Post on 08-Feb-2019
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
2
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ÍNDICE Agradecimentos…………………………………………………………………….………………………….……..……...3
Acrónimos e Abreviações……….………………………………………………………………………………….…..…...4
Introdução…………………………………………….…………………………………………………….………...……...5
Zoneamento dos Meios de Sustento e Metodologia Descritiva…........………....……………………….………..…... ........5
Meios de Sustento nas Zonas Rurais de Angola….………………...........……....……………………….…………..….........7
Acontecimentos Recentes que Afectam a Segurança Alimentar e os Meios de Sustento ......………..…………..…...........9
Zona Costeira de Rendimento Pesqueiro, Horticultura e Não-Agrícola (Zona de Meios de Sustento 01)….....................10
Zona de Cultivo de Transição de Banana e Ananás (Zona de Meios de Sustento 02).…………….......................................14
Zona Pastorícia, e de Massango e Massambala do Sul (Zona de Meios de Sustento 03). ………......................…..........…..17
Zona Sub-Húmida de Pastorícia e Milho (Zona de Meios de Sustento 04)…………….................................…..........….…..20
Zona Centro-Oriental de Mandioca e Floresta (Zona de Meios de Sustento 05)……. ……………………..…..........…..23
Zona de Planalto Central de Batata e Vegetais (Zona de Meios de Sustento 06)…… …………........……........…..……..26
Zona de Planalto Central de Milho e Feijão (Zona de Meios de Sustento 07)..………………......................…..…........…..29
Zona de Planícies de Transição de Milho, Mandioca e Feijão (Zona de Meios de Sustento 08)..……… ….......….….…..32
Zona de Floresta Tropical, Mandioca, Banana e Café (Zona de Meios de Sustento 09)…….........………….…......….… 35
Zona de Floresta de Savana e Mandioca Para Comércio (Zona de Meios de Sustento 10)…........................…........……...38
Zona de Floresta de Savana e Mandioca de Subsistência (Zona de Meios de Sustento 11)........................…….............…..41
Zona de Pesca, Mandioca e Comércio Transfonteiriço (Zona de Meios de Sustento 12).................…….............................44
Zona Costeira de Agro-Pecuária (Zona de Meios de Sustento 13)….......................................………………,…,,....,….…..47
Anexo 1: Zona de Meios de Sustento e Áreas Administrativas............………………….......……………,,,,….….….…...50
Anexo 2: Lista de Participantes.…….……………………………………………………………………….......……..…..62
3
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
AGRADECIMENTOS O Workshop de Zoneamento dos Meios de Sustento e este relatório são da responsabilidade de James Acidri da
Evidência para o Desenvolvimento (EfD), com o apoio técnico de Antonio Mavie do Gabinete Nacional de Moçambique
da FEWSNET, de Phumzile Mdladla do Gabinete de Pretória-África do Sul da FEWSNET e de Gary Sawdon do Gabinete-
Sede da FEWS NET em Washington. Esta actividade foi conduzida em colaboração com os principais parceiros, o
Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MINADERP) do Governo de Angola (GoA), o Gabinete de Segurança
Alimentar (GSA) e o programa de Análise e Avaliação da Vulnerabilidade Regional da Comunidade de Desenvolvimento
da África Austral (SADC-RVAA).
Dirige-se um agradecimento especial aos funcionários do GSA, especialmente o seu Director, Sr. David Tunga, Maria da
Silva, Ermelinda Caliengue, Elsa Gaspar e Odete Rochete, assim como Masozi Kachali, Evance Chapasuka, Caarla
Monteiro e Duncan Samikwa, sem cuja contribuição este Relatório “Plus” do Zoneamento dos Meios de Sustento em
Angola não poderia ter sido realizado.
Este relatório formará parte da base de informações disponível à FEWS NET, ao Gabinete de Segurança Alimentar (GSA)
do e às actividades de monitorização da segurança alimentar em Angola no âmbito do programa de Análise e Avaliação
da Vulnerabilidade Regional da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC-RVAA).
FEWS NET Washington
info@fews.net
www.fews.net
FEWS NET is a USAID-funded activity. The content of this report does not
necessarily reflect the view of the United States Agency for International
Development or the United States Government.
4
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ACRÓNIMOS E ABREVIAÇÕES
EfD Evidência de Desenvolvimento
FEWS NET Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra a Fome
G Recoleção, normalmente de alimentos ou produtos selvagens
GSA Gabinete de Segurança Alimentar
GoA Governo de Angola
HEA Abordagem de Economia Familiar
IK Pagamento de Serviços em Género
MINADERP Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural
OP Culturas de Cultivo Próprio
RVAA Programa de Análise e Avaliação de Vulnerabilidades Regionais
SADC Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral
USAID Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional
M Alimentos Comprados no Mercado
USG Governo dos Estados Unidos
UN Nações Unidas
5
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
INTRODUÇÃO Nos últimos anos o GoA, especialmente o seu pessoal técnico e os decisores políticos do MINADERP, têm vindo a tomar
conhecimento do método e análise de meios de sustento para avaliação de populações em risco de insegurança
alimentar. O Secretariado da SADC, através do Programa RVAA, tem realizado sessões introdutórias de formação sobre
meios de Sustento e disponibilizado apoio consultivo técnico continuado.
Em Novembro de 2011 o programa SADC RVAA realizou um exercício inicial de zoneamento de meios de sustento em
parceria com o GoA, particularmente o MINADERP. Contudo, este exercício piloto apenas incidiu sobre a província do
Cuanza Sul. Foi identificado e definido um total de três zonas de meios de sustento nesta província.
Em resultado destas iniciativas, o GoA exprimiu grande interesse em obter formação adicional, bem como em alargar o
exercício de mapeamento de meios de sustento a todo o país.
A FEWS NET, enquanto parceiro técnico do programa SADC RVAA, iniciou conversações com a SADC e o GoA no sentido
de desenvolver planos para levar a cabo este projecto. Tendo em consideração a complexidade, inacessibilidade e
grandes dimensões de Angola, foi difícil fazer o zoneamento de todo o país num único workshop nacional. Deste modo,
a FEWS NET, o GoA e a SADC desenvolveram uma estratégia para realizar vários workshops regionais sobre
zoneamento de meios de sustento durante o ano de 2013. Estas actividades culminariam num produto de zoneamento
nacional de meios de sustento plus para Angola.
Em Fevereiro de 2013 realizou-se um workshop de mapa de fluxo de mercado e de zoneamento subnacional de meios
de sustento plus, que abrangeu as regiões do centro e sul de Angola, incluindo as províncias de Benguela, Huambo, Bié,
Cuando Cubango, Cunene, Namibe e Huíla. Um segundo workshop teve lugar em Setembro de 2013 com o objectivo de
completar o processo de identificação e definição de zonas de meios de sustento a nível nacional em Angola,
abrangendo a região norte, leste e partes da região central, particularmente as províncias de Luanda, Bengo, Zaire,
Cabinda, Uíje, Cuanza Norte, Malange, Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico.
Em 2013 a FEWSNET começou também a monitorizar à distância a insegurança alimentar em Angola.
ZONEAMENTO DOS MEIOS DE SUSTENTO E METODOLOGIA DE DESCRIÇÃO O produto Zoneamento dos Meios de Sustento “Plus” baseia-se na Abordagem de Economia Familiar (http://www.feg-
consulting.com/resource/practitioners-guide-to-hea/practitioners-guide-to-hea/). Inclui um componente de
zoneamento dos meios tradicionais de sustento (http://www.feg-consulting.com/resource/practitioners-guide-to-
hea/2%20Livelihood%20Zoning.pdf). Para além disso, exploram-se algumas características fundamentais do estatuto
socioeconómico através da justaposição de agregados familiares pobres e de outros relativamente mais prósperos. O
produto Zoneamento dos Meios de Sustento oferece também uma informação mínima sobre todos os meios de
sustento, tais como fontes alimentares e principais fontes de rendimento de cada grupo em cada zona. O produto
também inclui uma breve descrição das características gerais, bem como calendários sazonais e de acesso a produtos
alimentares em cada zona. Por fim, são identificadas as zonas mais vulneráveis em termos de insegurança alimentar.
A HEA define zona de sustento como uma área geográfica onde os agregados familiares satisfazem as suas
necessidades básicas de subsistência, sobretudo comida e dinheiro, de formas relativamente semelhantes. Isto significa
que normalmente também formam agrupamentos socioeconómicos semelhantes, com bases semelhantes de activos,
bem como padrões de consumo relativamente semelhantes. Estas semelhanças verificam-se quer em anos bons, quer
em anos maus, dado que as estratégias de sobrevivência em resposta a choques são também relativamente
semelhantes na mesma zona de meios de sustento.
6
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Para mais informação sobre os princípios e a análise da Abordagem de Economia Familiar, é favor consultar as páginas
sobre sustento em http://www.fews.net ou descarregar “Application of the Livelihood Zone Maps and Profiles for Food
Security Analysis and Early Warning.”1
Os mapas e as descrições de zonas de meios de sustento formam parte da base de conhecimentos das actividades de
monitorização da segurança alimentar da FEWS NET. Contudo, estes instrumentos não são concebidos como uma
análise abrangente da segurança alimentar, ou como um instrumento completo de monitorização, mas sim para
oferecer pontos de referência e indicar se as condições verificadas num determinado momento justificam um estudo
mais aprofundado. Os resultados apresentados neste relatório descrevem a forma como os agregados familiares
podem ser afectados por vários choques. Facultam também um contexto geográfico para a interpretação de dados de
existentes monitorização, relativos à produção, aos preços e a outros indicadores, de forma a identificar potenciais
problemas. É possível que equipas de avaliação rápida possam utilizar o zoneamento como base de amostragem nos
seus estudos.
A metodologia do Zoneamento dos Meios de Sustento ‘Plus’ consistiu em quatro fases:
Fase Um: No início deste exercício foram providenciados dados secundários para o processo de zoneamento dos meios
de sustento plus. Isto incluiu informação sobre zonas agro-ecológicas, sistemas de cultivo, densidade do gado, zonas de
meios de sustento a nível de província e informação sobre outras actividades de meios de sustento.
Fase Dois: Representantes de cada província reuniram-se em dois workshops de nível regional (Benguela e Malange)
para dividir a área sul e partes das áreas do centro, norte, oeste, leste e restantes partes de regiões centrais do país em
zonas de meios de sustento.
Fase Três: Foram redigidas descrições de cada zona de meios de sustento nos dois workshops regionais, identificando
as características fundamentais de cada zona, bem como os calendários sazonais e de consumo.
Fase Quatro: Uma versão inicial dos relatórios regionais consolidados foi entregue aos participantes para que estes
enviassem o seu comentário até à terceira semana de Outubro de 2013, o que resultou nesta versão do relatório,
publicada a 30 de Outubro de 2013.
Este relatório refere-se aos workshops consolidados de zoneamento nacional de meios do sustento plus, que tiveram
lugar em Benguela (27 de Fevereiro a 2 de Março) e Malange (9 a 12 de Setembro). O objectivo de ambos os exercícios
era criar um mapa nacional de zonas de meios de sustento com descrições para todo o país. O resultado dos workshop
descritos neste relatório é útil das seguintes formas:
1. Faculta um contexto para identificação e melhor entendimento das diferenças económicas em todas as regiões do
país e da forma como estas afectam os agregados familiares
2. Define um enquadramento apropriado da amostragem destinada a avaliação
3. Identifica indicadores apropriados e relevantes para monitorização da segurança alimentar
1 http://v4.fews.net/docs/Publications/Guidance_Application%20of%20Livelihood%20Zone%20Maps%20and%20Profiles_final_en.pdf
7
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
MEIOS DE SUSTENTO NAS ÁREAS RURAIS DE ANGOLA
Como actividade preparatória, a FEWS NET completou uma Desk Review2 (análise documental) do contexto da
segurança alimentar em Angola que foi utilizada como base para identificação e criação de zonas de meios de sustento
em Angola.
O alto índice de crescimento económico de Angola nos últimos anos, numa média de 17% por ano entre 2004 e
2008, que decaiu para 3.9% em 2011 e cresceu para 6.8% em 2012, tem tido como impulso em grande medida os
altos preços internacionais do seu petróleo complementados pelas exportações de diamantes. Isto ajudou a
financiar a expansão económica da reconstrução pós-guerra e a reintegração de pessoas deslocadas. Também
contribuiu para o alto índice de crescimento económico e criação de emprego nos sectores agrícola e de
construção, facultando assim meios de sustento à população rural. Contudo, muito deste crescimento económico
não foi equitativamente distribuido, tal como a grande desigualdade social, visível em todo o país, torna evidente
(Gini Index de 58.6 por cento).
Mais de 85-90% das populações rurais em Angola dependem da agricultura de subsistência, que é a sua principal
fonte de subsistência, excepto na área costeira onde a irrigação é praticada por agricultores comerciais e, até certo
ponto, a produção de tubérculo nas províncias do norte. No entanto, a maior parte da agricultura rural decaiu para
o nível de subsistência, com pouco ou nenhum excedente comercializável. (WFP/VAM Angola, Junho de 2005).
Angola tem um clima tropical com estações húmicas e secas. A precipitação de chuva aumenta de sul para norte. A
precipitação média na faixa costeira, de condições semi-áridas, varia entre menos de 50-100mm em partes da
província do Namibe e mais de 800mm nas áreas costeiras das provícias do Zaire e de Cabinda. Mais para o interior
a variação é de entre 600mm no sul e mais de 1.600mm em partes das provícias do Uíge e de Lunda Norte, que
gozam de chuva durante a maior parte do ano.
O país é constituído por seis grandes zonas agro-ecológicas: (i) a zona do grande e elevado planalto interior na
parte centro-sul e central do país, caracterizada por planícies secas e de grande altitude, e incluindo o ponto mais
alto de Angola, o Morro de Môco (2.620m), com colinas e montanhas no planalto elevado. (ii) a zona climática
húmida até à região do extremo norte e nordeste. (iii) a zona sub-húmida que ocupa a maior parte das regiões
centrais, orientais e do norte, caracterizadas por florestas tropicais equatoriais e de savana. (iv) a zona semi-árida
que se estende desde o sudeste ao longo de 1.600km de costa do Namibe até Luanda, caracterizada sobretudo por
terras baixas e planícies. (v) a zona árida que se estende desde o sudoeste até à província de Luanda, e (vi)
finalmente, as áreas desertas do extremo sudoeste concentradas sobretudo na província de Namibe.
Estas diferenças regionais são o factor que mais influencia os padrões de meios de sustento, incluindo as
actividades pesqueiras e a agricultura de irrigação ao longo da costa; a criação de animais e produção de
massambala e massango no sul; a produção de milho, gado e leite nas áreas transumantes do norte do Cunene,
com transição para condições húmidas e de chuva nas regiões centrais e do norte; e as áreas de produção
predominante de mandioca, banana e café na floresta tropical de folha larga e verde, bem fornecidas de madeiras
tropicais especialmente em áreas do centro, leste e norte de Angola.
Para além dos factores agro-ecológicos que definiram padrões de subsistência na maior parte das zonas rurais de
Angola, as condições de maior acesso e melhores ligações a mercados e a oportunidades de comércio que se
seguiram a 27 anos de guerra civil continuam a influenciar os meios de sustento rural, particularmente entre o
interior, agricolamente produtivo, e os mercados de produtos alimentares costeiros, estratégicos e lucrativos em
áreas como Benguela, Lobito e Luanda. Isto tem sido encorajado pelo desenvolvimento de melhores
2 http://www.fews.net/docs/Publications/AO_DeskReview_2012_10.pdf
8
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
infraestruturas no caso de estradas nacionais principais e pela reconstrução da linha de caminho de ferro de
Benguela, que segue as antigas rotas comerciais que passam por Benguela, Huambo e Bié.
Para além disso, a presença de recursos naturais como petróleo, diamantes, minério de ferro, fosfatos, cobre,
feldespato, ouro, bauxita e urânio, bem como o potencial hidroeléctrico e as ricas terras agrícolas provavelmente
continuarão a fazer crescer os meios de sustento por todo o país. Contudo, apesar da significativa redução dos
níveis de pobreza, actualmente o país continua pobre e importa a maior parte dos produtos alimentares
necessários ao consumo nacional.
A outra grande actividade económica que tem determinado os meios de sustento das populações rurais é a
indústria da construção em expansão, produto da economia em rápido crescimento. Projectos de construção de
casas, estradas, aeroportos, linhas de caminho de ferro e infraestruturas sociais têm aumentado as oportunidades
de trabalho em zonas rurais do país.
A informação contextual acima referida e os conhecedores juízos dos participantes relativamente a actividades de
sustento nas zonas rurais de Angola levaram à identificação de treze grandes zonas de meios de sustento:
i. Zona Costeira de Rendimento Pesqueiro, Horticultura e Não-Agrícola.
ii. Zona de Cultivo de Transição de Banana e Ananás.
iii. Zona Pastorícia, e de Massango e Massambala do Sul.
iv. Zona Sub-Húmida de Pastorícia e Milho.
v. Zona Centro-Oriental de Mandioca e Floresta.
vi. Zona de Planalto Central de Batata e Vegetais.
vii. Zona de Planalto Central de Milho e Feijão.
viii. Zona de Terras Baixas de Transição de Milho, Mandioca e Feijão.
ix. Zona de Floresta Tropical, Mandioca, Banana e Café.
x. Zona de Floresta de Savana e Mandioca Para Comércio.
xi. Zona de Floresta de Savana e Mandioca de Sustento.
xii. Zona de Pesca, Mandioca e Comércio Transfonteiriço e
xiii. Zona Costeira de Agro-Pecuária.
Em geral, o risco de insegurança alimentar é maior nas áreas em que existe um alto risco de fracasso da produção
devido às condições climáticas semi-áridas e à ocorrência frequente de desastres naturais, e onde os grupos mais
pobres têm oportunidades limitadas de obtenção de rendimento e maiores dificuldades no acesso a mercados. As
seguintes zonas são consideradas como as de maior risco de insegurança alimentar na Angola rural.
Zona Pastorícia, e de Massango e Massambala do Sul (AO03)-Esta é uma zona árida do país, onde há frequentes secas
e períodos sem chuva. Estas condições levam a uma produção de grão muito variável. A seca também pode conduzir a
falta de pasto e água de superfície, o que ocasionalmente leva a perdas significativas de gado que constitui um bem
fundamental na zona.
Zona de Planalto Central de Milho e Feijão (AO07)-Esta zona tem um número significativo de pessoas anteriormente
deslocadas. Apesar das condições favoráveis agro-climáticas, esta zona enfrenta problemas, tais como pequenas
parcelas agrícolas, devido à alta densidade populacional, à menor quantidade de bens produtivos e aos agregados
familiares relativamente pobres que não recuperaram de perdas durante a guerra civil, e ainda devido a frequentes
riscos climáticos, tais como inundações, seca e escassez de chuva. Isto torna a zona vulnerável do ponto de vista da
segurança alimentar devido a baixos níveis de resiliência dos agregados familiares, quer a desastres naturais, quer a
choques económicos.
9
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Zona de Floresta de Savana e Mandioca de Sustento (AO11)-Dadas as favoráveis condições climáticas e de cultivo, o
potencial desta zona é muito alto. Contudo, a produção permanence a nível de sustento, com grande dependência da
mandioca e pouca diversificação económica. É caracterizada pela inacessibilidade física devido à sua localização remota
causada pela falta de desenvolvimento de infraestruturas. Não está ligada a nenhum mercado estratégico (regional ou
nacional) que facilite o acesso regular a alimento e rendimento. Deste modo, esta é uma das zonas em maior risco de
insegurança alimentar.
ACONTECIMENTOS RECENTES QUE AFECTAM A SEGURANÇA ALIMENTAR E OS MEIOS DE SUSTENTO
2013/2014 Níveis de chuva abaixo do normal e um período seco prolongado na zona sul de Angola
afectaram a produção de massango e massambala, a pastorícia e as condições das áreas de
pastagem com reduzido acesso a água para o gado. Isto elevou o risco geral de insegurança
alimentar para os agregados familiares devido à perda de colheitas próprias e de produtos
pastorícios bem como de rendimentos resultantes da venda de colheitas e de animais.
2012/2013 Chuva errática e abaixo do normal em muito do território de Angola em inícios de 2012
contribuiu para uma redução da produção agrícola, o que levou ao aumento da insegurança
alimentar e uma maior prevalência de má-nutrição aguda, especialmente no sul de Angola e
em algumas áreas centrais do país. Fonte- USAID/OFDA- Gabinete do Alimento para a Paz
(Último Boletim Informativo para Angola – Assistência Humanitária em Revisão).
2011/2012 Aumento da produção agrícola devido a boa precipitação de chuva em todo o país, incluindo
as regiões centrais e do sul, o que resultou em níveis mais elevados de oferta alimentar do
que de procura, levando a uma redução dos preços. Isto teve como resultado final a redução
dos rendimentos dos agregados familiares em algumas áreas rurais, o que causou défices
monetários, especialmente nas áreas agrícolas muito produtivas dos planaltos centrais.
2010/2011 Boa precipitação de chuva em todo o país, mas especialmente na região central, e aumento
da produção agrícola, especialmente de alimentos básicos, e melhores condições pastorícias.
Isto teve como resultado um aumento de produtos pastorícios, como leite e carne, para
consumo e para venda.
2009/2010 Chuva acima da média, causando inundações em algumas áreas, incluindo o centro e sul de
Angola. A produção geral de colheitas foi abaixo da média na maior parte das áreas,
especialmente no sul e centro de Angola. Isto afectou também as condições de pasto e de
gado devido às más condições climáticas e a surtos de doenças dos animais em algumas
áreas.
10
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA COSTEIRA DE RENDIMENTO PESQUEIRO, HORTICULTURA E NÃO-AGRÍCOLA (ZONA DE MEIOS DE SUSTENTO 01)
Esta zona situa-se na linha da costa, estendendo-
se pelas províncias do Namibe, Benguela, Cuanza
Sul, Cuanza Norte, Zaire e Cabinda. Caracteriza-se
por condições áridas e semi-áridas no sul,
enquanto nas áreas do norte o clima é tropical
fresco, especialmente ao longo da costa das
províncias do Zaire e de Cabinda.
A topografia caracteriza-se por uma estreita
planície costeira de terras baixas com uma altitude
de 0-400 metros que se eleva abruptamente
transformando-se num planalto interior. A
vegetação é constituída sobretudo por erva e
floresta com áreas isoladas de mangais, estepe e
velhas oliveiras e palmeiras de óleo que datam do
tempo colonial.
A precipitação varia entre 50-100mm por ano na
região árida e semi-árida do sul, aumentando para
800mm na zona tropical do norte, sobretudo nas
províncias do Zaire e Cabinda. As chuvas
normalmente começam no início de Outubro e
vão até Abril com um intervalo de Maio a
Setembro. A temperatura média varia entre um
máximo de 25 a 30 o
C em Dezembro/Março e um
mínimo de 17 a 20oC entre Junho e Julho.
A área tem uma densidade populacional de
aproximadamente 5-10 habitantes por quilómetro
quadrado, com uma maior concentração de
pessoas nos centros urbanos (Censo Nacional de
População-2000).
O solo é naturalmente fértel, constituído por
barro e solos aluviais que são muito adequados à
agricultura de cultivo mas não são utilizados
eficazmente devido às condições áridas e semi-
áridas especialmente no sul. As áreas de terra
cultivada são pequenas, em média de 0.8
hectares. A maior parte do cultivo é feito à mão,
embora os grupos com mais posses empregue
trabalhadores e, por essa razão, possua maior
quantidade de terreno. Em comparação com a
parte norte desta zona, bem como com outras
regiões do país, a parte sul tem um potencial
agrícola muito baixo.
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido às opções diversificadas de meios de sustento do agregado familiar.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Menos cabras, ovelhas, porcos e aves domésticas Equipamento de pesca (canoa de madeira, rede, linhas com anzóis- “Muzuas”) Bicicleta Terra cultivável- menos hectares.
Mais cabras, ovelhas e porcos em currais. Equipamento de pesca (barco motorizado, rede e anzol) Veículo motorizado Terra cultivável- mais hectares.
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Mandioca (OP/MP) Vegetais (OP) Milho (OP/MP) Peixe (G/MP) Carne (MP) Banana (MP)
Mandioca (OP) Vegetais (OP) Milho (OP/MP) Peixe (G/MP) Carne (OP/MP) Banana (OP/MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de peixe Venda de vegetais Comércio de pequena escala Venda de trabalho não-laboral Venda de combustível doméstico Venda de sal
Venda de peixe Comércio por grosso de grande escala Emprego formal Venda de vegetais Remessas de dinheiro
Mercados principais
Os mercados alimentares estratégicos incluem Locais, Luanda e Benguela; entretanto, o trabalho é comercializado nas indústrias de serviços, formais e informais, em expansão (armazéns e fábricas de produtos de peixe).
Principais riscos e frequência aproximada
Mar bravo durante a estação das chuvas
Invasão por grande número de focas, uma praga durante a estação das chuvas
Inundações marítimas em que a água salgada inunda a água doce durante o período de Março a Abril
Principais estratégias de sustento
Migração de trabalhadores para áreas urbanas tais como Luanda Maior dependência do auto-emprego
Maior comércio de produtos manufacturados Maior dependência de remessas de dinheiro de familiares que trabalham noutros lugares
11
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
A fonte principal de alimento das famílias desta zona provém do mercado, embora as colheitas de horticultura (tomate,
cebola, couve e espinafre) sejam cultivadas no sul da zona. A mandioca e o milho são produzidos na linha costeira do
norte, em particular pelo grupo com maiores posses. Este grupo faz criação de animais pequenos, incluindo cabras,
ovelhas, porcos e aves domésticas, principalmente para consumo familiar.
Os factores principais que determinam a riqueza são o acesso ao equipamento de pesca, a posse de animais, o tamanho
de terra cultivada e a capacidade de ter outro emprego e outras oportunidades económicas.
Os rendimentos dos agregados familiares nesta zona baseiam-se sobretudo em actividades piscatórias marítimas de
grande escala, comerciais e semi-industriais, bem como actividades piscatórias de menor escala. Os pobres e os mais
favorecidos dependem sobretudo da venda de peixe como forma de rendimento.
Contudo, o grupo pobre também depende da venda de vegetais, produção familiar de combustível (madeira, carvão
vegetal e carvão), pequeno comércio, trabalho não qualificado em armazéns, fábricas de tratamento de peixe e outros
sectores de serviços. O grupo com mais posses complementa os rendimentos com actividades de pequeno comércio e
emprego formal no sector de serviços, bem como remessas de dinheiro. Outras actividades económicas possíveis são a
mineração de sal e carvão em locais específicos ao longo da costa, principalmente nas partes central e sul da zona.
Deve ser mencionado o facto de que a infraestrutura de transportes e comunicações, relativamente desenvolvida,
(redes de estradas alcatroadas, transporte aéreo fiável com instalações de aeroporto renovadas, e linhas de caminho
de ferro funcionais) facilitou o comércio com a área de grande produção agrícola do interior de Angola. Estas
infraestruturas tornaram esta zona facilmente acessível a comerciantes e investidores de Angola e do estrangeiro.
Os mercados principais para o comércio de peixe incluem: Namibe, Tombua, Lucira, Baia-Farta, Estomba-Benguela,
Porto Amboim, Sumbe, Luanda e Cabinda. Estes mercados são complementados por mercados sazonais, tais como o
comércio do sal em Sol-Namibe e Namibe e Caponte-Benguela para a venda de vegetais. Nesta zona há também uma
nova refinaria de petróleo que está a ser desenvolvida actualmente na área costeira de Lobito. A indústria do petróleo
também tem aumentado o acesso a mercados, especialmente no que respeita aos produtos locais.
Os principais riscos e choques incluem mar bravo, que ocorre entre Novembro e Março; grande número de focas, que
são consideradas pragas, entre Setembro e Abril; inundação de água salgada que entra pela água doce entre Março e
Abril; e os derramamentos de petróleo que causam poluição ambiental ao longo da costa norte durante todo o ano.
Ambos os grupos pobres e os grupos com mais posses reagem sobretudo através de migração laboral, maior
dependência de auto-emprego e remessas de dinheiro.
12
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 01
O calendário de actividade sazonal mostra que a estação das chuvas tem lugar entre Outubro e Abril e que a estação
seca vai de Maio a Setembro. A estação de escassez segue-se à estação festiva de Dezembro e vai de Janeiro a Abril.
A produção de vegetais tem lugar todo o ano, enquanto colheitas como a mandioca e o milho, cultivadas sobretudo na
parte norte da zona, são sazonais. A estação agrícola começa com a preparação da terra em Agosto e Setembro,
seguida de plantação e sementeira em Outubro e Novembro. A monda tem lugar em Novembro e a colheita,
especialmente a do milho, entre Dezembro e Janeiro. Outras actividades, especielmente as da colheita de mandioca,
têm lugar durante todo o ano. Actividades piscatórias marinhas e fluviais também ocorrem durante todo o ano.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 01
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
produção de vegetais
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Outros
pesca
Riscos
ondas marítimas gigantescas
invasão de focas
inundação de água salgada
marítima
derramamento de petróleo
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
Alimentos básicos
mandioca
sêmola de milho
Rendimento
venda de peixe
comércio de retalho
trabalho casual-fora da quinta
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própriam m compra de mercadok k em géneroc c recoleção
Jan Fev Mar Abr Maio Nov DezJun Jul Ag Set Out
13
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
O calendário de consumo mostra que o grupo pobre nas partes norte da zona (zonas costeiras das províncias de
Cabinda e Zaire) não compra mandioca, alimento base, enquanto o grupo pobre das áreas do sul (zonas costeiras das
províncias de Namibe, Benguela, Cuanza Sul e Bengo) compra milho, alimento base, durante todo o ano.
A venda de peixe, o comércio de retalho de artigos familiares e actividades laborais casuais (armazéns e fábricas de
tratamento de peixe) também ocorrem durante todo o ano.
A escolaridade primária em Angola é actualmente gratuita. No entanto, as famílias gastam dinheiro nos materiais
escolares. Estas despesas ocorrem normalmente durante os meses de Fevereiro a Junho e de Agosto a Novembro. As
despesas com a saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas devido ao aumento de casos de malária.
14
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Zona de Cultivo de Transição de Banana e Ananás (Zona de meios de sustento 02) Esta zona situa-se na província de Benguela e na parte ocidental da província de Cuanza Sul. A topografia é sobretudo plana e caracteriza-se pela erva de savana e zonas florestais com prados, estepe e vegetação rasteira, o que a torna favorável à produção de colheitas e de animais. A área tem ainda outros recursos naturais, incluindo quartzo e águas termais e minerais. A área tem um solo de textura arenosa moderadamente fértil, o
que a torna altamente produtiva em fruta tropical (banana e
ananás). A precipitação de chuva na zona varia muito, com uma
precipitação média entre 200mm em Benguela e 900-1.200mm
em Bocoio. A zona tem um padrão de chuvas unimodal, com
duas estações distintas, a estação seca (Maio/Setembro) e
estação das chuvas (Outubro/Abril). As temperaturas variam
entre um máximo de 20o-30
oC em Março e um mínimo de 16
oC
a 20 o
C em Junho.
Esta zona é moderadamente populada, com cerca de 10-20
pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de
População-2000).
I. Os sistemas de cultivo nesta zona incluem a chuva e a
irrigação. O grupo dos pobres cultiva à mão, enquanto o grupo
com mais posses usa uma combinação de tracção animal e
práticas mecanizadas, especialmente nas grandes plantações de
banana e ananás.
A zona é conhecida pelas suas plantações comerciais de
pequena e grande escala, quer nas áreas baixas, quer nas altas,
o que resulta em rendimento em dinheiro para a população
através das vendas directas de colheitas e das oportunidades de
emprego especialmente entre os pobres.
As maiores colheitas são as de milho, mandioca, feijão,
amendoim, batata doce, vegetais e alguns citrinos. Quer os
grupos com mais posses, quer alguns agregados familiares
pobres são proprietários de pequenos grupos de animais,
incluindo gado, cabras e porcos e, para além disso, algumas
aves domésticas são mantidas para consumo doméstico.
Os principais factores que determinam a riqueza nesta zona são
o tamanho da área de terra cultivada e a posse de animais.
O grupo pobre vive sobretudo a níveis de sustento e o seu
acesso ao alimento faz-se através da sua própria produção de
culturas, pesca, compras no mercado e, em alguns casos,
assistência alimentar durante anos de pouca produção. Aqueles
que têm mais posses são quase sempre auto-suficientes e a
maior parte das suas necessidades alimentares anuais é
satisfeita pela sua própria produção de culturas. A maioria dos
Risco de insegurança alimentar
Área muito produtiva em colheitas com baixo risco de insegurança alimentar.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Área cultivada- menos hectares Menos cabras Menos porcos Aves domésticas (galinhas e patos)
Área cultivada- mais hectares. Gado Mais cabras Mais porcos Aves domésticas (galinhas e patos )
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Milho (OP/MP) Peixe (G/MP) Vegetais (OP) Mandioca (OP/MP) Carne (MP) Milho e Feijão-assistência alimentar.
Milho (OP/MP) Bananas (OP/MP) Peixe (G/MP) Carne (MP/OP) Fruta (OP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de vegetais Venda de milho Venda de trabalho agrícola Venda de cabras Venda de porcos Venda de artesanato Venda de bebida local Venda de combustível doméstico
Venda de bananas Venda de milho Venda de ananás Venda de gado Venda de cabras Comércio de pequena escala, tal como água mineral
Mercados principais
Mercados principais acessíveis na zona incluem Caponte e Chapanguela. O emprego laboral local ocorre sobretudo nas plantações de banana e ananás. O emprego externo também é acessível nas áreas vizinhas peri-urbanas e nas cidades com trabalhadores migrantes ao longo da costa.
Principais riscos e frequência aproximada
Ocorrem inundações sazonais anualmente de Novembro a Dezembro Ocorrem doenças de animais de dois em dois anos de Junho a Setembro Baixos preços das colheitas durante anos de colheita abundante.
Principais estratégias de sustento
Pobres Com mais posses
Mais migração laboral Mais auto-emprego Mais remessas de dinheiro
Mais venda de gado Maiores níveis de auto-emprego
15
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
habitantes locais também compra peixe capturado no rio Catumbela durante todo o ano.
As principais fontes de rendimento do grupo dos pobres é a venda de vegetais, fruta, animais, artesanato, bebida local,
combustível doméstico (lenha e carvão) e trabalho agrícola sazonal. As principais opções de rendimento para os mais
abonados são a venda de colheitas de rendimento (bananas e ananás). Para além disso, estes complementam o seu
rendimento através da venda de animais e do comércio de pequena escala, como a venda de água mineral.
Nos últimos anos o desenvolvimento de infraestruturas, tais como estradas de alcatrão e ligações ferroviárias,
melhorou o acesso físico às áreas costeiras vizinhas e ao interior de Angola, altamente produtivo. A zona está agora
acessível a mercados-chave como Gabela, Condé, Caponte, Sumbe, Porto Amboim, Wako kungo, Luanda e Chapanguela
para a venda de bananas e ananás.
Para ambos os grupos, a venda de colheitas complementa o dinheiro do agregado familiar durante períodos em que as
oportunidades de emprego local são limitadas. A migração sazonal dos pobres para áreas vizinhas urbanas e semi-rurais
é elevada durante os meses de Maio a Setembro.
Os principais riscos e choques incluem inundação sazonal, doenças de animais, períodos de seca e baixos preços das
colheitas. As estratégias de sustento comuns entre os pobres são a migração laboral, o aumento de auto-emprego e a
maior dependência de remessas de dinheiro. O grupo com mais posses aumenta sobretudo a venda de gado e
desenvolve várias formas de auto-emprego.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 02
As chuvas começam em Outubro e terminam em Abril do ano seguinte. A estação seca começa em Maio e termina em
Setembro. A estação de escassez ocorre normalmente de Setembro a Dezembro, antes das culturas verdes estarem
acessíveis para consumo em fins de Janeiro. A estação agrícola começa com a preparação da terra, sobretudo para
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
Riscos
inundações
doenças de animais
baixos preços das colheitas
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
16
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
colheitas básicas como milho e feijão, de Maio a Agosto. Segue-se a plantação e sementeira em Setembro e Outubro.
Os meses de Novembro e Dezembro são quase sempre para monda dos campos. O consumo de verdes começa em
Janeiro e a colheita de grão de milho e feijão tem lugar de Fevereiro a Abril. Actividades relacionadas com colheitas
grandes de rendimento (ananás e banana) têm lugar durante todo o ano.
Outras actividades económicas importantes incluem a criação de cordeiros e cabritos, e parição, com produção de leite
entre Outubro e Abril do ano seguinte.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 02
Os padrões de consumo nesta zona indicam que o grupo pobre depende de uma combinação da própria produção de
colheitas e da compra de alimentos básicos no mercado. A produção própria é uma fonte importante de alimento de
Março a Agosto, após o que o grupo pobre depende das compras sobretudo de milho e feijão no mercado. As principais
fontes de rendimento são sobretudo sazonais, com excepção da venda de ananás. O grupo pobre vende bananas
durante os meses de Novembro a Fevereiro. Milho e feijão são consumidos e vendidos entre Maio e Junho. Outras
fontes de rendimento sazonal são o trabalho agrícola nas quintas comerciais de banana. Actualmente em Agola a
escolaridade primária é gratuita. Contudo, as famílias gastam dinheiro em material escolar. Estas despesas ocorrem
normalmente durante os meses de Fevereiro a Junho e de Agosto a Novembro. As despesas com a saúde normalmente
aumentam durante a estação das chuvas devido ao aumento de casos de malária.
Alimentos básicos
milho
feijão
Rendimento
venda de banana
venda de ananás
venda de milho e feijão
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própriam m compra de mercadok k em géneroc c recoleção
Nov DezJun Jul Ag Set OutJan Fev Mar Abr Maio
17
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA PASTORÍCIA, E DE MASSANGO E MASSAMBALA DO SUL (Zona de meios de sustento 03)
Esta zona situa-se sobretudo na parte sul de Angola na zona
agro-ecológica árida e semi-árida. A topografia é geralmente
terra baixa de tipo pradaria. A vegetação caracteriza-se por
deserto, erva e floresta de savana. Nesta zona os rios incluem o
Cunene que corre por uma zona que desce gradualmente para o
extremo sul e escoa-se directamente numa rede de vales,
incluindo a grande bacia seca do Etosha na Namíbia e outros
cursos de água secos. O segundo maior rio é o Okavango na
parte oriental da zona, que surge de uma área mais densamente
florestada em Kubango, dentro do planalto de Bié. Atravessa o
sudeste de Angola num curso inicialmente interrompido por
rápidos. Ao longo do seu curso junta-se-lhe o Cuito e o
Cubango, dois dos seus maiores afluentes, e depois corre ao
longo da fronteira com a Namíbia, criando canais aluviais de
planície bem adequados ao “Olanaka”, uma forma tradicional
de agricultura de terras aluviais no sudeste de Angola.
Esta zona tem um padrão de chuva unimodal, com uma
precipitação média de cerca de 200-400mm por ano. Há duas
estações, a estação das chuvas que vai de Setembro a Março, e
a estação seca de Abril a Agosto. As temperaturas anuais
médias são variáveis, aumentando do norte para o sul. A
população é muito pouco densa, com cerca de 5 pessoas por
quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). A
escassez da população, combinada com as condições áridas e o
solo arenoso, tornam esta região mais adequada à pastorícia do
que ao cultivo. O relevo suave nesta área facilita a
movimentação de animais transumantes após as inundações
sazonais de áreas como as zonas baixas do rio Cunene. Uma
sucessão de lagos e lagoas pouco profundos oferece pastagem
para o gado na estação seca. As lagoas permanentes de
Tchimporo em Kuvelai também têm um papel importante na
vida económica do povo, pois oferecem oportunidades de pesca
e pastagens de reserva durante períodos críticos.
Os dois factores principais que determinam níveis de riqueza
entre os agregados familiares são o número de animais que
estes possuem e a terra cultivada por cada agregado.
Cultiva-se principalmente o pequeno grão (massango e
massambala) com algum milho e vegetais ao longo dos
principais rios e vales. A população local também recorre à
pesca sazonal fluvial como complemento do seu regime
alimentar.
O grupo pobre subsiste por meio da sua própria produção de colheitas e alimentos silvestres. O grupo de mais posses
produz um pouco mais de alimento e todos os agregados familiares dependem de compras de bens essenciais no
mercado durante os meses de Dezembro a Maio, o que é complementado por leite e carne especialmente durante a
Risco de insegurança alimentar
Alto risco de insegurança alimentar devido às condições semi-áridas e à baixa produção de culturas.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Menos cabras Porcos Aves domésticas Terra cultivada- menos hectares. Utensílios naturais Produtos naturais
Gado Mais cabras/ovelhas Aves domésticas Terra cultivada- mais hectares. Utensílios naturais Produtos naturais
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Massango (OP/MP) Massambala (OP/MP) Milho (MP) Leite (OP/IK/MP) Carne (OP/MP) Alimentos silvestres (G) Dádivas Milho e feijão (assistência alimentar)
Massango (OP) Massambala (OP) Milho (MP) Leite (OP) Carne (OP) Alimentos silvestres (G)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de cabras Venda de porcos Venda de aves domésticas Venda de produtos naturais
Venda de gado Venda de produtos de gado (leite e carne) Venda de peixe
Mercados principais
Os mercados principais acessíveis nesta zona são Nguanguelas, Kwahama, Nhaneka, Humbi, Mucubais e Muimbas. O trabalho Local também é comercializado dentro e fora da zona.
Principais riscos e frequência aproximada
Condições de seca, que normalmente ocorrem aproximadamente de 10 em 10 anos Inundações sazonais ocorrem anualmente Períodos de seca ocorrem uma vez de dois em dois ou de três em três anos Doenças dos animais ocorrem anualmente
Principais estratégias de sustento
Pobres Com mais posses
Mais venda de trabalho Maior recoleção de alimentos silvestres
Mais venda de animais Mais auto-emprego
18
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
estação das chuvas. Esta zona é conhecida pela sua produção de leite que é consumido durante todo o ano, embora as
quantidades consumidas sejam maiores durante a estação das chuvas.
A maioria dos produtos animais consumido pelo grupo pobre é obtida por meio de pagamento em géneros recebido do
grupo com mais posses como paga pelo pastoreio de gado.
A venda de animais é a fonte de rendimentos em dinheiro mais importante, quer para o grupo pobre, quer para o de
mais posses. O grupo pobre obtém rendimento da venda de cabras e porcos, e também da venda de carvão e lenha.
O grupo com mais posses também obtém rendimento da venda de leite e outros lacticínios.
A venda de animais, produtos animais e trabalho local (pastoreio) é possível devido à procura dentro da zona e ao
acesso a mercados-chave estratégicos, tais como Nguanguelas, Kwahama, Nhaneka, Humbi, Mucubais, Muimbas e
Ondjiva/Santa Clara. Os mercados externos mais importantes incluem Lubango/Mutala nas regiões do centro-sul,
Kalueque e, para lá da fronteira, a Namíbia. O acesso físico a esses mercados é relativamente bom devido a uma rede
rodoviária razoavelmente bem distribuída por toda esta região escassamente povoada do país.
Grandes riscos e choques incluem seca, períodos secos e inundações sazonais. A estratégias comuns de sustento do
grupo pobre incluem a venda de trabalho e a recoleção de alimentos silvestres, mais venda de animais e diversificação
de opções de auto-emprego, enquanto o grupo mais abastado tende a aumentar a venda de animais e a deslocar-se
para terras mais altas em caso de inundações excessivas, especialmente ao longo da fronteira entre Angola e a
Namíbia.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 03
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
migração sazonal de gado
Riscos
inundações
doenças de animais
baixos preços das colheitas
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
19
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
As chuvas duram de Setembro até fim de Março do ano seguinte. A estação seca começa em Abril e dura até Agosto. A
estação de escassez vai normalmente de Setembro a Novembro, antes do início do aumento da produção de leite em
Dezembro e do consumo de verdes em finais de Janeiro.
A estação agrícola começa com a preparação da terra, sobretudo para colheitas básicas como massango e massambala,
de Junho a Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira em Setembro e Outubro.
A monda faz-se entre Novembro e Janeiro. A produção de leite começa a partir de Outubro, aumentando por volta de
Dezembro e até Abril. O acesso à alimentação é complementado pelo consumo de verdes a partir de fins de Janeiro.
Outras actividades sazonais importantes incluem a criação de cordeiro e cabrito, e a parição, desde Outubro até Abril
do ano seguinte.
Os principais riscos são a inundação fluvial e as doenças dos animais, em conjunto com os baixos preços das colheitas,
especialmente durante e após a principal colheita por volta de Abril.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 03
O padrão de consumo entre o grupo pobre nesta zona mosta uma maior dependência de compras de produtos básicos
no mercado do que de colheitas próprias. As colheitas próprias de massango e massambala normalmente duram entre
Junho e Novembro. Os principais alimentos básicos comprados pelo grupo pobre entre Setembro e Fevereiro são milho
e feijão. O grupo pobre também troca animais por grão durante o período de Dezembro a Maio, na altura anterior à
próxima colheita.
As principais fontes de rendimento familiar são a venda de animais, de produtos naturais e, até certo ponto, de grão de
massango e massambala imediatamente após a colheita principal (Junho a Agosto). As principais despesas incluem a
compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente
aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
Alimentos básicos
milho
feijão
massango e massambala
comércio de troca (animais por
grão)
assistência alimentar
Rendimento
venda de animais
venda de massango/ massambala
venda de produtos naturais
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Jan Fev Mar Abr Maio Nov DezJun Jul Ag Set Out
20
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA SUB-HÚMIDA DE PASTORÍCIA E MILHO (Zona de meios de sustento 04) Esta zona de meios de sustento está localizada nas
regiões centro-sul e central da parte sub-húmida de
Angola. Abrange sobretudo as provícias de Huíla e
partes do Kuando Kubango. Nesta zona a vegetação
caracteriza-se pela floresta seca decídua e pela savana.
Os principais rios sazonais e perenes da zona incluem o
Cubango, o Cuvlei e o Matala.
A zona tem um padrão de chuva unimodal com
precipitação média de cerca de 300-400mm por ano. O
solo nesta área é de barro, relativamente fértil, e a
população tem uma densidade moderada, com cerca de
5-10 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional
de População-2000).
É predominantemente ocupada pela agro-pastorícia e é
conhecida pelo seu alto potencial agrícola devido à
chuva e à irrigação agrícola. O GoA apoiou um programa
de reabilitação do sector agrícola para os canais mais
importantes por onde passa o rio Matala
(particularmente na província do Huíla). Isto beneficiou
muito a produção de milho.
Principalmente faz-se o cultivo de milho, massango,
feijão e vegetais. Outro cultivo de mais pequena escala
inclui o dos citrinos. Os animais principais são sobretudo
gado, dado a zona ser o maior produtor de leite do país,
e cabras, ovelhas e porcos. As aves domésticas são
sobretudo para consumo. Os habitantes locais também
practicam a movimentação sazonal dos animais em
busca de água e pasto.
Os dois factores principais que determinam o nível de
riqueza entre os agregados familiares são o número de
animais que cada agregado familiar possui e a
quantidade de terra cultivada.
A principal fonte de alimentação do grupo pobre advém
das suas próprias culturas, produtos animais e pesca,
complementada pela recoleção de alimentos silvestres.
O grupo pobre também depende da compra de
alimentos básicos (milho e mandioca) durante os meses
de Outubro a Fevereiro. O grupo de mais posses
depende sobretudo da sua própria produção e produtos
animais, com compras mínimas no mercado,
especialmente de bens alimentares não básicos.
As principais fontes de rendimento do grupo pobre
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta produtividade agrícola.
Main productive assets
Pobres Com mais posses
Menos gado Aves domésticas Terra cultivada- menos hectares Utensílios manuais
Mais gado Cabras Ovelhas Porcos Terra cultivada- mais hectares Tracção animal
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Milho (OP/MP) Massango (MP) Massambala (MP) Arroz (MP) Carne (OP/MP) Peixe (G/MP) Carne (OP/MP) Mandioca (MP)
Milho (OP) Massango (MP/OP) Massambala (MP/OP) Arroz (MP) Mandioca (MP) Feijão (MP) Carne (OP) Peixe (MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de trabalho Venda de milho Venda de peixe Venda de gado Venda de aves domésticas Venda de produtos naturais
Venda de gado Venda de produtos animais (leite e carne) Emprego formal Comércio formal/informal Minerais- i.e. Granito
Mercados principais
As principais oportunidades de emprego local existem dentro da zona e incluem trabalho agrícola, como a preparação da terra, sementeira, remoção de erva daninha e colheita, etc.
Principais riscos e frequência aproximada
Seca e períodos secos Inundações Doenças de animais Doenças e pragas de culturas Frequentes fogos florestais-para renovar as condições de pastagem Preços flutuantes de alimentos no mercado
Principais estratégias de sustento
Pobres Com mais posses
Migração laboral Maior recoleção de alimentos silvestres Mais venda de animais Migração em busca de água e pastagens
Irrigação Compra de alimentos distantes/stoques adequados. Mais venda de animais Compra de medicamentos para animais
21
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
incluem a venda de trabalho, grão, peixe, gado e lenha, com rendimento adicional resultante do trabalho nas minhas de
carvão. O grupo com mais posses vende animais e produtos animais (leite e carne) como principal fonte de rendimento,
o que é complementado por emprego formal, comércio e minerais como o granito.
O comércio de vários produtos é possível devido à existência de mercados importantes com boas ligações entre si, tal
como João de Almeida e Mutundo (Lubango). A maioria do trabalho agrícola é providenciado localmente dentro da
zona. Esta área também está estrategicamente situada, o que a torna acessível a mercados regionais lucrativos ao
longo das áreas costeiras e da fronteira com a Namíbia, bem como o densamente povoado planalto central do país. O
fluxo de produtos e a sua acessibilidade são determinados pelas áreas de origem, estado das estradas de acesso e
factores ambientais e de linhas ferroviárias.
Os principais riscos e choques incluem a seca e as condições secas, inundações, doenças de animais, pragas e doenças
de colheitas e preços flutuantes de produtos alimentares.
Estratégias comuns de sustento, especialmente entre os grupos pobres, incluem a migração laboral, mais recoleção de
alimentos silvestres, mais venda de animais e migração em busca de água e pastagens.
22
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 04
A estação das chuvas vai de Outubro até ao fim de Abril do ano seguinte. A estação seca é entre Maio e Setembro. A
estação de escassez é normalmente de Outubro a Janeiro, antes do consumo de verdes em finais de Janeiro.
A estação agrícola começa com a preparação da terra, principalmente para o cultivo de alimentos básicos (milho, feijão
e mandioca) de Junho a Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira em Setembro e Outubro. A monda é feita entre
Novembro e Janeiro, o que também oferece oportunidades de emprego para o grupo pobre.
Os principais riscos são a seca e as condições secas durante a estação das chuvas, inundações fluvais sazonais em
Outubro e Novembro, doenças de animais de Junho a Setembro em conjunto com baixos preços das colheitas
especialmente durante e após a colheita principal de Março a Junho.
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
migração sazonal de gado
Riscos
secas e períodos secos
inundações
doenças de animais
baixos preços das colheitas
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
23
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 04
O calendário de consumo do grupo pobre mostra dependência quer da compra em mercado, quer da produção própria.
As colheitas básicas incluem o milho e o feijão complementado pela pesca. A colheita própria é uma importante fonte
de alimento entre Abril e Agosto. As compras em mercado, especialmente grão de milho e feijão, normalmente ocorre
entre Setembro e Março, após o que o grupo pobre pode obter produtos verdes da nova colheita. A pesca é uma
actividade de todo o ano nos rios principais da zona.
As principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de milho nos meses de Junho a Setembro. A venda de
peixe é sazonal e providencia rendimento familiar nos meses de Outubro a Abril. O carvão é vendido sobretudo entre
Junho e Setembro e a venda de trabalho (agrícola e não-agrícola) faz-se durante o ano e providencia rendimento muito
necessário ao grupo pobre.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças na escola, dado que a escolaridade
primária é actualmente gratuita. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de
Outubro a Abril.
Alimentos básicos
milho
feijão
peixe
Rendimento
venda de milho
venda de peixe
venda de carvão
venda de trabalho
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Nov DezJun Jul Ag Set OutJan Fev Mar Abr Maio
24
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA CENTRO-ORIENTAL DE MANDIOCA E FLORESTA (Zona de meios de sustento 05) Esta zona situa-se nas regiões do centro-leste e partes do sul e
centro de Angola. A vegetação caracteriza-se por floresta
decídua e erva. Contudo, as regiões nordestinas têm recursos
naturais de floresta aberta com madeira de alto valor. Há
também rios sazonais, como o Chifumage, o Lumege e o Luena,
que correm na parte oriental da zona.
Esta área tem um padrão de chuvas unimodal com precipitação
média de cerca de 800-1.200mm por ano. A estação das chuvas
geralmente dura de Setembro a Março.
Os solo na área é sobretudo arenoso e de barro, com fertilidade
moderada a alta.
Estando entre as regiões moderamente populadas do país, esta
zona tem cerca de 5-10 pessoas por quilómetro quadrado
(Censo Nacional de População-2000). A zona contribui com
cerca de 20% das colheitas nacionais, um indicador da sua alta
produtividade agrícola comparada com zonas vizinhas.
O principal cultivo de alimentos nesta zona é o de mandioca,
milho e feijão. Outras colheitas produzidas numa escala mais
pequena incluem vegetais e citrinos.
A criação de animais não é uma característica dominante nesta
zona embora haja pequenas criações de gado e porcos. As aves
domésticas são primordialmente para consumo.
Os dois factores principais que determinam níveis de riqueza
entre os agregados familiares são o número de animais que
possuem e a terra cultivada por agregado.
O grupo pobre depende sobretudo das suas colheitas e do peixe
para o consumo diário, complementados pela compra em
mercado de milho, arroz, peixe seco e óleo de cozinha. O grupo
com mais posses tem alguma maior auto-suficiência em termos
da sua própria produção e é menos dependente de compras no
mercado.
A venda de colheitas (mandioca e milho) é a principal fonte de
rendimentos para ambos os grupos, especialmente durante os
anos de excedente. O grupo pobre também complementa o seu
rendimento com a venda de produtos naturais (carvão, lenha,
areia e pedras). O grupo mais abastado maximiza os seus
rendimentos vendendo animais e produtos de madeira. Outros
produtos florestais explorados por ambos os grupos incluem a
recoleção e venda de mel de alta qualidade.
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido à diversificação de colheitas e produtividade agrícola.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Menos gado Menos porcos Aves domésticas Terra cultivada- menos hectares Tractores Motociclo
Mais gado Cabras Mais porcos Aves domésticas Terra cultivada- mais hectares Bicicletas Utensílios manuais
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Mandioca (OP) Milho (OP/MP) Feijão (OP/MP) Peixe seco (MP) Óleo de cozinha (MP) Milho e feijão (Assistência alimentar)
Mandioca (OP) Milho (OP/MP) Feijão (OP) Arroz (MP) Peixe seco (MP) Óleo de cozinha (MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de colheitas Venda de lenha e carvão Venda de areia/pedras Venda de alimentos silvestres
Venda de colheitas Venda de gado Venda de peixe Venda de madeira
Mercados principais
Os principais mercados estratégicos nesta zona são Chitembo, Cuemba, Rivungo, Nancova e Mavinga. A maior parte do trabalho é sazonal e tem lugar na zona entre Novembro e Fevereiro.
Principais riscos e frequência aproximada
Pragas e doenças das culturas ocorrem durante a estação das chuvas A doença nos animais ocorre durante a estação seca e a estação das chuvas O conflito entre pessoas e animais selvagens ocorre durante os meses de Fevereiro a Abril Preços flutuantes das colheitas de alimentos quando a colheita é boa.
Principais estratégias de sustento
Pobres Com mais posses
Venda de aves domésticas Mais recoleção de alimentos silvestres Mais venda de lenha e carvão Migração laboral Monda dos campos de outras proprietários.
Mais venda de animais
25
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
A venda de produtos locais nesta zona é possível devido ao acesso a mercados como os de Menongue, Rivungo, Mavinga, Nancova, Cuito, Chitembo, Nancova e Mavinga e Kuemba. O emprego laboral local também está acessível nos mesmos mercados. A maioria das oportunidades de emprego laboral é sazonal e está disponível de Novembro a Fevereiro. O acesso físico a estes mercados é bastante bom, embora por vezes limitado pelas más condições das estradas durante a estação das chuvas. Os principais choques e riscos incluem as pragas e doenças das culturas durante a estação das chuvas, as doenças dos animais durante a estação de seca e de chuvas, conflito entre pessoas e animais selvagens durante os meses de Fevereiro a Abril, e preços flutuantes das colheitas de alimentos quando a colheita é boa. As estratégias comuns de sustento, especialmente entre o grupo pobre, incluem a venda de aves domésticas, mais
recoleção de alimentos silvestres, mais venda de lenha e carvão, migração laboral e monda dos campos pertencentes a
outros. O grupo com mais posses sobrevive sobretudo através de mais venda de animais.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 05
A estação das chuvas vai de Setembro até ao fim de Março do ano seguinte. A estação seca vai de Abril a Agosto. A
estação de escassez vai de Dezembro a Fevereiro, antes do consumo das colheitas de verdes começar em inícios de
Março.
A estação agrícola começa com a preparação da terra, principalmente para culturas básicas como mandioca, milho e
feijão de Junho a Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira de Setembro a Novembro. O período de Dezembro a
Janeiro é ocupado sobretudo pela monda das colheitas, que também providencia oportunidade de emprego ao grupo
pobre.
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
Riscos
pragas e doenças das culturas
doenças de animais
conflito entre pessoas e animais
selvagens
baixo preço das colheitas
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
26
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Os principais riscos incluem pragas e doenças das culturas com início em Setembro e até Março, doenças de animais
que não são sazonais, conflito entre pessoas e animais selvagens de Fevereiro a Abril, e baixos preços de animais
durante a estação das colheitas em Maio e Junho.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 05
O grupo pobre é mais dependente das suas próprias culturas do que de compras de mercado. As culturas básicas
incluem mandioca, milho e feijão. As suas próprias colheitas, especialmente mandioca, são consumidas durante o ano,
enquanto a de milho é apenas de Março a Agosto. A compra de milho no mercado ocorre normalmente de Setembro a
Fevereiro; a colheita de milho verde está acessível a partir de Março. A pesca faz-se nos rios principais e é uma
actvidade de todo o ano.
As principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de animais nos meses de Novembro a Fevereiro, a
venda de peixe de Junho a Fevereiro e a venda de carvão de Junho a Setembro. A venda de milho ocorre normalmente
entre Setembro e Outubro quando os preços são mais elevados.
Os artigos principais em que o agregado familiar gasta dinheiro são a compra de artigos escolares necessários às
crianças que frequentam a escola, dado que a escolaridade primária é gratuita. As despesas de saúde normalmente
aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
Alimentos básicos
milho
mandioca
peixe
Rendimento
venda de milho
venda de peixe
venda de animais
venda de carvão
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Jan Fev Mar Abr Maio Nov DezJun Jul Ag Set Out
27
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA DE PLANALTO CENTRAL DE BATATA E VEGETAIS (Zona de meios de sustento 06) Esta zona de meios de sustento situa-se nas áreas altas
centrais das províncias de Huambo e Bié, localizadas
sobretudo na parte sudoeste do “Planalto Central”, que
tem a maior altitude do país. A topgrafia é ondulante,
coberta por vegetação de savana com bolsas de floresta
decídua (natural e artificial), de onde alguns habitantes
locais obtêm madeira e mel. A pesca tem lugar nos rios.
A zona tem um padrão de chuvas unimodal com
precipitação de cerca de 800-1.200mm por ano. As duas
estações agrícolas principais são os períodos de chuva de
Outubro-Maio e os meses secos de Maio-Setembro.
As condições climáticas são tropicais e temperadas, com
períodos alternados húmidos e secos e uma temperatura
média anula de cerca de 19-20°Celsius. Esta zona tem
uma densidade populacional relativamente alta, com
cerca de 20-30 pessoas por quilómetro quadrado (Censo
Nacional de População-2000), em parte devido à
presença de grandes cidades como Huambo e Cuito. Isto
significa que a terra para produção agrícola é limitada. O
grupo pobre trabalha a terra com utensílios manuais, e os
que têm mais posses usam tractores e tracção animal.
A principal fonte de sustento é a agricultura de água da
chuva. As principais culturas são as da batata e vegetais
com pequenas quantidades de milho, feijão, mandioca,
amendoim e fruta, como o abacate. Contudo, a
diversificação e a produtividade agrícolas são limitadas
devido às pequenas parcelas de terra cultivadas pelas
maior parte das famílias. Esta zona não tem números
significativos de animais; contudo, existe algum gado
para tracção animal. Também há algumas cabras e
galinhas que o grupo pobre utiliza sobretudo para
consumo local.
Os dois principais factores que determinam a riqueza na
zona são o tamanho da terra cultivada e a posse de
animais por agregado familiar.
Os que têm mais posses são quase totalmente auto-
suficientes em alimentos embora completem o seu
regime alimentar com a compra de outros alimentos
básicos, como milho, arroz e mandioca.
Os pobres também são auto-suficientes durante a maior
parte do ano e normalmente compram batatas apenas
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta produtividade agrícola.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Menos cabras Aves domésticas (galinhas e patos) Terra cultivada- menos hectares. Bicicleta Utensílios manuais (enxada, machado e panga)
Gado Mais cabras Porcos Aves domésticas (galinhas e patos) Terra cultivada- mais hectares. Veículo motorizado Tractor Tracção animal
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Batata (OP/MP) Vegetais (OP) Milho (MP) Arroz (MP) Feijão (MP) Mandioca (MP)
Batata (OP) Vegetais (OP) Milho (MP) Arroz (MP) Feijão (OP/MP) Mandioca (MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de batata Venda de trabalho Venda de produtos naturais (carvão e lenha) Venda de peixe Venda de artesanato Venda de alimentos silvestres
Venda de batata Venda de gado Emprego formal Comércio
Mercados principais
Os mercados principais para compra e venda de produtos locais, incluindo o trabalho, localizam-se dentro da zona de meios de sustento. Os períodos de maior emprego local vão de Novembro a Dezembro e de Maio a Junho.
Principais riscos e frequência aproximada
Pragas e doenças de culturas ocorrem de Setembro a Março. As doenças de animais ocorrem todo o ano. O conflito entre pessoas e animais selvagens ocorre durante o período das colheitas (Fevereiro-Abril) Baixo preço das colheitas ocorre imediatamente após a colheita principal ( Maio a Junho)
Principais estratégias de sustento
Pobres Com mais posses
Migração laboral Maior procura de emprego Mais recoleção de alimentos silvestres
Maior dependência de remessas de dinheiro Mais venda de gado
28
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
durante dois meses no ano, entre Janeiro e Fevereiro.
Em anos de grande precipitação, o grupo de mais posses produz excendentes de batata para venda e desenvolve outras
actividades económicas, incluindo a venda de gado, o emprego formal e o comércio. As principais fontes de rendimento
entre o grupo pobre incluem a venda de batata, trabalho agrícola, carvão e lenha. Sazonalmente, numa escala mais
pequena, também vendem artesanato manual e alimentos silvestres.
O comércio e a comercialização de produtos locais é possível dentro e fora da zona. Isto deve-se a melhoramentos da
infraestrutura rodoviária e ferroviária, que liga a zona a mercados costeiros e regionais, incluindo Luanda.
A zona também é acessível a alguns mercados informais, incluindo Calenga, Chinguar, Ecunha e Alemanha, bem como
outros pontos de crescimento ao longo das redes ferroviárias e rodoviárias. São estes pontos de crescimento que
oferecem à população algum mercado para as suas culturas. Contudo, o acesso físico a estradas principais e
secundárias é bastante limitado durante a estação das chuvas.
Os riscos mais frequentes são as pragas e doenças das culturas, doenças dos animais, conflito entre pessoas e animais
selvagens e baixos preços das colheitas. As estratégias comuns de sustento entre o grupo pobre são a migração laboral,
a maior procura de emprego e mais recoleção de alimentos silvestres. Os que têm mais posses normalmente
aumentam a sua dependência de remessas de dinheiro e mais venda de gado.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 06
A estação das chuvas decorre de Setembro a fins de Março do ano seguinte. A estação seca começa em Abril e vai até a Agosto. A estação de escassez decorre normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do consumo de verdes em inícios de Março.
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
Riscos
pragas e doenças das culturas
doenças de animais
conflito entre pessoas e animais
selvagens
baixo preço das colheitas
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
29
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
A estação agrícola começa com a preparação da terra, principalmente para culturas básicas como batata e vegetais,
bem como milho e feijão em Junho e Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira de Setembro a Novembro, e depois a
monda, de Dezembro a Janeiro, que também providencia oportunidade de emprego ao grupo pobre.
Os principais riscos incluem pragas e doenças das culturas, doenças dos animais, conflito entre pessoas e animais
selvagens sobretudo de Fevereiro a Abril, e baixos preços de animais durante a estação das colheitas em Maio e Junho.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 06
O calendário de consumo mostra que o grupo pobre depende sobretudo das suas próprias culturas, especialmente a
batata doce, que satisfaz a maior parte das necessidades alimentares anuais, com uma dependência limitada da troca
comercial por batata durante os meses de escassez de Dezembro a Fevereiro. O consumo de culturas verdes começa
em Março. As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de batata doce nos meses de Março a
Dezembro, a venda de milho em Janeiro e Fevereiro, a venda de animais em Novembro e Dezembro, quando os preços
estão em alta durante a estação festiva, e a venda de carvão de Junho a Setembro.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola, dado que
a escolaridade primária é actualmente gratuita. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das
chuvas de Outubro a Abril.
Alimentos básicos
Batata doce
comércio de troca
Rendimento
venda de batata
venda de milho
venda de animais
venda de carvão
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Nov DezJun Jul Ag Set OutJan Fev Mar Abr Maio
30
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA DE PLANALTO CENTRAL DE MILHO E FEIJÃO (Zona de meios de sustento 07) Esta zona situa-se nas províncias de Huambo, Cuanza Sul, Bié e
algumas partes da província de Huíla, situadas no Planalto
Central. A vegetação é maioritariamente de savana aberta e
prados arbustivos com cobertura de floresta decídua constituída
por árvores de tamanho médio e plantações de, por ex.,
eucalipto e cedro. Esta área tem recursos naturais como água,
pedras e diamantes.
A zona tem um padrão de chuva unimodal com precipitação
média de cerca de 900-1.200mm por ano. As condições
climáticas são tropicais e temperadas, com temperaturas
máximas de 25-27°Celcius e mínimas de 11-13°Celcius. A
estação das chuvas vai de Setembro a Março e a estação seca
de Abril a Agosto.
O solo é moderamente fértil, sendo relativamente mais fértil no
sul.
Há cerca de 30 habitantes por quilómetro quadrado (Censo
Nacional de População-2000). O tamanho médio das
propriedades por agregado familiar é relativamente pequeno.
Isto deve-se à alta densidade populacional, à perda de bens
produtivos durante a guerra civil que não foram substituídos, e
a riscos climáticos frequentes. Recentemente houve um
aumento significativo da utilização de tracção animal no arado,
especialmente entre o grupo com mais posses. Também são
utilizados bois para transporte de produtos agrícolas para os
mercados das proximidades.
O principal sistema de cultivo é a agricutura irrigada pela chuva
com sistemas de irrigação de pequena escala. As principais
culturas são milho e feijão e, numa escala mais pequena, batata
doce e mandioca, especialmente entre os pobres. A maioria do
cultivo tem lugar nos sopés e nos vales – sobretudo em parcelas
pequenas e fragmentadas, conhecidas localmente como
“gongo”, com escoamento para pequenos rios do planalto
central através de canais baixos designados de “ombanda”.
Estas parcelas permitem aos agricultores fazer cultivo entre as
colheitas principais. A criação de animais inclui gado, cabras e
porcos.
O principal determinante local de riqueza entre os agregados
familiares é o tamanho das terras cultivadas, que depende do
acesso de cada agregado à força de tracção e a animais.
Quer o grupo pobre, quer o de mais posses subsistem das suas
próprias culturas, peixe e alimentos silvestres, bem como algum
leite. O grupo pobre depende da compra de milho no mercado
entre Janeiro e Fevereiro, quando a sua própria colheita já foi gasta.
Risco de insegurança alimentar
Alto risco de insegurança alimentar devido à alta densidade populacional e ao tamanho relativamente pequeno de terra cultivável.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Terra cultivada- menos hectares. Menos cabras Menos porcos Utensílios manuais (enxada, machado e panga). Bicicleta
Terra cultivada- mais hectares. Gado Mais cabras Mais porcos Equipamento de tracção animal Motociclo
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Milho (OP/MP) Feijão (OP/MP) Vegetais (OP) Peixe fresco e seco (G/MP) Alimentos silvestres (G)
Milho (OP) Feijão (OP) Vegetais (OP) Peixe fresco e seco (G/MP) Alimentos silvestres (G)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de cabras Venda de trabalho Venda de carvão Venda de produtos florestais, i.e. bagas silvestres, cogumelos, mel etc.
Venda de colheitas Venda de gado Venda de cabras Venda de porcos Comércio
Mercados principais
Existem possibilidades de trabalho informal na zona, sobretudo facultados pelo grupo com mais posses. Estas incluem o trabalho agrícola e actividades de rendimento não-agrícola. A maioria dos trabalhadores são pagos em dinheiro no final de um contrato específico.
Principais riscos e frequência aproximada
Inundações que afectam as culturas devido a chuva excessiva em finais de Setembro e inícios de Outubro nas zonas baixas de escoamento da zona de meios de sustento. Por vezes também se verificam condições de seca.
Principais estratégias de sustento
Pobres Com mais posses
Maior procura de trabalho casual. Mais venda de produtos locais, por ex. lenha, carvão e mudança para uma alimentação mais barata
Maior volume de negócios. Maior procura de emprego formal Venda de animais
31
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
As famílias com mais posses obtêm o seu rendimento da venda de culturas, animais e comércio. As oportunidades de
auferir rendimentos entre o grupo pobre são mais diversas embora menos rentáveis. Incluem o trabalho agrícola e
casual, a venda de cabras, carvão, bagas silvestres, cogumelos e mel.
A maior parte do trabalho casual tem lugar na zona, excepto durante períodos de crise, quando o grupo pobre migra
para zonas vizinhas em busca de emprego.
Tal como as zonas vizinhas, esta zona recentemente adquiriu acesso a uma infraestrutura rodoviária e ferroviária bem
desenvolvida, assim como a transporte aéreo fiável nas cidades de Huambo e Cuito.
Estes melhoramentos ajudaram a ligar a zona a mercados alimentares estratégicos e mais lucrativos, como Lobito e
Luanda, na costa. Outros mercados locais onde a população vende os seus produtos incluem Cuito, Kamacupa,
Catabola, Nhareia, Andulo, Cunhinga, Huambo, Chipindo, Caluquembe, Caconda e Chicomba.
Os riscos mais frequentes são as inundações, secas e condições de seca. O grupo pobre normalmente subsiste através
de mais trabalho casual e mais venda de produtos locais, enquanto o de mais posses usa estratégias como mais
comércio, emprego formal e venda de animais.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 07
A estação das chuvas decorre de Setembro até ao fim de Março. A estação seca decorre de Abril a Agosto. A estação de
escassez decorre normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em inícios de Março.
A preparação da terra tem lugar de Março a Maio e de Agosto a Setembro, principalmente milho e feijão, as culturas
básicas nesta zona. Segue-se a plantação e a sementeira em Junho e Julho, e Outubro e Novembro. A monda tem lugar
de Dezembro a Janeiro e dá emprego ao grupo pobre.
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
Riscos
inundações
condições de seca
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
32
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Os principais riscos incluem inundações sazonais durante a estação das chuvas em Setembro e Outubro e por vezes
condições de seca de Setembro a Fevereiro.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 07
O grupo pobre depende sobretudo de milho e feijão em termos de segurança alimentar, com algum comércio de troca
de outros produtos alimentares durante os meses de escassez de Dezembro a Fevereiro. A compra de milho e feijão no
mercado tem lugar em Janeiro e Fevereiro, após o que o consumo de culturas verdes começa em Março.
As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de animais durante todo o ano, a venda de cogumelos
de Novembro a Fevereiro, e de mel em Agosto e Setembro. O carvão também é vendido, sobretudo de Junho a
Setembro.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As
despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
Alimentos básicos
milho e feijão
comércio de troca
Rendimento
venda de animais
venda de cogumelos
venda de mel
venda de carvão
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Jan Fev Mar Abr Maio Nov DezJun Jul Ag Set Out
33
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA DE PLANÍCIES DE TRANSIÇÃO DE MILHO, MANDIOCA E FEIJÃO (Zona de meios de sustento 08)
Esta zona situa-se nas províncias de Bengo e Zaire, nas áreas de
transição das planícies costeiras de Luanda, e no interior de
altitude relativamente elevada. A sua topografia caracteriza-se
pelas terras altas no norte, colinas ondulantes no centro e
maioritariamente terras baixas no sul. A vegetação é de floresta
e prado. Outros recursos naturais são os diamantes, o
manganês e o ferro nas áreas do norte e centro. Na parte sul
desta zona encontram-se os produtos de madeira e a pesca
fluvial.
Tem um padrão de chuva unimodal com precipitação média de
cerca de 200-400mm por ano. Há duas estações distintas: a
estação das chuvas de Setembro a Abril e uma curta estação
seca de Maio a Agosto. As temperaturas atingem um máximo de
cerca de 30-35° Celsius e um mínimo de 20-25° Celsius. O solo
varia, sendo mais fértil no norte e moderadamente fértil no sul
da zona.
A densidade populacional é de cerca de 5 a 10 habitantes por
quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). A
área média de terra cultivada por agregado familiar é de cerca
de 0.8 hectares; o grupo com mais posses cultiva um pouco
mais de terra dado ter melhor acesso à força de tracção.
A agricultura é a principal actividade económica. A agricultura
mista é praticada com utilização mínima de força de tracção ou
tecnologia mecanizada. A criação de animais não é significativa.
A zona é uma área de transição entre a economia urbana e não-
agrícola e a economia rural maioritariamente agrícola.
As principais culturas são milho, mandioca, batata doce,
amendoim, feijão, banana e vegetais; cultiva-se o citrino em
menor escala. Os animais são sobretudo cabras e algumas aves
domésticas. Não possuem muito gado, mesmo o grupo com
mais posses.
Os três factores principais que determinam a riqueza incluem:
tamanho da terra cultivada, posse de animais e accesso a bens
produtivos, tais como equipamento de agricultura e pesca.
Num ano normal, todos os grupos de riqueza dependem
sobretudo da sua própria produção de culturas complementada
pela pesca. Os pobres também dependem de compras de
alimentos básicos no mercado. O grupo com mais posses pode contratar trabalhadores, cultivar mais terra e produzir
excedente. Também há a ter em conta os alimentos silvestres especialmente no final da estação das chuvas. Estes
alimentos são recolhidos e consumidos, quer pelos que têm melhores circunstâncias financeiras, quer pelos pobres.
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido ao padrão de plantação de culturas diversificadas na zona.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Terra cultivada- menos hectares Menos cabras Bicicleta Utensílios manuais (enxada, panga e machado) Aves domésticas (galinhas e patos)
Terra cultivada- mais hectares Gado Mais cabras Veículo motorizado Bicicleta Equipamento de pesca Utensílios manuais (enxada, panga e machado) Aves domésticas (galinhas e patos)
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Mandioca (MP/OP) Milho (MP/OP) Batata doce (OP) Peixe (G)
Mandioca (OP) Milho (OP/MP) Batata doce (OP) Peixe (G)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de milho Venda de cabras Venda de peixe Venda de trabalho Comércio a retalho
Venda de milho Venda de mandioca Venda de batata doce Venda de peixe Venda de cabras Comércio a retalho
Mercados principais
Os mercados principais acessíveis nesta zona são Saurimo, Luena e Chitato.
Principais riscos e frequência aproximada
Tempestades de granizo que ocorrem durante a estação das chuvas Conflitos entre pessoas e animais selvagens ocorrem durante a estação das colheitas.
Principais estratégias de sustento
Pobres Com mais posses
Mais recoleção de alimentos silvestres Mais migração laboral Mais venda de animais.
Mais venda de animais.
34
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
A fonte principal de rendimento em dinheiro para o grupo com mais posses é a venda de culturas excedentes, como
milho, mandioca e batata, seguidas de peixe e, ocasionalmente, cabras. Também se pode obter rendimento adicional
da venda de produtos domésticos dentro da zona. O grupo pobre obtém rendimento em dinheiro do trabalho casual,
da venda de peixe, do pequeno comércio e, ocasionalmente, da venda de uma cabra.
Fontes de rendimento suplementar incluem a caça e a pesca sazonal no rio Congo, na fronteira norte da província do
Zaire, bem como nos estuários costeiros. A zona também tem locais importantes de biodiversidade de água doce, que
dão emprego devido às actividades de hospitalidade e turismo.
Devido às condições climáticas as colheitas são geralmente pobres e a alimentação básica é importada das zonas
vizinhas. Os mercados principais para venda de produtos locais e trabalho não qualificado são Saurima, Luena e Chitato,
cidades costeiras vizinhas e áreas peri-urbanas. O comércio de longa distância com Luanda aumenta durante a estação
das chuvas, que coincide com a estação festiva de Dezembro.
Os principais riscos nesta zona são as tempestades de granizo, as secas e os períodos secos, e ainda o conflito entre
pessoas e animais selvagens. A estratégia de sustento comum ao grupos pobre e ao grupo com mais posses é o
aumento da venda de animais. Os pobres também recolectam mais alimentos silvestres e migram em busca de
trabalho.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 08
A estação das chuvas vai de Setembro até ao fim de Abril. A estação seca vai de Maio a Agosto. A estação de escassez
vai normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do consumo de verdes começar em inícios de Março.
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Riscos
tempestades de granizo
seca e períodos secos
conflito entre pessoas e animais
selvagens
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
35
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
A estação agrícola começa com a preparação da terra de Agosto a Outubro, seguida de plantação e sementeira
(sobretudo milho, feijão e batata doce) em Outubro e Novembro. A monda tem lugar em Dezembro e Janeiro, e dá
emprego ao grupo pobre. As culturas de verdes são consumidas de Janeiro até à principal colheita de milho em Março.
Aa actividades relacionadas com a produção de mandioca têm lugar durante todo o ano.
Os principais riscos incluem tempestades de granizo na estação das chuvas, seca e períodos secos, especialmente
durante a meia estação, e o conflito entre pessoas e animais selvagens durante a estação das colheitas.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 08
O grupo pobre consome sobretudo a sua própria mandioca e milho, e compra milho durante os meses de Outubro a
Março, período que inclui a estação de escassez. As culturas verdes são consumidas de fins de Fevereiro a Março.
As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem o trabalho agrícola durante toda a estação das chuvas, seguido
do comércio a retalho, levado a cabo durante quase todo o ano.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As
despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
Alimentos básicos
mandioca
milho
Rendimento
trabalho agrícola
comércio de retalho
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Nov DezJun Jul Ag Set OutJan Fev Mar Abr Maio
36
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA DE FLORESTA TROPICAL, MANDIOCA, BANANA E CAFÉ (Zona de meios de sustento 09)
Esta zona de meios de sustento situa-se no planalto
de grande altitude na fronteira norte de Angola com a
República Democrática do Congo (RDC). A vegetação
é de folha larga e floresta de madeira dura (a área
inclui a grande floresta tropical de Maiombe na
província de Cabinda). Para além da floresta natural
há também plantações de eucalipto, pinheiro e
cipestre. A precipitação é de cerca de 1.00-1.400mm
por ano. As chuvas normalmente começam em
Outubro e duram até Abril, havendo uma estação
seca de Maio a Agosto. As temperaturas médias
variam de um mínimo de 20° Celsius a um máximo de
32° Celsius.
O solo é uma mistura de solo arenoso com textura de
barro e a fertilidade varia de moderada a alta. A
maioria do cultivo é feito manualmente e as áreas
cultivadas são bastante pequenas, numa média de 0.6
a 1.2 hectares. O grupo com mais posses contrata
trabalhadores e tractores e pode assim cultivar áreas
maiores.
A densidade populacional é de aproximadamente 10-
20 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional
de População-2000). A agricultura de sequeira é
realizada com práticas únicas de interculturas de
mandioca, banana e café, o que fez aumentar a
produção de banana e café. A produção de café foi re-
introduzida recentemente na zona através de
incentivos financeiros do GoA. Espera-se que venha a
tornar-se uma actividade económica importante para
pequenos proprietários e também para agricultores
comerciais de grande escala. Outras culturas incluem
milho, feijão e vegetais.
A criação de animais inclui gado, cabras e aves
domésticas, que se destinam ao consumo.
Os principais factores determinantes de riqueza são o
tamanho da terra cultivada e os tipos de culturas.
Outros factores incluem o acesso a bens produtivos e
a emprego pago.
O grupo mais pobre subsiste das suas próprias
culturas e do seu trabalho, complementado pela caça
e alimentos silvestres. Fontes adicionais de alimento
são a pesca e a compra no mercado de feijão e outros
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta produtividade agrícola.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Terra cultivada- menos hectares Aves domésticas (galinhas e patos) Bicicleta Utensílios manuais (enxada, panga e machado)
Terra cultivada- mais hectares Gado, cabras e porcos Aves domésticas (galinhas e patos) Motociclo Serras motorizadas Bombas a motor
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Mandioca (OP) Banana (OP/MP) Feijão (MP) Feijão nhemba (OP/MP) Vegetais (OP/MP) Carne (MP/OP) Peixe (G/MP) Óleo de cozinha (MP) Alimentos silvestres (G)
Mandioca (OP) Banana (OP) Feijão (MP) Feijão nhemba (OP) Vegetais (OP) Carne (MP/OP) Peixe (G/MP) Óleo de cozinha ( MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de mandioca Venda de produtos naturais (carvão e lenha) Venda de trabalho Venda de artesanato Venda de peixe
Venda de mandioca Venda de banana Venda de café Venda de madeira Venda de cabras Venda de peixe
Mercados principais
Os mercados principais na zona incluem Malanje, Ndalatando, Uíge e Cabinda. A maioria destes mercados tem ligação com Luanda.
Principais riscos e frequência aproximada
As chuvas excessivas e as inundações ocorrem durante a estação das chuvas Ventos fortes e tempestades ocorrem durante a estação seca O conflito entre as pessoas e os animais selvagens ocorrem durante a estação seca Pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca e a banana murcha, ocorrem anualmente durante o ano. Baixos preços das culturas, especialmente do café, durante a estação das colheitas.
Principais estratégias de sustento
Mais recoleção de alimentos silvestres Mais venda de artesanato local
Mais venda de animais Maior dependência de auto-emprego tal como o comércio
37
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
alimentos não-básicos. O grupo com mais posses é, em grande medida, auto-suficiente e tem excedentes vendáveis na
maior parte dos anos.
As fontes principais de rendimento em dinheiro entre o grupo pobre incluem a venda de trabalho agrícola, o emprego
na indústria da madeira, a venda de colheitas excedentes, e a venda de carvão e lenha. O grupo com mais posses
depende sobretudo da venda de peixe, madeira e trabalho qualificado na indústria comercial da madeira.
A compra e venda de produtos locais, incluindo o trabalho, tem lugar sobretudo dentro da zona. Contudo, também há
comércio com Luanda, com os mercados costeiros de Catumbo, Barra-do-Dande, Cacuaco e Cabinda, e com a República
Democrática do Congo. O principal obstáculo ao acesso aos mercados são as inundações sazonais.
Os principais riscos são a chuva excessiva, as inundações, os fortes ventos e as tempestades, o conflito entre as pessoas
e os animais selvagens, as pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca, e os baixos preços das culturas,
especialmente o café.
Contudo, a produção de mandioca é vista com um seguro contra a insegurança alimentar durante os anos de perda
geral das colheitas.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 09
A estação das chuvas dura de Outubro até ao fim de Abril. A estação seca dura de Maio a Setembro. A estação de
escassez vai de Janeiro a Fevereiro antes do início do consumo de verdes em Fevereiro.
A preparação da terra tem lugar de Junho a Setembro. Segue-se a plantação e a sementeira em Outubro e Novembro. A
monda tem lugar de Dezembro a Janeiro e oferece oportunidade de emprego para os pobres. O consumo de verdes
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Riscos
inundações
pragas e doenças das colheitas
conflito entre pessoas e animais
selvagens
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
38
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
começa em Fevereiro e a principal colheita de cereais ocorre em Junho. As actividades relacionadas com a produção de
mandioca têm lugar durante todo o ano.
Os principais riscos incluem tempestades de granizo durante a estação das chuvas, a seca e períodos de seca, e o
conflito entre pessoas e animais selvagens durante a estação das colheitas.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 09
O grupo pobre consome as suas próprias culturas (mandioca e banana) durante o ano, incluindo os meses de escassez.
O rendimento em dinheiro entre o grupo pobre advém sobretudo da venda de mandioca e bananas. Outras fontes de
rendimento que não constam do calendário de consumo incluem o emprego na indústria da madeira e o trabalho
agrícola.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As
despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
Alimentos básicos
mandioca
banana
Rendimento
venda de mandioca
venda de banana
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Jan Fev Mar Abr Maio Nov DezJun Jul Ag Set Out
39
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA DE FLORESTA DE SAVANA E MANDIOCA PARA COMÉRCIO (Zona de meios de sustento 10) Esta zona de meios de sustento situa-se nas terras
planas da província de Malanje, partes de Cuanza
Norte e a parte ocidental de Lunda Norte. A maior
parte da zona está coberta por pastagens de savana e
arbusto baixo com bolsas de floresta decídua.
A precipitação é de cerca de 800-1.200mm por ano. As
chuvas decorre de Outubro a Abril e a estação seca
decorre de Maio a Agosto. As temperaturas ambientes
variam de um mínimo de 16° Celsius a um máximo de
32° Celsius.
O solo é misto, moderadamente fértil, sobretudo
barro. A maioria do cultivo é manual e as áreas
cultivadas são pequenas, em média de 0.5-1 hectar por
agregado familiar no grupo mais pobre. Tal como em
outras zonas, os grupos com mais posses podem
contractar trabalhadores e tractores, pelo que as suas
propriedades são muito maiores.
Esta zona tem uma população escassa de
aproximadamente 5-10 pessoas por quilómetro
quadrado (Censo Nacional de População-2000).
Os meios de sustento nesta zona dependem sobretudo
da produção agrícola com animais de menor
importância. O sector dos animais, especialmente
gado, foi muito afectada por infestações da mosca
tsetse e tripanossomías. As redes de transportes são
boas e as culturas de excedente são comercializadas
em Luanda e outras grandes cidades.
As principais culturas para alimentação e rendimento
são a mandioca, o feijão, os vegetais e os citrinos.
Outras culturas incluem milho, bananas e outros frutos
tropicais cultivados ao longo dos rios principais. Frutos
selvagens como o baobá também se encontram na
zona.
A produção de animais em pequena escala tem lugar em toda a zona (gado, cabras, porcos e algumas ovelhas). Também há criação de aves domésticas, mas em pequeno número, e sobretudo para consumo doméstico. A recoleção de alimentos silvestres é uma fonte de alimentação adicional para os pobres, particularmente durante a estação de escassez.
Os principais factores determinantes de riqueza são a
área de terra cultivada e a posse de animais. Ambos os
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta produtividade agrícola.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Terra cultivada- menos hectares Menos cabras Porcos Aves domésticas (galinhas e patos) Bicicleta Utensílios manuais (enxada, panga e machado)
Terra cultivada- mais hectares Gado Mais cabras Ovelhas Aves domésticas (galinhas e patos) Motociclo Serra motorizada Bomba a motor.
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Mandioca (OP) Feijão (OP) Peixe (G/MP) Vegetais (OP/MP) Aves domésticas (OP/MP) Óleo de cozinha(MP) Alimentos silvestres (G)
Mandioca (OP) Feijão (OP) Carne ( MP/OP) Peixe (G/MP) Amendoim (OP/MP) Vegetais(OP/MP) Óleo de cozinha(MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de mandioca Venda de trabalho agrícola e outro Venda de artesanato manual Venda de bebida local Venda de produtos naturais (carvão e lenha)
Venda de mandioca Venda de vegetais Venda de madeira Venda de gado Venda de cabras Comércio
Mercados principais
Os mercados principais na zona incluem Malanje, Ndalatando, Uíge e Cabinda. A maioria destes mercados tem ligação com Luanda, o principal mercado externo acessível aos habitantes da zona.
Principais riscos e frequência aproximada
Chuva excessiva e inundações ocorrem durante a estação das chuvas Ventos fortes e tempestades ocorrem durante a estação seca Conflitos entre pessoas e animais selvagens ocorrem entre Fevereiro e Abril e durante a estação seca Pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca e as bananas murchas, ocorrem anualmente durante o ano.
Principais estratégias de sustento
Mais recoleção de alimentos silvestres Mais venda de artesanato local Maior dependência de remessas de dinheiro
Mais venda de animais Maior dependência de auto-emprego, como o comércio
40
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
grupos, o de pobres de o de pessoas com mais posses, têm excedentes vendáveis, especialmente de mandioca, que é
comercializada para outras regiões do país. Com as redes rodoviárias melhoradas, isto traz segurança alimentar a
outras regiões do país, especialmente as principais áreas urbanas, incluindo Luanda.
As principais fontes de rendimento para os pobres incluem venda de mandioca, venda de lenha e carvão, e trabalho
casual. O grupo com mais posses depende sobretudo da venda de colheitas excedentes, produtos de madeira, animais,
e pequeno comércio em pequena escala.
Os principais mercados incluem Malanje, Luanda e outros centros urbanos ao longo da costa. O acesso a mercados é
relativamente bom devido à melhoria das infraestruturas rodoviárias.
Os principais riscos são a chuva excessiva, as inundações, os ventos fortes e as tempestades, o conflito entre pessoas e
animais selvagens, as pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca, e os baixos preços de culturas,
especialmente da mandioca. Contudo, a cultura da mandioca continuou a constituir um seguro eficaz em caso de perda
de outras colheitas.
41
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 10
A estação das chuvas vai de Outubro até ao fim de Abril. A estação seca começa em Maio e vai até Setembro. A estação
de escassez vai de Janeiro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em Fevereiro. A preparação das terras
para a banana, feijão, milho e vegetais vai de Junho a Setembro. Segue-se a plantação e a sementeira em Outubro e
Novembro. A monda tem lugar de Dezembro a Janeiro e oferece oportunidade de emprego para os pobres. O consumo
de verduras começa em Fevereiro; a colheita do milho tem lugar em Junho. As actividades relacionadas com a
produção de mandioca têm lugar durante todo o ano.
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Riscos
inundações
pragas e doenças das colheitas
conflito entre pessoas e animais
selvagens
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
42
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 10
O grupo pobre consome a sua própria mandioca durante o ano. Durante a estação de escassez (Setembro a Janeiro)
compram feijão.
As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de mandioca (durante o ano) e o trabalho agrícola que
tem lugar sobretudo durante a estação húmida. Fontes complementares de rendimento não constam do calendário de
consumo.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As
despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
Alimentos básicos
mandioca
feijão
Rendimento
venda de mandioca
venda de trabalho
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Nov DezJun Jul Ag Set OutJan Fev Mar Abr Maio
43
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA DE FLORESTA DE SAVANA E MANDIOCA DE SUBSISTÊNCIA (Zona de meios de sustento 11)
Esta zona de meios de sustento situa-se na região leste de
Angola com fronteira com a RDC e a Zâmbia. Abrange as
províncias de Lunda Norte, Lunda Sul e partes do Moxico. A
vegetação é pastagem de savana misturada com floresta
decídua de folha larga (madeira de panda e arbustos); floresta
de folha perene cobre a fronteira com a RDC.
A zona também tem ricos depósitos de minerais como
diamantes, manganês e ferro. Encontram-se altas
concentrações nas areas do norte e centro.
Esta zona tem o índice de precipitação mais elevado em Angola.
Tem um padrão de chuva unimodal com uma precipitação
média de 1.200-1.600mm por ano. As chuvas normalmente
duram de Setembro a Abril, sendo a estação seca de Maio a
Agosto. As temperaturas médias variam de um mínimo de 9-15°
Celsius a um máximo de 30-35° Celsius. O solo nesta zona é
sobretudo ferralítico, psamo-ferralítico, psamo-hidromórfico e
litossólico, com fertilidade moderada na parte sul e maior
fertilidade na parte norte da zona. A maioria dos agricultores,
quer pobres, quer os que têm mais posses, utilizam utensílios
manuais na preparação da terra.
Uma área pouco povoada, a zona tem aproximadamente 5-10
pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de
População-2000). O cultivo é feito em pequenas parcelas, em
média de 0.5-1.5 hectares por agregado familiar. Contudo, nos
últimos anos a área plantada tem vindo a aumentar um pouco.
A capacidade de aumentar o tamanho da terra cultivada
depende da possibilidade de trabalho do agregado familiar na
preparação da terra e na monda.
Pratica-se a agricultura de subsistência de sequeiro, sendo a
mandioca a cultura principal. A zona é relativamente remota,
com más redes de transportes e comunicações e mau acesso a
mercados, particularmente na parte nordeste da zona.
Geralmente a produção continua a fazer-se ao nível da
subsistência.
As culturas mais importantes são mandioca, milho, feijão,
batata doce, vegetais e citrinos. Outras culturas cultivadas em
escala mais pequena incluem milho, bananas e outros frutos
tropicais (mangos, laranjas, goiaba e papaia). A produção de
fruta tem lugar em volta dos domicílios. Frutos selvagens como
o baobá também são abundantes em alguns locais.
Risco de insegurança alimentar
Risco moderado de insegurança alimentar devido ao nível de sustento da produção.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Terra cultivada- menos hectares. Menos cabras Aves domésticas (Galinhas e patos) Bicicleta Utensílios manuais (enxada, machado e panga)
Terra cultivada- mais hectares. Gado Mais cabras Aves domésticas (Galinhas e patos) Motociclo Bicicleta Utensílios manuais (enxada, machado e panga)
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Mandioca (OP/MP) Milho (MP) Batata doce(OP/MP) Peixe (G/MP) Carne (OP/MP) Vegetais (OP/MP) Frutos citrinos (OP/MP) Alimentos silvestres (G)
Mandioca (OP) Milho (OP/MP) Batata doce (OP) Peixe (MP) Carne (OP/MP) Vegetais (OP/MP) Frutos citrinos (OP/MP) Alimentos silvestres (G)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de mandioca Venda de carvão Venda de bebida local Venda de trabalho
Venda de mandioca Venda de gado e cabras Venda de carvão Comércio
Mercados principais
Os principais mercados internos na zona são Saurima, Luena e Chitato, com ligações a mercados externos na RDC e na Zâmbia.
Principais riscos e frequência aproximada
Aumento do preço dos alimentos ocorre durante a estação de escassez Conflito entre pessoas e animais selvagens ocorre durante a estação seca (período das colheitas) Tempestades de granizo ocorrem durante a estação das chuvas
Principais estratégias de sustento
Mais venda de animais Mais migração laboral Mais venda de alimentos silvestres Mais auto-emprego
Mais venda de animais
44
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
A criação de animais tem lugar em pequena escala. Gado e cabras são criadas com fins de pequeno comércio e
consumo. Galinhas e patos são criados apenas para consumo. Os principais factores determinantes de riqueza nesta
zona são o tamanho da terra cultivada e a posse de animais.
O grupo pobre subsiste através da sua própria produção de culturas complementada pela compra adicional em
mercado de alimentos básicos, e também pesca, caça e recoleção (cogumelo e mel selvagem). O grupo com mais
posses é, em grande medida, auto-suficiente em alimento, com excedente vendável em anos de muita chuva.
A venda de colheitas (mandioca) constitui a principal fonte de rendimento para pobres e para os que têm mais posses.
Actividades económicas suplementares incluem a venda de carvão, bebidas locais e trabalho agrícola e casual. A venda
de fruta também faculta algum rendimento adicional para o grupo pobre. O grupo com mais posses ganha rendimento
em dinheiro com a venda de colheitas, comércio de pequena escala e, durante a estação de escassez, a venda de gado
ou cabras.
Na maioria das regiões do país o desenvolvimento de infraestructuras levou a condições de mercados muito
melhoradas. Contudo, esta zona ainda não está completamente ligada aos principais mercados de província e regionais,
e o acesso a mercados externos e ao comércio continua a ser limitado. A produção de excedentes é vendida localmente
dentro da zona, sobretudo para centros urbanos como Saurima, Luena e Chitato.
Os principais riscos incluem aumentos dos preços dos alimentos durante a estação de escassez, o conflito entre pessoas
e animais selvagens durante a estação seca (período de colheitas) e tempestades de granizo durante a estação das
chuvas. O grupo com mais posses subsiste através do aumento da venda de animais. Os pobres aumentam a sua
migração laboral através da fronteira com a Zâmbia e a RDC. Aumentam também a venda de alimentos silvestres e, em
alguns casos, intensificam as actividades de auto-emprego. O cultivo da mandioca ajuda a providenciar segurança no
caso de situações de segurança alimentar muito adversas.
45
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 11
A estação das chuvas vai de Outubro ao fim de Abril. A estação seca vai de Maio a Setembro. A estação de escassez vai
de Outubro a Fevereiro. A preparação da terra vai de Maio a Agosto, sobretudo para batata doce, feijão e milho, e é
seguida de plantação e sementeira de Outubro a Dezembro. A monda tem lugar de Novembro a Dezembro e dá
emprego aos pobres. O consumo de verdes começa em Fevereiro e o milho e outros cereais são colhidos em Junho. As
actividades relacionadas com a produção de mandioca têm lugar durante todo o ano.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 11
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Riscos
conflito entre pessoas e animais
selvagens
tempestades de granizo
aumento do preço dos alimentos
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
Alimentos básicos
mandioca
batata doce
Rendimento
venda de mandioca
trabalho agrícola
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Jan Fev Mar Abr Maio Nov DezJun Jul Ag Set Out
46
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
O grupo pobre depende sobretudo das suas próprias culturas como a mandioca e a batata doce. A batata doce é
comprada entre Março e Abril e entre Julho e Dezembro, abrangendo parte da estação de escassez. O consumo de
verdes começa em Janeiro.
As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de mandioca dentro da zona e o trabalho agrícola que
pode ser feito durante a maior parte da estação das chuvas. Outras fontes complementares de rendimento (como a
venda de carvão) não constam no calendário de consumo.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As
despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
47
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA DE PESCA, MANDIOCA E COMÉRCIO TRANSFONTEIRIÇO (Zona de meios de sustento 12) Esta zona de meios de sustento situa-se ao longo da fronteira
do extremo oriental de Angola com a Zâmbia e situa-se
inteiramente na província de Moxico. A sua topografia é
sobretudo de planície com vales e chanas de terras baixas. A
vegetação é sobretudo de pastagem de savana com florestas
decíduas.
Grandes rios correm para lagos, lagoas, deltas interiores e
pântanos. Outros recursos naturais incluem produtos florestais
e de mato, nomeadamente madeira, caça, peixe, cogumelos,
mel e minerals.
A zona tem um padrão de chuvas unimodal. A precipitação
média é de cerca de 1.000-1.400mm por ano. As chuvas
começam em Setembro e terminam em Maio. A estação seca
vai de Junho a Agosto. As temperaturas médias variam de um
mínimo de 15° Celsius em Junho e um máximo de 30° Celsius
em Outubro.
Devido a frequentes inundações, o solo nesta zona é sobretudo
de barro de baixa fertilidade ao longo dos pântanos e margens
do rio Zambezi.
Uma área pouco povoada, esta zona tem apenas cerca de 5
pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de
População-2000). A maioria dos agricultores usam utensílios
manuais na preparação das terras. A terra cultivada é em média
pequena, de 0.5-1.5 hectar por família.
Os meios de sustento envolvem sobretudo a pesca, a
agricultura, a caça e a recoleção de alimentos selvagens. A
pesca concentra-se ao longo dos cursos de água e deltas
interiores. É uma actividade de todo o ano e uma fonte principal
de alimento e rendimento para os pobres e para os que têm
mais posses.
A agricultura é inteiramente de sequeira e as culturas principais
são a mandioca, o milho, o feijão e a batata doce. Outras
culturas cultivadas em menor escala são o tomate, a cebola, a
couve e a abóbora. Os principais animais são as cabras, as aves
domésticas e algum gado que pertence ao grupo com mais
posses.
A riqueza nesta zona é definida pelo acesso a, e posse de,
equipamento de pesca (barcos, canoas, redes, linhas, lanças e
anzóis, etc.) em conjunto com a terra cultivada e o tipo e número de animais.
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido às actividades de sustento diversificada.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Equipamento de pesca (redes, anzol e cestos) Menos cabras Aves domésticas (galinhas e patos) Utensílios manuais (enxada, machado e panga) Equipmento- bebida local
Equipamento de pesca (canoas e barcos) Gado Mais cabras Aves domésticas (galinhas e patos) Utensílios manuais (enxada, machado e panga) Bicicletas
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Mandioca (OP/MP) Peixe (G/MP) Vegetais (OP/MP) Óleo de cozinha(MP) Alimentos silvestres (G)
Mandioca (OP/MP) Peixe ( G/MP) Cabras carne ( OP/MP) Vegetais ( OP/MP) Óleo de cozinha(MP) Alimentos silvestres (G)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Venda de vinho de mel Venda de alimentos silvestres Venda de peixe Venda de bebida local
Venda de peixe Venda de mandioca Venda de mel
Mercados principais
Os principais mercados internos da zona são Luacano, Luena, Lumeje, Luau e Cazombe. Estes mercados têm ligações com mercados externos como Lumbalaguembo na Zâmbia e a RDC.
Principais riscos e frequência aproximada
Inundações ocorrem durante a estação das chuvas. Baixos preços para culturas como a mandioca, que ocorrem durante a estação seca.
Principais estratégias de sustento
Movimentação sazonal de terras baixas para altas durante a estação das chuvas. Aumento da migração laboral na estação seca
Movimentação sazonal de terras baixas para altas durante a estação das chuvas. Mais venda de animais Diversificação de actividades de rendimento, especialmente pequenos negócios
48
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
As principais fontes de alimento para consumo dos pobres são a mandioca, os vegetais, o peixe e o óleo de cozinha. Isto
é complemetado pela recoleção de alimentos silvestres. As famílias mais pobres também dependem da compra de
mandioca de Maio a Setembro. Em anos de pouca chuva o grupo intensifica as actividades de pesca. As famílias com
mais posses dependem sobretudo da sua própria produção, peixe, produtos animais e algumas compras de mercado de
alimentos básicos e não-básicos.
A principal fonte de rendimento de dinheiro, quer entre os pobres, quer entre o grupo com mais posses, é a venda de
peixe. Os pobres também vendem carvão, lenha e alimentos silvestres, fazem trabalho agrícola e migram para áreas
urbanas para trabalho casual. Para além da pesca semi-comercial, o grupo com mais posses vende o seu excedente de
mandioca e desenvolve o comércio de madeira e retalho especialmente com a Zâmbia. O rio Zambezi fornece peixe
grande para os mercados da Zâmbia.
Devido às más condições das redes rodoviárias, esta zona tem acesso limitado a outros mercados regionais,
especialmente os mercados lucrativos da costa de Angola. Tal como a Zona de Sustento da Mandioca, está em
desvantagem pela distância e pela sua situação remota na região oriental, onde a infraestructura rodoviária ainda não
foi desenvolvida. Contudo, a zona tem acesso exclusivo a mercados lucrativos transfronteiriços na Zâmbia,
particularmente na Cintura do Cobre.
Os principais riscos são as inundações que limitam as actividades piscatórias e reduzem a produção de culturas, a
criação de animais e o alimento selvagem. As principais estratégias de subsistência entre os pobres incluem a
deslocação da terras baixas para terras altas e a migração laboral, enquanto o grupo com mais posses normalmente
aumenta a venda de animais e faz negócio de pequena escala.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 12
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Outros
pesca
Riscos
inundações fluviais
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
49
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
A estação das chuvas vai de Outubro ao fim de Abril. A estação seca vai de Maio a Setembro. A estação de escassez vai
normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em Fevereiro.
A preparação das terras tem lugar de Julho a Setembro, sobretudo para a batata doce, o feijão, o milho e os vegetais, e
é seguida de plantação e sementeira de Outubro a Novembro. A monda tem lugar de Novembro a Dezembro e dá
emprego ao grupo pobre. O consumo de milho verde começa em Janeiro. A colheita da cultura de milho e de outros
cereais é em Junho. As actividades relacionadas com a produção da mandioca têm lugar durante o ano. Outras
actividades incluem a criação de cordeiro e cabrito e a parição, durante a estação das chuvas, e a vacinação de animais
de Junho a Setembro.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 12
O grupo pobre depende sobretudo da sua própria mandioca e peixe. Compram alguma mandioca de Maio a Setembro.
A mandioca verde é consumida a partir de Outubro.
As suas principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de peixe e o trabalho agrícola durante a estação
das chuvas. A mandioca não é muito vendida nesta zona devido ao acesso limitado a mercados. As principais despesas
incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde
normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
Alimentos básicos
mandioca
peixe
Rendimento
venda de peixe
trabalho agrícola
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Nov DezJun Jul Ag Set OutJan Fev Mar Abr Maio
50
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ZONA COSTEIRA DE AGRO-PECUÁRIA (Zona de meios de sustento 13)
Esta zona de meios de sustento situa-se ao longo da planície
costeira. Está concentrada nas partes rurais da província de
Luanda e estende-se pela Reserva Natural do Ilhéu dos
Pássaros, uma área coberta por mangais e um habitat para
pássaros marinhos. É dominada por planícies com áreas baixas.
A principal vegetação é a pastagem de savana e os arbustos
baixos, adequada à criação de animais. O rio Cuanza e os seus
afluentes, como o Luando e o Luasso, correm através da
reserva. Outros recursos naturais incluem a erva, o peixe e as
reservas de petróleo do interior.
A precipitação é unimodal, com precipitação média de
aproximadamente 300mm por ano. As temperaturas variam de
um mínimo de 18° Celsius em Agosto a um máximo de 32°
Celsius de Janeiro a Fevereiro. Há duas estações agrícolas, com
uma estação das chuvas de Outubro a Abril e uma estação seca
de Maio a Setembro.
O solo é moderadamente fértil com uma mistura de solos
arenosos mais próximo da costa e solos de barro nas fronteiras
exteriores. Comparada com zonas vizinhas, como a de cultivo de
banana e ananás em Benguela e partes do Cuanza Sul, este solo
é menos fértil. A zona é, no entanto, muito adequada à criação
de animais.
Esta é uma zona moderadamente populada devido à presença
de fazendas de gado e à influência de áreas urbanas. A
densidade populacional é de cerca de 10-20 pessoas por
quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). O
grupo com mais posses tem propriedades de cerca de 2
hectares; estes são geralmente habitantes locais que vivem fora
das fazendas comerciais. Os pobres têm propriedades de cerca
de 0.5 hectares e são sobretudo trabalhadores em quintas
comerciais com acesso limitado a terra em fazendas comerciais.
A lavragem manual é o meio principal de preparação das terras
entre o grupo pobre, embora a produção mecanizada e irrigada
de culturas também seja feita por proprietários das fazendas
comerciais de animais.
As principais culturas são o milho e os vegetais. Isto é possível
devido ao acesso a água providenciado pelos proprietários das
fazendas comerciais. Só os que são muito ricos podem criar
animais, primordialmente com propósitos comerciais. Os
principais animais criados são o gado, as cabras e, em menor
quantidade, porcos.
Risco de insegurança alimentar
Risco moderado de insegurança alimentar devido a menor produção de colheitas.
Principais bens produtivos
Pobres Com mais posses
Menos cabras Menos porcos Menos aves domésticas (galinhas e patos) Ocupantes sem títulos de propriedade de terra. Utensílios manuais (enxada, panga e machado) Bicicleta
Mais cabras Mais porcos Mais aves domésticas (galinhas e patos) Ocupantes com títulos de propriedade de terra. Máquinas agrícolas (imersão de gado etc.) Veículo motorizado
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres Com mais posses
Arroz (MP) Milho (MP/OP) Feijão (OP/MP) Peixe (G/MP) Vegetais (OP/MP) Leite (IK/MP)
Arroz (MP) Milho (OP/MP) Feijão (OP/MP) Carne (OP/MP) Peixe (G/MP) Leite (IK/MP) Vegetais (OP/MP) Fruta (OP/MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres Com mais posses
Salários de emprego agrícola Venda de cultura vegetal própria Venda de artigos domésticos
Salários de emprego não qualificado e não-agrícola Venda de materiais de construção, como areia e pedra. Venda de artigos domésticos.
Mercados principais
O principal mercado, que regula a economia local, é a cidade de Luanda
Riscos principais e frequência aproximada
O principal risco nesta zona são as condições de seca e doenças de animais, tal como dermatite, anthrax, sarna e tripanossomíase, que normalmente afectam o gado e as cabras nas fazendas comerciais. Ocorre durante o ano.
Principais estratégias de sustento
Diversificação de opções de rendimento. Migração de trabalho em áreas peri-urbanas e urbanas
Aquisição de serviços veterinários e medicamentos para animais
51
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Os factores locais determinantes de riqueza entre os agregados familiares desta zona são o tamanho da terra cultivada
e o acesso a actividades económicas lucrativas.
Quer o grupo pobre, quer o grupo com mais posses consomem as suas próprias colheitas, peixe, alimentos silvestres e algum leite de quintas comerciais e do mercado. Dependem em grande medida da compra de alimentos básicos no mercado durante mais de metade do ano. As oportunidades de rendimento para o grupo pobre são muito limitadas e incluem salários resultantes de emprego em
quintas comerciais, venda de vegetais e comércio a retalho (produtos domésticos). O grupo com mais posses depende
de emprego semi-qualificado não-agrícola em áreas urbanas como Luanda, da venda de materiais de construção (areia
e pedras) e, em menor grau, do comércio de retalho (produtos domésticos).
Comparada com as zonas vizinhas, esta área tem muito bom acesso a mercados lucrativos (Luanda e outras áreas
costeiras), especialmente para produtos locais como vegetais, materiais de construção e trabalho não qualificado.
Os principais riscos nesta zona são as doenças dos animais, tais como dermatite, anthrax, sarna e tripanossomias, em conjunto com a seca e as condições atmosféricas secas. Em anos de pouca chuva os pobres maximizam o acesso à alimentação por meio de trabalho migratório para obter rendimentos que lhes permitam comprar alimentos de primeira necessidade; o grupo com mais posses normalmente usa o rendimento na compra de medicamentos para os animais.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 13
A estação das chuvas vai de Outubro ao fim de Abril. A estação seca começa em Maio e continua até Setembro. A
estação de escassez vai normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em Fevereiro.
A estação agrícola começa com a preparação da terra de Julho a Setembro. Isto é sobretudo para milho e vegetais.
Segue-se a plantação e a sementeira de Novembro a Dezembro. A monda tem lugar de Novembro a Dezembro e dá
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Outros
Riscos
doenças de animais
Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita
Set Out Nov DezJan Fev JulMar Abr Maio Jun Ag
52
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
oportunidades de emprego para os pobres. O consumo de verdes começa em Janeiro. A principal colheita de milho e
outros cereais tem lugar em Junho. Outras actividades incluem a criação de cordeiros, cabritos, e a parição durante a
estação das chuvas e a vacinação dos animais nos meses de Junho a Setembro.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 13
O grupo pobre depende sobretudo do mercado para o milho de Agosto a Abril. A sua própria cultura de milho vai de
Fevereiro a Julho, começando com o milho verde no início de Fevereiro. Consomem vegetais durante todo o ano, em
parte cultivados com irrigação. As principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de materiais de
construção e o trabalho agrícola. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças
que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a
Abril.
Alimentos básicos
milho
vegetais
Rendimento
venda de areia e pedras
venda de trabalho agrícola
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção
Jan Fev Mar Abr Maio Nov DezJun Jul Ag Set Out
53
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ANNEX 1: LIVELIHOOD ZONES AND ADMINISTRATIVE AREAS
LIVELIHOODS ZONA1: COASTAL FISHING, HORTICULTURE AND NON FARM INCOME Communes Municipality Province
Ambriz Ambriz Bengo
Baia Farta Baia Farta Benguela
Barra do Dande Dande Bengo
Benguela Benguela Benguela
Bentiaba Namibe Namibe
Biopio Lobito Benguela
Cabinda Cabinda Cabinda
Cacongo Cacongo Cabinda
Calohanga Baia Farta Benguela
Canata Lobito Benguela
Canjala Lobito Benguela
Catumbela Lobito Benguela
Dombe Grande Baia Farta Benguela
Egipto Praia Lobito Benguela
Equimina Baia Farta Benguela
Gungo Sumbe Kuanza Sul
Kapolo Porto Amboim Kuanza Sul
Kelo Soyo Zaire
Kicombo Sumbe Kuanza Sul
Kinzau Tomboco Zaire
Lobito Lobito Benguela
Lucira Namibe Namibe
Malembo Cabinda Cabinda
Massabi Cacongo Cabinda
Musserra Nzeto Zaire
Namibe Namibe Namibe
Ngangula Sumbe Kuanza Sul
Nzeto Nzeto Zaire
Porto Amboim Porto Amboim Kuanza Sul
Soyo Soyo Zaire
Sumbe Sumbe Kuanza Sul
Tabi Ambriz Bengo
LIVELIHOODS ZONA2: TRANSITIONAL BANANA AND ANANÁS FARMING Communes Municipality Province
Assango Amboim Kuanza Sul
Atome Cassongue Kuanza Sul
Babaera Ganda Benguela
Balombo Balombo Benguela
Bocoio Bocoio Benguela
Botera Seles Kuanza Sul
54
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Caimbambo Caimbambo Benguela
Canhamela Caimbambo Benguela
Capupa Cubal Benguela
Casseque Ganda Benguela
Catengue Caimbambo Benguela
Cayave Caimbambo Benguela
Chicuma Ganda Benguela
Chila Bocoio Benguela
Chindumbo Balombo Benguela
Chingongo Balombo Benguela
Conda Conda Kuanza Sul
Conde Ebo Kuanza Sul
Cubal Cubal Benguela
Cubal do Lumbo Bocoio Benguela
Cunjo Conda Kuanza Sul
Ebanga Ganda Benguela
Ebo Ebo Kuanza Sul
Gabela Amboim Kuanza Sul
Ganda Ganda Benguela
Iambala Cubal Benguela
Kirimbo Quilenda Kuanza Sul
Monte Belo Bocoio Benguela
Passe Bocoio Benguela
Quilenda Quilenda Kuanza Sul
Tumbulo Cubal Benguela
Uku Seles Seles Kuanza Sul
Uya Ngombe Caimbambo Benguela
LIVELIHOODS ZONA3: SOUTHERN ANIMAIS, MILLET AND SORGHUM ZONA Communes Municipality Province
Baia dos Tigres Tombua Namibe
Bibala Bibala Namibe
Bolonguera Chongoroi Benguela
Bondo Cuangar Kuando Kubango
Cafima Cuanhama Cunene
Cahama Cahama Cunene
Cahinde Virei Namibe
Caitou Bibala Namibe
Calai Calai Kuando Kubango
Camucuio Camucuio Namibe
Chingo Camucuio Namibe
Chinquite Camucuio Namibe
Chitato Curoca Cunene
Chongoroi Chongoroi Benguela
Cuamato Ombandja Cunene
55
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Cuangar Cuangar Kuando Kubango
Cubati Cuvelai Cunene
Cuvelai Cuvelai Cunene
Dinde Quilengues Huila
Dirico Dirico Kuando Kubango
Evale Cuanhama Cunene
Humbe Ombandja Cunene
Humpata Humpata Huila
Impulo Quilengues Huila
Lola Bibala Namibe
Luiana Rivungo Kuando Kubango
Maue Calai Kuando Kubango
Melunga Namacunde Cunene
Mongua Cuanhama Cunene
Mucope Ombandja Cunene
Mucusso Dirico Kuando Kubango
Munhino Bibala Namibe
Mupa Cuvelai Cunene
Namacunde Namacunde Cunene
Nampala Cuvelai Cunene
Naulila Ombandja Cunene
Oncocua Curoca Cunene
Ondjiva Cuanhama Cunene
Otchinjau Cahama Cunene
Quilengues Quilengues Huila
Savate Cuangar Kuando Kubango
Tchimporo Cuanhama Cunene
Tombua Tombua Namibe
Virei Virei Namibe
Xamavera Dirico Kuando Kubango
Xangongo Ombandja Cunene
LIVELIHOODS ZONA4: SUB HUMID ANIMAIS AND MILHO Communes Municipality Province
Cacula Lubango Huila
Caiundo Menongue Kuando Kubango
Capunda Cavilongo Chibia Huila
Cassinga Jamba Huila
Chiange Gambos Huila
Chibia Chibia Huila
Chinguanja Cuchi Kuando Kubango
Cuchi Cuchi Kuando Kubango
Cueio Menongue Kuando Kubango
Cutato II Cuchi Kuando Kubango
Dongo Jamba Huila
56
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Folgares Matala Huila
Hoque Lubango Huila
Huila Lubango Huila
Jamba Jamba Huila
Jau Chibia Huila
Kuvango Kuvango Huila
Lubango Lubango Huila
Matala Matala Huila
Menongue Menongue Kuando Kubango
Mulondo Matala Huila
Quihita Chibia Huila
Quipungo Quipungo Huila
Tchibemba Gambos Huila
LIVELIHOODS ZONA5: MID EASTERN CASSAVA AND SAVANNAH FOREST Communes Municipality Province
Baixo Longa Cuito Cuanavale Kuando Kubango
Cangombe Luchazes Moxico
Cassamba Luchazes Moxico
Catuile Mavinga Kuando Kubango
Chiume Lumbala Nguimbo Moxico
Cuemba Cuemba Bie
Cuito Cuanavale Cuito Cuanavale Kuando Kubango
Cunjamba Mavinga Kuando Kubango
Longa Cuito Cuanavale Kuando Kubango
Luchazes Luchazes Moxico
Luengue Mavinga Kuando Kubango
Lumbala Nguimbo Lumbala Nguimbo Moxico
Lupire Cuito Cuanavale Kuando Kubango
Lutembo Lumbala Nguimbo Moxico
Luvuei Lumbala Nguimbo Moxico
Mavinga Mavinga Kuando Kubango
Muie Luchazes Moxico
Munhango Cuemba Bie
Mussuma Lumbala Nguimbo Moxico
Mutumbo Chitembo Bie
Nancova Nancova Kuando Kubango
Neriquinha Rivungo Kuando Kubango
Ninda Lumbala Nguimbo Moxico
Rito Nancova Kuando Kubango
Rivungo Rivungo Kuando Kubango
Sachinemuna Cuemba Bie
Sessa Lumbala Nguimbo Moxico
Soma Cuanza Chitembo Bie
Tempue Luchazes Moxico
57
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Umpulo Camacupa Bie
LIVELIHOODS ZONA6: CENTRAL HIGHLANDS POTATO AND VEGETABLES
Communes Municipality Province
Caala Caala Huambo
Calenga Caala Huambo
Cangote Chinguar Bie
Catata Caala Huambo
Chinguar Chinguar Bie
Cutato Chinguar Bie
Ekunha Ekunha Huambo
Kuima Caala Huambo
Quipeio Ekunha Huambo
LIVELIHOODS ZONA7: CENTRAL HIGHLANDS MILHO AND FEIJÃO Communes Municipality Province
Alto Hama Londuimbali Huambo
Amboiva Seles Kuanza Sul
Andulo Andulo Bie
Bailundo Bailundo Huambo
Bambi Chipindo Huila
Bimbe Bailundo Huambo
Cachingues Chitembo Bie
Caconda Caconda Huila
Caiei Nharea Bie
Caiuera Catabola Bie
Calepi Caluquembe Huila
Calima Huambo Huambo
Calucinga Andulo Bie
Calulo Libolo Kuanza Sul
Caluquembe Caluquembe Huila
Camacupa Camacupa Bie
Cambandua Kuito Bie
Cassongue Cassongue Kuanza Sul
Cassumbe Andulo Bie
Catabola Catabola Bie
Cela Waku Kungo Kuanza Sul
Chicala Kuito Bie
Chicomba Chicomba Huila
Chilata Longonjo Huambo
Chipeta Catabola Bie
Chipindo Chipindo Huila
Chipipa Huambo Huambo
Chitembo Chitembo Bie
Chiuca Catabola Bie
Chivaulo Andulo Bie
58
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Cuanza Camacupa Bie
Cunhinga Cunhinga Bie
Cusse Caconda Huila
Cutenda Chicomba Huila
Dando Nharea Bie
Dumbi Cassongue Kuanza Sul
Galanga Londuimbali Huambo
Galangue Kuvango Huila
Gamba Nharea Bie
Gungue Caconda Huila
Hengue Bailundo Huambo
Huambo Huambo Huambo
Hungulo Tchikala Tcholohanga Huambo
Kabuta Libolo Kuanza Sul
Kakoma Ukuma Huambo
Kambuengo Mungo Huambo
Kariango Quibala Kuanza Sul
Katavola Longonjo Huambo
Katchiungo Katchiungo Huambo
Kienha Mussende Kuanza Sul
Kissange Ebo Kuanza Sul
Kissongo Libolo Kuanza Sul
Kuito Kuito Bie
Kumbila Londuimbali Huambo
Lepi Longonjo Huambo
Londuimbali Londuimbali Huambo
Longonjo Longonjo Huambo
Lonhe Quibala Kuanza Sul
Lubia Nharea Bie
Lunge Bailundo Huambo
Luvemba Bailundo Huambo
Malengue Chitembo Bie
Mbave Tchikala Tcholohanga Huambo
Muinha Camacupa Bie
Mumbue Chitembo Bie
Mundundo Ukuma Huambo
Munenga Libolo Kuanza Sul
Mungo Mungo Huambo
Mussende Mussende Kuanza Sul
Ndala Cachibo Quibala Kuanza Sul
Negola Caluquembe Huila
Nharea Nharea Bie
Pambangala Cassongue Kuanza Sul
Quibala Quibala Kuanza Sul
59
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Ringoma Camacupa Bie
S. Lucas Mussende Kuanza Sul
Sambo Tchikala Tcholohanga Huambo
Sanga Waku Kungo Kuanza Sul
Tchiaka Tchinjenje Huambo
Tchikala Tcholohanga Tchikala Tcholohanga Huambo
Tchinhama Katchiungo Huambo
Tchinjenje Tchinjenje Huambo
Tchiumbu Katchiungo Huambo
Trumba Kuito Bie
Uaba Caconda Huila
Ukuma Ukuma Huambo
Ussoke Londuimbali Huambo
Vicungo Kuvango Huila
Waku Kungo Waku Kungo Kuanza Sul
LIVELIHOODS ZONA8: TRANSITIONAL MILHO, CASSAVA AND FEIJÃO FARMING Communes Municipality Province
Bela Vista Ambriz Bengo
Caxito Dande Bengo
Cazua Pango Aluquem Bengo
Dondo Cambambe Kuanza Norte
Mabubas Dande Bengo
Quicabo Dande Bengo
Quixinge Quissama Bengo
Ucua Dande Bengo
Zenza do Itombe Cambambe Kuanza Norte
LIVELIHOODS ZONA9: TROPICAL FOREST, CASSAVA, BANANA AND COFFEE Communes Municipality Province
Alfandega Sanza Pombo Uige
Alto Zaza Quimbele Uige
Belize Belize Cabinda
Bembe Bembe Uige
Bengo Cangola Uige
Beu Maquela do Zombo Uige
Bindo Camabatela Kuanza Norte
Bolongongo Bolongongo Kuanza Norte
Buco Zau Buco Zau Cabinda
Buela Cuimba Zaire
Bula Atumba Bula Atumba Bengo
Bungo Bungo Uige
Cage Nambuangongo Bengo
Caiongo Cangola Uige
Camabatela Camabatela Kuanza Norte
Cambambe Quitexe Uige
60
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Camboso Nova Esperanþa Uige
Canacassala Nambuangongo Bengo
Cangola Cangola Uige
Cuango Quimbele Uige
Cuilo Pombo Sanza Pombo Uige
Damba Damba Uige
Dimuca Negage Uige
Dinge Cacongo Cabinda
Gombe Nambuangongo Bengo
Icoca Quimbele Uige
Inhuca Buco Zau Cabinda
Kibocolu Maquela do Zombo Uige
Kiende Mbanza Congo Zaire
Kihuhu Massango Malanje
Kindege Nzeto Zaire
Kingombe Tomboco Zaire
Kinvuenga Songo Uige
Kisseke Negage Uige
Koxe Dembos Bengo
Kuilu Futa Maquela do Zombo Uige
Lemboa Damba Uige
Luali Belize Cabinda
Lucunga Bembe Uige
Lufico Noqui Zaire
Luinga Camabatela Kuanza Norte
Luvo Mbanza Congo Zaire
Mabaia Bembe Uige
Macocola Santa Cruz Uige
Macolo Santa Cruz Uige
Madimba Mbanza Congo Zaire
Maquela do Zombo Maquela do Zombo Uige
Massango Massango Malanje
Massau Santa Cruz Uige
Maua Camabatela Kuanza Norte
Mbanza Congo Mbanza Congo Zaire
Miconge Belize Cabinda
Mpala Noqui Zaire
Muxiluando Nambuangongo Bengo
Necuto Buco Zau Cabinda
Negage Negage Uige
Nkama Ntambu Damba Uige
Nkuso Damba Uige
Noqui Noqui Zaire
Nova Caipemba Ambuila Uige
61
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Nova Esperanþa Nova Esperanþa Uige
Nsoso Damba Uige
Pango Aluquem Pango Aluquem Bengo
Paredes Dembos Bengo
Pedra de Feitico Soyo Zaire
Piri Dembos Bengo
Puri Puri Uige
Quiage Bula Atumba Bengo
Quibala Norte Nzeto Zaire
Quibaxe Dembos Bengo
Quicunzo Nambuangongo Bengo
Quifuafua Quitexe Uige
Quimbele Quimbele Uige
Quimbianda Nova Esperanþa Uige
Quinzala Mucaba Uige
Quipedro Ambuila Uige
Quiquiemba Bolongongo Kuanza Norte
Quitende Quitexe Uige
Quitexe Quitexe Uige
Quixico Nambuangongo Bengo
Quiximba Tomboco Zaire
Sakandika Maquela do Zombo Uige
Santa Cruz Santa Cruz Uige
Sanza Pombo Sanza Pombo Uige
Serra da Kanda Cuimba Zaire
Songo Songo Uige
Sumba Soyo Zaire
Tando Zinze Cabinda Cabinda
Tango Camabatela Kuanza Norte
Terreiro Bolongongo Kuanza Norte
Tomboco Tomboco Zaire
Uamba Sanza Pombo Uige
Uando Mucaba Uige
Uige Uige Uige
Zala Nambuangongo Bengo
LIVELIHOODS ZONA10: SAVANNAH FOREST AND MARKET ORIENTED CASSAVA Communes Municipality Province
Aldeia Nova Banga Kuanza Norte
Banga Banga Kuanza Norte
Bange Angola Cahombo Malanje
Caculo Ndalatando Kuanza Norte
Caculo Cabaþa Banga Kuanza Norte
Cacuso Cacuso Malanje
Cahombo Cahombo Malanje
62
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Calandula Calandula Malanje
Camame Ngonguembo Kuanza Norte
Cambaxe Malanje Malanje
Cambo Cahombo Malanje
Cambondo Golungo Alto Kuanza Norte
Cambondo Malanje Malanje
Cambundi Catembo Cambundi Catembo Malanje
Cangandala Cangandala Malanje
Capenda Camulemba Capenda Camulemba Lunda Norte
Cariamba Banga Kuanza Norte
Caribo Cangandala Malanje
Catala Mucari Malanje
Caxinga Mucari Malanje
Cerca Golungo Alto Kuanza Norte
Cuango Cuango Lunda Norte
Dala Samba Marimba Malanje
Dange Ia Menha Cambambe Kuanza Norte
Dombo Luquembo Malanje
Dumba Kabango Cambundi Catembo Malanje
Golungo Alto Golungo Alto Kuanza Norte
Kangando Malanje Malanje
Kapunda Luquembo Malanje
Kassanji Xa Muteba Lunda Norte
Kateco Kangola Calandula Malanje
Kiangombe Lucala Kuanza Norte
Kiluanje Golungo Alto Kuanza Norte
Kimbamba Malanje Malanje
Kimbango Luquembo Malanje
Kinge Calandula Malanje
Kinguengue Massango Malanje
Kiwaba Nzoji Kiwaba Nzoji Malanje
Kizenga Cacuso Malanje
Kota Calandula Malanje
Kuale Calandula Malanje
Kulamagia Cangandala Malanje
Kunda Dia Baze Kunda Dia Baze Malanje
Lemba Kunda Dia Baze Malanje
Lombe Cacuso Malanje
Longo Xa Muteba Lunda Norte
Luando Cuemba Bie
Lucala Lucala Kuanza Norte
Luquembo Luquembo Malanje
Luremo Cuango Lunda Norte
Malanje Malanje Malanje
63
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Mangano Marimba Malanje
Marimba Marimba Malanje
Mbembo Cangandala Malanje
Mikanda Cahombo Malanje
Milando Kunda Dia Baze Malanje
Moma Quela Malanje
Mucari Mucari Malanje
Mufuma Kiwaba Nzoji Malanje
Muquixi Mucari Malanje
Ndalatando Ndalatando Kuanza Norte
Ngola Luije Malanje Malanje
Pungo Andongo Cacuso Malanje
Quela Quela Malanje
Quiculungo Quiculungo Kuanza Norte
Quilombo dos Dembos Ngonguembo Kuanza Norte
Quirima Quirima Malanje
Quitapa Xa Muteba Lunda Norte
S. Pedro da Quilemba Cambambe Kuanza Norte
Samba Caju Samba Caju Kuanza Norte
Samba Lucala Samba Caju Kuanza Norte
Sautari Quirima Malanje
Tala Mungongo Cambundi Catembo Malanje
Xa Muteba Xa Muteba Lunda Norte
Xandele Quela Malanje
Xinge Capenda Camulemba Lunda Norte
LIVELIHOODS ZONA11: SAVANNAH FOREST AND SUBSISTENCE CASSAVA Communes Municipality Province
Alto Chicapa Cacolo Lunda Sul
Cachimo Cambulo Lunda Norte
Cacolo Cacolo Lunda Sul
Caluango Cuilo Lunda Norte
Camanongue Camanongue Moxico
Camaxilo Caungula Lunda Norte
Cambulo Cambulo Lunda Norte
Camissombo Lucapa Lunda Norte
Cangumbe Luena Moxico
Canzar Cambulo Lunda Norte
Capaia Lucapa Lunda Norte
Cassai Sul Muconda Lunda Sul
Caungula Caungula Lunda Norte
Cazage Dala Lunda Sul
Chiluage Muconda Lunda Sul
Chitato II Chitato Lunda Norte
Cucumbi Cacolo Lunda Sul
64
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Cuilo Cuilo Lunda Norte
Dala Dala Lunda Sul
Leua Leua Moxico
Liangongo Leua Moxico
Lovua Chitato Lunda Norte
Luachimo Chitato Lunda Norte
Luangue Lubalo Lunda Norte
Luau Luau Moxico
Lubalo Lubalo Lunda Norte
Lucapa Lucapa Lunda Norte
Lucusse Luena Moxico
Luena Luena Moxico
Luia Cambulo Lunda Norte
Luma Cassai Dala Lunda Sul
Lutuai Luena Moxico
Mona Quimbundo Saurimo Lunda Sul
Muconda Muconda Lunda Sul
Muriege Muconda Lunda Sul
Muvulage Lubalo Lunda Norte
Saurimo Saurimo Lunda Sul
Sombo Saurimo Lunda Sul
Xa Cassau Lucapa Lunda Norte
Xassengue Cacolo Lunda Sul
LIVELIHOODS ZONA12: FISHING, CASSAVA AND CROSSBORDER TRADE Communes Municipality Province
Caianda Alto Zambeze Moxico
Calunda Alto Zambeze Moxico
Cameia Cameia Moxico
Cazombo Alto Zambeze Moxico
Kavungo Alto Zambeze Moxico
Lago Dilolo Luacano Moxico
Lovua Alto Zambeze Moxico
Luacano Luacano Moxico
Lumbala Alto Zambeze Moxico
Lumbala Kaquengue Alto Zambeze Moxico
Mucondo Alto Zambeze Moxico
LIVELIHOODS ZONA13: COASTAL ANIMAIS RANCHING Communes Municipality Province Barra do Kuanza Viana Luanda
Bom Jesus Icolo e Bengo Bengo
Cabiri Icolo e Bengo Bengo
Cacuaco Cacuaco Luanda
Calomboloca Icolo e Bengo Bengo
Calumbo Viana Luanda
65
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
Catete Icolo e Bengo Bengo
Dembo Chio Quissama Bengo
Luanda Luanda Luanda
Mumbondo Quissama Bengo
Muxima Quissama Bengo
Viana Viana Luanda
66
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
ANNEX 2: LIST OF PARTICIPANTS
Benguela Regional Workshop
No. Names of participants Function or Post Institution
1. Gabriel Martinho Chefe Depart. Agricultura-Benguela
Department of Agriculture-Benguela Province
2. Lucas Pinto DPADR-Benguela Province Benguela Province
3. Fernando André Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda
4. Alves Victor Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda
5. Dulce Rebeca Sakala TIDA Namibe Province
6. João Luiz Abel DPADR Namibe Province
7. Martinho Wimbu Directorate of Health-Benguela Province
8. Antonio F. Canjo EDA Lobito- Huila Province
9. Lourenço J. Matanda Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda
10. Jõao Vicente Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda
11. Julieta M.F. da Cunha Chief of Education Benguela Province
12. Manuel Chitumba EDA Ganda Commune
13. Julia Maria Mussungo Director of Education Namibe Province
14. Lidia Nataniel Director of Education Cunene Province
15. Dilson M. F. Velho Director of Education Cuando Cubango Province
16. Antonio F. dos Santos Ministry of Agriculture (MINAGRI)
17. Domingos Raimundo Ngonga
IDA Cuando Cubango Province
18. Joao I. Sousa Director of Agriculture Namibe Province
19. Justino Xili Director of Education Cunene Province
20. Adriano Moso
Supervisor for Nutrition
21. Santos Félix Pedro Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda
22. Manuel Pinto José Chief of Department Luanda Province
23. Euclides José Director of Education Huila Province
24. João C. Muluta GEPE Benguela Province
25. Valdemar Simões Morais Chief of Department Ministry of Agriculture Luanda
26. Odete Rochete Ministry of Agriculture- Luanda
27. Arlete Alzira Director of Health Bie Province
28. Celestino E. Quididi GEP Cuando Cubango Province
29. Jose Faustino IDA Huambo Province
67
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
30. Miguel Dambi Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA)
31. Paula Tunga Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA)
32. Pinto Basilio DPA Huambo Province
33. Ermelinda Caliengue Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA)
34. Elsa Gaspar Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA)
35. Jorge Manuel Eli Sanjala Director for Planning Bie Province
36. Jose Solino Joel Director for Planning Huambo Province
37. José Felisberto Kalomo GEP Cunene Province
38. João Gonçalves Directorate of Agriculture Benguela Province
39. Jose Niangassa Zeca Directorate of Agriculture Cunene Province
40. Agostinho Pedro Independent Consultant -
40. Claire Bea Chemonics Associate- Southern Africa
FEWS NET Head Office/Washing ton
41. Phumzile Mdladla, FEWSNET Regional Office- Pretoria, South Africa
42. Antonio Mavie Deputy Technical Manager FEWS NET- Mozambique
43. Masozi Kachali Technical Advisor SADC-RVAA Programme
44. James Acidri Livelihood Consultant Evidence for Development
Malanje Regional Workshop
No. Names Institution Telephone E-mail Address
1. Ambrosio Joaquim
João
GEPE Malange 946839210 ambrosiojoao@live.com.pt
2. Ermelida Caliengue GSA Luanda 921110567 ercaliengue@gmail.com
3. Odete Rochete GSA Luanda 936137097 odetebacalhau@hotmail.com
4. Andrade dos santos GSA Luanda 923306631 andraderodriguessantos@gmail.com
5. Hermenegildo Barbosa GEPE Lunda Norte 923696805 hermenegildobarbosa@hotmail.com
6. Carla Monteiro SADC Consultora
7 Evance Chapasuka SADC RVAC Programa echapasuka@sadc.ins
8. James Acidri FEWS NET janesacidi@gmail.com
9. Masozi Kachale SADC RVAC Programa makachale@sadc.com
10. Gary Sawdon FEWS NET gsawdon@fews.net
11. Duncan Samikwa SADC RVAC Programa dsamikwa@sadc.int
12. Antonio Mavie FEWS NET amavie@fews.net
13. João Manuel DPA- Malanje
14. Catembue Camunaga IDA Lunda Norte 932906167
15. Nsimba Domingos
Quianelundo
Secretaria Geral (DIII) 924677661 nsibadomingos84@atlook.com
16. Paulo Bungo IDA Lunda Norte 923714661 paulobungo18yahoo.com.br
17. David Tunga Director GSA 923402290 tunga100565@gmail.com
18. José Alves Tradutor 924518027 alvesbocolo1@hotmail.com
19. Maria Eugenia da Silva GSA RVAC
68
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013
d
20. Honorato Bartolomeu GGTA/MINAGRI 923626411 honoratoferreira@yahoo.com.br
21. João José Chefe Depat. INCER 946839210 ambrosiojoao@live.com.pt
22. Fernanda D.S Guerra GEPE Zaire 923823631
23. Pedro Makunde Direcção provincial
Zaire
922895731
24. Tomais Manuel Inacio MINAGRI Moxico
25. José pereira Brito
paulo
DPA Bengo 927137933 josebritopaulo25@hotmail.com
26. Jorge pina IDA Zaire 936483363
27. Brigitte Caferro GEPE Lunda Sul 947222010 brigittecaferro@hotmail.com
28. Moises maquiniche DPA Lunda Sul 936683146
29. Jose Mateus DPA Lunda Norte 925217097
30. Santos Felix Pedro GSA Luanda 918078499 luzidalalu-kiese@yahoo.com.br
31. Isidro Jorge Tomais IDA MOXICO 923864736
32. Campos Zenga dos
Santos
IDA Uige 923229334 campos78@live.com.pe
33. Domingos Muaiuma IDA Lunda Sul 923482594 dmuaiuma@hotmail.com
34. Manuel Gomes IDA Cabinda 923667168 magomes20@yahoo.com.br
35. Antonio Mieze
Quicosa
IDA Luanda 923770535
36. Jose Leão Chiquito DPA 933167870
37. Joy Francisco Alberto
Mulemba
GEPE Luanda 935712681 mulemba2008@hotmail.com
38. Pascoal Manuel Castro DPA Luanda 925144362 pascoalcastro07@gmail.com
39. Inacio Chindongo
Pedro
DPA Malange 936793824 chindoinacio@yahoo.com.br
40. Isaac Bernardo
Delgado
IDA Malange 9244015584
41. Joaqui Pedro DPA Uige 924831278 joaquimpedro76@yahoo.com.br
42. Eduardo Gomes IDA Uige 925408038