Post on 10-Jul-2015
ÁGUAÁGUA
Rolando,rolando serra abaixo,Vem caindo em borbotões de prata
Qual luz do céu submergindoNo solo que a circunda e embeleza.
Continua seu rosário neste mundo.
Cascatas por encostas verdejantesVêm saciar a sede dos que sofrem,Vêm inundar de êxtase o amor em
chamas.
Serpenteia em ondas límpidas seu cantoNo lago azul que guarda bem ao fundoSegredos de amor, doce amarguraDos corações que sofrem em desventura...
Agigantam-se os rios que a carregamEm seu bojo por prados florescentes,Aqui e ali aos borbotões formandoMares e oceanos que este mundo encantam.
Tristonha , quieta, a soluçar baixinho,
Vem morrendo sozinha num gemido
Para perder-se no horror estático que guardam os pantanais em
que agoniza...
Enfurecida esquece a doçura que um dia
A fez tão soberana e bela.Destrói pontes, casas e cidades.
Enche de dor o coração do homem.
Corroem sua alma as impurezas,
Morrem em seu leito de água imunda
Os seres marinhos, no afã de uma procura
E só encontram detritos a infestar o rio.
Abençoada pelos Céus que assisteÀ triste luta de manter-se puraA água que hoje é testemunhaDo desamor que habita o mundo...
Grandiosos mananciais, mares e rios!Quem a vós se referiu um dia:
“O mar secará em suas entranhasE o sertão virará um oceano”.
Água sagrada que o mundo desdenhou um dia!
Poemas de : Fausta Nogueira Pacheco
Apresentação:Valdirdemathe@ig.com.br
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