Post on 04-Oct-2015
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sum
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O texto apresenta a histria da Educao Fsica escolar no Brasil; analisa o iderio da poca, as
principais influncias, as caractersticas dos seus contedos, a docncia, as questes de gnero, as instituies de atendim
ento infantil, o tratamento diferenciado at a sua incluso no Projeto Escolar. O
estudo contempla
tambm
tpicos inerentes a legislao, as abordagens ou linhas pedaggicas favorecendo a compreenso sobre
o estado da arte em que se encontra. Pode ser considerada com
o uma pesquisa qualitativa na qual o autor
utilizou-se dos livros, artigos, as propostas curriculares em lngua portuguesa. O
que se depreende a partir da anlise dos fatos que a construo e insero da Educao Fsica na sociedade e na escola foi (e continua)
sendo uma histria de m
archas e contra marchas; de convencim
ento permanente para que o seu valor
intrnseco seja conhecido e a implem
entao das aulas seja uma realidade indiscutvel.
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Mrio de Andrade
Intro
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Quando se pensa sobre a histria da Educao Fsica escolar no Brasil, m
uito importante
lembrar que a sua recom
endao, introduo e permanncia na educao form
al ocorreu em
um cenrio de poca bastante conservador; ocupou um
espao fsico modesto e foi m
arcada
por uma histria social com
muitos percalos.
Filha das fileiras militares, guiada por preceitos m
dicos, os nossos primeiros professores de
gymnstica foram
os soldados de D. Leopoldina. Princesa austraca, e Im
peratriz do Brasil, D.
Leopoldina trouxe consigo um grupo pequeno, porm
, muito im
portante formado por cientistas
e pela sua guarda pessoal. Esta guarda pessoal praticava exerccios que foram adotados pelos
nossos soldados. A partir deste fato, a prtica da gymnstica foi gradualm
ente gan
han
do
espao
s. Vencendo os costumes, com
batendo o preconceito e ampliando seus contedos a
citada prtica motora de ento, hoje, educao fsica, oferecida aos escolares brasileiros sem
distino de sexo, gnero ou classe social.
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Durante o perodo entre 1559-1759 tratou-se organizar os prim
eiros ncleos de educao
escolar para os bons selvagens. Com orientao jesutica, o atendim
ento e a catequizao das
crianas realizavam-se nas aldeias (C
UST
DIO
e HILSD
OR
F, 1995), ou seja, os jesutas
caminhavam
muitas lguas para chegar s tribos. Em
bora no houvesse aulas de Educao
Fsica, as atividades ligadas ao movim
ento corporal estiveram asseguradas por m
eio da prtica
da peteca, arco e flecha e das atividades recreativas s quais os Inacianos no se opuseram.
Aps a expulso dos elementos da Contra R
eforma, m
uito pouco se fez pela educao formal
das crianas brasileiras. Sobre este tema os estudiosos de form
a recorrente escrevem que o
atendimento seguiu o iderio da poca, ou seja, as crianas abastadas recebiam
orientao por
meio das Aulas R
gias. As demais eram
assistidas, abrigadas nos inmeros C
olgios como o de
So Pedro no Rio de Janeiro em
1766.
Este Colgio posteriormente Sem
inrio de So Joaquim, fechado em
1808/1818, era uma
instituio assistencialista para rfos; recolhimento para crianas e jovens, filhos de m
es
solteiras e ou abandonadas pelos pais (CAR
DO
SO, 2003).
Entre esta data e o ano de 1824, quando ocorre a promulgao da Prim
eira Constituio, as
instituies de abrigo tais como a So Joaquim
, serviram para a ocupao m
ilitar ou voltaram a
atender os menores desvalidos - sua ocupao inicial.
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Em 1824 a Constituio do Im
prio recomendou form
almente a escolarizao aos brasileiros.
A gratuidade da instruo primria garantia a existncia de colgios e de universidades que
ensinassem elem
entos das cincias, belas artes e artes. A escolarizao prescrita era,
entretanto, destinada aos filhos de proprietrios, detentores de direitos polticos e civis, ou seja,
para ter acesso aos bancos escolares era necessrio que o cidado (morm
ente a sua famlia)
tivesse bens; portanto, a educao formal m
esmo oficialm
ente recomendada, era para poucos
(ARAN
TES, 2002).
No se observa preocupao indicando a atividade fsica orientada no texto citado,
entretanto, a arquiteta Maria Ceclia N
. HO
MEM
(2006), dissertando sobre a construo das
moradias em
So Paulo, encontrou dados relativos prtica da ginstica alem de banheiro ou
de quarto; exercitao possivelmente realizada de m
aneira autnoma com
orientao dada aos
cidados por meio dos Instructores de gym
nstica que atuavam nas (poucas) escolas existentes
no pas.
medida que a Corte tom
ava para si a responsabilidade da educao formal dos brasileiros,
em 1832-1834 (C
ARD
OSO
, 2003), determinou-se a realizao de exam
es pblicos para avaliar a
competncia dos futuros docentes segundo critrios de conduta m
oral. Estas comisses eram
formadas pelos procos, pais dos alunos e chefes de polcia (V
ILELLA, 2000 e SILVA, 2002),
No se observa nos textos qualquer citao sobre a avaliao para os M
estres em Educao
Fsica.
Em todo o m
undo de acordo com SO
UZA (2000), o sculo XIX foi caracterizado por intenso
debate sobre a questo da educao popular. Difundia-se a crena no poder da escola com
o
fator de modernizao, progresso e m
udana social. Era imperativo que se criasse um
a escola
que atendesse as exigncias que o processo de urbanizao e de industrializao exigia. Nesta
esteira dos tempos m
odernos, a organizao escolar, mtodos de ensino, livros e m
anuais de
didticos, classificao de alunos, estrutura fsica da escola, formao docente e a incluso de
disciplinas tais como cincias, desenho e educao fsica ginstica- serviram
a nova causa;
orientar um novo hom
em para um
a nova sociedade. O Brasil na figura de R
ui Barbosa, no
ficou alheio ao debate internacional. Preconizava-se at ento, um ensino m
enos verbalista,
repetitivo e lotado de abstraes. Em seu lugar propunham
-se lies das coisas que hoje talvez
pudesse ser visto como o ensino significativo, no qual o aluno tom
a parte de maneira ativa.
O C
oll
gio
D. P
ed
ro II
Em 1835 na cidade do R
io de Janeiro - sede da Corte no Brasil - observa-se a prescrio de
um Liceu cujas disciplinas reunidas servissem
ao ensino secundrio em um
nico
estabelecimento. Assim
, dois anos depois, fundam-se o Im
perial Collgio de Pedro. CUN
HA
JN
IOR (s.d) citando H
aidar escreve que a hist
ria do C
olg
io P
edro
II () como quase que a
prpria histria do ensino secundrio no Brasil especialmente no pe
rodo m
onrq
uico
(s.p).
Com um
currculo destinado elite, o curso oferecia aos seus alunos, futuros bacharis em
Letras, a possibilidade de acesso s academias de ensino superior.
Quanto presena das aulas que tratassem
de movim
ento humano C
UN
HA JU
NIO
R (s.d),
escreve que as mesm
as foram orientadas pelos padres (europeus) vigentes. A pedagogia da
educao physica articulava-se alimentao, ao vesturio, ao exerccio corporal e a
degenerescncia fsica. Supostamente presente no cotidiano escolar antes de 1841 e, (j)
causando certo desconforto, Antnio de Arrbia o primeiro R
eitor da escola, em ofcio ao
Ministro do Im
prio escreve sobre certas irregularidades ocorridas nos primeiros dias de aula de
Latim e na de G
ymnstica. Entretanto, por falta de docum
entao segura o autor citado prefere
afirmar que as atividades corporais gym
nsticas foram efetivam
ente praticadas a partir de
1841.
Como explicitado anteriorm
ente, os nossos primeiros professores foram
pessoas com
patentes militares. Este fato pode ser observado por m
eio da recomendao que Joaquim
Caetano Silva Reitor do Collgio citado, faz Candido Jos de Araujo Viana (M
inistro e
Secretrio dos Negcios do Im
prio). Solicitando a contratao do Mestre de G
ymnstica
Guilherm
e Luiz Taube ex-capito do Exrcito Imperial que se encontrava em
difcil situao
para sustentar a sua numerosa fam
lia (CU
NH
A JN
IOR, s.d). N
o suplicante ofcio comentava-se
sobre a importncia, adequao e o contedo dos exerccios utilizados pelo Capito G
uilherme.
Afirmava que prticas eram
recomendadas pelas revistas m
dicas e oferecidas nos diversos
Collgios e Lyceos da Europa, cujo efeito abrangia as foras do corpo e a alma. Assim
,
portadora e alinhada aos preceitos da poca, somada a possvel grande contribuio que daria,
as aulas de Educao Fsica seriam m
uito teis aos nossos alunos.
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Em um
terceiro documento, Joaquim
Caetano da Silva, outro Reitor do Collgio, prope ao
Ministro cita
do, q
ue se
pague a
o Instructor de G
ymnstica um
ordenado anual de
quatrocentos mil reis por sete horas de exerccio sem
anais; duas na quinta feira e huma em
cada h
um
dos cin
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ias de au
la somada a esta sugesto o R
eitor arrisca recomendar que ao
Mestre no seja concedido o ttulo de professor devido natureza prtica da atividade (C
UN
HA
JN
IOR, s.d). ou porque o m
esmo no estivesse includo nos exam
es pblicos de admisso
como o obrigatrio. Esse um
ponto a ser esclarecido....
Apesar de reconhecer a suma im
portncia do trabalho, escassez de mo de obra
especializada, o Ministro responde ao responsvel pela direo do estabelecim
ento. Sobre o
valor da renumerao do Instructor, afirm
a que a mesm
a muito superior a dos dem
ais
docentes tais como os de Inglez, Francez, D
ezenho e Msica to
dos p
ressionad
os e com
muito
mais trab
alho q
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Mestre
de G
ymnstica. A
ssim entendendo e, m
uito incomodado, em
junho
de 1843, o reitor questiona a possibilidade de substituir-lhe por hum m
estre de dana (CU
NH
A
JN
IOR, s.d).
Quase dez anos depois, na Cidade do R
io de Janeiro, observa-se a obrigatoriedade da prtica
da ginstica nas (poucas) escolas primrias do M
unicpio da Corte; bem com
o em 1870 d-se ali
a construo do primeiro prdio destinado exclusivam
ente para a escola pblica (CARD
OSO
,
2003).
No sculo XIX dois m
todos ginsticos so citados (1) a de quarto; realizada por alunos em
sala de aula por entre as carteiras, composta por exerccios localizados visando m
elhoria da
sade e, (2) a ginstica alem, (introduzida em
1852-para soldados), que objetivava o
condicionamento fsico dos alunos do sexo m
asculino, pela utilizao de exerccios acrobticos
exigindo disciplina e certo grau de hipertrofia muscular (A
RAN
TES, 2002).
As indicaes sobre a realizao das aulas de gymnstica se m
ultiplicavam. Aqui e acol se
se observa a recomendao deste contedo aos escolares. Para exem
plificar escrevo que no
ano de 1852, na provncia do Amazonas, expedido um
documento regulam
entando a
instruo pblica primria, que juntam
ente com as m
atrias para o desenvolvimento m
oral, l-
se a indicao das prticas motoras orientadas:
com
a instru
o p
rimria, se d
ar tambm
a educao
fsica e moral, a saber; a educao
constituir em lim
peza, exerccios e posies e maneiras do corpo, asseio e descncias do
vesturio, o mais sim
ples e econmico possvel, danas e exerccios ginsticos, ornicultura,
passeio
s de in
struo
(MARIN
HO
, 1943:46).
Para fomentar a prtica da Educao Fsica e acom
panhando os ditames da poca, inm
eros
decretos, leis e atos oficiais foram criados. O
utro exemplo representado pelo D
ecreto n. 8025
de 16 de maro 1852 para os alunos das Escolas N
ormais. O
referido d
ocu
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to determ
inava
exerccios disciplinares, movim
entos parciais e flexes, marchas, corridas, saltos, exerccios
pirrico
s, equilb
rio e exerccio
s gin
sticos (PAIV
A e PAIVA, 2001: s.p).
Ed
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De acordo com
PAIVA e PAIV
A (2001), em seu trabalho sobre o ensino da gym
nstica,
escrevem que
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e abril d
e 1873, fo
i enviad
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esignad
a para con
duzir o
processo de consulta acerca da proposta apresentada Inspectoria da Instruco Pblica da
Corte pelo Cap. Ataliba M. Fernandes, m
estre de gymnstica, o oficio que encam
inhava motivos
e projetos explicativos para a realizao nas escolas pblicas de Instruco primria do sexo
masculino, o ensino racional, m
ethdico e progressivo da gymnstica elem
entar (visando) o
desenvolvimento physico dos alunnos, (com
o) aconselhado pelos preceitos higinicos e regras
de b
oa ed
ucao
e civilidad
e (s.p).
Na defesa da im
plementao da atividade em
tela, fazia-se meno a G
rcia antiga, e sendo
integrante da educao da mocidade, favoreceria incorporao de hbitos higinicos. A
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nece
ssidade p
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Physica s crianas.
Quanto ao m
todo, propunham-se exerccios do corpo livre e os dependentes do aparelho e
acessrios. Em am
bos a flexibilidade, equilbrios, lutas, foras, saltos exerccios pyrrichos,
natao e de volteios militares seriam
praticados. O prtico, barras fixas, argolas, escada de
cordas, paus, cabos volantes, barras paralelas, escadas de madeiras, graduador de saltos,
pesos, cordas, cabos, tamboretes seriam
usados como facilitadores da aprendizagem
gimnica.
Os envolvidos no processo, no apreciaram
a proposta (PAIVA e PAIV
A, 2001), pois, a
educao fsica oferecida nas escolas at ento se atinha aos exerccios elementares;
movim
entos parciais (analticos), e de flexes, marchas corridas, saltos sim
ples, equilbrios, em
terra firme. O
prtico e todos os exerccios que dali pudessem ser praticados foram
vistos como
no recomendados seja pela falta de condies de instalao fsica, falta de recursos, ou
porque os alunos eram m
uito pequenos para tal prtica. Em seu lugar, os diretores sugeriram
ao proponente Cap. Ataliba, a implem
entao de outro mtodo; (1) o
novo
guia p
ara o en
sino
da g
ynstica n
as esco
las pblicas d
a Pr
ssia, que havia sido distribudo pelo governo ou (2)
que se adotasse o mtodo am
ericano do Dr. Barnetts que se caracterizava pela exercitao a
mos livres, com
pequenos aparelhos e/ou pelo uso de tiras borrachas com diferentes tipos de
tens
o (s.p
).
Condicionadas e adequando-se as modestssim
as instalaes escolares, as aulas de educao
fsica, ficaram restritas apenas aos exerccios m
ais simples, prtica da higiene... Exerccios
mais com
plexos seriam praticados pelo Exrcito e nas Escolas da M
arinha; ou at que o
governo reunisse condies para construir os prticos nas escolas...
Nessa discusso tam
bm foram
apresentados itens relativos ao trabalho do professor to
assoberbado com a aprendizagem
de outros contedos sem tem
po para a implem
entao das
aulas de gymnstica.
A competncia tcnica e a rem
unerao tambm
foram objeto de discusso. Q
uanto ao
horrio, definiu-se que seria no intervalo entre duas sesses; podendo servir como diverso,
recreio ou uma estratgia para am
enizar ou outros exerccios da vida escolar.... s atividades
motoras m
inistradas pelo professor de escolarizao inicial, somariam
as de msica e as de
desenho linear.....
O Capito Ataliba im
budo de vigor defendeu que os docentes mesm
o para o ensino
elementar deveriam
possuir processo, mtodo, linguagem
concisa e clara, dedicao ao
trabalho, certo grau de energia e tenacidade; gente idnea. Portanto, as aulas de Educao
Fsica no poderiam ser m
inistradas por qualquer pessoa como defendiam
os diretores. Criava-
se a necessidade de formao adequada dos docentes, a realizao de exam
es que dessem
conta das atividades motoras das crianas e que propusessem
contedos mais com
plexos a
serem desenvolvidos posteriorm
ente (PAIVA e PAIV
A, 2001).
CARD
OSO
(2003) escreve que o perodo compreendido entre 1854
1859 caracterizou-se por
inmeras R
eformas educacionais; Paulino de Souza, Joo Alfredo, Lencio de Carvalho, R
ui
Barbosa, Almeida de O
liveira; Baro de Mam
or. Nessas reform
as educacionais, por certo,
incluem-se a reviso dos contedos das aulas de Educao Fsica a serem
ministradas nas
escolas.
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Sobre a formao docente e adequao de trabalho com
classes iniciais ARAN
TES (1990),
disserta que em 1846 em
So Paulo instalou-se o primeiro Curso de Form
ao de Professores
ou Curso Norm
al destinado a ambos os sexos. A autora refere-se Escola N
ormal da Praa da
Repblica cujo currculo continha aulas de Educao Fsica. M
inistradas por Instructores das
fileiras militares. As futuras professoras prim
rias viram-se s voltas com
exerccios de marchas
e infiltraes, ordem unida e ginstica analtica. Essa Educao Fsica se assem
elhava quela
praticada no quartel (ARAN
TES et.al. 2001). Esse dado parece ser relevante uma vez que a
Primeira Escola de Educao Fsica para civis, form
a sua primeira turm
a em som
ente 1935
(DAIU
TO, 1994).
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Completando as idias de SO
UZA j apresentadas (2000), a introduo da Educao Fsica
foi vista como um
a inovao relevante. A prtica da Educao Fsica possua funo
moralizadora, higinica, agente de preveno dos hbitos perigosos da infncia, estratgia para
a edificao de corpos saudveis, instrumento que im
pediria a degenerao da raa; cultivaria
por certo
, valores cvico
s e patri
ticos co
nco
rrendo p
ara a defesa d
a ptria (s.p).
Assim sendo, e pensando nas questes de gnero, a guia de H
aia recomendava aos
meninos a ginstica e os exerccios m
ilitares e s meninas a calistenia; caracterizada com
o uma
combinao de exerccios e m
ovimento cuja prtica no prejudicaria o desenvolvim
ento
muscular, a doura das m
aneiras e a bela harmonia das form
as femininas (SO
UZA, citando
Barbosa, 1883).
Em 1872, R
ui Barbosa; eminente Parecerista do Im
prio solicitou a paridade das aulas de
Educao Physica s demais disciplinas oferecidas pela escola elem
entar. Mesm
o avesso s
atividades fsicas que os tempos m
odernos impunham
(no apreciava o ciclismo), solicitou
melhores condies fsicas para as aulas, a prtica da gym
nstica segundo preceitos mdicos e
recomendaes guiadas pela concepo de gnero, pedia tam
bm rem
unerao adequada aos
docentes (OLIV
EIRA, 1989).
De
vo
lta a
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assa
do
No final do sculo XIX, com
a implem
entao do Jardim de Infncia da Caetano de Cam
pos,
a professora de sala, repassa aos seus alunos, os mesm
os exerccios que havia aprendido com
seus Mestres. A educao (form
al) com inspirao froebeliana fazia-se presente e, o ensino,
mais um
a vez alinhava-se pedagogia praticada na Europa e na Amrica (A
RAN
TES, 1997).
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res, n
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No incio do sculo XX a cidade de So Paulo viveu um
intenso processo de desenvolvimento.
A cidade modesta e de poucos fogos cresceu e o adensam
ento populacional tornou-se uma
realidade. Muitas pessoas do interior chegaram
metrpole buscando oportunidades. Ingleses
foram contratados para construir dentro outras estruturas a Estao da Luz e deitar os
dormentes das estradas de ferro. N
ovas e muitas novidades europias foram
conhecidas. A
segunda leva de imigrantes vindos da Itlia ocupou a cidade, dividindo-a com
os brasileiros de
longa data e outros (muitos) im
igrantes. Mrio de Andrade percebendo a necessidade de
divulgar a nossa cultura criou em 1935 na cidade cerca de seis Parques Infantis destinados s
crianas e aos jovens. O grande escritor de M
acunama; quando foi Secretrio da Pasta da
Cultura do Governo de Fbio Prado im
aginou e implantou um
a instituio co-educacional
destinada aos filhos dos operrios migrantes e im
igrantes.
Mrio de Andrade tinha por objetivo, a divulgao da cultura nacional por m
eio de sesses
de msica, artes plsticas, danas, jogos da cultura popular e tradicional, recreao e a prtica
da natao ministrada na piscina do Parque da Vila R
omana na Lapa.
Para herclea tarefa, contratou como parte do quadro de funcionrios dos Parques Infantis,
nossos primeiros professores de Educao Physica provavelm
ente oriundos do Instituto
Superior Isolado de Educao Physica de So Paulo (hoje Escola de Educao Fsica e Esporte
da Universidade de So Paulo). Este servio assim
como tantos outros que M
rio criou, foram
pensados a partir da Semana de 1922 (m
ovimento de vanguarda) que valorizava a cultura
nacional rompendo a tradio francesa at ento m
uito importante em
So Paulo. Os Parques
Infantis por vrias questes foram fechados em
pouco tempo deixando desam
parada
culturalmente a infncia paulistana.
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entou Lei Orgnica; talvez prim
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iciar-se aos sete
anos de idade. Os desfavorecidos deveriam
cursar a escola tcnica; os da elite seriam
matriculados nas escolas propeduticas, tam
bm conhecidas pelo ensino enciclopdico, com
vistas s poucas universidades existentes. As aulas de Educao Physica ministradas nas
escolas tiveram participao significativa para aum
entar o esprito nacionalista. Grandes
concentraes de estudantes e exibies de ginstica com ou sem
elementos foram
praticadas
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et. al. 1985), foram utilizados para que desde tenra idade pudessem
entrar em contato com
as
regras socialmente aceitas.
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Em 1961 prom
ulgou-se a primeira Lei de D
iretrizes e Bases da Educao Nacional LBD
. N
4024 As diferentes estruturas de educao escolar receberam a denom
inao de Primrio
(quatro anos), (o quinto ano) e o Ginsio tam
bm com
quatro anos. Aps este, havia o Curso
Colegial propedutico e os Cursos Tcnicos como Curso N
ormal ou Curso de Form
ao de
Professores; Curso de Contabilidade, de Secretariado, dentre outros.
Abrigadas sob esta estrutura vertical, a (aula de) Educao Fsica ministrada pelos regentes
dad
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ases cientficas, atu
almen
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erada com
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m asp
ecto
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ucao
geral,
oferecen
do valio
sa contrib
uio
ao ed
uca
ndo (Program
a da Escola Primria de So Paulo,
1967:59).
Na esco
la prim
ria a educao
fsica teve com
o o
bjetivo
a recreao (individual e coletiva)
nos seus variados aspectos era realizada por meio das atividades naturais, jogos, atividades
rtmicas, dram
atizaes, atividad
es com
plem
entares (Program
a da Escola Primria de So
Paulo, 1967:59), visando abarcar a totalidade do desenvolvimento do aluno. A Educao Fsica
na dcada de 60, tambm
se preocupou com a atitude postural adequada, com
a coordenao
sensrio motor, o refinam
ento dos sentidos, e o aumento da sensibilidade rtm
ica, favorecendo
a co educao, e o conhecimento de nossos costum
es.
Neste perodo houve por parte governam
ental e pela iniciativa privada, um significativo
esforo para uma escolarizao diversificada. Essa realidade pode ser notada pela criao de
inmeras experincias inovadoras no processo de educao form
al tais como os ginsios pluri-
curriculares, vocacionais, a unificao em dois nveis dos anos do prim
rio formando apenas
dois blocos. A experincia no vingou e logo sofreu revezes devido ao regime im
plantado pelo
governo militar (AR
ANTES, 1991).
Quanto s aulas de Educao Fsica para a juventude, consistiam
em ensinar a ginstica
formativa, fundam
entos de jogo (modalidades esportivas coletivas), valendo-se
do M
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Desp
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adequasse
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a normalidade.
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ida
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Dez anos depois da LD
B. N 4224/61 foi im
plementada a segunda Lei de D
iretrizes e Bases
da Educao Nacional N
5692. Os diferentes graus de escolarizao recebiam
agora nova
organizao e unificao vertical. O prim
eiro segmento denom
inado 1 Grau era com
posto por
oito sries integradas pelo Ncleo Com
um e Parte D
iversificada. Nom
eavam-se D
isciplina
aquelas com orientao terica e por Atividade as de cunho prtico sem
reprovao exceto por
faltas; Educao Artstica, Ingls e Educao Fsica (PAR.CFE. 853/71).
O program
a recomendado para as aulas de Educao Fsica com
preendia um
conju
nto
de
ginstica, jogos desportos, danas e recreao, capaz de promover o desenvolvim
ento
harmonioso do corpo e do esprito e, de m
odo especial, fortalecer a vontade, formar e
disciplinar hbitos sadios, adquirir habilidades, equilibrar e conservar a sade e incentivar o
esprito de equipe de modo que seja alcanado o m
ximo de resistncia orgnica e de eficincia
individ
ual (SO
PAU
LO,SE/CEN
P,1985:158).
O 2o. G
rau; composto por trs ou quatro sries, de cunho tcnico profissionalizante foi
oferecido a todos os estudantes. Abriram-se populao a real possibilidade de acesso ao
ensino superior.
Em So Paulo, neste tem
po (19..) deu-se a
confe
co d
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aterial de apoio e
contedo obrigatoriamente seguido e desenvolvido por todos os professores da rede pblica
esta
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material explicativo o M
anual do Professor. Em Educao Fsica, o docum
ento explicava as
seqncias pedaggicas dos diferentes contedos das modalidades ginsticas, atlticas e
esportivas (SO PA
ULO
, s.d).
Do
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Doze anos depois em
So Paulo, a Coordenadoria de Estudos e N
ormas Pedaggicas (C
ENP.)
ofereceu ao professores da rede estadual, subsdios para a implem
entao da Proposta
Curricular de Educao Fsica para a pr-escola. Acompanhada do M
anual para o Professor,
apresentava exerccios versando a construo da imagem
e conscincia corporal, atividades
temporo-espaciais, expresso corporal e recreao (S
O PAU
LO, SE/CEN
P. 1983).
De 1985 com
a instalao do processo democrtico, abriram
-se novas perspectivas para
multiplicidade de Propostas Curriculares em
todas as Disciplinas e Atividades. O
bserva-se em
So Paulo a formulao das Propostas Curriculares pela Coordenadoria de Estudos e N
ormas
Pedaggicas para as escolas estaduais.
Este processo de intensa discusso acerca dos contedos escolares terminou em
1992 com a
publicao do modelo final das Propostas Curriculares para o 1 e 2. G
raus para todas as
Disciplinas e Atividades coordenadas pela CEN
P. Quanto ao Curso de H
abilitao Especfica para
o Magistrio H
EM. (antigo Curso N
ormal), alm
das disciplinas j implem
entadas, haviam as
denominadas Instrum
entais; as de Metodologias das diferentes D
isciplinas ou Atividades a
serem ensinadas aos alunos da escolarizao at 4. srie do 1. G
rau. As aulas de Metodologia
da Educao Fsica estavam previstas no docum
ento demonstrando que seu contedo m
erecia
ser estudado.
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Desde 1996 o currculo vigente est organizado segundo a terceira Lei de D
iretrizes e Bases
da Educao Nacional LBD
. N 9394. O
processo de escolarizao brasileiro apresenta-se agora
completo. Iniciando pela Educao infantil nosso Sistem
a Escolar termina form
almente na
Graduao, no Ensino Superior. H
oje, as propostas e os contedos tm a preocupao em
atender, incluir e integrar todos os estudantes em torno do Projeto Escolar.
As aulas de Educao Fsica ao contrrio das pocas passadas, e, segundo o artigo 26, deve
ser integrada proposta pedaggica da escola, com
ponente curricular da educao bsica,
ajustando-se s faixas etrias e s condies da populao escolar, sendo facultativa nos cursos
notu
rnos (So Paulo; SE/C
ENP 1985;79).
A partir desta Lei vigente passou-se entender o currculo como um
todo. A escola, portanto,
deve ser vista como um
lugar de informao, de produo de conhecim
ento, de socializao e
de desenvolvimento integral de todos os estudantes. Para consecuo de tal tarefa, todos os
especialistas, os professores, as Disciplinas e os Com
ponentes Curriculares, devem
ter
comprom
isso com o desenvolvim
ento dos aspectos terico prticos alm de articul-los aos
Temas ou Eixos Transversais (sade, m
eio ambiente, trabalho e consum
o, orientao sexual e
tica). O plano de curso, de ensino e das aulas inclusive os de Educao Fsica devem
ser
pensados segundo o Projeto Escolar e orientados de acordo com as caractersticas dos
estudantes.
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vid
a
Hoje, possum
os muitas linhas ou abordagens filosficas; cinesiolgica, m
otricidade humana,
cultura corporal do movim
ento, aptido fsica, tradicional, desenvolvimentista, scio
construtivista, scio interacionista e a ligada ao meio am
biente. Dem
os um passo gigantesco se
comparam
os ao Capito Ataliba e aos idos sculo XIX.
Se esta realidade nos conforta e nos alimenta tam
bm nos alerta para a construo de um
Brasil com oportunidades m
ais amplas a todos. Som
ada a isto e, dentro de nossa
especificidade, tomara que possam
os discutir e fazer praticar com excelncia o jogo, a luta, o
esporte, a ginstica e a dana, sem nos esquecerm
os da sensibilidade que deve guiar os todos
os nossos passos.
Re
fer
ncia
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ARAN
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