Post on 12-Jan-2017
Bicicletas Públicas
MARÇO
2016
Plano Cicloviário de
Curitiba
P l a n C i c l o
FICHA TÉCNICA Prefeitura Municipal de Curitiba
Prefeito Municipal
Gustavo Bonato Fruet
Vice Prefeita
Mirian Gonçalves
IPPUC – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba
Presidente
Sérgio Póvoa Pires
Supervisão de informação
Oscar Ricardo Macedo Schmeiske
Supervisão Administrativa Financeira
Joelson Luiz do Espírito Santo
Supervisão de Implantação
Assis Francisco Anastácio
Supervisão de Planejamento
Ariadne Glacomazzi Mattel Manzi
Coordenação de Mobilidade Urbana
Márcio Augusto de Toledo Teixeira
Coordenação de Ciclomobilidade
Arq. Antonio C. M. Miranda
Arq. Mariana Foletto Abbas
Estagiários
Aline Queiroz de Souza
Bárbara Sthefani Lourenço
Caroline Godoy Rodrigues
Francisco de Assis Bezrutchka Júnior
Gabriel Henrique de Borba Martins Tavares Leal
Laiz Regina Cogo
Marina Renosto Gennari
Setor de Editoração
Maria Luiza Arazaki
Projeto Gráfico
Mauricio Arenhart
URBS – Urbanização de Curitiba
Presidente
Roberto Gregorio da Silva Junior
Diretoria Administrativa e Financeira
Edson Gilmar Dal Piaz Barbosa
Diretoria de Transporte
Daniel Ricardo
Andreatta Filho
Diretoria de Urbanização
Gladimir do Nascimento
SETRAN – Secretaria Municipal de Trânsito de Curitiba
Secretária
Luiza Marilda Pacheco Castagno Simonelli
Chefe de Gabinete
Mirco Paccagnella
Superintendente
Mônica Pimentel de Souza Lobo
Escola Pública de Trânsito
Sandro Luis Fernandes
Escola Pública de Trânsito
Sandro Luis Fernandes
Departamento de Engenharia
Mauricio Razera
Departamento de Fiscalização
Eder Carlos Rodrigues
Departamento de Informações
Leonardo Cabral Costa
Colaboradores
Antonio Pedro Taboada
Jorge Brand
José Merege
Marcos Francisco Lara
Pedro Henrique Sherner Romanel
Laressa Chornobay
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 5
DESCRIÇÃO DO PROGRAMA 14
PÚBLICO ALVO 15
CARACTERÍSTICAS DAS ESTAÇÕES 16
CARACTERÍSTICAS DAS BICICLETAS 17
OBJETIVOS DO SERVIÇO E DESTE DOCUMENTO 19
JUSTIFICATIVA 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS 22
INTRODUÇÃO
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O BOOM URBANO
Atualmente, os índices de urbanização mundial: média 50,5% (Fonte:
CIA The World Factbook)
Cerca de 180.000 pessoas se mudam para cidades a cada dia, fazendo
com que a população urbana cresça em torno de 60 milhões de
habitantes a cada ano. (Fonte: Intuit.)
Até 2050, estima-se que a população urbana global atinja 6,3 bilhões de
pessoas, ou 70% da população na época. (Fonte: ONU.)
Até 2030, a China terá 221 cidades com mais de 1 milhão de habitantes,
e a Índia 68 cidades. Durante este período, 400 milhões de chineses e
215 milhões de indianos vão se mudar para áreas urbanas, mais do que
a população dos EUA e do Brasil juntas. (Fonte: Foreign Policy.)
INTRODUÇÃO
Em 2001, a frota de veículos no Brasil era de
aproximadamente 34,9 milhões. Em 2012 este número subiu
para 76.137.125. Em doze anos houve um incremento de 28,5
milhões de veículos, o que representa um crescimento
superior a 138,6%.
Vale lembrar, que o crescimento populacional no Brasil, entre
os dois últimos Censos demográficos (2000 e 2010) foi de
11,8%. Entretanto, no mesmo período o número de
automóveis passou de pouco mais de 24,5 milhões, em
2001, para 50,2 milhões, em 2012.
Para toda a série histórica merece destaque o aumento de
3,5 milhões de automóveis, um acrescimo de 14,6%
somente no ano de 2012.
(Fontes: IPEA, 2011 e OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES
do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia)
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INTRODUÇÃO
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Cada automóvel tem capacidade para transportar até cinco
passageiros, mas leva em média pouco mais de um. O
transporte individual responde por 65% das emissões de
poluentes. Atualmente, o Brasill gasta anualmente R$ 4,2
bilhões com problemas causados pela poluição ambiental.
O trânsito no Brasil mata aproximadamente 50 mil cidadãos,
deixando mais de 250 mil pessoas inválidas todos os anos,
segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito –
DENATRAN.
Fica claro que os efeitos secundários da urbanização tem sido
nefastos não só para o meio ambiente, mas para o Governo e para
a sociedade, impactando fortemente a qualidade de vida dos
habitantes da urbe.
Outra bem sabida consequencia do processo de urbanização, é a
movimentação da população do centro da cidade para a
periferia, em processo de expansão.
Observa-se a segregação das classes com poder aquisitivo
menor no espaço urbano, produzindo restrições à sua mobilidade
uma vez que a oferta de serviços públicos e de empregos é
mais notória nos centros urbanos.
Conforme as distâncias dos deslocamentos aumentam, cresce a
demanda por estrutura de transporte coletivo, gerando para o
poder público o constante desafio da ampliação, desenvolvimento,
implantação e manutenção de modais de transporte coletivo,
com investimentos substanciais e intervenções complexas e
demoradas.
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“A CULTURA URBANA É A CULTURA...”
Qual é a grande diferença entre o mundo urbano de amanhã e o de hoje? Haverá mais cidades,
sendo que algumas delas serão mais novas e maiores do que nunca. Então, ao passo que
potências globais “tradicionais” como Nova York, Londres e Paris já dividem o palco com Beijing,
Mumbai e Istambul, cada vez mais, cidades como CURITIBA estão prontas para deixar sua
marca.
O uso de bicicletas compartilhadas vem crescendo
exponencialmente no mundo. O Brasil é o terceiro maior fabricante
de bicicletas no mundo, tendo a quinta maior frota de bicicletas do
planeta
(Fonte: Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas,
Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – ABRACICLO).
Curitiba que sempre foi referência em termos de mobilidade,
ironicamente adormeceu sobre os louros do passado, onde politicas
estimularam o uso de carros , com o insentivos fiscais, facilitação de
financimamentos , cedendo à pressão da cultura do automóvel. Assim
como a falta de politicas habitacionais que favorecem o
desenvolvimento de favelas.
.
As mudanças em Curitiba nos últimos dois anos em favor da
bicicleta são notórias, mas a cidade ainda se encontra em
descompasso com as boas e mais atuais práticas da mobilidade.
Incentivar a Bicicleta é questão de mobilidade, saúde e meio
ambiente. .
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Crédito foto: Danilo Herek
A utilização das Bicicletas Públicas:
- promove os princípios de cidadania e de coletividade
- humaniza o espaço público
- interliga e promove o contato entre pessoas e o ambiente urbano
- contribui para o zelo pelo meio ambiente
- reduz os níveis de poluição sonora e da atmosfera
- é ao mesmo tempo veículo de transporte e de lazer.
- melhora a saúde física e mental dos usuários
- apresenta baixo índice de acidentes
- melhora a saúde pública
- oferecer notória facilidade de locomoção
- auxilia na redução do tráfego geral
- diminui os congestionamentos de veículos
- diminui os tempos de deslocamentos
- ocupa pouco espaço na via para circular e estacionar
- contribui para a diminuição dos custos urbanos
- é o mais eficiente modal de transporte para percursos de
até 6 km
- tem custo de produção cem vezes menor do que o
de um automóvel popular.
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VANTAGENS DO USO DA BICICLETA
Crédito foto: Danilo Herek
O custo médio por km de um corredor tipo BRT:
R$15 milhões/km
Custo médio para construção de uma ciclovia:
Entre R$ 160 e 700 mil/km
(Fonte: FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas da Universidade de São Paulo)
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Efetivamente, neste contexto, a Prefeitura de Curitiba, reafirmando o compromisso com
premissas da sustentabilidade, da cidadania e da mobilidade urbana, para além das suas
rotinas administrativas, toma a iniciativa de desenvolver parcerias com o intuito de implantar e
operar um Sistema de Transporte Sustentável por Bicicletas Públicas e Compartilhadas
DESCRIÇÃO DO PROGRAMA
As Estações do Serviço de Bicicletas Públicas deverão operar
de forma integrada e “on line”, proporcionando aos usuários do
sistema retirarada das bicicletas para uso e devolução em
qualquer ponto da rede de compartilhamento. Proporcionando
conforto e mínima manutenção ao operador.
O monitoramento da frota de Bicicletas Públicas será um
importante item para garantir níveis de segurança, gerando uma
facilidade de análise em relação a qualidade da operação do
sistema.
A ganhadora da licitação receberá autorização para instalar as
estações e operar pelo prazo de 5 (cinco) anos, podendo ser
esta duração de contrato prorrogada por mais 5 (cinco) anos.
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PÚBLICO ALVO
Qualquer cidadão que deseje se locomover utilizando o modal
de forma barata, rápida, saudável e sustentável, assim como
pessoas que precisam ter acesso ao trabalho, ao estudo, ao
lazer, ao comércio, aos serviços públicos, a atividades sociais e
para outras demandas de forma interligada a diferentes meios de
transporte, promovendo assim a integração da bicicleta com
outros modais.
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Crédito fotos : Danilo Herek
As Estacoes deverão ter capacidade mínima para armazenar 8,
12 ou 16 bicicletas; sendo 20% das posições reservadas a
devoluções de usuários oriundos de outras estações.
Deverão permitir o monitoramento “on line” das estações e,
também em tempo real, permitir o conhecimento da ocupação
das bicicletas, com a informação precisa de cada bicicleta
conectada, inclusive a sua posição na estação.
Será possível solicitar reposicionamento físico das estações
que eventualmente tenham baixo índice de utilização.
CARACTERÍSTICAS DAS ESTAÇÕES
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Crédito foto: Danilo Herek
As bicicletas deverão possuir bagageiro, com capacidade
de transporte de mercadorias.
10% das bicicletas deverão ter assento específico para o
transporte de crianças. O “design” da bicicleta deverá atender
aos critérios de durabilidade, ergonomia e funcionalidade.
O quadro da bicicleta deverá ter modelo baixo para facilitar a
utilização de pessoas com estaturas diversas.
As cores das estações/bicicletas serão definidas após a
contratação do serviço em consonância com as cores do
patrocinador do sistema.
Todas as bicicletas deverão receber manutenção após 100 (cem)
usos consecutivos, ou quando apresentar algum tipo de
problema.
As bicicletas deverão possuir localizador/GPS, para rastrear suas
movimentações por questões de segurança e a título de
pesquisa.
As bicicletas deverão estar equipadas com mecanismos de
bloqueio à prova de furto, com travamento fácil e seguro.
A identidade visual da bicicleta deverá ser exclusiva,
associando-a com Curitiba.
CARACTERÍSTICAS DAS BICICLETAS
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Crédito fotos: Danilo Herek
A bicicleta deverá ter peso máximo de 23 (vinte e três) kg.
O selim deverá ser anatômico, com material resistente,
impermeável e com ajuste manual de altura.
O sistema de câmbio da bicicleta deverá ter no mínimo 3 (três)
marchas.
As bicicletas deverão ser equipadas conforme previsto no Art.
105 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB.
As bicicletas deverão ser equipadas com luz dianteira (cor
branca) e traseira (cor vermelha), alimentadas por cubo
gerador de energia, ou outro sistema a ser mostrado e
aprovado pela URBS S/A.
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Implantação de sistema que possibilite o compartilhamento de
bicicletas, através de rede de estações de auto-atendimento,
distribuídas estrategicamente pela cidade. O serviço deverá
conceder aos cidadãos opção de transporte prática e acessível
para realização de pequenos deslocamentos.
Orientar o anexo técnico do Termo de Referência para
implantação adequada do Sistema de Bicicletas Públicas na
cidade de Curitiba.
Implantar rotinas/processos de operação e logística
destinados à manutenção e condicionamento das estações
e das bicicletas, em conjunto com o sistema de segurança e
monitoramento de todo o serviço.
Promover benefícios na integração do Sistema de Transporte por
Bicicletas Públicas Compartilhadas com o transporte coletivo de
Curitiba.
Implantar sistema e processos de comunicação com os
usuários, permitindo fácil acesso ao sistema, aos serviços,
através de informações por celular, por meio eletrônico e
virtual.
OBJETIVOS DO SERVIÇO E DESTE DOCUMENTO
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Atrair perfis diversificados de usuários, incentivando a
formação de novos adeptos ao sistema.
Aquecer a economia local através da demanda de
serviços decorrentes das facilidades proporcionadas
pelas operações do Sistema de Bicicletas Públicas.
Possibilitar ao cidadão ampliar os seus deslocamentos com
rapidez em uma área específica da cidade.
Melhorar a imagem do ciclismo na cidade, fortalecendo a
cultura da bicicleta. Oferecer alternativa de transporte urbano,
aliado/somado ao transporte coletivo.
Buscar o reconhecimento nacional e internacional para a
cidade no tocante à ciclomobilidade.
Melhorar a saúde dos habitantes de Curitiba.
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Crédito foto: Danilo Herek
Este conceito justifica-se pela presente demanda emergencial
de politicas de incentivo sustentável, pela necessidade de
inovação e integração de um “novo” modal para complementar
o transporte coletivo e pela crescente busca do cidadão por
qualidade de vida.
Segundo pesquisas realizadas pelo IPPUC, dados mostram
que é crescente o numero de usuários de bicicletas e de
pedestres, temos como exemplo a Travessa da Lapa que
passam em média 1125 usuários de bicicleta por dia e mais de
5000 pedestres, sendo assim projetos de infraestruturas
cicloviarias e equipamentos urbanos que proporcionem ganho a
cidade e ao cidadão são essenciais.
Por esta razão com o advento da “Lei da Mobilidade” (Lei
12.587/2012) Curitiba fomenta a conscientização política e faz
uso do seu corpo técnico para produzir projetos voltados ao
desenvolvimento sustentável. De forma mais específica, tem
buscado a implantação de soluções de uma nova mobilidade
urbana.
Atualmente a capital do Paraná conta com 182 km de malha
cicloviária construída, pretendendo atingir maiores metas e
implantações quanto mais possíveis.
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JUSTIFICATIVA
A Bicicleta Pública já faz parte da realidade das metrópoles de
Países desenvolvidos por representar uma resposta à medida para
os malefícios dos efeitos secundários do bom urbano. Incentivar a
bicicleta é uma questão de mobilidade, saúde e meio ambiente.
Em primeiro lugar porque parte de um amplo processo de re-
conceituação do espaço público, focado no ser humano, ou seja, na
humanização das relações dos cidadãos com sua cidade.
A construção de “Parklets”, vias calmas,faixas exclusivas para ônibus,
ruas de lazer, eventos culturais, ciclovias, representam esforços da
Prefeitura na busca da reorganização sócio-econômica adequada ao
espírito do nosso tempo, além de reafirmar o compromisso com
premissas de sustentabilidade, cidadania e mobilidade urbana, para além
das suas operações de rotinas da administração pública.
Tratam-se de projetos fundamentais para se criar uma cidade mais
saudável e um estilo de vida sustentável para seus habitantes.
O Sistema de Bicicletas Públicas além de beneficiar o uso individual da
bicicleta, proporciona uma percepção coletiva de que a bicicleta
pode ser integrada ao cotidiano das pessoas, de forma segura,
econômica e eficiente.
Quanto maior o número de bicicletas nas vias públicas, maior será o
impacto de conscientização e educação dos condutores, tanto de
bicicletas quanto de veículos automotores, sobre como conviver com
o modal do futuro .
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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