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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS
SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS
FIPAI-FUNDAÇÃO PARA O INCREMENTO DA PESQUISA E DO APERFEIÇOAMENTO INDUSTRIAL
PROJETO BÁSICO DO ATERRO SANITÁRIO E
ESTIMATIVA DE CUSTOS PARA SUA IMPLANTAÇÃO
São Carlos-SPJulho de 2008
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA .............................................. 1
2. RESULTADOS PRELIMINARES DAS SONDAGENS REALIZADAS NA ÁREA SELECIONADA ......................................................................................
2
3. VIDA ÚTIL DO ATERRO SANITÁRIO E ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DOMICILIARES .....................................................................
2
4. ATERROS SANITÁRIOS ...................................................................................
5
4.1 Infra-Estrutura de Apoio ...............................................................................
6
4.2 Materiais Utilizados na Operação de Aterros Sanitários ........................... 9
4.2.1 Construção de células sanitárias ................................................................ 9
4.2.2 Cuidados especiais ....................................................................................... 10
4.2.3 Impermeabilização de Aterros Sanitários ................................................. 13
5 EQUIPE TÉCNICA.............................................................................................. 15
ANEXO I – DESENHOS
ANEXO II – RELATÓRIO DE SONDAGENS
1. INTRODUÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA
O presente relatório tem como objetivo apresentar uma estimativa dos custos que
envolverão a construção do futuro aterro sanitário da cidade de São Carlos-SP.
Para tanto, foram considerados neste estudo todas as instalações necessárias para
formar o sistema de infra-estrutura do aterro, tais como cercamento da área, edificações,
arruamentos e estacionamentos, sistema de abastecimento de água e fornecimento de energia
entre outros. Também foram considerados no estudo uma estimativa de todos os materiais a
serem empregados na construção e operação do aterro propriamente dito, tais como canaletas
de concreto, manta geossintética, manta geotextil, vegetação etc.
Visando o acondicionamento dos resíduos sólidos domiciliares do município de São
Carlos, por um período de 20 anos, foram empreendidos estudos para a escolha de uma área
que reunisse as condições físicas necessárias para a implantação do empreendimento. A área
selecionada situa-se a 13 Km do município de São Carlos, com acesso pela Rodovia SP 215,
que liga os municípios de São Carlos e Ribeirão Bonito, conforme mostra a figura 1
Figura 1- Localização da área selecionada para a implantação do aterro sanitário de São Carlos em relação à área urbana
Área do aterro
1
2. RESULTADOS PRELIMINARES DAS SONDAGENS REALIZADAS NA ÁREA
SELECIONADA
A investigação do perfil do solo na selecionada foi realizada por meio de trado, “tipo
helicoidal”, com alcance de 20 metros, e coleta de amostras deformadas em variadas
profundidades.
O critério utilizado para a finalização/paralisação do furo foi a ocorrência de rocha ou
matacão impenetrável ao trado ou atingir o nível d´água. As sondagens foram realizadas nos
dias 21/02/08 e 06/03/08.
No total, foram realizados 11 furos, distribuídos conforme apresentado na Planta Geral
da Área (Anexo I), e os resultados do perfil do solo encontram-se no Anexo II.
3. VIDA ÚTIL DO ATERRO SANITÁRIO E ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE
RESÍDUOS DOMICILIARES
A vida útil mínima determinada foi de 20 anos, tomando-se por base o aumento da
taxa de geração de resíduos ocorridos nos últimos 4 anos. A aplicação do período de 2004 a
2007 para o cálculo da taxa de geração se justifica pelo fato de apresentar condições
econômicas, geração “per capita” e taxa de crescimento elevadas, compatível portanto para a
projeção da geração de resíduos domiciliares.
Por outro lado, é importante salientar que a taxa de crescimento utilizada engloba, de
maneira indireta, o aumento da geração de resíduos “per capita” e o crescimento populacional
do município.
Para a projeção das quantidades não foi considerada a redução decorrente do avanço
do programa de coleta seletiva para os próximos anos, gerando valores a favor da segurança
da vida útil.
Os Quadros 1 e 2 apresentam, respectivamente, a quantidade de resíduos dispostos no
aterro sanitário e o aumento da geração em anos consecutivos, no período de 2004 a 2007. Os
valores incluem a coleta regular e a coleta particular de resíduos domiciliares.
2
Quadro 1- Quantidade mensal, em toneladas, de resíduos domiciliares dispostos no aterro sanitário, no período de 2004 a 2007.
Mês 2004 2.005 2.006 2.007Janeiro 4.383,53 4.571,45 4.793,99 5.178,02Fevereiro 3.812,20 3.917,72 4.158,80 4.302,78Março 4.141,39 4.214,75 4.604,47 4.537,63Abril 3.862,43 3.970,63 4.086,85 4.137,01Maio 3.793,97 3.963,71 4.334,26 4.271,52Junho 3.901,33 3.812,62 4.049,65 4.135,13Julho 3.937,89 3.779,71 4.066,35 4.170,98Agosto 3.916,28 4.066,42 4.301,68 4.211,66Setembro 3.889,57 3.929,89 4.114,54 4.108,99Outubro 3.800,44 4.170,64 4.363,85 4.442,55Novembro 3.913,14 4.170,81 4.408,21 4.343,39Dezembro 4.465,93 4.711,77 5.106,53 4.718,98
TOTAL 47.818,10 49.280,12 52.389,18 52.558,64Média 3984,8417 4.106,68 4.365,77 4.379,89
Obs.: Valores em toneladas
Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia
Quadro 2- Aumento da disposição de resíduos domiciliares no aterro sanitário, no período de 2004 a 2007
MêsAumento da geração de
resíduos de 2004/2005 (%)
Aumento da geração de resíduos de 2005/2006 (%)
Aumento da geração de resíduos de 2006/2007 (%)
Janeiro 4,29 4,87 8,01Fevereiro 2,77 6,15 3,46Março 1,77 9,25 0,99Abril 2,80 2,93 1,01Maio 4,47 9,35 0,99Junho -2,27 6,22 1,02Julho -4,02 7,58 1,03Agosto 3,83 5,79 0,98Setembro 1,04 4,70 1,00Outubro 9,74 4,63 1,02Novembro 6,58 5,69 0,99Dezembro 5,50 8,38 0,92Média anual 3,06 6,31 1,78Média no período 3,72
Obs.: Valores negativos representam uma redução da quantidade de resíduos
dispostos no aterro sanitário
Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia
3
Com base nos dados dos Quadros 1 e 2, pode-se observar uma significativa variação
nas quantidades mensais, que refletem no aumento anual de 3,06% de 2004 para 2005, 6,31%
de 2005 para 2006 e 1,78% de 2006 para 2007. Assim, pode-se aventar uma tendência da
redução da taxa de disposição de resíduos nos anos subseqüentes, como ocorreu de 2006 para
2007, decorrente provavelmente do avanço do programa de coleta seletiva. Porém, para a
estimativa das quantidades dispostas nos próximos 20 anos, utilizou-se a média das 3 taxas,
ou seja 3,72% ao ano.
Deve-se destacar que o crescimento populacional para o período foi de 2%,
demonstrando que a aplicação da taxa de variação anual engloba não apenas o crescimento
populacional mas o aumento da geração “per capita” de resíduos. A seguir o Quadro 3
apresenta a projeção das quantidades que serão dispostas anualmente no novo aterro sanitário
e o volume necessário, considerando uma taxa de compactação de 0,6 t/m3.
Quadro 3- Estimativa da quantidade anual a ser disposta no aterro sanitário, no período de 2009 a 2029.
Ano Quantidade (tonelada) Volume (m3) (*)
2.009 56.541,7 94.236,22.010 58.645,1 97.741,82.011 60.826,7 101.377,82.012 63.089,4 105.149,12.013 65.436,4 109.060,62.014 67.870,6 113.117,72.015 70.395,4 117.325,62.016 73.014,1 121.690,22.017 75.730,2 126.217,02.018 78.547,4 130.912,32.019 81.469,3 135.782,22.020 84.500,0 140.833,32.021 87.643,4 146.072,32.022 90.903,7 151.506,22.023 94.285,4 157.142,32.024 97.792,8 162.988,02.025 101.430,7 169.051,12.026 105.203,9 175.339,82.027 109.117,5 181.862,42.028 113.176,6 188.627,72.029 117.386,81 195.644,7
TOTAL 1.753.007,06 2.921.678,4
Obs.: (*) Taxa de compactação de 0,6 t/m3
4
Considerando-se ainda que ao volume útil final deve-se adicionar uma porcentagem de
20%, referente ao material de cobertura do aterro, chega-se a um volume total de 3.506.014,13
m3 para uma vida útil mínima de 20 anos.
4. ATERROS SANITÁRIOS
Vários são os questionamentos de ordem estratégica e econômica que devem nortear
os projetos de aterros sanitários, dentre os quais, destaca-se a implantação ou incremento de
programas de coleta seletiva, visando à reciclagem e a compostagem dos resíduos, fato que
certamente em muito minimizarão as quantidades de rejeitos a serem depositados no solo,
resultando em um ganho substancial no tempo de “vida útil” do aterro sanitário que, nunca
deverá ser inferior à 20 (vinte) anos, dado aos elevados custos a serem despendidos para a
escolha de uma nova área, além, do tempo, demasiadamente longo, gasto na avaliação de
projetos desta natureza, pelos órgãos ambientais, que exigem áreas cada vez mais aptas a
receberem toda a infra-estrutura que acompanham, nos dias de hoje, os verdadeiros aterros
sanitários.
Ainda, em função de todas as exigências ambientais, é sempre difícil encontrar, nos
municípios, áreas para a implantação de aterros sanitários com distâncias ideais (até 15 Km)
do centro gerador de resíduos, com vizinhança distante, pelo menos a 1,0 (um) Km do local e,
que reúnam favoravelmente todas as condicionantes físicas (geológicas, geotécnicas e
morfológicas), além das condicionantes ambientais (distância de coleções hídricas e de
reservas legais), uso e ocupação do solo entre outros.
Contempla também, a escolha da área de um novo aterro, o estudo de todo o
gerenciamento do manejo dos resíduos (coleta, transporte, transbordo etc). Portanto, torna-se
preponderante, para a equipe projetista empreender todo o esforço necessário para que o
tempo de “vida útil” do aterro a ser projetado seja o mais longo possível.
Em função de toda a caracterização física e ambiental, da área que abrigará o futuro
aterro sanitário do município de São Carlos, bem como de sua área de influência, registra-se
neste documento, os principais itens, necessários para dotar o futuro aterro sanitário, da cidade
de São Carlos, de toda uma rede de infra-estrutura, para o apoio técnico-administrativo, capaz
de manter o aterro em funcionamento, bem como seus custos atuais.
5
4.1 Infra-Estrutura de Apoio
Como todo empreendimento de grande porte, um aterro sanitário deve ser dotado de
uma boa infra-estrutura de apoio, visando dar suporte e garantir o bom desenvolvimento de
toda atividade administrativa e operacional do aterro.
Para tanto, toda a área que abrigará o aterro sanitário deverá ser cercada para definir,
principalmente seus limites físicos e impedir o acesso de animais domésticos e pessoas
estranhas à área de operação. Essa cerca deverá ser, confeccionada preferencialmente em tela
(para reter materiais leves, carreados pela ação do vento), envolvida por um sistema de
“cinturão vegetal” formado por sansão do campo (uma fileira), por exemplo, plantados com
espaçamentos adequados (a cada 0,5 m), seguido, por pelo menos duas fileiras de vegetação
de maior porte como eucaliptos. Esse sistema de “cinturão vegetal” é exigido pelos órgãos
ambientais e visa reter poeiras, formadas durante a operação do aterro, bem como reduzir o
impacto visual e a propagação de odores nas áreas vizinhas ao aterro.
O empreendimento deverá contar com um sistema de abastecimento de água próprio,
portanto, torna-se imperativo a perfuração de um poço freático com profundidade variando
entre 40 e 80 m, com vazão de pelo menos 20 m3/h e a instalação de um reservatório elevado,
com capacidade para 30 m3.
Para o fornecimento de energia elétrica, deverá ser instalado, no local, um posto de
transformação com capacidade para pelo menos 300 KVA, além de toda a malha de
iluminação interna da área do empreendimento.
Deverá também ser construída uma estrutura de recepção, constituída de uma guarita
que abrigará a portaria, seguida de uma sala de pesagem dos resíduos, dotadas de sanitários. A
sala de pesagem será equipada, em sua área externa, com uma balança rodoviária e eletrônica
automatizada, com capacidade para 60 (sessenta toneladas). Um sistema de arruamento
adequado deverá também ser construído no loca, de preferência com pistas duplas,
pavimentadas, nas vias principais internas que darão de acesso interno ao aterro, separadas por
canteiro central. Os sistemas de arruamentos que farão as interligações de todas as demais
estruturas descritas a seguir, inclusive os estacionamentos também deverão ser pavimentados
e dotados de estruturas de drenagens eficientes. Os canteiros centrais, rotatórias e
estacionamentos deverão ser arborizados e ajardinados.
6
O prédio administrativo deverá apresentar uma área mínima construída, de 150 m2,
dotado de sala de recepção, sala de gerência, sala de técnicos e de demais funcionários
administrativos, sala de reunião, sanitários, além de copa, todos com dimensões e
equipamentos adequados. Um auditório, com dimensões, de pelo menos 40 m2 também será
necessário para exibição de filmes, vídeos, para a promoção de palestras e cursos, com temas
voltados para o aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas no aterro sanitário.
Fará parte ainda, da infra-estrutura de apoio do aterro, um sistema de
almoxarifado/vestiário, com área de 150 m2, um abrigo coberto para a guarda de máquinas de
ao menos 60 m2, sem fechamento lateral, de um barracão com fechamento lateral de ao menos
450 m2 que servirá de abrigo à oficina, borracharia e garagem para o abrigo de veículos,
utilizados na operação do aterro, de uma estrutura para a lavagem desses veículos e máquinas,
com dimensões e equipamentos adequados para essa atividade.
Um refeitório de pelo menos 32 m2 e um quiosque coberto, com área mínima de 9 m2
também deverão integrar a infra-estrutura do aterro.
A área do futuro aterro sanitário de São Carlos deverá, eventualmente recepcionar,
alguns resíduos especiais como pneus inservíveis, entregues diretamente na administração do
aterro ou frutos de descargas clandestinas. Portanto, um galpão com fechamento lateral de
pelo menos 30 m2 se destinará a abrigar esses pneus, até que sejam reaproveitados ou
enviados para tratamento adequado em instalações especiais. Também, uma sala azulejada,
para a recepção e armazenamento temporário de resíduos de serviços de saúde, dotada de
equipamentos para a coleta e cloração das águas de lavagem do local. Esses resíduos deverão
receber tratamento apropriado, preferencialmente na área do empreendimento, ou enviados,
para essa finalidade, para outra localidade, com a devida anuência dos órgãos ambientais.
Com o avanço da coleta seletiva, praticamente em todo o país, deverá ser observado,
nos próximos anos um aumento na porcentagem de matéria orgânica na massa dos resíduos
sólidos domiciliares, portanto, deverá estar previsto, para a área do novo aterro sanitário do
município de São Carlos, um pátio coberto de aproximadamente 75 m2, seguido de um pátio
descoberto (900 m2), ambos com pisos em concreto depenado (e = 8 cm), que deverão integrar
um sistema de compostagem artesanal de resíduos.
Finalizando, galpões cobertos, para a estocagem de matérias de uso diário na operação
7
do aterro (areia, britas, cimento etc), deverão integrar a infra-estrutura do novo aterro, além,
de outros equipamentos que se fizerem necessários, em função do grau de atividades
relacionadas com o tratamento e deposição final dos resíduos. É importante esclarecer que, no
Brasil ainda é comum o desleixo com as instalações de apoio relacionadas aos resíduos,
confundindo a parte de aparência e odor desagradável (“o lixo”) com o todo (acessos,
instalações, arruamento interno etc), cultura que precisa, urgentemente ser mudada. Portanto,
além da eficiência, a parte estética das instalações e demais dependências da área do aterro,
deverão ser considerados nas estimativas finais dos custos.
O Quadro 4 mostra a planilha de quantitativos dos principais itens que deverão compor
a infra-estrutura do futuro aterro sanitário do município de São Carlos.
Quadro 4 – Planilha de quantitativos dos principais itens da infra-estrutura do futuro aterro
sanitário de São Carlos.
Item Discriminação Unid. Quant. PreçoUnitário
Sub-Total(R$)
Total doItem (R$)
IConstrução da área administrativa – Aterro sanitário
2.252.267,12
01 Administração m2 150,00 822,76 123.414,0002 Área de recebimento e armaz. pneus inserv. m2 30,00 526,76 15.802,8003 Área de receb. e armaz. resíduos serv. saúde m2 50,00 822,76 41.138,0004 Auditório m2 40,00 822,76 32.910,4005 Garagem de máquinas m2 60,00 526,76 31.605,6006 Oficina, borracharia e garagem m2 450,00 526,76 237.042,006.1 Pátio de compostagem m2 0,006.2 Pátio coberto m2 75,00 526,76 39.507,0007 Pavimento de concreto desempenado e=8cm m2 900,00 30,00 27.000,0008 Portaria m2 9,00 822,76 7.404,8409 Quiosque m2 9,00 526,76 4.740,8410 Refeitório m2 32,00 822,76 26.328,3211 Sala de pesagem com sanitário m2 7,00 822,76 5.759,3212 Vestiário/almoxarifado m2 150,00 822,76 123.414,0013 Alambrados m 2.000 45,00 90.000,0014 Mudas de sansão do campo un 6.000 0,20 1.200,0015 Eucalipto citriodora un 4.000 0,30 1.200,0016 Balança un 01 70.000,00 70.000,0017 Instalação para lavagem de veículos m2 60 500,00 30.000,0018 Poço freático un 01 20.000,00 20.000,0019 Reservatório metálico un 01 45.000,00 45.000,0020 Acesso, arruamento e estacionamento (asfalto) m2 16.000 60,00 960.000,0021 Posto de energia elétrica (300 KVA) un 01 200.000,00 200.000,00
TOTAL GERAL 2.252.267,12Obs. B.D.I. Incluso nos preços unitários
Orçamento: Materiais, Mão de Obra, Equipamentos e FerramentasOs preços foram estimados com base nos índices PINI/M2 da Revista ConstruçãoMercado de Junho de 2008 – Mês Abril de 2008
8
4.2 Materiais Utilizados na Operação de Aterros Sanitários
Após a escolha da área para a implantação de um aterro sanitário, a metodologia de
sua operação boa operação é o principal fator capaz de garantir o tempo de “vida útil” de um
aterro sanitário. Para tanto o pessoal selecionado para esse fim, deverá receber treinamento
contínuo, para o aprimoramento de sua capacitação técnica.
Devido às exigências técnicas, ambientais e de prevenção da saúde pública, todo os
resíduos, sólidos, preferencialmente após receberem tratamento adequado, deverão ser
confinados, no menor espaço possível em aterros sanitários. Em função da necessidade de
material para cobertura dos resíduos e pelas condições de relevo e topografia da área, a forma
de escavação pode torna-se a única forma de ganho volumétrico do aterro, embora possa
também pode trazer problemas de drenagem dos líquidos percolados (chorume), formado
durante o processo de decomposição da fração orgânica presente nos resíduos, além da
drenagem de águas pluviais, especialmente em épocas do ano de elevado índice
pluviométrico. Quando as condicionantes físicas da área que abrigará um aterro sanitário
permitir, deve-se explorar ao máximo a declividade do terreno, para a obtenção de material
destinado à cobertura das células diárias de resíduos, bem como facilitar o sistema de
drenagem sub-superficial e superficial do aterro.
4.2.1 Construção de células sanitárias
Todos os métodos de construção de aterros sanitários diferem na forma de execução,
entretanto, a sistemática de acondicionamento do lixo é a mesma, ou seja, consiste na
construção de células sanitárias. Para tanto, o lixo deve ser disposto no solo previamente
preparado, e a cada 3 viagens de descarregamento, de acordo com a capacidade do veículo
coletor, o lixo deve ser empurrado de baixo para cima contra uma elevação natural ou célula
anterior e distribuído pelo seu talude, com inclinação de 1:1 ou 1:2. A altura da célula deve
variar de 2 a 4 metros.
O lixo espalhado pelo talude deve ser compactado por um trator de esteiras de baixo
para cima, proporcionando assim maior uniformidade de compactação. O trator deverá subir e
descer a rampa de 3 a 5 vezes, a fim de que o volume de lixo seja reduzido. Um coeficiente de
compactação em torno de 0,60 t/m3 é considerado com ideal para os especialistas em operação
9
de aterros sanitários.
No final do dia ou quando a coleta estiver terminada, a célula de lixo deverá receber
uma cobertura de terra de 15 a 30cm.
Pode-se voltar a trabalhar sobre as células iniciais de lixo, sobrepondo-se novas
células. Uma vez preenchida toda a área disponível do aterro, as células de lixo deverão
receber uma camada de 60cm de terra, selando dessa forma o aterro sanitário.
O recobrimento final e o acabamento de um aterro sanitário é muito importante, pois
essa área deverá ser incorporada ao meio ambiente, em condições de uso, sem causar
incômodos à vizinhança.
A Figura 2 mostra a vista geral da superposição de células sanitárias e da distribuição
dos drenos de gases em aterros sanitários.
FIGURA 2 - Vista geral da superposição de células sanitárias e da distribuição dos drenos de gases em aterros sanitários
4.2.2 Cuidados especiais
Captação de gases
O lixo confinado em aterros sanitários sofre um processo de decomposição
predominantemente anaeróbio. Nesse processo, o carbono combina-se com o hidrogênio,
formando o metano (CH4), que é inflamável quando misturado com o ar na proporção de 10 a
10
15%, podendo também provocar a morte por asfixia se invadir, sob condições peculiares,
residências próximas ao aterro.
O controle da geração e migração desses gases é realizado através de um sistema de
drenagem, constituído pela superposição vertical de tubos perfurados de concreto, revestidos
por uma camisa de brita, conforme mostra a Figura 3. Com 80 cm de diâmetro Esses drenos
deverão distar entre 30 e 50 metros uns dos outros.
FIGURA 3 - Detalhe do dreno de captação de gases no aterro sanitário.
Drenagem de águas pluviais e percolados
A opção por áreas secas é sempre recomendável na escolha de um local para se
implantar um aterro sanitário.
As águas provenientes da precipitação direta sobre o aterro, bem como as do
escoamento superficial das áreas adjacentes, tendem a percolar através da massa de lixo,
carreando poluentes que, juntamente com o chorume oriundo da decomposição do lixo,
constituem material de alta carga poluidora (percolado), semelhante ao esgoto doméstico,
porém, com concentração bastante superior.
Para os aterros sanitários são propostos dois sistemas de drenagem: superficial e
sub-superficial.
11
O sistema de drenagem superficial tem como finalidade básica desviar as águas da
bacia de contribuição para fora da área do aterro, diminuindo dessa forma o volume de líquido
percolado, durante e após a fase de execução do aterro, além de possibilitar a sua operação,
inclusive em dias de chuva.
Este sistema requer a construção de canais de superfície livre a meia encosta, ou
canaletas, envolvendo toda a área do aterro. Recomenda-se ainda, conferir um bom caimento à
cobertura diária do aterro para evitar empoçamentos.
Toda água recolhida por esse sistema deverá ser conduzida para um ponto distante,
onde não cause danos ao aterro, durante e após a fase de operação. A folha 3, do Anexo 1
mostra em detalhe o sistema de drenagem superficial.
O sistema de drenagem sub-superficial visa coletar e conduzir os líquidos percolados
para uma unidade de tratamento, evitando o comprometimento do lençol freático; esse sistema
é constituído basicamente de estruturas drenantes com escoamento em meio poroso e é
formado por drenos horizontais, preenchidos com britas, com inclinação de fundo de 2%.
Sobre as britas devem ser colocados materiais sintéticos geotextil, visando a retenção de
materiais em suspensão que poderiam vir a colmatar o dreno, conforme mostra a Figura 4.
FIGURA 4 - Corte transversal de um dreno horizontal
4.2.3 Impermeabilização de Aterros Sanitários
GEOTEXTIL
MANTA EM PEAD
12
Na construção de aterros sanitários, independentemente da técnica construtiva
empregada, o risco de contaminação das águas superficiais e subterrâneas existe. Esse risco
está aliado à infiltração do chorume, às falhas que eventualmente podem ocorrer na
construção e operação dos aterros e à infiltração das águas de chuva, que aumentam
consideravelmente a quantidade de percolado.
A infiltração do percolado geralmente ocorre na forma de pluma, com migração
descendente na direção da água subterrânea.
A proteção do solo e das águas subterrâneas, contra a poluição e contaminação
provocadas pelos líquidos percolados (chorume), deve ser implantada a qualquer custo, e os
detalhes podem ser observados na figura 4, sendo formada por uma camada de argila
compactada até atingir um coeficiente de compactação em torno de 10-7 cm/s, sobre a qual
coloca-se uma manta plástica (polietileno de alta densidade - PEAD) com ao menos 2 mm de
espessura, assentada com a melhor técnica possível de modo a garantir, através de teste a
estanqueidade, a proteção do solo e das águas subterrâneas na área do aterro.
Caso o solo onde se construirá o aterro sanitário já seja argiloso, na camada de fundo
basta somente a compactação. Alguns projetistas costumam colocar a manta de PEAD entre
duas camadas de areia fina, conforme mostra a figura 3, fato que é de livre escolha dos
responsáveis pela operação do aterro, pois a prática tem mostrado que a manta assentada sobre
a camada de argila do fundo e protegida por somente uma camada de areia fina ou solo
arenoso é o suficiente para se ter um excelente sistema de impermeabilização de aterros,
conforme consta da Folha 4 do Anexo 1.
O quadro 5, a seguir mostra os principais itens a serem considerados na operação do
futuro aterro sanitário de são Carlos, bem como seus respectivos custos
Quadro 5 – Quantitativos e custos de materiais a serem utilizados na operação do futuro aterro sanitário de São Carlos
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Material Unid. QuantidadeTotal
ValorUnitário
ValorTotal
Canaleta de concreto meia cana (0,8m) m 22.880 52 1.189.760,00
Tubos concreto perfurado (0,8m) m 5.000 50 250.000,00
Manta geotextil m2 27.000 15 405.000,00
Manta PEAD (2,0mm) m2 281.000 27 7.587.000,00
Brita no 4 m3 17.000 62 1.054.000,00
Volume de escavação e movimentação m3 937.000 4,5 4.216.500,00
Área de grama m2 225.000 3,2 720.000,00
TOTAL 15.422.260,00
Obs: os custos apresentados são baseados no mês de abril de 2008 e o valor do BDI dos
materiais já estão inclusos.
A soma dos quantitativos que constam dos quadros 4 e 5, fornecem o custo total da
infra-estrutura e dos materiais a serem utilizados na operação do futuro aterro sanitário de São
Carlos, durante toda a sua vida útil, que deverá ser fixada em torno de 20 anos.
Custo Total (CT) da Implantação do Aterro Sanitário de São Carlos
CT = Q4 + Q5
CT = 17.674.527,12
Nestes estudos não estão computados os custos a serem despendidos para aquisição da
área, para a aquisição ou alugueis de equipamentos, necessários para a operação do aterro.
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5. EQUIPE RESPONSÁVEL
Prof. Dr. Valdir Schalch – coordenador
Departamento de Hidráulica e Saneamento – EESC-USP
Prof. Dr. Wellington Cyro de Almeida Leite
Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá – UNESP
Prof. Dr. Marcus Cesar Avezum Alves de Castro
Departamento de Geologia Aplicada – UNESP – Rio Claro
Prof. Dr. Marcelo Montaño
Centro Universitário UNICOC – Ribeirão Preto
Prof. Dr. Aurélio Teodoro Fontes
Pesquisador PPG SEA/EESC-USP
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