todas as aulas e realizou com xito todos os exerccios. Por-tanto tem condies de se sair bem na prova.
importante salientar que os articuladores conclusivos no se
limitam a articular frases. Eles podem articular pargrafos, captulos.
Comparao: estabelecida por articuladores : tanto (to)...como, tanto (tal)...como, to ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, assim como.
Ele to competente quanto Alberto.
Explicao ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por-que introduzem uma justificativa ou explicao a algo j anteriormente referido.
No se preocupe que eu
voltarei pois porque
As pausas Os articuladores so, muitas vezes, substitudos por
pausas (marca-das por dois pontos, vrgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar tipos de relaes diferentes.
Compramos tudo pela manh: tarde pretendemos viajar. (causalida- de)
No fique triste. As coisas se resolvero. (justificativa) Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos flor da
pele. ( oposi-o) No estive presente cerimnia. No posso descrev-la. (concluso) http://www.seaac.com.br/
A anlise de expresses referenciais fundamental na interpretao do
discurso. A identificao de expresses correferentes importante em diversas
aplicaes de Processamento da Linguagem Natural. Expresses referenciais podem
ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou podem fazer referncia a
entidades j mencionadas,podendo fazer uso de
reduo lexical.
Interpretar e produzir textos de qualidade so tarefas muito importantes na
formao do aluno. Para realiz-las de modo satisfatrio, essencial saber identificar
e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do discurso. A linguagem um
ato intencional, o indivduo faz escolhas quan-do se pronuncia oralmente ou quando
escreve. Para dar suporte a essas escolhas, de modo a fazer com que suas opinies
sejam aceitas ou respei-tadas, fundamental lanar mo dos operadores que
estabelecem ligaes (espcies de costuras) entre os diferentes elementos do
discurso.
Autor e Narrador: Diferenas
Equipe Aprovao Vest
Qual , afinal, a diferena entre Autor e Narrador? Existe uma diferena enorme entre ambos.
Autor
um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer-cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infncia e, mais eventualmente ainda, pode at tocar trombone, piano, flauta transversal. Paga imposto.
Narrador
um ser intradiegtico, ou seja, um ser que pertence histria
que est sendo narrada. Est claro que um preposto do autor, mas
isso no significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim
fosse, Ma-chado de Assis seria um crpula como Bentinho ou um
bgamo, porque, casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se
tambm com Capitu, foi amante de Virglia e de um sem-nmero de
mulheres que permeiam seus contos e romances.
O narrador passa a existir a partir do instante que se abre o livro
e ele, em primeira ou terceira pessoa, nos conta a histria que o livro
guarda. Confundir narrador e autor fazer a loucura de imaginar que,
morto o autor, todos os seus narradores morreriam junto com ele e
que, portanto, no disporamos mais de nenhuma narrativa dele.
COESO E COERNCIA
Diogo Maria De Matos Polnio
Introduo Este trabalho foi realizado no mbito do Seminrio Pedaggico sobre
Pragmtica Lingustica e Os Novos Programas de Lngua Portuguesa, sob
orientao da Professora-Doutora Ana Cristina Macrio Lopes, que decor-
reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Procurou-se, no referido seminrio, refletir, de uma forma geral,
sobre a incidncia das teorias da Pragmtica Lingustica nos
programas oficiais de Lngua Portuguesa, tendo em vista um
esclarecimento terico sobre deter-minados conceitos necessrios a
um ensino qualitativamente mais vlido e, simultaneamente, uma
vertente prtica pedaggica que tem necessaria-mente presente a
aplicao destes conhecimentos na situao real da sala de aula.
Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestes
de aplica-o na prtica docente quotidiana das teorias da
pragmtica lingustica no campo da coerncia textual, tendo em
conta as concluses avanadas no referido seminrio.
Ser, no entanto, necessrio reter que esta pequena reflexo aqui a-
presentada encerra em si uma minscula partcula de conhecimento no
vastssimo universo que , hoje em dia, a teoria da pragmtica lingustica
e que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas
reflexes no sentido de auxiliar o docente no ensino da lngua materna, j
ter cum-prido honestamente o seu papel.
Coeso e Coerncia Textual Qualquer falante sabe que a comunicao verbal no se faz geralmen-te atravs
de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
Lngua Portuguesa 8 A Opo Certa Para a Sua Realizao
APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos em que so produzidas. Ou seja, uma qualquer sequncia de palavras no constitui forosamente uma frase.
Para que uma sequncia de morfemas seja admitida como frase, torna-se necessrio que respeite uma certa ordem combinatria, ou seja, preciso que essa sequncia seja construda tendo em conta o sistema da lngua.
Tal como um qualquer conjunto de palavras no forma uma frase, tam-bm um
qualquer conjunto de frases no forma, forosamente, um texto.
Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, um objeto
materia-lizado numa dada lngua natural, produzido numa situao
concreta e pressupondo os participantes locutor e alocutrio, fabricado
pelo locutor atravs de uma seleo feita sobre tudo o que dizvel por
esse locutor, numa determinada situao, a um determinado alocutrio1.
Assim, materialidade lingustica, isto , a lngua natural em uso,
os c-digos simblicos, os processos cognitivos e as pressuposies
do locutor sobre o saber que ele e o alocutrio partilham acerca do
mundo so ingre-dientes indispensveis ao objeto texto.
Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas
por todos os membros de uma comunidade lingustica. Este sistema de
regras de base constitui a competncia textual dos sujeitos, competncia
essa que uma gramtica do texto se prope modelizar.
Uma tal gramtica fornece, dentro de um quadro formal,
determinadas regras para a boa formao textual. Destas regras
podemos fazer derivar certos julgamentos de coerncia textual.
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a
coerncia nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigao
concluem que as intervenes do professor a nvel de incorrees
detectadas na estrutura da frase so precisamente localizadas e
assinaladas com marcas convencio-nais; so designadas com
recurso a expresses tcnicas (construo, conjugao) e fornecem
pretexto para pr em prtica exerccios de corre-o, tendo em conta
uma eliminao duradoura das incorrees observa-das.
Pelo contrrio, as intervenes dos professores no quadro das
incorre-es a nvel da estrutura do texto, permite-nos concluir que
essas incorre-es no so designadas atravs de vocabulrio
tcnico, traduzindo, na maior parte das vezes, uma impresso global
da leitura (incompreensvel; no quer dizer nada).
Para alm disso, verificam-se prticas de correo algo brutais (refazer; reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exerccios de recupe-rao.
Esta situao pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor
desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a fazer
respeitar uma ordem sobre a qual no tem nenhum controle.
Antes de passarmos apresentao e ao estudo dos quatro princpios de
coerncia textual, h que esclarecer a problemtica criada pela dicoto-mia
coerncia/coeso que se encontra diretamente relacionada com a dicotomia
coerncia macro-estrutural/coerncia micro-estrutural.
Mira Mateus considera pertinente a existncia de uma diferenciao entre coerncia textual e coeso textual.
Assim, segundo esta autora, coeso textual diz respeito aos processos lingusticos que permitem revelar a inter-dependncia semntica existente entre sequncias textuais:
Ex.: Entrei na livraria mas no comprei nenhum livro.
Para a mesma autora, coerncia textual diz respeito aos processos mentais de apropriao do real que permitem inter-relacionar sequncias textuais:
Ex.: Se esse animal respira por pulmes, no peixe.
Pensamos, no entanto, que esta distino se faz apenas por razes
de sistematizao e de estruturao de trabalho, j que Mira Mateus no
hesita em agrupar coeso e coerncia como caractersticas de uma s
propriedade indispensvel para que qualquer manifestao lingustica se
transforme num texto: a conetividade.
Para Charolles no pertinente, do ponto de vista tcnico,
estabelecer uma distino entre coeso e coerncia textuais, uma
vez que se torna difcil separar as regras que orientam a formao
textual das regras que orientam a formao do discurso.
Alm disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerncia
so as mesmas que orientam a macro-coerncia textual. Efetivamente,
quando se elabora um resumo de um texto obedece-se s mesmas regras
de coerncia que foram usadas para a construo do texto original.
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito s relaes
de coerncia que se estabelecem entre as frases de uma sequncia
textual, enquanto que macro-estrutura textual diz respeito s relaes de
coerncia existentes entre as vrias sequncias textuais. Por exemplo: Sequncia 1: O Antnio partiu para Lisboa. Ele deixou o escritrio
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas. Sequncia 2: Em Lisboa, o Antnio ir encontrar-se
com ami-gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia de teatro.
Como micro-estruturas temos a sequncia 1 ou a sequncia 2, enquan-to que o
conjunto das duas sequncias forma uma macro-estrutura.
Vamos agora abordar os princpios de coerncia textual3: 1. Princpio da Recorrncia4: para que um texto seja
coerente, torna-se necessrio que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de recorrncia restrita.
Para assegurar essa recorrncia a lngua dispe de vrios recursos: - pronominalizaes, - expresses definidas, - substituies lexicais, - retomas de inferncias.
Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma
sequncia a uma outra que se encontre prxima em termos de estrutura de texto, reto-mando num elemento de uma sequncia um elemento presente numa sequncia anterior:
a)-Pronominalizaes: a utilizao de um pronome torna possvel
a re-petio, distncia, de um sintagma ou at de uma frase inteira.
O caso mais frequente o da anfora, em que o referente antecipa o pronome.
Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-lada no seu quarto.
No caso mais raro da catfora, o pronome antecipa o seu referente. Ex.: Deixe-
me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain-
da: No me importo de o confessar: este crime impressionou-me.
Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilizao da catfora, pa-ra nos precavermos de enunciados como este:
Ele sabe muito bem que o Joo no vai estar de acordo com o Antnio.
Num enunciado como este, no h qualquer possibilidade de identificar ele com
Antnio. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretao: ele dir respeito a
um sujeito que no ser nem o Joo nem o Antnio, mas que far parte do
conhecimento simultneo do emissor e do receptor.
Para que tal acontea, torna-se necessrio reformular esse enunciado: O
Antnio sabe muito bem que o Joo no vai estar de acordo com ele.
As situaes de ambiguidade referencial so frequentes nos textos dos alunos.
Ex.: O Pedro e o meu irmo banhavam-se num rio.
Lngua Portuguesa 9 A Opo Certa Para a Sua Realizao
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Um homem estava tambm a banhar-se. Como ele sabia nadar, ensinou-o.
Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se-
quencial, existem disfunes que introduzem zonas de incerteza no texto:
ele sabia nadar(quem?), ele ensinou-o (quem?; a quem?)
b)-Expresses Definidas: tal como as pronominalizaes,
as expres-ses definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um elemento de uma frase numa outra frase ou at numa outra sequncia textual.
Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim. Os gatos vo sempre conosco.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas aparecem quando o nome que se repete imediatamente vizinho daquele que o precede.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido colorido e muito ele-gante.
Neste caso, o problema resolve-se com a aplicao de deticos contex-tuais.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele colorido e muito elegante.
Pode tambm resolver-se a situao virtualmente utilizando a elipse.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. colorido e muito elegante. Ou
ainda: A Margarida comprou um vestido que colorido e muito elegante.
c)-Substituies Lexicais: o uso de expresses definidas e
de deticos contextuais muitas vezes acompanhado de substituies lexicais. Este processo evita as repeties de lexemas, permitindo uma retoma do ele-mento lingustico.
Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem noite: estrangularam uma senhora. Este assassinato odioso.
Tambm neste caso, surgem algumas regras que se torna necessrio respeitar. Por exemplo, o termo mais genrico no pode preceder o seu representante mais especfico.
Ex.: O piloto alemo venceu ontem o grande prmio da
Alemanha. S-chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa.
Se se inverterem os substantivos, a relao entre os elementos lingus-ticos
torna-se mais clara, favorecendo a coerncia textual. Assim, Schuma-cher, como
termo mais especfico, deveria preceder o piloto alemo.
No entanto, a substituio de um lexema acompanhado por
um deter-minante, pode no ser suficiente para estabelecer uma
coerncia restrita. Atentemos no seguinte exemplo:
Picasso morreu h alguns anos. O autor da "Sagrao da Primavera"
doou toda a sua coleo particular ao Museu de Barcelona.
A presena do determinante definido no suficiente para considerar que Picasso e o autor da referida pea sejam a mesma pessoa, uma vez que sabemos que no foi Picasso mas Stravinski que comps a referida pea.
Neste caso, mais do que o conhecimento normativo terico, ou
lexico-enciclopdico, so importantes o conhecimento e as
convices dos parti-cipantes no ato de comunicao, sendo assim
impossvel traar uma fron-teira entre a semntica e a pragmtica.
H tambm que ter em conta que a substituio lexical se pode efetuar por
- Sinonmia-seleo de expresses lingusticas que tenham a maior parte dos traos semnticos idntica: A criana caiu. O mido nun-ca mais aprende a cair!
- Antonmia-seleo de expresses lingusticas que tenham a maior parte dos traos semnticos oposta: Disseste a verdade? Isso cheira-me a mentira!
- Hiperonmia-a primeira expresso mantm com a
segunda uma re-lao classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Ento lagosta, adoro!
- Hiponmia- a primeira expresso mantm com a segunda uma re-lao elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de um felino?
d)-Retomas de Inferncias: neste caso, a relao feita com base em
contedos semnticos no manifestados, ao contrrio do que se passava
com os processos de recorrncia anteriormente tratados.
Vejamos: P - A Maria comeu a bolacha? R1 - No, ela deixou-a cair no cho. R2 - No, ela comeu um morango. R3 - No, ela despenteou-se.
As sequncias P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais
coerentes do que a sequncia P+R3.
No entanto, todas as sequncias so asseguradas pela repetio do pronome na 3 pessoa.
Podemos afirmar, neste caso, que a repetio do pronome no
sufi-ciente para garantir coerncia a uma sequncia textual.
Assim, a diferena de avaliao que fazemos ao analisar as
vrias hi-pteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-
se no fato de R1 e R2 retomarem inferncias presentes em P: - aconteceu alguma coisa bolacha da Maria, - a Maria comeu qualquer coisa.
J R3 no retoma nenhuma inferncia potencialmente dedutvel de P.
Conclui-se, ento, que a retoma de inferncias ou de
pressuposies garante uma fortificao da coerncia textual.
Quando analisamos certos exerccios de prolongamento de texto (con-tinuar a
estruturao de um texto a partir de um incio dado) os alunos so levados a veicular
certas informaes pressupostas pelos professores.
Por exemplo, quando se apresenta um incio de um texto do tipo: Trs crianas passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vo eles fazer?
A interrogao final permite-nos pressupor que as crianas vo real-mente fazer qualquer coisa.
Um aluno que ignore isso e que narre que os pssaros cantavam en-quanto as
folhas eram levadas pelo vento, ser punido por ter apresentado uma narrao
incoerente, tendo em conta a questo apresentada.
No entanto, um professor ter que ter em conta que essas inferncias
ou essas pressuposies se relacionam mais com o conhecimento do
mundo do que com os elementos lingusticos propriamente ditos.
Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de
exerc-cios, esto muitas vezes relacionadas com um conhecimento
de um mundo ao qual eles no tiveram acesso. Por exemplo, ser
difcil a um aluno recriar o quotidiano de um multi-milionrio,senhor
de um grande imprio industrial, que vive numa luxuosa vila.
2.Princpio da Progresso: para que um texto seja coerente,
torna-se necessrio que o seu desenvolvimento se faa acompanhar
de uma infor-mao semntica constantemente renovada.
Este segundo princpio completa o primeiro, uma vez que estipula que um texto, para ser coerente, no se deve contentar com uma repetio constante da prpria matria.
Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro estava
vestido com umas calas pretas, um chapu claro e uma vestimenta
Lngua Portuguesa 10 A Opo Certa Para a Sua Realizao
APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos preta. Tinha ao p de si uma bigorna e batia com fora na bigorna.
Todos os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na
bigorna. A bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e
pontiaguda em baixo e batia com o martelo na bigorna.
Se tivermos em conta apenas o princpio da recorrncia, este texto no ser incoerente, ser at coerente demais.
No entanto, segundo o princpio da progresso, a produo
de um tex-to coerente pressupe que se realize um equilbrio
cuidado entre continui-dade temtica e progresso semntica.
Torna-se assim necessrio dominar, simultaneamente, estes dois
prin-cpios (recorrncia e progresso) uma vez que a abordagem da
informao no se pode processar de qualquer maneira.
Assim, um texto ser coerente se a ordem linear das sequncias
a-companhar a ordenao temporal dos fatos descritos. Ex.: Cheguei, vi e venci.(e no Vi, venci e cheguei).
O texto ser coerente desde que reconheamos, na
ordenao das su-as sequncias, uma ordenao de causa-consequncia entre os estados de coisas descritos.
Ex.: Houve seca porque no choveu. (e no Houve seca porque cho-veu).
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepo dos esta-dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequncias textuais.
Ex.: A praa era enorme. No meio, havia uma coluna; volta, rvores e canteiros com flores.
Neste caso, notamos que a percepo se dirige do geral para o particu- lar.
3.Princpio da No- Contradio: para que um texto seja coerente, tor-
na-se necessrio que o seu desenvolvimento no introduza nenhum ele-
mento semntico que contradiga um contedo apresentado ou
pressuposto por uma ocorrncia anterior ou dedutvel por inferncia.
Ou seja, este princpio estipula simplesmente que inadmissvel que
uma mesma proposio seja conjuntamente verdadeira e no verdadeira.
Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con-tradies inferenciais e pressuposicionais.
Existe contradio inferencial quando a partir de uma proposio po-demos deduzir uma outra que contradiz um contedo semntico apresenta-do ou dedutvel.
Ex.: A minha tia viva. O seu marido coleciona relgios de bolso.
As inferncias que autorizam viva no s no so retomadas na se-
gunda frase, como so perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
O efeito da incoerncia resulta de incompatibilidades semnticas
pro-fundas s quais temos de acrescentar algumas consideraes
temporais, uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo
colecionar para o pretrito para suprimir as contradies.
As contradies pressuposicionais so em tudo comparveis s
infe-renciais, com a exceo de que no caso das pressuposicionais
um conte-do pressuposto que se encontra contradito. Ex.: O Jlio ignora que a sua mulher o engana. A sua
esposa -lhe per-feitamente fiel.
Na segunda frase, afirma-se a inegvel fidelidade da mulher de Jlio, enquanto a primeira pressupe o inverso.
frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradio
pre-sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto,
contudo, no entanto, todavia, que assinalam que o emissor se
apercebe dessa contradi-o, assume-a, anula-a e toma partido dela. Ex.: O Joo detesta viajar. No entanto, est entusiasmado com a parti-
da para Itlia, uma vez que sempre sonhou visitar Florena.
4.Princpio da Relao: para que um texto seja coerente, torna-se
ne-cessrio que denote, no seu mundo de representao, fatos que
se apre-sentem diretamente relacionados.
Ou seja, este princpio enuncia que para uma sequncia ser admitida
como coerente, ter de apresentar aes, estados ou eventos que sejam
congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto.
Assim, se tivermos em conta as trs frases seguintes 1 - A Silvia foi estudar. 2 - A Silvia vai fazer um exame. 3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Frmula 1.
A sequncia formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como
sendo mais congruente do que as sequncias 1+3 ou 2+3.
Nos discursos naturais, as relaes de relevncia factual so, na maior parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-camente.
Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou tambm: A Sil-via vai fazer um exame portanto foi estudar.
A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores
constitui um bom teste para descobrir uma incongruncia. Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide
agradou aos pilotos de Frmula 1.
O conhecimento destes princpios de coerncia, por parte dos
profes-sores, permite uma nova apreciao dos textos produzidos
pelos alunos, garantindo uma melhor correo dos seus trabalhos,
evitando encontrar incoerncias em textos perfeitamente coerentes,
bem como permite a dinamizao de estratgias de correo.
Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba
de cen-trais termo-nucleares nada lhe parecer mais incoerente
do que um tratado tcnico sobre centrais termo-nucleares.
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes. Pelo
contrrio, os receptores do ao emissor o crdito da coerncia, admi-tindo que o
emissor ter razes para apresentar os textos daquela maneira.
Assim, o leitor vai esforar-se na procura de um fio condutor
de pen-samento que conduza a uma estrutura coerente.
Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de
pensa-mento e de linguagem uma espcie de princpio de
coerncia verbal (com-parvel com o princpio de cooperao de
Grice8 estipulando que, seja qual for o discurso, ele deve
apresentar forosamente uma coerncia prpria, uma vez que
concebido por um esprito que no incoerente por si mesmo.
justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os textos dos nossos alunos.
1. Coerncia: Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar,
con-vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto uma unidade de
significado produzida sempre com uma determinada inteno. Assim
como a frase no uma simples sucesso de palavras, o texto tambm
no uma simples sucesso de frases, mas um todo organizado capaz de
estabelecer contato com nossos interlocutores, influindo sobre eles.
Quando isso ocorre, temos um texto em que h coerncia.
A coerncia resultante da no-contradio entre os diversos
segmen-tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada
segmento textual pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez
ser pressu-posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia
em que todos eles estejam concatenados harmonicamente. Quando h
quebra nessa concatenao, ou quando um segmento atual est em
contradio com um anterior, perde-se a coerncia textual.
Lngua Portuguesa 11 A Opo Certa Para a Sua Realizao
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A coerncia tambm resultante da adequao do que se diz ao con-texto extra verbal, ou seja, quilo o que o texto faz referncia, que precisa ser conhecido pelo receptor.
Ao ler uma frase como "No vero passado, quando estivemos na
capi-tal do Cear Fortaleza, no pudemos aproveitar a praia, pois o frio
era tanto que chegou a nevar", percebemos que ela incoerente em
decorrncia da incompatibilidade entre um conhecimento prvio que
temos da realizada com o que se relata. Sabemos que, considerando uma
realidade "normal", em Fortaleza no neva (ainda mais no vero!).
Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantstica, o exemplo acima poderia
fazer sentido, dando coerncia ao texto - nesse caso, o contexto seria a
"anormalidade" e prevaleceria a coerncia interna da narrativa.
No caso de apresentar uma inadequao entre o que informa e a reali-dade "normal" pr-conhecida, para guardar a coerncia o texto deve apre-sentar elementos lingusticos instruindo o receptor acerca dessa anormali-dade.
Uma afirmao como "Foi um verdadeiro milagre! O menino
caiu do dcimo andar e no sofreu nenhum arranho."
coerente, na medida que a frase inicial ("Foi um verdadeiro
milagre") instrui o leitor para a anormalida-de do fato narrado.
2. Coeso: A reda